Bomba X Torres X Igurê

Descer de bicicleta a Estrada da Bomba (adutora B1) é certeza de adrenalina que aumenta na medida de sua velocidade,  a descida mais íngreme da região, juntamente com a descida de Jafa para estrada 09 de Julho, as bikes podem atingir mais de 60 km o que acaba sendo perigoso, o terreno é acidentado e uma queda pode arrebentar com o ciclista.

Já próximo ao final dela, chega-se na ponte de madeira do córrego do barreiro, seguimos mais um pouco e então subimos um morro em que é impossível pedalar na maior parte do tempo, há uma trilha de pedra muito boa de fazer descendo, mas subindo é bruta demais.

Depois disso, é só sair na direção da estrada de terra que existe próxima as torres da estrada de terra da Adrianita, ao invés de pegarmos esta, preferimos atravessar a rodovia SP-294. Voltamos pela trilha da Igurê paralela a pista, para em seguida ir em direção Terreirão de café da fazenda, o que deu um brinde a mais ao final deste pedal que mistura fortes descidas, subidas idem, visual bonito e vário tipos de terreno.

Trilha de pouca quilometragem (26 km), mas ótima para sentir o doce gosto que a prática do mountain bike pode proporcionar, sem negligenciar é claro suas pitadas de intensidade e momentos de leve amargor.

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Rudi Arena

Cachoeira das Araras – 2015

Um lugar bem próximo a cidade, localizado nos fundos do bairro rural de chácaras Adrianita. É preciso andar pelo curso da água e embrenhar-se um pouco mato a dentro, mas a visão final do topo da queda da cachoeira é fascinante e recompensadora.

Antes de chegar na grande queda, também é possível contemplar o encontro das águas do Córrego do Ouro com a do Córrego da Prata, ambos afluentes do Córrego do Barreiro, onde é captada a água que se bebe em Garça-SP.

Por isso, é um lugar de grande importância de preservação para o município, e ainda bem, que a sua volta existem vários pontos de restauração de áreas de preservação permanente, trabalho importantíssimo para que no futuro os garcenses possam desfrutar de segurança hídrica e água de qualidade.

Rudi Arena

Cachoeira Quebra-Tudo

Entre tantas cachoeiras nas redondezas do município de Garça-SP, especificamente esta era um antigo desejo conhecê-la, pois há tempo sabíamos de sua existência e de sua altitude extrema, e também que estava localizada no município de Álvaro de Carvalho, mas bem próximo à Garça.

Sua denominação não é a toa, pois entre muitas, ela é de uma altitude que chama bastante a atenção, por isso, já foi identificada como Cachoeira Quebra-Tudo. O nome não poderia ser mais apropriado, pois tudo leva a crer que e trata da cachoeira mais alta de toda região, por isso mesmo, era questão de honra chegar até ela, filmá-la e fotografá-la.

No entanto, era preciso chegar até em baixo da queda, pois nada como sentir a energia da água caindo de dezenas de metro em seu corpo. É como se a queda d´água pudesse purificar e revigorar o corpo, e é claro refrescar, ainda mais por ter sido um dia de forte calor e com andanças intensas pirambeira adentro, o banho de cachoeira não poderia ter vindo em hora melhor.

Apesar do nome e da altura da cachoeira, banhar-se nela é tranquilo. Só que chegar em baixo da queda não é das tarefas mais fáceis, assim como não há nenhuma dificuldade intransponível, muito pelo contrário, pra quem gosta de fazer um trekking, andar na margem ou por dentro do curso d´água é um prato cheio, é como sentir a natureza entrar pelos poros até chegar nas veia.

Rudi Arena

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Pico do Urubu

Este local é simplesmente fantástico, está localizado na direção da estrada de asfalto que leva ao bairro de Itiratupã que por sua vez integra o distrito de Jafa, este pertencente ao município de Garça. Para chegar até lá, é preciso seguir andando pelo curso d´água por um bom trecho até se deparar com uma queda não muito grande, mas onde há um poço de água cristalina que é um ótimo ponto de parada para se banhar, lugar em que já encontramos um porco do mato que apareceu do nada e depois partiu.

Antes deste poço passamos pelo recanto das borboletas, pois é incrível a quantidade desses insetos ali concentrados, a movimentação delas e seu colorido no ar faz até parecera que estamos em um desenho animado quando percorremos este pequeno trecho do curso d´água que seguíamos. E não foi só neste dia que as borboletas estavam lá, outros dias elas estavam no mesmo lugar, pode ser a época do ano, mas é um espetáculo a parte.

Um pouco mais adiante, encontramos o pico do urubu, logo que se chega não se avista nenhuma ave desta espécie, porém, não demora muito para que elas apareçam com força total e seus vôos rasantes. Este pico é muito alto e de um visual estonteante, de uma beleza ímpar, com a imagem do alto do desfiladeiro que ali existe. É como se estivéssemos defronte de um monumento natural que demonstra toda a exuberância da natureza e nos mostra como somos pequenos e frágeis quando estamos a um passo de um precipício mortal, talvez por isso o lugar acaba sendo ainda mais fascinante.

Rudi Arena

Bicicleta e o Bebê na Cadeirinha. Acostumando com a Piramba desde Cedo.

Não é preciso esperar muito tempo para que um bebê possa andar de bike sentado na cadeirinha. Apesar de não existir uma idade ideal exata, mas na cadeirinha é recomendável que tenha 01 ano de idade ao menos ou até um pouco mais, mas cada bebê tem suas peculiaridades, não há regra válida para todos. Existem vários modelos disponíveis no mercado, e é indispensável que esta tenha um cinto de segurança para prender a criança e também é muito importante que desde cedo já utilize capacete, para maior tranquilidade e segurança do passeio.

É preciso ficar atento a instalação da cadeirinha, esta pode ser dianteira ou traseira. Acredito que a criança aproveite mais se sentar na frente, pois a visão é mais ampla. Normalmente, a dianteira é feita para crianças menores de 04 anos e de até 15 quilos e a traseira é usada para crianças maiores e de até 22 quilos. Além do peso, verifique o tamanho e veja se a criança está bem acomodada no equipamento. Se for ainda adquirir a cadeirinha, leve a bicicleta junto para ver se encaixa corretamente, pois são muitos os modelos de bicicleta e também de cadeirinha, é preciso ver se são compatíveis e evitar toda e qualquer adaptação caseira.

As cadeirinhas são vendidas aos montes em lojas de departamentos, grandes magazines e em lojas especializadas em bicicleta. Mas em lugar algum existe orientações aos pais de que um requisito básico e necessário para adquirir é de serem bons condutores de bicicleta para poderem utilizar o equipamento de forma segura. É preciso ter consciência da necessidade de ter boa destreza, equilíbrio e controle da bicicleta, uma queda pode ocasionar severos traumas físicos e emocionais tanto a criança como aos condutores. Acrescentar uma cadeirinha a bike, além de deixa-la mais pesada, também modifica as variáveis do equilíbrio da bicicleta, é preciso testar e se necessário treinar antes.

Não há certificação pelo Inmetro de cadeirinhas, pois não existe norma que regulamente este produto. Assim, o ideal e que os produtos sigam as recomendações de produção de acordo com normas ISO 9001, incluindo teste de peso e também produtos que sigam padrões internacionais previstos na norma EN-14344.

Tomando as precauções e cuidados necessários para minimizar ao máximo os riscos, é possível curtir o pedal e estreitar os laços com a criança sem preocupação alguma. É uma ótima oportunidade para que a criança vá se habituando aos poucos com a bicicleta, sentir o vento bater na cara e o frio na barriga que uma descida pode proporcionar, ter um contato maior com a cidade sob um novo ângulo, diferente de quando se está a pé ou de carro. É um momento em que criança, pais e bicicleta entram em sintonia, e proporciona um tempo para aprofundar as relações de pais e filhos, por isso, o diálogo ao longo do caminho é importante, procurar observar e explicar as coisas que aparecem pelo caminho, tudo isso ajuda a despertar o interesse dos pequenos e apertar ainda mais os laços familiares.

Melhor ainda, é quando se está em uma cidade pequena, assim, é possível fugir um pouco do ambiente da cidade, chegar mais próximo as áreas verdes e mostrar os encantos que existem além do terreno urbano. Passear próximo à matas, passar perto de animais como bois, cavalos, gaviões, pássaros diversos e corujas, que são comuns de se encontrar, desperta na criança muito interesse. Por isso, pedalar pelas trilhas do bosque municipal de Garça-SP é um prato cheio e um ambiente muito agradável, por ser ladeado por árvores e animais se opõe ao asfalto e concreto da cidade, que as crianças geralmente já estão bem acostumadas.

É recomendável sempre pedalar de forma defensiva, em velocidade de passeio, o percurso de bike não pode ser muito longo para não cansar a criança e é recomendável levar sempre água. Os primeiros passeios devem ser curtos para o bebê ir acostumando aos poucos. O importante é o conforto dele e evitar se afastar muito da casa, pois qualquer sinal de contrariedade é bom pegar o caminho de volta o mais rápido possível. Nunca levar a criança contra sua vontade, ela precisa ser convencida e se sentir segura. As experiências com a bicicleta devem ser agradáveis, caso contrário, pode ter o indesejado efeito de a criança refutar outros passeios de bike por associar isso a uma experiência ruim, o que pode comprometer e até desestimular o uso da bicicleta na infância.

Dicas para que tudo corra bem:

-Evite vias muito movimentadas, quanto menos veículos por perto, menor a probabilidade de acidentes e mais tranquilo o passeio.

-Evitar o horário com o sol forte entre 10h manhã e 15h da tarde ou não deixe de passar o protetor solar na criança.

– Leve sempre uma garrafa de água.

– Comece devagar, primeiro trajetos bem curtos, dê uma volta no quarteirão de teste, a criança precisa se acostumar aos poucos.

– Nunca leve a criança com sono, nem logo após comer ou mamar.

– É legal também associar o passeio de bicicleta a outras coisa que a criança gosta, como ir ao parquinho, tomar sorvete ou comer uma pipoca. O rolê pode ficar mais gostoso e estimulante.

– Ao contrário do que muita gente pensa, o uso de capacete não é obrigatório. Mas quando se trata de crianças ele para lá de recomendável, em caso de queda, a criança pode não conseguir se proteger com as mãos como um adulto sabe fazer.

Idade e peso determinam como a criança deve ser transportada*:

Canguru

– Preço médio: de R$ 70 a R$ 150

– Indicação: de zero a 18 meses ou até 9kg

– Pode ser de tecido e fibra, com alças dos ombros acolchoadas e reguláveis em comprimento

Cadeirinha dianteira ou frontal

– Preço médio: R$ 70 a R$ 110

– Indicação: crianças de seis meses a três anos ou 15kg

– Pode ser de plástico ou de ferro, pode ter regulagem para os pés

Cadeirinha traseira

– Preço médio: R$ 50 a R$ 110

– Indicação: sem limite de idade, até a criança caber

– Pode ser de plástico ou de ferro. Devem ser colocadas no bagageiro da bicicleta e ter uma grade protetora para os pés

Banco traseiro ou bagageiro

– Preço médio: a partir de R$ 35

– Uma almofadinha sobre o banco deixa o assento mais confortável

– Pode ter proteção e suporte para os pés, e a criança pode se segurar no ciclista ou atrás

*http://zh.clicrbs.com.br

Rudi Arena

Trilha da Fazenda Cachoeiras de São Pedro

Este lugar foi descoberto meio que por acaso em uma tentativa solitária de explorar novas trilhas nas pirambeiras que existem no entorno de Garça-SP, acabei conhecendo e me encantando pelos seus vastos atrativos que esta fazenda proporciona aos amantes de mountain bike.

Não são só as belas paisagens de vales e paredões enormes ao redor que cativa, tem também ao menos uma cachoeira cuja água parece ser própria pra banho, além de outros cursos d´água. Existem ainda represas, descidas alucinantes, assim como subidas quase impossíveis de pedalar montado na bicicleta, em algum momento é preciso descer dela. Na parte mais baixa do vale, há também um singletrack de trios de bois muito legal, tudo isso com um colírio da exuberante formações geográficas que se vê por todos os lados.

Nos fundos da Fazenda Cachoeiras de São Pedro, existem dois caminhos que descem até o fundo do vale, são duas descidas bem técnicas e íngremes, que exigem muita atenção, assim como, também há duas opções de subidas, ambas são extremamente desafiadoras, para não dizer que são muito difíceis de conseguir subir pedalando o caminho todo.

Pelo motivo da trilha ter os dois extremos, subidas e descidas com graus de inclinação bastante acentuado, é que esta trilha apesar de ser de quilometragem baixa (28 km), ela testa os limites do ciclista. Tanto para dosar a velocidade adequada nas descidas de modo a não arriscar levar um tombo que pode ter sérias consequências, como também esta trilha nos faz deparar com os limites do corpo humano, pois é preciso reunir todas as forças físicas e mentais possíveis para tentar pedalar na subidas, tarefa árdua e dificílima de ser executada.

Rudi Arena

A Descida do Capote – Cada Vez Mais Vítimas

Mais uma vez voltamos a fazer a encantadora e perigosa trilha do Downhill com acesso pela Fazenda Cachoeiras de São Pedro, sentido Itiratupã. Ficou conhecida como a descida do capote, foi apelidada assim, justamente pelo fato de que em outa ocasião um amigo sofreu uma forte queda nesta descida, já postado neste site.

Domingo pela manhã (14/06/2015) fomos novamente para esta íngreme descida e outras quedas acabaram por ocorrer, desta fez foram três quedas foram registradas pela lente do Piramba MTB, mas por sorte, ninguém se machucou de forma séria desta vez. Foi mais o susto e também um aro dianteiro de uma das bicicletas ficou bem torto, foi preciso desentortar na mão mesmo, na base da força bruta para poder seguir em frente.

Ao final, deu tudo certo, mas a lição que fica é que nesta descida todo cuidado é pouco, ela engana e é traiçoeira, qualquer empolgação ou desatenção durante a descida pode resultar em tombos cujas consequências podem ser muitas, desde um arranhão apenas como algo mais sério, por isso requer toda a atenção do ciclista.

Rudi Arena

Trilha das Represas – Igurê

A Fazenda Igurê e suas adjacências, sempre foram um prato cheio para os praticantes de mountain bike de Garça e região, a propriedade rural é grande, repleta de caminho e possibilidades. Não existe só a trilha da mata, do terreirão, ou da antiga porteira ferro, tem muito mais. Neste pedal, seguimos para o limite da fazenda sentido Bauru, pelo caminho a margem da Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros, até chegar a uma placa das famosas sedas de Gália-SP, daí então é preciso pegar uma carreador ou rua de café à esquerda e após descidas abruptas, chega-se em uma represa distante de tudo. Próxima ao território da Igurê, mas não necessariamente pertencente a ela acredito.

Na realidade, trata-se de um pesqueiro fantasma, com duas lagoas secas e o que sobrou de uma edificação, inclusive ali existe um pesado cofre abandonado, que vai saber a quem pertence. Porém, por outro lado brota peixes e vai saber mais o que da represa que persiste ali, é comum achar alguém pescando.

A volta deste pedal passa ainda por outra represa e poderia passar por mais, tão fecunda de águas é a Fazenda Igurê, que é uma mãe para todos os amantes de mountain bike de nossa querida cidade de Garça-SP, por suas vastas terras, com mata atlântica preservada, cachoeira, diversas represas, agradáveis descidas, muitas trilhas entre cafés, eucaliptos e seringueira, também é próxima a cidade e a entrada pode até não ser permitida oficialmente, mas ao menos é bem tolerada.

Rudi Arena

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Que Espécie de Aranha É Esta?

Ao voltar pela Estrada da Bomba (Adutora B1) de uma trilha em que a ida foi pela Cachoeira da União (Atrás da Mata do Bosque), nos deparamos com uma aranha chamou bastante a nossa atenção, pois era grande, robusta e até então nunca vista por nós. Ficamos olhando-a e ela se mostrou imóvel o tempo todo, chegamos a pensar que estaria morta, mas não, estava é assustada com a nossa presença que a impediu de seguir seu caminho, porém, logo deixamos de importuná-la para que pudesse retomar sua estrada.

Nestes pedais pirambeira afora, já encontramos diversas espécies de aranhas, algumas grandes, em geral próximas as cachoeiras, mas um pouco menor do esta. Uma exceção foi a aranha caranguejeira encontrada na entrada da mata da cachoeira da Igurê, mas que infelizmente não foi possível fazer um registro dela naquele momento.

Desta vez, o que me intrigou nesta aranha é que mesmo após uma pesquisa na internet, não consegui identificar que espécie de aranha seria esta. Quem sabe seja a temida e venenosa aranha armadeira? De uma coisa eu sei, ela parece não ser do tipo de fazer teia, mas sim de caçar andando pelo chão, além de ser bem estranha e impor respeito.

Rudi Arena

Trilha das Águas com Chuva

Um pedal que percorre a fazenda de cultivo de eucalipto pertencente a empresa Duratex, esta localizada entre os municípios de Garça e Gália, mas pertencente ao último. Neste dia uma forte chuva nos pegou de surpresa, o que só fez aumentar o espírito de mountain bike na veia. É uma trilha sempre bem legal de se fazer, pois percorre diversos tipos de terrenos, passa por represas, por um rio, e a forte chuva que nos atingiu veio pra lavar a alma e deixar o pedal ainda mais divertido. As bikes é claro, precisaram de uma boa lavada e até de uma revisão, mas isso perto do prazer ela proporcionou não foi nada.

Rudi Arena

Capote na Descida

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O que esta descida tem íngreme, tem também de perigosa. Infelizmente, neste dia um amigo de pedal caiu da bicicleta, e como a bike pega velocidade fácil, uma queda nestas condições pode trazer sérias consequências. Embora o tombo tenha sido forte, pois ele bateu a cabeça e rolou por diversas vezes ladeira abaixo, graças a utilização do capacete, ele se machucou mas evitou um mal maior. Por isso, é sempre bom reiterar a necessidade de usar-se o capacete, pois nunca se sabe quando iremos tomar um tombo, basta andar de bicicleta que sempre existirá um risco, por menor que ele seja.

Rudi Arena

3º Dia na Estrada Real – Cunha-SP à Paraty-RJ

Terceiro e último dia na Estrada Real, o dia com o pedal de menor quilometragem de nossa viagem, porém, isso não quer dizer que não foi preciso se esforçar bastante, pois os primeiros 30 km são praticamente só subida, não tem refresco nenhum e haja perna, joelho e pulmão para pedalar em tanta subida. Para compensar também, quando acabaram as subidas, só vieram descidas, uma atrás da outra, ininterruptamente, um verdadeiro paraíso do downhill de aproximadamente 20 km só de descidas íngremes e alucinantes. O difícil é não parar um pouco em algum momento para esticar os dedos, pois eles doem muito de tanto que tem que contraí-los para apertar o breque, esta peça da bike que foi muito exigida, pois se deixar a bike solta, é impossível fazer as curvas depois.

Quase em queda livre nas descidas, chegar até Paraty foi até que foi rápido. Assim, foi possível ter um pouco de tempo para aproveitar o sol ainda raiando na praia e saborear peixes e frutos do mar para fechar com chave de ouro o último dia de pedal, de uma viagem inesquecível pelos mais variados motivos. Porém, logo brisa do mar se foi, o tempo se esvaiu em um estalar de dos, no dia seguinte cedo teríamos que sair para uma longa viagem de mais de 600 km até voltarmos para Garça-SP.

Uma pena é que parte deste trecho foi recentemente pavimentado, motivo de uma longa controvérsia judicial, as obras haviam sido interditadas. Decisão judicial que entendo acertada, pois existem outras vias de acesso entre os dois municípios, e seria evidente o dano ambiental de asfaltar esta estrada que passa por belíssimas paisagens de serra da mata atlântica com uma biodiversidade riquíssima, pavimentá-la poderia colocar em risco tudo isso. A ação que originou este processo judicial, chegou a impedir qualquer trabalho de alargamento ou reparo no trecho de 12 km dentro do Parque Nacional da Serra da Bocaina. A medida foi requerida pelos ambientalistas, via Ibama, sob a argumentação de que a estrada da serra asfaltada, criaria desequilíbrios ecológicos e fortes impactos ambientais à flora e fauna. No entanto, o jogo virou e a informação é de que 100 homens já estão trabalhando e máquinas e equipamentos retornaram ao local da obra. Estas, que estiveram embargadas de 23 de agosto a 01 de outubro de 2014 em decorrência de ação judicial, foram retomadas em 05 de março de 2015. Mais uma vez, a natureza perdeu frente a interesses de econômicos.

Rudi Arena

2º Dia na Estrada Real – Trecho de Cruzeiro-SP à Cunha-SP

Um pouco mais habituados a Estrada Real e seus marcos que indicam a direção a ser seguida, iniciamos nosso 2º dia de pedal com destino a bela cidade de Cunha, já bem próximo do estado do Rio de Janeiro. A expectativa era que o dia fosse longo, pois dos três dias programados, este era o trecho de maior quilometragem, mais de 100 km a serem pedalados, ainda bem que o café da manhã foi bom o suficiente para fornecer a energia necessária para o começo do pedal que prometia ser longo e cansativo, uma vez que no dia anterior já haviam sidos pedalados 90 km.

Após um início de pedal chuvoso no começo da manhã que fez com que as bicicletas ficassem repletas de barro, o sol acabou vindo com força depois, foi então que passamos pela subestação de energia elétrica de Furnas na cidade de Cachoeira Paulista e pedimos para lavar as bikes, o que nos foi autorizado de pronto.

Este foi o único dia em que pedalamos apenas no estado de São Paulo, porém saímos da divisa de Minas Gerais e fomos até a divisa do estado do Rio de Janeiro. Infelizmente, foi um dia em que pegamos mais asfalto e também um bom trecho com uma paisagem mais urbana, principalmente quando passamos pela a região de Guaratinguetá. No entanto, os belos visuais de Serra tanto quando saímos de Cruzeiro como quando chegamos à Cunha acabou por compensar a parte que percorremos por uma paisagem nem tão bela assim.

Ao Final, foi o dia mais cansativo sem dúvida, dado a alta distância percorrida, foram pouco mais de 100 km, e também pelo fato de termos que superar grande elevação de altitude, saímos de altitude de 517 metros para 950 metros, e com muitas subidas íngremes pelo caminho. E um fato curioso que ocorreu, foi ter encontrado um senhor em um sítio por onde passa estrada real e ele estava com um saco cheio de formigas iças que ele havia coletado para alimentação. As famosas tanajuras, que todo mundo já ouviu falar que são consumidas por humanos, mas difícil é encontrar essas pessoas que as comem, e não é que encontramos uma. Aliás, o mesmo senhor disse que é uma delícia e que vale a pena o esforço. Fica aí a dica para quem gosta de arriscar novos sabores, trata-se de um hábito herdado dos indígenas e que continua vivo até os dias de hoje no Brasil.

Rudi Arena

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1º Dia na Estrada Real – Trecho de São Lourenço/MG à Cruzeiro-SP

Esta foi uma viagem com destino a uma estrada histórica brasileira, mais precisamente da época do Brasil colônia que tinha na Estrada Real sua mais importante rota, o caminho velho, estrada oficial, era o único autorizado para a circulação de pessoas e mercadorias. A partir da descoberta de ouro na região de Minas Gerais no final do século XVII, este caminho transformou-se na rota preferida para chegar até lá, assim como para o escoamento de ouro, que era transportado por mar de Paraty para o Rio de Janeiro, de onde embarcava para Portugal. Esta foi a primeira estrada aberta pelos bandeirantes e oficializada pela Coroa Portuguesa, inicia-se em Ouro Preto-MG e o termina na cidade de Parati-RJ, percorrendo os estados de Minas Gerais, São Paulo e o Rio de Janeiro. Ao longo de toda a Estrada Real existem marcos, umas espécies de pequenos totens fincados ao chão com informações locais e que indicam a direção a ser seguida, estão presentes sempre em que há pontos de bifurcação ou em locais que geram dúvida para o viajante sobre o caminho a ser seguido

No entanto, em razão da disponibilidade de poucos dias, optamos por não fazer a Estrada Real na íntegra, mas sim a sua metade final, o planejado foi pedalar por três dias com saída em São Lourenço-MG e destino final em Parati-RJ, com duas paradas pelo caminho para pernoite. Assim, no primeiro dia de pedal, saímos de uma pousada da Estância Hidromineral de São Lourenço-MG com destino de chegar na região da divisa de Minas Gerais com o estado de São Paulo, em uma propriedade rural a beira de uma estrada, próximo a cidade de Cruzeiro-SP, que fica ao pé da Serra da Mantiqueira. Cidade também histórica, pois um importante capítulo da Revolução Constitucionalista de 1932 foi ali travado, foi a última cidade paulista a se render e onde foi assinado o armistício, uma cidade estratégica naquele momento pela sua localização geográfica.

Ao final, foram mais de 89 km rodados, com belíssimas paisagens de montanhas, mas com direito a alguns contratempos também, como perder-se no caminho, a dificuldade de atravessar um rio fundo e com correnteza, chuva, o cair da noite, e a dificuldade de se achar a fazenda que alugou os aposentos para dormimos naquele dia. Mas no fim, tudo deu certo, apesar de ter sido um dia um tanto tenso e cansativo. Ainda bem que fomos recepcionados com uma farta mesa de uma saborosa comida, para deleite nosso, foi servido um feijão tropeiro de lamber os beiços e repetir o prato. Depois, foi só dormir para acordar cedo no dia seguinte para mais um dia de extenuante pedal.

Uma das coisas mais marcantes neste dia, foi o casarão antigo datado de 1908 em que dormimos, não tinha luxo algum, os ralos do banheiro estavam entupidos e o banheiro inundava, insetos por todas as partes, a água que saia do chuveiro e das torneiras era barrenta, talvez ela era retirada de um rio próximo à fazenda e com a chuva a água turvou, apenas uma hipótese. Mas a recepção foi muito acolhedora, assim como a fartura do jantar e do café da manhã do dia seguinte, acabou por compensar qualquer outra coisa.

Rudi Arena

Águia-Pescadora (Pandion Haliaetus)

Já faz um bom tempo que ando intrigado com uma grande ave de rapina que por algumas vezes avistamos de longe, exatamente, lembro-me bem de três vezes, a primeira vez foi em fevereiro de 2011 quando sobrevoava a Cachoeira dos Bandeirantes, a segunda vez foi bem próximo dali, perto da Cachoeira da Constroli e da última vez e mais recentemente na Fazenda Cascata. Em todas as vezes que eu a avistei, fiquei bastante encafifado, pois não conseguia reconhecer que ave que seria aquela de cabeça branca e partes inferiores brancas e as pontas das asas escuras.

Fiz na época algumas pesquisas na internet sobre aves de rapina do Brasil que se mostraram infrutíferas, o que só aguçou ainda mais a vontade de querer saber que ave seria aquela, até que uns dias atrás em um reportagem na TV mostrou apareceu águias pescadoras e no momento que assisti, a imagem de uma delas voando de longe, me veio na mesma hora a lembrança da ave avistada. Pesquisando mais a fundo sobre esta ave, foi aumentando a minha certeza de que realmente o animal que já tínhamos visto era uma Águia-Pescadora. Ainda mais, que apesar de existir outras aves que podem ser confundidas com ela, mesmo com grandes diferenças, são a águia-cobreira (Circaetus gallicus), a águia-de-bonelli (Hieraaetus fasciatus) e a águia-calçada (Hieraaetus pennatus). Porém, nenhumas dessas espécies habitam o Brasil, nem mesmo o Continente Americano. Esta confusão apenas poderá ocorrer devido às partes inferiores destas aves serem esbranquiçadas.

A águia-pescadora, que não é nativa do Brasil, também pode ser chamada de águia-pesqueira, ou águia-marinha (Pandion haliaetus) é uma águia da família Pandionidae, é a única representante do gênero e também da família, e distribuída em quase todos os continentes. Uma característica fundamental dela é ser uma ave migratória, que reproduz na América do Norte, chegando ao extremo sul da América do Sul. Entretanto, ocorre também em todo o mundo, na Austrália, Africa, passando pela Europa, e pelo Japão. A população mundial situa-se em cerca de 30 000 casais, sendo a maioria nidificante na América do Norte e migrando da América do Norte até a Argentina e Chile, com distribuição isolada em grande parte do Brasil.

As que dão a graça por aqui, são originária do norte do Continente Americano, onde se reproduzem. Existem registros de sua ocorrência em vários estados do Brasil, como Amazonas, Roraima, Pará, Amapá, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Mato Grosso, Goiás, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Ceará. No fim do Verão, as águias-pesqueiras deixam a região onde se reproduzem e partem para o sul, passando o Inverno em zonas tropicais. Mas, na Primavera seguinte cada casal volta para procriar exatamente no mesmo lugar.

Apesar de mais numerosa no final e início do ano, tem sido encontrada durante todos os meses no Brasil, o que pode indicar que talvez esteja se reproduzindo em terras tupiniquins, fato ainda não comprovado. A espécie migra ainda jovem e leva de 2 a 3 anos para tornar-se adulta, quando regressa à América do Norte para se reproduzir. Vive normalmente solitária, voando alto ou pousada sobre árvores isoladas, aprecia bastante peixes, mas também faz parte de sua dieta pequenas aves, mamíferos, répteis, anfíbios, assim como crustáceos e outros invertebrados.

Rudi Arena

Mapa-Águia pescadora
*Cidades onde os observadores do WikiAves registraram ocorrências da espécie águia-pescadora (Pandion haliaetus). A concentração de pontos em uma região não indica, necessariamente, concentração de aves nesta região pois está relacionado também à concentração de observadores, principalmente nos grandes centros urbanos.

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*Foto tirada na Fazenda Cascata-Garça/SP

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*Desenho retirado do site http://www.saudeanimal.com.br

Fontes: http://www.wikiaves.com.br
http://www.avesderapinabrasil.com
http://www.wikipedia.org
http://www.saudeanimal.com.br

Tamanduá-Mirim Morto na Rodovia

Não faz muito tempo que postamos fotos de um Guaxinim encontrado morto na estrada, agora recentemente e praticamente no mesmo local, também tivemos a infelicidade de encontrar um tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla) sem vida também. Este parente do bicho preguiça e que parece vestir um colete preto é de uma beleza peculiar.

Foi só mais um de muitos que morrem assim diariamente, vítima de atropelamento, e isso é indício de que neste local muitos animais silvestres tentam cruzar a rodovia ao sair da Fazenda Igurê, lugar em que a fauna é abundante, uma vez que tem muitas matas e represas, e é um ambiente propício para os bichos.

Nunca tínhamos avistado qualquer tamanduá na região e quando encontramos um, estava morto. Preferia não tê-lo visto, mas ao menos sabemos que tamanduás-mirins estão a nossa volta e que este ponto específico da rodovia SP-294 deveria ser objeto de preocupação das autoridades competentes no intuito de minimizar a ocorrência de atropelamento de animais silvestres.

Ao menos pintar faixas nas pistas, colocar placas para reduzir velocidade e também para indicar a ocorrência de animais, já seria um bom começo e é uma medida de baixo custo que poderia alertar os motoristas. O ideal mesmo, seria uma passagem subterrânea, mas esta medida é de difícil implantação por ser bem mais onerosa. De qualquer forma, alguma atitude deveria ser adotada, caso contrário vai continuar o baralho de sangue de cartas marcadas.

Rudi Arena

Trilha da Moto 2 – Bauru com Sujo de Barro.

O ultimo sábado, dia 20 de dezembro de 2014, foi um dia bastante especial.

A convite do Sujo de Barro, Thiago Zancopé, partimos as 7 e meia da manhã em direção à Bauru para pedalar na Trilha da Moto 2. Fomos recebidos (eu, Fausto, Bulho e César) alegremente e partimos para a famigerada trilha da Moto 2. Seria essencialmente 30 quilômetros de pedal sendo estradões e a trilha em sí que compreende uma mata com single-track muito bem conservado.

Sempre que se parte para algum novo pedal fica a expectativa do que se encontrará pela frente e, o que presenciamos foi uma trilha deliciosa de ser pedalada praticamente plana e bastante fluente com muitas curvas e raízes. Foi em uma dessas curvas que fui presenteado com uma queda. Minha roda escorregou em um pouco de areia e acabei sendo jogado por cima do guidão. Adrenalina a mil nem senti os arranhões e a aventura continuou. Ao final da trilha por sugestão do Zancopé nos dirigimos até Guaianás.

Quando chegamos até a igreja desse distrito de Pederneiras o relógio já marcava o meio dia e, após tomarmos uma Coca gelada partimos para a Cachoeira de Itatinguí. E foi a partir daí que o sol deu o ar da graça. A cachoeira foi providencial para recarregar a positividade e então pedalamos até a Estação Ferroviária de Itatinguí. Nesse ponto já me encontrava bastante cansado.

Partimos de volta para Bauru e então que o pedal se torna uma espécie de guerra psicológica com seus próprios limites. Faltando 3 quilômetros fui vencido por meu corpo. Já não conseguia mais avançar.

Mesmo assim tudo valeu a pena e faria novamente tal destino.

Os momentos de adrenalina, a companhia dos amigos, as risadas, o suor e até a queda… não há nada que pague esses momentos que nos fazer sentir mais que vivos. Parece que a centelha de vida que se contém em nosso corpo pulsa e nos faz gratos por nossa existência.

Obrigado Sujo de Barro e até a próxima aventura. Ah, os 30 quilômetros programados se transformaram em 65 quilômetros ao final e ainda sinto em minhas pernas.

A pergunta, porém, ainda persiste:

On cotô?

2ª Cachoeira da Geladeira (Inédita)

Se por um lado tivemos a decepção de encontrar a Cachoeira da Geladeira sem seu característico poço, por outro lado, no mesmo dia tivemos a agradável sensação de ter conhecido mais uma bela cachoeira. Esta, junta-se a outras dezenas já percorridas e registradas pelas lentes do Piramba-MTB.

Para chegar até esta queda d`água que cai de grande altitude em pedras, é preciso seguir o curso do córrego da cachoeira da geladeira sentido Marília-SP, após andar um certo tempo pelo seu leito e também pela sua margem, chegamos enfim a mais uma cachoeira localizada no município de Garça-SP. A queda fica do lado esquerdo e ainda era desconhecida por nós, apesar de já sabermos da sua existência e avistá-la de longe, demorou para conseguirmos chegar em baixo dela.

Na primeira tentativa a quantidade de teias e de aranhas era tão grande, que andar pelo rio era uma tarefa árdua e extremamente lenta, assim, achamos por bem abortar a missão. Alguns anos depois, houve a segunda tentativa, nada de teias e nem aranhas, o caminho estava livre para que pudéssemos desfrutar de um banho em uma cachoeira inédita para nós, o que foi muito gratificante, pois é sempre uma felicidade ímpar a sensação de conhecer uma nova cachoeira.

Rudi Arena

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A Cachoeira da Geladeira Vai Ter Que Mudar de Nome

A Cachoeira da Geladeira localizada em Jafa e cuja característica principal é seu poço de água gelada, vai ter que mudar de nome. É com muito pesar, que escrevo essas más digitadas linhas, para noticiar a quem ainda não sabe, que uma das melhores e mais conhecidas cachoeiras de Garça, que tinha o mais fundo poço de todas (mais de 5 metros de profundidade), acabou, ao menos ela não existe mais na forma como estávamos acostumados a ver e apreciar.

Da última vez que ali fomos, tomamos um susto quando chegamos a tão almejada cachoeira, pois constatamos que o poço simplesmente havia desaparecido para dar lugar a um grande banco de areia. Uma das cenas mais tristes já vista por mim, ecologicamente falando é claro, ainda mais pela relação afetiva que foi desenvolvida pelo lugar.

Como é regra, e não exceção, os córregos e nascentes de Garça e região, assim como Brasil a fora, sofrem com o desmatamento de suas margens e o assoreamento de seu leito. Isso, na maioria das vezes diminui significativamente o nível da água dos rios, e assim prejudica de diversas formas os seres vivos que existem ali ou que dependem de sua água para viver.

O cumprimento ao menos do que determina o Novo Código Florestal Brasileiro, já seria um grande avanço para evitar estas tristes ocorrências, embora o novo código tenha sofrido com a diminuição da proteção da mata ciliar legal exigida em comparação ao antigo texto. Uma recomposição mínima da cobertura vegetal das nascentes são essências para que possamos continuar a aumentar a população, sem que soframos com uma grave escassez de água, cujos sinais já estão sendo enviados.

Rudi Arena

Curicaca na Cachoeira da Constroli

Ao voltar de um relaxante banho da Cachoeira da Costroli no final da tarde, nos deparamos com uma ave diferente com um longo e curvado bico, de longe lembra até um pato com sua cauda curta, ficamos intrigados em saber que animal seria aquele até então nunca visto por nós.

Após tirar a uma certa distância fotos do casal de aves, ao filmá-las, elas voaram, mas foi o suficiente para registrar mais uma espécie animal que encontramos piramba a fora. Ao chegar em casa, logo pesquisei na internet no intuito de descobrir o nome da ave avistada, em pouco tempo tive a certeza tratar-se de uma Curicaca (Theristicus caudatus).

O nome popular dado a esta ave se dá em razão da semelhança de seu canto composto de fortes gritos, no pantanal é conhecida como despertador. Habita campos secos, alagados e pastagens. Alimenta-se durante o dia e também ao pôr-do-sol. Tem alimentação variada, composta de insetos e larvas, centopeias, pequenos lagartos, ratos, caramujos, insetos, aranhas e outros invertebrados, anfíbios e pequenas cobras, e até mesmo aves menores. Seu bico, longo e curvo, é adaptado para extrair larvas de besouros e outros insetos da terra fofa. Uma curiosidade deste animal é ser um dos poucos predadores que não se incomodam com as toxinas liberadas pelo sapo (Bufo granulosus), por isso este anfíbio pode fazer parte de sua dieta.

Como diz o ditado, vivendo e aprendendo, são tantas as espécies animais que habitam a nossa volta, mas poucas são as que conhecemos de fato. Por isso, é sempre gratificante avistar animais que até então desconhecíamos, evidência da vastidão de nossa fauna e do nosso parco conhecimento, o que é muito bom para aguçar aquela curiosidade que nos leva adquirir novos conhecimentos. Abaixo segue um mapa de registro da espécie no Brasil, pode-se notar que o interior de São Paulo faz parte da distribuição geográfica desta ave.

Rudi Arena

Fonte: http://www.wikiaves.com.br/

Mapa de registros da espécie curicaca (Theristicus caudatus)*

mapaocorrencia

*Cidades onde os observadores do WikiAves registraram ocorrências da espécie curicaca (Theristicus caudatus). A concentração de pontos em uma região não indica, necessariamente, concentração de aves nesta região pois está relacionado também à concentração de observadores, principalmente nos grandes centros urbanos.