As cachoeiras e suas classificações, seus encantos, sua importância para a humanidade e sua natureza jurídica. E por que fazem macumba nesses locais?

Por Rudi Arena

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Oferenda na Cachoeira do Pico do Carcará em Garça-SP.

Com Certeza

Com certeza, você já se banhou na queda de uma cachoeira,

Sentindo a sensação da sua alma sendo purificada por inteira”

Trecho da música “Com Certeza” da banda Planta e Raiz.

“Águas de Cachoeira”*

“Lá na pedreira
Rola da cachoeira
Uma água forte
Pra me banhar
Uma água forte
Pra me banhar

Ela me enche de fé
Me dando um banho de paz

Bebo dela no coité
E vejo o bem que me faz
Água de beber
Água de molhar
Água de benzer
Água de rezar

Na boca da mata
tem chave de ouro
Tem pedras de prata
E aves de agouro
Tem um doce mistério
Que eu não sei contar
Eu só sei dizer pra você
Que meu pai mora lá”


* Composição de Labre e Carlito Cavalcante / Jovelina Pérola Negra, mas também conhecida na interpretação de Maria Bethânia

Introdução:

Desde a adolescência, quando me lembro dos meus primeiros banhos de cachoeira, essa experiência sempre me despertou bons sentimentos e me impactou de forma positiva. É claro que uma cachoeira é uma espécie de atrativo natural ótimo para de se banhar e se refrescar nos dias de calor, mas entendo hoje que as cachoeiras não são simples queda d’água.

Depois que formei na faculdade e voltei para minha cidade natal em Garça-SP em 2003, progressivamente passei a andar de bicicleta e pegar umas estradas de terra, mas só alguns poucos quilômetros, que me pareciam muito naquela época. Pouco tempo depois já havia encontrado boa companhia e a intenção era procurar chegar mais perto de vales e paredões muito comuns na região. Para isso era preciso sair da estrada e da zona de conforto, enfrentar algumas dificuldades pelo caminho e um terreno mais hostil. Ali estava o embrião do Piramba MTB. Com um pouco mais de tempo a turma foi aumentando e a busca passou a ser por cachoeiras. Esse caldeirão formou a identidade do grupo, cuja imagem hoje está indissociável das cachoeiras.

Cada cachoeira nova conhecida era um momento de grande contemplação e deslumbramento, e por isso mesmo, cada vez mais a gente queria ir de bike e buscar novas cachoeiras. Nesse intento, conseguimos chegar a algumas cachoeiras por indicação de pessoas, mais em muitas outras a tarefa era exploratória com base na intuição e mais recentemente com o google maps com suas imagens por satélite, que ajudam muito.

Desde o início por essa busca incessante por cachoeiras, quase todas as semanas desde então vou de bike até uma das tantas que há em Garça-SP, ainda que o tempo esteja frio. Só de estar próximo da cachoeira a sensação é sempre muito boa. O engraçado é que sinto falta de cachoeira se fico um tempo sem ir até uma delas. Ao longo do tempo passei a reconhecer que ao menos pessoalmente e de forma empírica com base na causa e efeito, o banho de cachoeira sempre pareceu revitalizar o corpo e a alma.

Antes de entrar, a água parece estar sempre muito gelada e é preciso uma certa coragem, pois realmente a temperatura é fria, mas ao adentrar em baixo da queda d’água parece que um turbilhão de sensações toma conta do corpo e da mente, o frio parece não ser mais um problema, e depois é normal ser tomado por uma ótima sensação de bem estar.

Por tudo isso, virei um grande apaixonado por cachoeiras e um assíduo frequentador delas. O interesse é tanto que resolvi pesquisar e escrever sobre o tema. Na minha concepção, embora não seja possível comprovar os benefícios dela para saúde física e mental pela ciência da atualidade, ninguém pode negar os encantos desses lugares, a plasticidade de sua beleza natural, que funciona como um lugar de lazer e como, ainda que de forma marginal, a gente se depara com ela no dia-dia sem querer, seja na tela de um quadro ou nos filmes, novelas e desenhos, já que é sempre um cenário fascinante para as artes visuais.

Além disso tudo, é inegável também a importância das cachoeiras para algumas etnias ou denominações religiosas, como a cena clássica com que já nos deparamos muitas vezes, que é a oferenda.

Também é muito interessante a classificação das cachoeiras. Sim, existem nomes diferentes de acordo com as características da queda d’água. Geralmente usamos cachoeira para todas as quedas d’água, mas todos já ouvimos falar em salto, cascata ou cataratas, não é? Tudo isso será mais explorado ao longo desse artigo. Observo que, ainda que seja um assunto muito interessante, me deparei com poucas fontes para estudo, mas garimpando bastante ali e aqui foi possível conectar um pouco de tudo o que já foi estudado sobre cachoeira para consolidar este texto que vem colocar um pouco de luz sobre assunto, as cachoeiras, seus encantos e sua importância para a humanidade.

A Cachoeira em amplo e estrito sentido (lato sensu e stricto sensu)

Normalmente, quando falamos em cachoeira, usamos a palavra em seu sentido amplo, extensivo para se referir às diversas formas de queda d´água existentes nos rios mundo afora. No entanto existem diferenças e para cada uma delas também existe um nome específico conforme alguns critérios e características. Podem ser classificadas assim:

QUEDA D’ÁGUA

Este é um termo que pode ser usado para qualquer tipo que será citado abaixo, independente das tipificações de cada uma, porque um termo bem genérico.

CACHOEIRA

Este termo é usado quando a queda d’água possui mais de 2 metros de altura, independente das descrições que serão citadas abaixo. A única coisa que difere de uma queda d’água é sua altura mínima, se encaixando, portanto, na categoria acima, porém o termo queda d’água quando se fala sobre uma cachoeira não está errado. É apenas um termo genérico. Portanto, tudo e qualquer curso d’água que despenca a mais de 2 metros é considerado uma cachoeira.

A cachoeira é muito semelhante à Cascata (e para muitos, a mesma coisa), que recebe este nome quando a queda não tem interrupção, quando a água desce diretamente ou com poucos obstáculos.

Cachoeira das Andorinhas – Cânion Itaimbezinho – Cambará do Sul

SALTO

Aqui começa a divergência entre pessoas, porque, sem conhecimento técnico, nomeiam uma cachoeira sem saber se ela pode ter os requisitos para levar o título de salto. Para uma queda d’água levar o título de salto, ela tem que possuir uma forma de esguicho, ou melhor dizendo, não ter contato com a pedra, caindo sem obstáculos. Existe a queda mista que entra também neste ponto, porque cachoeiras que tenham mais de 70% da sua queda, sem interrupção ou contato com as pedras, já é considerada salto.

Exemplo: Salto Ventoso, Salto Angel (Venezuela), Salto São Francisco.

Imagem: Foto: Antonio Hitcher

Para entender como estas definições são tênues, basta verificar que a maior cachoeira do mundo se chama Salto Angel (imagem acima), com seus 979 metros de altura.


CASCATA

Tendo a grande maioria das cachoeiras com esse estilo cascata, nada mais é do que o inverso do salto, fazendo com que a água deslize sobre as pedras no declive, independentemente de sua extensão. Existindo uma variedade delas e todas abrangendo o termo cascata, então pode–se aplicar os termos genéricos de queda d’água ou cachoeira, mas o especificado é cascata.

Cascata Rasga Diabo

Apenas quando há declives com pedras e ondulações é que leva o nome de cascata.

Um exemplo equivocado é da famosa Cascata Caracol, porque se trata de um salto, como se pode ver na imagem abaixo.

Cachoeira Caracol (Aqui temos um exemplo equivocado. Trata-se de um salto que foi chamado de cascata. Notem que a sua maior parte é queda livre, por isso é um salto)


CATARATA

O auge que uma queda d’água pode chegar é ser uma catarata, diferenciada das outras porque tem um volume de água absurdo. Possui uma formação semelhante a salto, mas existe uma extensão mínima necessária para ser nomeada. Pode ter até interrupções por igual com algumas quedas próximas.

Cataratas do Iguaçu (Foz do Iguaçu/PR)

As Corredeiras

Corredeiras, Fluxo, Agua, Natureza, Panorama, Floresta

Embora não seja propriamente uma cachoeira, muitos a confundem com ela, mas, na realidade, trata-se de uma corredeira, mas não é por acaso, porque elas têm suas semelhanças. Mas esta é a parte do rio em que as águas, devido à diferença de nível, correm ligeiras e fazem muita espuma. A água em uma corredeira não cai, ela corre, por isso o nome, e corre rápido, em contraposição à calmaria aparente dos rios em terreno plano. Por isso mesmo, uma corredeira de água limpa é um ótimo lugar praticar esportes como rafting com caiaques, mas também para se lavar roupas e utensílios, e por isso as corredeiras pela força de suas águas foram locais historicamente utilizados por indígenas, ribeirinhos e quilombolas para esses fins.

O interessante que é lavar roupas nos rios é até hoje uma profissão no Brasil. O ofício de lavar roupa à beira do rio ainda é praticado por centenas de senhoras nas regiões ribeirinhas do rio São Francisco. Elas acordam cedo, com o raiar do “sol do Chico”, e partem com as roupas para a beira do rio.

*Antigamente, as lavadeiras passavam pelas ruas da cidade carregando o filho menor no colo, vestidas com saias de retalhos coloridos e equilibrando pesadas trouxas de roupas na cabeça. Hoje em dia, usam o carrinho de mão para o transporte das roupas e já não cantam os lamentos da profissão. As ladainhas entoadas pelas lavadeiras de antigamente ficaram nos livros. Agora, a canção sertaneja, de axé, arrocha e brega ganham voz na boca dessas ribeirinhas guerreiras.

Em Propriá, distante 99 km de Aracaju, na divisa entre os estados de Sergipe e Alagoas, as lavadeiras ainda mantêm a tradição de bater a roupa nas pedras para retirar o excesso do sabão, da água e da sujeira. Depois da lavagem primitiva, espalham as roupas na beira do rio.

** Uma corredeira ou rápido[1] é a seção de um rio ou curso de água onde o leito do rio tem o gradiente relativamente alto, aumentando a velocidade da água e a turbulência. Uma corredeira é uma característica hidrológica entre uma leve correnteza e uma cascata. Caracteriza-se pelo rio tornar-se mais raso e com algumas rochas expostas acima de sua superfície. Como a água corrente salpica, chapinha e respinga violentamente sobre e em torno das rochas, bolhas de ar se misturam e em partes da superfície adquirem uma cor branca. Corredeiras ocorrem onde o material do leito é altamente resistente ao poder erosivo do fluxo em comparação com o leito a jusante (corrente abaixo) das corredeiras. Córregos e rios muito jovens fluindo, cruzando seu caminho através da rocha sólida, podem ser corredeiras por muito do seu comprimento.

Corredeiras são categorizadas em classes, geralmente indo do nível I ao VI. Uma corredeira 5 ou V pode ser categorizada como classe 5,1-5,9. Corredeiras classe I são fáceis de atravessar e não necessitam de manobras, enquanto as corredeiras da classe VI representam uma ameaça à vida.

*https://virecarranca.com.br/2020/07/13/lavadeira-do-rio-uma-profissao-que-resiste-ao-tempo/

**https://pt.wikipedia.org/wiki/Corredeira

As cachoeiras nos filmes, novelas e desenhos

No clássico desenho do Pica-Pau, a ave tenta descer a qualquer custo pelas cataratas

As cachoeiras povoam o imaginário popular e cultura pop, além de estarem presentes nas atividades econômicas ligadas ao turismo, à religião, à cultura e à história dos povos. Está também na música popular brasileira em canções como“Com Certeza” da Banda de Reggae Planta e Raiz e “Águas de Cachoeira” de Jovelina PérolaNegra. É cenário de filmes de Hollywood como o Blockbuster, a saga “Crepúsculo – Amanhecer Parte 1, ou em filmes nacionais como o indicado ao prêmio do Oscar de 1996, o longa metragem “O Quatrilho. A beleza das quedas d´água é muito comum nas populares novelas nacionais como a Cachoeira Santa Maria em Pirenópolis da novela “Estrela Guia” com a cantora Sandy como protagonista. O cenário de Carrancas-MG de vegetação e montanhas também já serviu de pano de fundo para novelas como “Império” (2014), “Orgulho e paixão” (2018) e “Espelho da vida” (2018). Muitos são os documentários que bebem de sua fonte.

E ainda está presente em desenhos animados, como no icônico episódio do Pica Pau até um pouco polêmico com o Barril descendo a Catarata de Niágara de 1956. Foi objeto até de reprodução da cena nas Cataratas do Iguaçu no Brasil e de um filme.

Uma Cachoeira e seus encantos mil

Não é só a beleza da água a cair, ou o forte som que dela emana que nos fascinam. Em geral, ela está envolta a um exuberante meio ambiente. São os pássaros a cantar ao redor, as belas e altas árvores a nos deixar com a sensação de sermos pequenos perante uma cachoeira em sua plenitude, o leito do rio cavado pela água corrente contínua tem suas cores particulares realçadas em contraposição ao verde da mata, as rochas sempre brutas revelam um passado longínquo na terra, o relevo singular completa geralmente as belezas desses lugares.

Nenhuma cachoeira é igual a outra, umas são mais altas, outras mais baixas, umas mais remotas, outras mais acessíveis, umas com água cristalina, outras nem tanto, as cachoeiras estão presentes nos mais diversos biomas do brasil dos mais variados pontos do Brasil. Temos as cachoeiras incríveis dos Cânions do Sul, os mais profundos vales do Brasil e de beleza ímpar, muitas desconhecidas e inexploradas. Em Garça-SP, há mais de uma centena de cachoeiras e o acesso nem sempre é difícil, mas a algumas nunca conseguimos achar um bom local para descer até o fundo do vale para chegar até a queda d´água. Em geral, a natureza impõe um pedágio para se chegar até ela, algumas sai bem barato, mas outras cobram caro, por isso é preciso ter muita força de vontade porque muito é o esforço despendido.

Mas sua importância é inesgotável. É um local relevante para a práticas de rituais religiosos considerados sagrados para os povos nativos e praticantes de religiões de matriz africana que, apesar das dificuldades, conseguiram fincar raízes em todo território brasileiro. É nessa seara que optei por aprofundar o presente artigo, mas é interessante também lembrar da importância das cachoeiras para os primeiros habitantes do Brasil, os povos originários do Brasil, dizimados ao longo dos séculos pelos homens brancos, católicos, civilizados e de bem. Até hoje os algozes dos indígenas gozam da reverência de suas macabras façanhas, são tratados como heróis, ganham estátuas, nome de ruas e condecorações.

As cachoeiras sempre atraíram os homens, os animais, porque são fonte de água pura para se beber. Na antiguidade são locais usados para lavar o corpo e também alguns utensílios se necessário. Até hoje as cachoeiras tem uma força de água corrente ótima para limpeza só com a força d´água. Ao longo do tempo se transformaram também em atrativos turísticos para se banhar, para diversão, para aliviar o calor, na falta de praia no interior do Brasil. Nosso país é repleto de cachoeiras cristalinas e deslumbrantes, por isso muitas delas são locais utilizados para a prática de rituais religiosos dos mais sagrados.

Não é por acaso que elas se tornaram provas vivas do que existe de mais belo na natureza. São claras evidências da natureza divina do criador e têm uma força espiritual inexplicável. Em uma cachoeira podemos nos conectar com natureza e com seu criador, com as vibrações benfeitoras que emanam do local, que geralmente guardam muita história. As cachoeiras ao longo do tempo sempre foram locais de referência, de parada no caminho percorrido, de banho, de limpeza em geral, e para muitos um lugar místico e de muito valor espiritual. No Brasil as cachoeiras também sempre foram consideradas lugares sagrados para os povos indígenas muito antes da invasão dos europeus. Deveríamos procurar aprender um pouco com a sabedoria dos indígenas que conhecem e mantêm um laço muito mais estreito com a natureza do que nós pobres homens brancos, cada vez mais distantes do mundo natural em suas bolhas artificiais. Deixam, assim, de ter a oportunidade de se conectar com o meio ambiente, e de deixar florescer toda carga de ancestralidade e os instintos atávicos mais puros que um bom contato com a natureza proporciona.

As cachoeiras saltam aos olhos, mas ultrapassam a visão. Outros sentidos são ainda mais ativados, a audição talvez seja o mais é acionado, porque de longe pode ser ouvida. Perto delas tudo o que é som exterior parece ficar em volume baixo, sua sinfonia é soberana na mata. Quem tiver ouvidos para ouvir pode perceber que ela se impõe soberana, perto dela todos os barulhos outros da vida cotidiana e urbana são abafados pela força do som da água corrente iluminada que percorre as rochas para cair e, nesse processo, cria uma melodia singular. Cada cachoeira tem suas notas, timbres distintos. Mas também o tato pode ser o mais importante sentido em um banho de cachoeira, a sensação de sentir a água limpa e corrente passar por cada poro da pele, muitas com tamanha força da gravidade cujas águas chacoalham todo o corpo físico, mas parece que também mexe com a mente e o espírito. E não é só.

Cada cachoeira tem seus muitos atrativos e importância tanto para o homem como para os animais e o meio ambiente, por isso preservá-las é mais do que necessário, e não se restringe a isso, pois ali existe todos os elementos que proporcionam uma ótima conexão com a natureza e por consequência ao seu criador. Quanto mais pura estiver sua água, mais força de purificação tem a cachoeira, cascata, salto ou corredeira, e essa força da natureza divina é também responsável pela maior parte da energia elétrica que usamos para o nosso dia a dia, é o sistema de queda d´água como de uma cachoeira que faz ligar nossas máquinas, computadores e celulares. É pura energia em todos os sentidos.

As cachoeiras parecem ter um mil encantos, trazem paz, tranquilidade, conexão com a natureza. Há uma espécie de magia, e um ar um tanto romântico no seu mais amplo sentido, de apreciar as cintilantes águas a cair ou o som estrondoso que dela emana. É claro que também existe uma alusão de ser um ótimo lugar para os apaixonados. Existe também algo meio místico ou esotérico para alguns, e até mesmo sagrado para algumas das muitas religiões indígenas, os povos nativos de nossa terra. Mesmo para os cristãos os rios e cachoeiras são considerados locais de um de seus mais relevantes rituais ao longo da história, e tem Jesus como exemplo máximo no ritual de João Batista no Rio Jordão.

O Contato com a Natureza e a Cachoeira como fonte de vitalidade para terapia holística

Para muitos adeptos de práticas tidas como orientais se utilizam do contato com a floresta e as cachoeiras para promoção de curas físicas e emocionais (Reiki, Hinduísmo, Ayurveda, Yoga).

Já ouvir falar em banho de floresta? Pode parecer algo estranho, mas ele tá virando uma prática cada vez mais comum e incentivada em um dos países mais desenvolvidos e que possuem uma das populações mais longevas do mundo, o Japão. E ouso dizer que os efeitos de uma banho de cachoeira é ainda mais intenso, pois além do banho de florestam já que a cachoeira sempre está no meio de uma, há também a força poderosa da água corrente em queda impactando o corpo.

Os banhos de floresta no Japão*

O shinrin-yoku, ou banho de floresta, é a prática japonesa de passar um tempo em uma floresta como forma terapêutica para minimizar o estresse e incentivar o contato com a natureza.

A prática consiste em ir a uma floresta e passear entre as árvores, ou apenas sentar-se e aproveitar o momento para apreciar o ambiente, ouvindo os sons da natureza, o canto dos pássaros, o vento batendo nas folhas das árvores, o som das águas dos riachos, respirar o ar puro e naturalmente perfumado ou se deixar levar pela tranquilidade através de uma experiência totalmente sensorial.

O bem-estar físico e mental gerado pela prática do banho de floresta traz um momento relaxante, levando as pessoas ao esquecimento da agitação dos centros urbanos, proporcionando momentos de paz pelo contato com a natureza.

Os benefícios do shinrin-yoku

O banho de floresta tornou-se uma parte essencial dos cuidados preventivos com a saúde no Japão. Estudos japoneses comprovam que este banho melhora a qualidade do sono, do humor, da capacidade de foco e reduz os níveis de estresse.

Passar um tempo na natureza, longe da tecnologia moderna e dos grandes centros urbanos pode melhorar a saúde física e mental e criar um estilo de vida mais saudável para pessoas de todas as idades.

Imagem de uma floresta com árvores altas.
O banho de floresta deixa as pessoas mais felizes. Nagano | ©JNTO

*https://www.japanhousesp.com.br/artigo/os-banhos-de-floresta-no-japao/

Projeto de cooperação técnica para desenvolver banho de floresta no Brasil poderá ganhar reforço japonês* 

Muitos podem ver a questão do banho de floresta como uma prática meramente esotérica sem qualquer respaldo na ciência, mas o assunto é bem mais complexo.

Desde 2021, a Fiocruz e o Instituto Brasileiro de Ecopsicologia (IBE) realizam uma cooperação técnica e científica para desenvolver o banho de floresta no Brasil. No debate, Guilherme e Marco apresentaram o desenvolvimento do projeto de cooperação para a prática desse banho em nosso país. 

A iniciativa brasileira chamou a atenção de um pesquisador japonês que se dispôs para contribuir com a Fiocruz e o IBE com o projeto de implementação deste tipo de banho em florestas brasileiras. Yoshifumi é reconhecido como o responsável pelos principais estudos sobre o shinrin yoku, ao provar cientificamente os benefícios desta prática em centenas de pessoas. 

Em 1990, este pesquisador realizou a primeira prática de medição fisiológica dos efeitos do banho de floresta, a partir do nível do cortisol nas pessoas. Ao longo desses anos, a pesquisa passou por 63 lugares e analisou 756 participantes, tornando-se a maior base de dados já levantada sobre o tema no mundo.  Yoshifumi explica que a base da pesquisa está na compreensão da relação do homem com a natureza e a interação entre ambos. 

O Homem Evoluiu Dentro da Natureza e Tem uma Capacidade Inerente de Adaptar-se a Ela

O barulho das águas caindo da pedra, o cheiro da terra e do verde em
volta, o frescor na pele e a translucidez em frente aos olhos formam um
conjunto de sensações que acalmam. A pedra bem no centro da cachoeira
torna-se o ambiente perfeito para relaxar e repor a
energia do corpo. Assim é que Vera, conhecida como Vera Holística,
realiza suas sessões de Reiki.

O Reiki é um sistema de reposição energética, um tratamento terapêutico
usado para diversos problemas, físicos e emocionais. Vera conheceu as
terapias holísticas em 1996, quando estava enfrentando um câncer. Depois
de passar por diversos médicos e ficar internada por muito tempo, ela
tomou um chá preparado por sua mãe, em um dia que estava passando muito
mal, e melhorou. Descobriu que água é transmissora de energia. Tudo que
colocamos na água se transforma, e por isso que ela atende em
cachoeira, como anuncia.

Reiki a energia universal. A ideia é canalizar a energia, que
chamamos de prana, a energia da cura, explica Vera. O site oficial da
terapia define Reiki como uma técnica japonesa para reduzir
estresse e promover relaxamento, que leva à cura. Ele é feito a
partir da imposição de mãos, baseado na ideia de que uma energia
vital invisível nos deixa vivos.

A cachoeira – uma benção para a saúde!Se um banho de floresta faz bem, imagine um banho de cachoeira

O ar que respiramos

Devido à poluição e ao desmatamento sistemático das últimas décadas, o ar que hoje respiramos contém muito menos oxigênio do que há 20 anos. Estudos realizados com o ar retido em fósseis demonstraram que a proporção de oxigênio (O2) no ar respirado por nossos ancestrais chegava a 38%. Após a II Guerra Mundial, esse índice já havia caído para 22% e, segundo cientistas suíços, que desde então vêm monitorando criteriosamente a atmosfera, o nível atual de O2 não passa de 19,6%, despencando para 12% em cidades muito poluídas. Assim, todo cuidado é pouco! 

Ionização do ar

Mas há também uma outra poluição, menos conhecida, que também nos atinge: a poluição elétrica do ar pela concentração muito elevada de íons positivos.

Digamos, de maneira esquemática, que o ar contém íons com polaridades elétricas opostas: íons positivos, nocivos quando em excesso, e íons negativos que, contrariamente a seu nome, são benéficos para o nosso organismo. São até chamados de ‘vitaminas do ar’. O equilíbrio desses íons no ar que respiramos influi de maneira determinante em nossa saúde em geral e na nossa vitalidade em particular. De fato, o oxigênio assegura as funções vitais básicas, mas ele só passa dos pulmões para o sangue em presença de íons negativos.

As más condições da vida moderna provocam o rompimento do equilíbrio iônico e nos privam de muitos desses íons negativos tão benéficos para nossa oxigenação e nossa saúde. Essa carência de íons negativos é uma das causas das doenças da civilização: cansaço, nervosismo, dores de cabeça, depressão.

Fatores que influem na concentração de íons negativos no ar

O ar é ionizado naturalmente de maneira contínua. Os íons negativos se formam sob a influência de causas naturais: a radioatividade natural do solo, a fotossíntese das plantas, os raios cósmicos e ultravioletas do sol, as tempestades e os raios, a chama de uma vela ou de uma lareira, o impacto da água em movimento (chuva, chu­veiro, mar, fonte), o atrito do ar nas plantas pontudas. Se temos a sensação de res­pirar melhor ao pé de uma cachoeira, depois de uma tempestade, na montanha, à beira-mar, na floresta, no sol, isso ocorre pela riqueza do ar em íons negativos.

Por outro lado, certos fatores naturais favorecem a redução de íons negativos e um excesso de íons positivos, tais como o ar antes de uma tempestade, a chegada de ventos quentes e secos, o nevoeiro, etc.

Diversos fatores artificiais também diminuem a concentração de íons negativos no ar: poluição, ar confinado (residência, carro, escola, escritório, transportes coletivos), ar condicionado, proximidade de um aparelho elétrico (aquecedor, aparelho de televisão, computador, forno de microondas), tecidos sintéticos (carpetes e roupas sintéticas), fumaças industriais, gás de escapamento dos carros, poeira, tabaco, aquecimento elétrico e até o ar que expelimos de nossos pulmões.

É por isso que, nesses diferentes locais e condições, podemos sentir fraqueza, cansaço, irritabilidade, dor de cabeça, insônia, vertigem. Mas, cuidado para não lançarem a culpa de todos os males e do nosso mau humor sobre a qualidade do ar!

Vivemos em locais bem isolados, em ambientes fechados, onde a quantidade de íons negativos do ar é insuficiente. Portanto, é necessário reavivá-lo, purificá-lo e revita­lizá-lo por ionização.

Energize-se , a fonte mora ao lado.

Benefícios dos íons negativos

 Talvez você não saiba o que são os íons negativos, mas são eles que dão aquela sensação gostosa quando pisamos descalços na terra, respiramos ar puro, tomamos um banho de cachoeira, enfim interagimos com a natureza. Sabe por quê? Porque somos parte integrante dela e dependemos desse contato para manter a saúde física e mental, como apontam estudos realizados em vários países, que já comprovaram essa teoria. Logo, como um ser urbano, se realmente quiser se cuidar e ter mais saúde, mesmo que esporadicamente, aparte-se da cidade para obter mais benefícios para i mesmo.

Saiba mais sobre os íons

Os íons, pequenas partículas existentes na natureza, resultam do processo de perda ou ganho de elétrons, por meio de reações eletricamente carregadas. Por isso, eles se dividem em negativos (os ânions) e positivos (os cátions). Os negativos que se formam próximos a cachoeiras, à beira do mar, nas florestas e nos campos, são responsáveis por fazer a gente se sentir bem em contato com a natureza, principalmente, porque facilitam a absorção de oxigênio pelas células. Já os positivos, presentes nas grandes cidades, na água poluída, em dias nublados, em ambientes com ar condicionado e em equipamentos eletrônicos, atrapalham o raciocínio; afetam o sistema imunológico; aumentam o estresse e o mau humor; geram ansiedade; provocam dor de cabeça; e contribuem para depressão.

Nada como a natureza 

É importante viver rodeados de ionização natural (fontes, árvores e plantas) ou de irmos respirar e caminhar regularmente na natureza.

Além disso, será necessário impor normas rigorosas para a fumaça das fábricas, os gases de escapamentos dos carros, os aparelhos elétricos, o tabagismo e privilegiar as fon­tes naturais de íons negativos benéficos — as florestas, os jardins públicos, as fon­tes e os chafarizes.

Para se beneficiar com a natureza

Se você vive em apartamento, trabalha em escritório, respira ar condicionado e costuma se deslocar de carro, locais onde a presença dos íons negativos é mínima ou inexistente, adeque sua viagem à quantidade de íons disponível por centímetro cúbico em ambientes naturais. Observe:

  • Cachoeira – 25 mil íons negativos.
  • Beira mar – 5 mil íons negativos.
  • Campo – 1.200 íons negativos.
  • Cidade grande – apenas 100 íons negativos.
  • Apartamento e escritório – somente 20 íons negativos.
  • No carro – apenas 15 íons negativos.
  • Ambientes com ar condicionado – nenhum íon negativo.

Fontes: https://www.olharconceito.com.br/noticias/exibir.asp?id=9969&noticia=terapias-holisticas-realizadas-em-cachoeira-promovem-curas-fisicas-e-emocionais

https://clubedaviagem.com/2020/05/10/energize-se-a-fonte-mora-ao-lado/

https://www.docelimao.com.br/site/menu-do-assinante/videodicas-assinantes/86-terapias/1264-a-cachoeira-uma-bencao-para-a-saude.html

As cachoeiras como bolsões de histórias dos grupos indígenas das terras baixas sul-americanas *

É possível considerar as cachoeiras não só como elementos físicos e ambientais, mas como lugares significativos para os povos indígenas – constituídos por componentes ideológicos, históricos, econômicos e territoriais. Certamente a formação de ecótonos, áreas abundantes em alimento, com fartura de peixes e outras importantes fontes proteicas, como animais aquáticos de maior porte, faz das cachoeiras áreas de interesse econômico. Marcos físicos e estratégicos tornam-se, para quem sobe ou desce um rio, pontos de parada, entrepostos para comércio e para troca de dádivas, espaços de política, de disputa e de tomadas de decisão.


No entanto, não é somente por essa chave interpretativa que se dota de significância uma cachoeira; o caráter ideológico e o simbólico precisam ser levados em consideração. Diversos mitos indígenas, em diferentes áreas das terras baixas sul-americanas, compreendem as cachoeiras como locais sagrados, de nascimento do mundo. Parte importante da cosmologia e dos mitos de origem, as cachoeiras desempenham papel central para se pensar o ordenamento do mundo, do território e da própria vida. Para povos do alto rio Negro, como os Tariano, Tukano, Desana, Pira-Tapuia, Wanano e Tuyuka, a cachoeira de Iauaretê, no alto rio Negro, no noroeste da Amazônia, tem significância ímpar na conformação de sua identidade e territorialidade, pois foi “um dos pontos de parada da cobra-canoa que trouxe ao Uaupés seus ancestrais”. Da mesma forma, muitos coletivos indígenas, como os Jívaro da Amazônia Oriental, utilizam áreas de cachoeiras para a realização de atividades de iniciação dos rapazes. Por fim, a arqueologia demonstra que, além de berço da humanidade e local de passagem entre os períodos da vida ou entre lugares de viver, as cachoeiras também serviam para os momentos de transição ao mundo dos mortos, já que é comum se encontrar cemitérios nesses locais.


Vista como um lugar ancestral ou mítico, em virtude dessa dimensão simbólica, uma cachoeira pode integrar o imaginário de uma população. As cachoeiras são bolsões de histórias dos grupos indígenas das terras baixas sul-americanas, mesmo que sejam esporadicamente – ou mesmo nunca – visitadas. Assim, os vestígios antigos que se acumulam sedimentados no entorno das cachoeiras, os quais permitem caracterizá-la como paisagem histórica e arqueológica, acabam por propiciar o substrato às narrativas históricas elaboradas por esses grupos e por nós mesmos.


Se nesses casos o componente ideológico não exclui o viés material, e vice–versa, eles se integram formando a base física, geográfica, histórica e mental de uma sociedade. Sujeitas a variações e fluidez, essas paisagens constituem-se no território como espaços de identificação, o que implica construção, controle, engajamento e modificação. Dentro de fronteiras fluidas, como eram as indígenas, imersas em variadas territorialidades, as cachoeiras podem ser vistas como áreas centrais, nas quais se sobrepõem distintos territórios; são os “nós” e entroncamentos nessas redes; marcadores geográficos e simbólicos; ponto de encontro para grupos ou ainda espaços rituais e de peregrinação. Podendo conter simultaneamente essas diferentes funções, inclusive algumas divergentes, são formadas ao longo e pelo acúmulo dos resquícios das diferentes intervenções humanas durante a história.

*Autores: Fernando Ozorio de Almeida e Thiago Kater

As cachoeiras para a cultura afro, e o preconceito que sofrem os devotos das religiões Afro-Brasileiras.

As cachoeiras também são locaisespeciais para a Umbanda e o Candomblé que herdaram dos escravos, trazidos em seus tristes navios, elementos da cultura africana importantíssimos para essas religiões, presentes nos grandes centros metropolitanos e nas mais pequenas cidades do nosso extenso país. Infelizmente, ainda hoje é possível encontrar nos quatro cantos do país, após 136 anos do fim da escravização, as suas consequências, vistas nas mais diversas favelas, nas prisões brasileiras, nas desigualdades sociais que continuam como uma ferida ainda não cicatrizada. Apesar da propalada cordialidade do brasileiro por ser fruto de uma mistura de raças, o Brasil não é um país cordial. Não tivemos aqui umApartheid como na África do Sul ou uma legislação segregacionista como nos Estados Unidos, entretanto, o racismo continuou e permanece bastante presente aqui no Brasil. Não por acaso, fomos o último país a abolir a escravização, e isso foi muito bem retratado na letra da música “Todo camburão tem um pouco de navio negreiro” do grupo O Rappa. Essa realidade precisa mudar. Nos EUA ainda o racismo é muito grande apesar dos avanços ao longo da história. Em 1964 Martin Luther King Jr. foi premiado com o Nobel da Paz por sua luta pacifista contra o racismo. Também nesse ano foi promulgada a Lei de Direitos Civis, que baniu todas as formas de segregação racial. No ano seguinte, 1965, os negros sulistas conquistaram o direito ao voto.

A segregação racial vigorou como lei em muitos estados norte-americanos, restos e sequelas do final da escravidão a que chegaram por meio de guerra civil. O regime segregacionista estabelecia que houvesse escolas para crianças brancas e escolas para crianças negras, rigidamente separadas, sem qualquer exceção. Sucede que para algumas crianças negras, estudar na escola que lhe era permitido pela segregação, significava viajar para outra cidade, independentemente de sua idade ou condição física. A Europa colonizadora de países africanos também tem uma dívida histórica, consequência de sua atuação marcada por exploração, escravagismo, atrocidades, genocídios e maus tratos. Os casos dos belgas no Congo e dos alemães na Namíbiailustram muitos bem a crueldade a que os africanos foram submetidos pelo brancos que se julgavam superiores moralmente.

As sequelas do passado escravocrata ainda se encontra muito presente no mundo atual nos mais diversos pontos do planeta. É evidente e existem muitas provas de casos registrados na história de preconceito e o racismo estrutural. O povo negro encontrou na religião uma forma de resistência, de preservação de sua cultura e costumes, e aí entra a religião herdada como um instrumento vital para não apenas resistir fisicamente, e sobreviver após a alforria que os jogaram na rua sem beira nem eira, mas para resistir filosoficamente, culturalmente e espiritualmente também. É inaceitável que ainda nos dias de hoje exista preconceito contra os religiosos da Umbanda e do Candomblé. Ele ainda está muito vivo na sociedade e o auge desses desajustes estão registrados nos vários boletins de ocorrências Brasil a fora, com ofensas, preconceitos, ameaças e até mesmo destruição de templos. Por tudo isso, o mais importante é que se tenha informação, porque a falta dela, a falta de educação no sentido amplo da palavra, faz com que existam estas lamentáveis ocorrências.

Sintoma de tudo isso é a famosa expressão “chuta que é macumba”. Muitos a utilizam de forma irreverente e sem malícia. A frase é um deboche, falada pelas pessoas em tom de brincadeira sem atentar para o fato de que estão sendo extremamente preconceituosas e intolerantes com as religiões de origem africana, em especial o Candomblé e a Umbanda.

Muitos não tem noção e consciência da importância da cultura e da gastronomia que herdamos dos povos africanos e que formou nosso povo, moldou nossa identidade como nação. Aprendemos a apreciar o feijão preto e sua famosa feijoada, acarajé, vatapá, caruru, mungunzá, angu, pamonha, quiabo e chuchu. Temperos também foram trazidos da África, como pimentas, o leite de coco e o azeite de dendê e muito mais pratos que se incorporaram na vida de muitos brasileiros. Mas não tal influencia não se limita ao o que comemos. A nossa cultura é formada pelo que há de mais enraizado também de origem afro, o samba, a capoeira, o maracatu, bem como em instrumentos musicais como tambor, atabaque, cuíca, alguns tipos de flauta, marimba e o berimbau, todos heranças africanas que constituem parte da cultura brasileira. Essa influência africana também está presente nanossa língua, como exemplo as palavras dengo, cafuné, caçula, moleque, quitute, farofa, bambambã, borocoxô, bunda, caçamba, capanga, cochilar, moleque, muvuca, quitanda, tanga, zumbi e fubá, todas incorporadas ao nosso cotidiano.


Macumba na Cachoeira

Foram inúmeras as vezes que fomos a uma cachoeira e nos deparamos com um conjunto de objetos próximos a uma cachoeira, à qual chamamos, sem conhecimento, macumba. Eu, em respeito a qualquer religião, não toco em nada, como muitos assim o fazem também, mas por medo. Nas cachoeiras de difícil acesso nunca encontramos uma oferenda, pois geralmente o fato de se ter de levar muitas coisas dificulta o ritual. É comum se encontrar velas, bebidas alcoólicas das mais diferentes, comida diversas como peixe, frango, farofa, legumes e frutas.

Em geral a Cachoeira da Igurê e na Cachoeira do Pico do Carcará são lugares em que frequentemente aparecem o trabalho espiritual, ambas em Garça-SP, que por serem mais acessíveis facilitam a prática desses rituais religiosos. Para entender melhor tudo isso, resolvi pesquisar um pouco sobre esse assunto misterioso, cujos praticantes sofrem muito preconceito. O assunto tem uma aura meio sobrenatural ou então que está ligado a coisas ruins, mas a verdade é que é um assunto intrigante, cercado de mitos, medos e muito pouca informação.

O que é Macumba?

Macumba é uma árvore Sagrada na cultura africana, onde os praticantes da religião se encontravam para rezar e realizar os rituais em nome de seu Orixá de devoção.  Mas também macumba é um antigo instrumento de percussão. Macumbeiro, originalmente, era o músico que tocava tal instrumento. Porém, normalmente se usa este termo de modo pejorativo desde o Brasil-colônia, embora seja também comum até mesmo entre os religiosos da umbanda e candomblé, mas quem não é praticante deve tomar cuidado para não usar o termo de forma depreciativa. O respeito a religião do outro deve existir acima de tudo. Não podemos reforçar estereótipos e preconceitos que, infelizmente, existem na sociedade e que devem ser combatidos, já que é um direito constitucional dos mais importantes. O artigo 5º, VI, estipula ser inviolável a liberdade de consciência e de crença, assegurando o livre exercício dos cultos religiosos e garantindo, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias.

É muito comum ir-se em uma cachoeira, bastante frequentada, e encontrar-se no local uma oferenda. São muitos os nomes que se dão popularmente a esta prática de cunho religioso associadas as religiões de matriz africana: trabalho, despacho ou macumba. São práticas enraizadas culturalmente e com abrangência em todo território brasileiro. Em especial são praticantes da Umbanda e do Candomblé os que costumam levar uma oferenda a determinadas entidades em cachoeiras, mas qual a razão disto? Estas oferendas podem conter uma gama bem variável de coisas, desde velas, frutas, comidas diversas e até sacrifício animal, com a distinção de que ao menos, teoricamente, os adeptos da Umbanda não são adeptos desta última prática.

O despacho de macumba

Esse nome passou a ser utilizado para nomear as oferendas feitas aos Orixás, e por muitos é considerada como magia negra. A macumba ou oferenda, nada mais é do que um presente a uma energia Divina para que ela auxilie a pessoa no direcionamento de uma causa. Assim como qualquer outra religião ou cultura pode usar de seus dons para realizar ações contra terceiros, a macumba também pode ser usada para isso, porém nenhum centro de Umbanda ou Candomblé de respeito verá bons olhos, ou aceitará esse serviço.

Para os praticantes das religiões de matriz africana, a macumba nada mais é do que demonstração de respeito e fé de quem segue a religião afro, é uma atitude de amor e devoção ao Orixá, é agradecimento pela vida, é fonte de proteção e sabedoria por quem busca o bem e a paz espiritual.

A força espiritual das cachoeiras na visão das religiões de matriz africana

Nesta seara, parece que as religiões herdadas pelo bravo e sofrido povo de origem africana no país tem muito a contribuir a respeito da força espiritual das cachoeiras.

Os banhos de cachoeira descarregam e purificam nosso lado material e espiritual, sendo capaz de eliminar cargas de feitiçarias, feridas que não podem ser vistas e médico algum consegue curar, e assim por diante.

As cachoeiras são a representação da própria divindade Oxum, expressando a pureza, a renovação, a abundância e fluidez da vida. Pelas águas se nasce, na sacralização do batismo, pelas águas se rega a terra e faz brotar a vida. E essa mesma água, indispensável ao nosso corpo, alimenta e limpa. Esse é o poder das cachoeiras, fonte inesgotável de nascimento e vida espiritual. São elas que fertilizam o solo, se espalham pelo planeta através dos regatos, ribeirões e rios e se unem ao mar, conectando-se com a imensidão da vida.

A cachoeira está geralmente em um ponto afastado do barulho, e em sua maioria não possui um movimento intenso de pessoas, recebendo seus visitantes de forma espaçada.

Em volta da cachoeira existe um ecossistema com plantas, rochas, animais, insetos, etc. É como se fosse um pequeno mundo!

A água da cachoeira, em sua grande maioria, é limpa, pura e cristalina. A corrente garante que essa água esteja sempre circulando, passando por pedras, sendo banhada pelo sol, entrando em contato com inúmeros elementos da Natureza e carregando-os consigo, porque como vimos anteriormente, a água é um ótimo condutor.

Aqueles que são um pouco mais sensíveis ou que se esforçam em concentração perto de uma cachoeira podem sentir que existe uma vida que rege todo o ecossistema da cachoeira. Alguns ouvem uma melodia, outros veem miríades de luz, outros somente sentem uma paz intraduzível quando se aproximam desse ambiente.

Toda cachoeira tem um ser angélico responsável por toda essa paz que a envolve. Eu a chamarei de Senhora da Cachoeira (os irmãos da Umbanda chamam de Mamãe Oxum), somente dando esse rótulo para facilitar o entendimento. Isso me lembra a bela canção “Mamãe Oxum”, composição de Chico César e também muito conhecida na voz de Zeca Baleiro:

“Eu vi mamãe oxum na cachoeira
Sentada na beira do rio
Colhendo lírio lirulê
Colhendo lírio lirulá
Colhendo lírio
Pra enfeitar o seu gongá”

Ao se banhar em uma queda de água ou ao mergulhar no poço formado por uma cachoeira é impossível não se sentir impactado no corpo e na alma, a água geralmente gelada e o banho fazem a pessoa se sentir mais leve. Esse anjo transforma as poderosas energias que veem do alto para manutenção da vida e a condução dessa vida pelo rio que se forma com a cachoeira.

A pedra parece viva, as plantas parecem mais brilhantes, o ar é impregnado por alguma substância X, de aroma agradável, as aves parecem brincar de forma angelical.

Assim é o ambiente de uma cachoeira. Ao se banhar em uma cachoeira, uma torrente de energias positivas envolve o ser, imantando e limpando sua aura de forma espetacular.

Cada cachoeira é um espetáculo diferente. Por isso, pare e se concentre em cada uma para você conseguirá sentir a diferença. Todas são diferentes e magníficas obras primas desses anjos de luz.

As cachoeiras também são domínios de Xangô e são em conjunto consagradas a Oxum.

As vibrações das cachoeiras são de características vibratórias limpas e puras. Essas vibrações servem para o nosso reajustamento vibratório, o que nos auxilia no desenvolvimento da mediunidade e na afirmação de nossos Orixás de cabeça. Os banhos de cachoeira descarregam e nos purificam espiritual e materialmente, lavando desta forma nosso corpo físico e astral, eliminando larvas, miasmas e cascões astrais.

O banho de cachoeira descarregará qualquer carga de feitiçaria, tais como as famosas feridas que não curam com a medicina do homem, desde que, é claro, se tenha em conjunto a assistência do plano espiritual. Os banhos de cachoeira devem ser feitos em cachoeiras previamente preparadas para tal, ou seja, devem estar limpas de despachos e oferendas sem sentido, lá depositadas por incautos ou ignorantes em relação ao local. Tudo deverá ser recolhido com as mãos envoltas em sacos plásticos pretos (por ser a cor isolante), amontoado e queimado, ou ainda, enterrado. Somente após tome o banho, mediante uma evocação séria das forças reinantes no local.

Acender velas em cachoeiras é algo desnecessário, já que somente sujam o local. A maioria das pessoas as acende a esmo, sem compreender o funcionamento das velas, que não iluminam e não dão luz a ninguém no mundo espiritual, como muitos pregam. Devido às condições naturais onde estão localizadas as pedreiras e as cachoeiras, já que venta muito no local, dificilmente as velas permanecerão acesas até o final, interrompendo as ondas por ela emitidas e em seguida deixando mais um pouco de sujeira e de lixo no local.

 “A gente vai até a cachoeira para poder descarregar, pegar novas energias e leva o balaio, que é o presente à Oxum”, explica a Yalorisa D’ ÓSUN, Abadia Rodrigues Nogueira, de 49 anos.  

Ao passar pela cachoeira, estamos limpos e renovados. “A água é energia, é Oxum. Tudo o que chega de ruim, de energia negativa, ela tira de você, porque a água não tem obstáculo, ela contorna e segue adiante”, explica Abadia. 

Normalmente este trabalho ocorre próximo das datas nas quais que o terreiro celebra o dia de Oxum, mas, para alguns, a determinação do trabalho se dá em datas diversas estipuladas pelo Guia chefe de cada terreiro.

Diferente do trabalho da praia que tem função de descarregar o médium e principalmente as cargas do terreiro, a finalidade maior do trabalho de cachoeira é de energizar o médium, regulando-o como um instrumento de cordas, cada campo energético de seu corpo.

A Cachoeira como Fonte de Lazer, Esportes e Exploração Econômica

De acordo com as características da queda d’água, existe um conjunto de atividades que podem ser práticas como por exemplo:

  • Trekking: é a famosa caminhada por trilhas até chegar na cachoeira. Existem diferentes níveis de trilhas; iniciante, médio e avançado. Para prática deste último nível, é indicado a companhia de um guia local.
  • Observação: a beleza cênica, a fauna e a flora podem ser a grande motivação para visita.
  • Canyoningou canionismo: utiliza a mesma técnica do rapel, porém a descida é feita pelo meio de uma queda d´água ou ao lado dela e segue na exploração do rio abaixo, podendo utilizar também outras manobras, como saltos e tirolesas.
  • Banho de cachoeira: diminui o estresse, a água fria acalma e alivia os sintomas de depressão, incentiva a circulação, fazendo o corpo relaxar; é uma ótima opção para toda a família.
  • Acampamento: as pessoas podem passar dias junto à natureza dormindo em barracas.

As possibilidades de atividades nelas e nos seus arredores são muitas, mas em todos os casos, os empreendedores devem compreender que não basta colocar uma plaquinha com o nome do empreendimento e cobrar alguns reais na entrada.

A Natureza Jurídica das Cachoeiras no Brasil e Projetos de lei sobre o Assunto

Este é um tema aparentemente controverso e que a maioria reproduz conceitos e opiniões que não estão em harmonia com o nosso ordenamento jurídico vigente. Como a maioria absoluta das cachoeiras de Garça, assim como Brasil a fora, encontram-se localizadas em território pertencente a uma propriedade privada, logo, a cachoeira também pertence ao dono desta propriedade, correto?

Não, o entendimento acima não encontra guarida em nossa legislação, apesar de popularmente ser propagado o contrário. É que na realidade, as nascentes, córregos e rios que cortam uma propriedade privada são de natureza jurídica pública, são considerados bens naturais do estado e por isso, embora estejam permeados de território privado, sua natureza continua pública. E se um bem é público, não deveria haver restrição absoluta de acesso, a não ser que que exista algum dispositivo legal que vete o acesso ao público, como por exemplo o acesso público as cachoeiras encravadas em Parques Ecológicos, cuja visitação pública é proibida, com exceção de atividades educacionais, conforme Lei 9.985, de 18/07/2000.

O princípio da legalidade, é a pedra basilar do nosso estado democrático de direito e encontra-se expressamente disposto em nossa Constituição Federal nos seguintes artigos:

“Art. 5º – Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;”

Assim, ninguém pode ser proibido do seu direito de ir e vir, inclusive de visitar de bens públicos naturais se não for por imposição de Lei. Portanto, uma vez que a cachoeira é um espaço público e que não existe legislação que proíbe o acesso a população, mesmo que seja propriedade privada seus arredores, nenhum proprietário de terra pode proibir o acesso da população a uma determinada cachoeira, o que pode acontecer é negar que utilizem sua propriedade para acessar a cachoeira. Mas se a pessoa acessou o curso do rio em algum lugar e seguiu pelo seu leito até chegar a cachoeira, o proprietário rural não poderá fazer nada nesse caso.

Popularmente falando, temos um conceito de que a propriedade é privada e que com ela seus donos podem fazer o que bem entendem, não é assim, não mesmo. Primeiro, que toda propriedade, mesmo que urbana, deve cumprir sua função social, caso contrário, é passível de desapropriação pelo Estado. Nas propriedades rurais, existem ainda mais restrições, é o caso da obrigatoriedade de manter-se um percentual do território para reservas legais, ou seja, conservar parte da mata nativa, o percentual varia de acordo com o bioma em que a propriedade está inserido. E também existe a obrigação de manter intactas as áreas de preservação permanentes (APPs), como as matas as margens de qualquer curso d´água, topo de morros e em encostas íngremes.

Assim, o proprietário rural está sujeito a legislação vigente e não tem o direito de dispor como bem entende, e isto inclui o acesso da população as cachoeiras. Como não há dúvida de que a Lei determina que os rios e nascentes tem natureza pública, e como não existe proibição legal para seu acesso, logo, deve ser permito o acesso normalmente, pois o bem é de toda a população, nada mais justo que toda ela tenha acesso se assim quiser. E como chegar até a cachoeira se é preciso passar por propriedade privada antes? Este é um problema permeado de muita controvérsia, mas se essa passagem fosse proibida em absoluto, equivaleria a negação na natureza do bem público, que na prática faria da cachoeira um bem exclusivamente privado, o que não poderia ser. Mas por outro lado, não existe legislação que obrigue o proprietário rural a fornecer a servidão de passagem necessária.

Mas em muitos casos reconhece-se a aplicação do Instituto da Servidão de passagem, que nada mais é do que a necessidade de que o proprietário do imóvel ceda uma passagem para acesso a um lugar público ou privado, que não possui nenhuma outra forma de acesso.

Embora seja sempre conveniente a autorização do proprietário rural para visitar a cachoeira que está localizada dentro de seu imóvel, não é necessariamente imprescindível, pois não se pode proibir o acesso a um bem público, e assim, o cidadão que assim quiser, pode procurar uma passagem para chegar no bem comum almejado, a cachoeira, sem é claro causar danos materiais, ambientais ou atentar a privacidade dos proprietários rurais e seus funcionário . É importante agir com bom senso e serenidade, a passagem deve ser realizada de modo a não resultar em nenhum tipo de dano material ou ambiental ao imóvel rural, bem como deve-se passar o mais longe possível de possíveis residências ou prédios rurais, para fins de evitar a invasão de privacidade, perturbação ao sossego ou mesmo que o dono da propriedade sinta-se ameaçado com receio de furtos ou roubos.

Abaixo, segue um excelente e interessantíssimo artigo escrito por um Desembargador de Direito Aposentado e Ex-presidente do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região, Dr. Vladimir Passos de Freitas, sobre a natureza jurídica das cachoeiras e sua exploração econômica. O texto  é de uma clareza solar e construiu uma tese muito bem alicerçada sob o amparo do ordenamento jurídico vigente, por isso, recomendo muito a sua leitura, ainda que destoa em alguns pontos do entendimento aqui esposado.

É esclarecedor o artigo acadêmico “CACHOEIRAS, EXPLORAÇÃO ECONÔMICA E PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE” de Vladimir Passos de Freitas, afirma sobre a natureza jurídica das cachoeiras :

O uso e gozo do lazer nas cachoeiras e a exploração comercial na área de entorno são matérias pouco discutidas na doutrina. Da parte da população, pode ser invocado o direito ao lazer e a condição de bem público das águas, conforme arts. 6.º, caput, 20, III e 26, II, da Carta Magna. Do ponto de vista do proprietário, é possível invocar ser dono da área terrestre e seu dever de manter protegido o meio ambiente local.

Adiante o autor vai além e aborda o acesso às cachoeiras e a servidão de passagem: “A busca de acesso a uma cachoeira pode dar-se para lazer ou para a simples busca da água do rio, para uso próprio. A servidão de passagem para consumo de água encontra previsão no Código de Cachoeiras, Águas, Dec. 24.643, de 10.07.1934, que no art. 34, I, afirma que “é assegurado o uso gratuito de qualquer corrente ou nascente de águas, para as primeiras necessidades da vida, se houver caminho público que a torne acessível”. Aqui, evidentemente, se trata de uso da água para consumo próprio. Para a busca das águas da cachoeira com fins lúdicos, como já afirmado, não há qualquer previsão no Código de 1934, época em que a população brasileira era pequena e os recursos ambientais mais disponíveis a todos.

Coisa diversa é prevista no art.1.385 do mesmo Código que, na lição de Arnold Wald, “é o direito de passagem forçada, estudado nos direitos de vizinhança. Emana da lei, e sem ele, seria impossível ao proprietário do prédio encravado entrar e sair livremente do seu terreno”. Portanto, a passagem forçada destina-se ao dono do prédio que não tem acesso à via pública, nascente ou porto, e que pode exigir do vizinho seu direito de acesso. Este permissivo da lei civil, evidentemente, não se ajusta à utilização de cachoeira como forma de lazer. Resumindo, não têm os vizinhos ou terceiros direito de exigir passagem para que possam utilizar cachoeira como parte de seu entretenimento.


Outrossim, registre-se que a Lei 6.938, de 30.08.1981, viu introduzido o art. 9.º-A no seu texto, por força da redação que lhe deu a Lei 12.651/2012. Nele se fala em servidão ambiental, servidão esta que nada tem a ver com a que serve de acesso a bens ambientais como os rios e cachoeiras. Com clareza ÉdisMilaré registra que “a servidão ambiental é um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente e envolve, basicamente, a renúncia voluntária do proprietário rural ao direito de uso, exploração ou supressão dos recursos naturais existentes em determinado prédio particular”.


Finalizando, resta repetir antiga mas atual lição de Washington de Barros Monteiro, quando afirma: “De tudo quanto ficou exposto, extrai-se a conclusão de que as servidões se acham efetivamente impregnadas daquela ideia de submissão de um prédio a outro, de sujeição permanente de uma propriedade a outra, como de início se acentuou. Nelas se descobre, portanto, certa analogia com a servidão humana, o que justifica o vocábulo sugestivamente empregado pelo legislador”

E o jurista Vladimir Passos de Freitas conclui: “Apesar de que muito já se falou na literatura sobre a propriedade e suas limitações, entre elas aquelas de caráter ambiental, o tema da exploração turística das cachoeiras ainda é pouco discutido nos Tribunais. De qualquer forma, é possível chegar-se a algumas conclusões:


a) As águas das cachoeiras são bens públicos, pertencem à União ou ao Estado em que se situem, tudo a depender das características do rio em que elas se encontrem.


b) O acesso às cachoeiras, situem-se em locais públicos (por exemplo, parque nacional) ou em propriedades particulares, não pode ser exigido, incondicionalmente, por terceiros.


c) É, em princípio, admissível, a exploração econômica na área de entorno das cachoeiras, com comércio, vestiários e vigilância, desde que autorizada pelo Poder Público e avaliado, em procedimento próprio, o impacto ambiental.


d) O Poder Público, caso queira possibilitar o acesso da população a cachoeiras que se situem no interior de propriedades particulares, poderá desapropriar área de acesso necessária a tal finalidade.

Projetos de Lei em Tramitação para Regulamentar Visitas as Cachoeiras e Atrativos Naturais

Projeto de Lei (PL) 1562/2015 Inteiro teor


Situação: Aguardando Apreciação pelo Senado Federal

O acesso de pessoas para locais de grande beleza cênica, como praias e cachoeiras, que exija a travessia por propriedades privadas poderá ser cobrado. É o que determina o Projeto de Lei 1562/15, do deputado Celso Jacob (PMDB-RJ), aprovado na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados.

Valtenir Pereira: é fundamental assegurar as condições necessárias para o desenvolvimento do ecoturismo

Como tramita em caráter conclusivo, a proposta será enviada agora para o Senado, a menos que haja recurso aprovado para que seja analisada antes pelo Plenário da Câmara.

O texto original regulamentava o trânsito por propriedades privadas que leve a locais de beleza cênica ou interesse para a visitação pública, mas não previa a cobrança de entrada por parte do proprietário. Isso foi incluído na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, onde a proposta tramitou, e mantido pelo relator na CCJ, deputado Valtenir Pereira (PMDB-MT).

Quantia módica
Conforme o substitutivo aprovado na CCJ, o dono do terreno poderá cobrar uma quantia módica em dinheiro, que seja justificada por obras e serviços de conservação e manutenção de caminhos, trilhas, travessias e escaladas necessários para o acesso a sítios naturais públicos.

A versão aprovada determina ainda que o trânsito pela propriedade até o destino poderá ser feito sem guia turístico, desde que a pessoa interessada contrate seguro por dano pessoal ou para o resgate em caso de acidente; declare capacidade técnica e equipamentos para realizar a travessia; e respeite o plano de manejo e conservação do local (se existente).

O relator elogiou a proposta de Celso Jacob. Pereira destacou que a Constituição estabelece que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, considerado “bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida”.

“É de grande importância assegurar as condições necessárias para que a visitação de tais sítios e os esportes de natureza possam acontecer e crescer no País”, disse Valtenir Pereira.

Acesso livre
O texto aprovado assegura o livre trânsito por caminhos, trilhas, travessias e escaladas que levem a locais de beleza cênica. O acesso livre aplica-se tanto aos caminhos já existentes, utilizados tradicionalmente por praticantes de esportes ao ar livre, como os que forem constituídos em locais ainda não explorados.

Neste último caso, a delimitação das vias de acesso poderá ser estabelecida pelos proprietários privados, de acordo com boas práticas que assegurem mínimo impacto, assegurada a participação da sociedade civil.

Como contrapartida pelo uso, o projeto prevê que as pessoas que transitarem pelas vias privadas devem zelar pela conservação dos ecossistemas locais e respeitar os limites e regras definidos pelos proprietários e órgãos ambientais.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Projeto de Lei (PL ) 7486/2017 Inteiro teor

Situação: Aguardando Designação de Relator na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC)

O Projeto de Lei 7486/17 torna direito do cidadão o livre trânsito nas propriedades privadas, por trilhas e escaladas que conduzam a montanhas, paredes rochosas, praias, rios, cachoeiras, cavernas e outros locais de beleza cênica e interesse para a visitação pública. A proposta tramita na Câmara dos Deputados.

O texto apresentado estabelece que o livre trânsito se aplica aos caminhos já existentes, tradicionalmente utilizados por praticantes de esportes ao ar livre, e aos que necessitarem ser constituídos.

A delimitação de novos acessos será feita por órgão ambiental municipal ou, quando inexistente, pelo órgão estadual. A proposta assegura a participação dos proprietários das terras na definição.

Para evitar danos às propriedades, o projeto determina que as pessoas que transitarem pelas trilhas deverão zelar pela conservação dos ecossistemas locais, com adoção de práticas de mínimo impacto e sem sair dos limites estabelecidos.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Conclusão

Em geral, as cachoeiras despertam atenção e os sentidos das pessoas, independente de credo religioso, a plasticidade de sua beleza agrada a todos, até céticos, ateus e agnósticos, atrai os animais também por outras razões, e sobretudo são locais de muita história, verdadeiros sítios arqueológicos, são considerados ecossistemas lóticos, ambiente de água corrente, em movimento, como rios, riachos, córregos que guardam uma riqueza inestimável. E ainda, são locais sagrados para liturgias e rituais de natureza religiosa.

O Brasil como um país continental que tem possui as mais belas e diversas cachoeiras que podem ser encontradas em todos os seus estados, de norte a sul, em todos os biomas e com um potencial incrível e inexplorado para o ecoturismo na maioria das vezes.

E, cada vez mais as cachoeiras são exploradas mundo afora para fins de turismo e tendo também um papel importante na atividade econômica. Por tudo isso, mais do que nunca é necessário tomar consciência, tanto proprietários rurais, poder público, iniciativa privada e entidades civis em geral de que ter a verdadeira dimensão de sua importância e necessidade de preservação. Assim, é possível haver atitudes proativas que possam ser realizadas para que a gente não perca a riqueza das cachoeiras para a ação impensada do homem, para a poluição dos rios ou para a expansão urbana desordenada. Podemos estar aterrando ou poluindo parte importante também de nossa história.

A preservação implica em uma importante ferramenta de manutenção e recuperação do meio ambiente, da cultura, de suas religiões, da história mundial, do turismo, até mesmo de renda para muitos brasileiros que vivem do turismo em cidades do interior do país e também é fonte de água potável para muitas pessoas em nosso esquecido Brasil profundo. Suas águas são de suma importância para diversos indígenas, ribeirinhos e sertanejos guerreiros que resistem para sobreviver com a ajuda providencial da natureza que estende seus longos e generosos braços até que onde nosso civilizado homem contemporâneo ainda permite.

Por  Rudi Ribeiro Arena *

*Bacharel em Direito pela PUC-Campinas, Servidor Público Federal, Ciclista, um dos fundadores do Grupo Piramba e apaixonado por cachoeiras.

Fontes:

https://www.iquilibrio.com/blog/espiritualidade/umbanda-candomble/macumba/

http://www.nuss.com.br/locais-sagrados/as-cachoeiras.html

http://www.grupopas.com.br

https://portal.fiocruz.br/noticia/projeto-de-cooperacao-tecnica-para-desenvolver-banho-de-floresta-no-brasil-podera-ganhar

https://pt.wikipedia.org/wiki/Corredeira

https://umbandanuss.com.br/as-cachoeiras-umbanda/

https://virecarranca.com.br/2020/07/13/lavadeira-do-rio-uma-profissao-que-resiste-ao-tempo/

https://www.campograndenews.com.br/lado-b/comportamento-23-08-2011-08/descarrego-e-oferenda-em-rito-do-candomble-o-desejo-e-para-um-2017-abundante

https://santuariodeumbanda.com.br/site/locais-para-oferendas/vale-dos-orixas/oxum/

https://www.olharconceito.com.br/noticias/exibir.asp?id=9969&noticia=terapias-holisticas-realizadas-em-cachoeira-promovem-curas-fisicas-e-emocionais

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https://portal.fiocruz.br/noticia/projeto-de-cooperacao-tecnica-para-desenvolver-banho-de-floresta-no-brasil-podera-ganhar

https://www.japanhousesp.com.br/artigo/os-banhos-de-floresta-no-japao/

http://www.domhelder.edu.br/revista/index.php/veredas/article/view/453/446

https://www.camara.leg.br/noticias/513811-CAMARA-REGULAMENTA-TRAVESSIA-POR-PROPRIEDADE-PRIVADA-PARA-CHEGAR-A-PRAIAShttps://www.camara.leg.br/noticias/513811-CAMARA-REGULAMENTA-TRAVESSIA-POR-PROPRIEDADE-PRIVADA-PARA-CHEGAR-A-PRAIAS

https://www.camara.leg.br/noticias/611456-projeto-torna-direito-do-cidadao-transitar-por-trilha-turistica-localizada-em-area-privada

https://www.camara.leg.br/noticias/513811-CAMARA-REGULAMENTA-TRAVESSIA-POR-PROPRIEDADE-PRIVADA-PARA-CHEGAR-A-PRAIAS

https://sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/cachoeiras-um-encontro-com-a-forca-e-a-beleza-da-natureza,1a2e4174326c5810VgnVCM1000001b00320aRCRD

https://clubedaviagem.com/2020/05/10/energize-se-a-fonte-mora-ao-lado/

https://www.docelimao.com.br/site/menu-do-assinante/videodicas-assinantes/86-terapias/1264-a-cachoeira-uma-bencao-para-a-saude.html

Lontra no Lago Artificial de Garça-SP

Em um flagrante raro, conseguimos registrar imagens de uma lontra devorando um peixe no Lago Artificial Prof. J. K. Williams, depois de se fartar, submerge na água e se vai. ela Já havia sido vista no lago na semana passada a esse registro e tudo leva a crer que ela adotou o lago de Garça como morada. O interessante é que a presença dela demonstra que há uma fauna relevante e rica nessa região.

A lontra-neotropical (nome científico: Lontra longicaudis), também conhecida como lobinho-de-rio e lontrinha, é uma espécie de mamífero da família dos mustelídeos (Mustelidae). Ocorre na América Central e América do Sul, do noroeste do México até o Uruguai. Habita em rios, lagos e lagoas em vários ecossistemas, como pantanais, florestas tropicais e cerrados. A lontra-neotropical prefere viver em águas claras, onde alimenta-se principalmente de crustáceos e de peixes. Esta lontra possui tanto hábitos noturnos quanto diurnos. Está localizada na classe mais alta da cadeia alimentar como um animal importante para todo o ecossistema aquático, sendo, portanto, um indicador de boa qualidade biológica para o ambiente. As lontras são cativantes e atrativas, sendo utilizadas como formas de sensibilização do público tanto para a conservação da espécie como para a importância das áreas úmidas em geral.

Com mais de um metro de comprimento a lontra é um mamífero semiaquático, parente da irara e da ariranha, que se distribui por quase todo o território brasileiro. Mas apesar de ser popularmente conhecida pela grande maioria das pessoas ela é considerada espécie cheia de “mistérios”.

Isso porque não é fácil encontrar uma lontra na natureza. O animal que tem hábito solitário é arisco e dificilmente se mostra ao homem. Mas alguns vestígios como fezes, pegadas e tocas podem entregar a presença dela em determinada localidade. Quer saber mais sobre esse bicho curioso? Confira algumas curiosidades!

Na água e na terra

Considerada um mamífero semiaquático a lontra é ativa tanto em terra quanto na água. Em terra ela se reproduz, encontra abrigo que são conhecidos como toca, descansa e cuida dos filhotes. Porém na água ela encontra a principal fonte de alimento. É considerada uma excelente nadadora e mergulhadora, tem membranas nas patas adaptadas ao ambiente aquático. É mais ágil dentro d’água do que fora.

Dieta balanceada

A lontra se alimenta principalmente de peixes e crustáceos que encontra no ambiente aquático, mas também pode adquirir ao cardápio, pequenos mamíferos, répteis e até aves. Geralmente na hora de fazer uma boquinha a espécie sobe em pedras ou se desloca às margens dos rios e lagos.

Lontras dormem e cuidam dos filhotes em tocas próximo aos rios e lagos — Foto: Giselda Person

Lontras dormem e cuidam dos filhotes em tocas próximo aos rios e lagos — Foto: Giselda Person

Esconderijo e abrigo

Apesar de adorar água, a lontra encontra refúgio em terra, mais precisamente em barrancos onde constrói tocas ou aproveita de cavidades naturais para descansar. Na maioria das vezes escolhe locais altos com subidas íngremes para dificultar o acesso de algum possível predador. As tocas são próximas à água, onde ela se desloca rapidamente se houver qualquer sinal de perigo.

Fezes são feitas em pedras e ambientes visíveis para marcar território — Foto: Giselda Person

Fezes são feitas em pedras e ambientes visíveis para marcar território — Foto: Giselda Person

Fezes poderosas

A lontra usa as fezes para marcar território. Geralmente são feitas em lugares visíveis como em cima de pedras e troncos, onde outros indivíduos possam ver e logo identificar que o aquele espaço já tem dono. Pesquisas apontam também que as fezes servem também como uma manifestação de dominância hierárquica. Uma curiosidade é que as fezes são geralmente escamadas e possuem um cheiro doce almiscarado.

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Lontra-neotropical

https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/noticia/2020/08/14/arisca-e-solitaria-voce-conhece-a-lontra.ghtml

As Cachoeiras da Vigilância e Seus Encantos

O Piramba teve a honra de ser convidado pela proprietária do imóvel rural para conhecer as Cachoeiras da Vigilância e ajudar em fixar cordas para facilitar o acesso a elas, já que existem trechos com forte declive e risco de quedas. E agradecemos demais por essa oportunidade única.

É sempre fascinante constatar como são vastas as cachoeiras de Garça e que o município ainda possui uma infinidade de lugares incríveis de natureza exuberante a ser conhecido e explorado. Prova disso, é o complexo de cachoeiras próximo a Fazenda Vigilância que o Piramba desconhecida e que possui diversas cachoeiras de diferente alturas e todas encantadoras. E o mais legal é ver o cuidado com as matas ciliares, a restauração e o plantio de árvores nativas que acabou por criar uma grande área verde no entorno das cachoeiras e cursos d’água.

O acesso não é fácil, além de que exige uma boa caminhada e está longe até mesmo de qualquer estrada de terra ou mesmo de sede de fazenda. Por isso mesmo, parece até um local intocado, sem qualquer sujeira ou vestígio humano.

O dia escolhido foi um sábado a tarde de sol escaldante em meio a terceira onda de calor que abateu boa parte do Brasil em dezembro de 2023. Com temperatura de pouco mais de 35º graus centígrados e munidos de muita água e bastante ânimo, iniciamos a nossa caminhada.

Logo no começo da caminhada no meio do leito do rio chamou a atenção os escombros de um moinho de pedra muito grande assim como antigo que respira história, resquícios de uma realidade hoje distante.

Mal começamos a andar, ouvimos um barulho no meio do mato e pensei, parece algum animal grande e logo apareceu uma cachorra do nada, e o estranho é que não tem casa ali perto. E não deu outra, ele seguiu a gente até chegar na beira do rio, depois continuou conosco rio abaixo e transpassou os mais difíceis obstáculos pelo caminho, embora a gente tinha receio de ele se machucar, mas que nada ele foi até o final e foi em todas as cachoeiras com a maior destreza, mostrou um ótimo parceiro de pirambeira.

Em outro momento, quem aparece do nada no meio da mata é uma espécie de lontra, um animal lindo e raro de se ver, ali já havia ganhado o dia. Nunca nenhum de nós havíamos avistado esse animal na região, motivo de grande alegria ao saber que a fauna aqui é ao mesmo tempo resiliente e vibrante.

Com facões em mãos abrimos uma trilha que já encontrava-se bastante fechada e após caminhar bastante rio abaixo, enfim chegamos na primeira cachoeira que tem um poço que é um verdadeiro convite para banho e foi isso que fizemos. Foi como se gente tivesse encontrado um oásis em meio a um calor sufocante. Em que alguns pontos o poço não dá pé, é muito fundo mesmo.

Logo mais, ao seguir o rio a baixo somos contemplados com o encontro de dois cursos d’água que se encontram, a cena é belíssima, é agua caindo de todos os lados, são várias quedas e muito boa para tomar aquele banho de cachoeira. E por mais que tentamos registrar isso com fotos e vídeos, só mesmo presencialmente no lugar é possível ter a noção real de sua exata beleza. 

Se subir alguns poucos metros acima do outro córrego, a gente logo da de cara com uma cachoeira de água de nascente cristalina que se esparrama pela rocha de forma esplêndida e faz um pequeno poço que até parece um pequeno ofurô natural.

Voltando ao rio principal, ao descer um pouco o seu leito logo a gente ficou no alto de uma cachoeira muito alta e por ter as encostas bem íngremes, não conseguimos achar um de acesso para chegar até em baixo. Teria que contornar por um outro ponto da mata e não pelo curso do rio, ou então fazer uma longa caminhada chegar em baixo da cachoeira rio acima.

Assim, resta ainda mais uma cachoeira que temos que chegar por baixo para poder conhecê-la melhor, tomar um banho e descobrir se existe poço ou não. Mas uma leve garoa havia começado e trovões reverberavam na mata, resolvemos voltar e combinamos explorar ainda mais o local um outro dia.

Na volta, nos deparamos com uma armadilha de iscas de mangas, não entendemos ao certo como funcionava a arapuca, mas era claro que alguém fez uma engenhosidade para capturar animais silvestres. Então desmontamos toda a armadilha, levamos os arames e jogamos as mangas na mata para alegria na fauna local. E a cachorra? Ah ela é tão companheira que o nosso amigo Vicente precisou ir embora um pouco antes e então ela se propôs a fazer companhia para ele na volta.

Rudi Arena

A Natureza Sempre Supreende! A Desconhecida Cachoeira Quase Sem Querer em Jafa (Inédita)

Como um bom pirambeiro e amante das cachoeiras um dos sentimentos mais gostoso que existe é o de sair para fazer trilha de bike e se deparar com uma cachoeira em Garça-SP desconhecida. Mas essa sensação é cada vez mais rara já que percorremos dezenas de cachoeiras e conhecer uma nova vai ficando cada vez mais difícil.

Agora imagina conhecer uma bela e nova cachoeira meio que sem querer, por acaso, pois na realidade o objetivo era chegar na Cachoeira São Matheus em Jafa. Só que o acesso estava difícil, resolvemos tentar chegar até o rio acima da cachoeira e descer o corpo d´água até chegar nela.

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Só que o destino não queria que atingíssemos o objetivo planejado naquele dia, e realmente não chegamos até a Cachoeira São Mathues. Mas por outro lado demos de cara uma uma cachoeira que desconhecíamos totalmente e que nunca ouvimos falar dela. O acaso nos premiou com mais uma cachoeira e ainda com um poço muito bom para banho. É incrível a capacidade dessa região do centro oeste paulista de nos surpreender com suas belezas naturais inexploradas.

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O jeito então foi se banhar no poço e curtir esse lugar que é centenário por natureza, mas que para nós era novo. Foi realmente muito bom conhecer uma nova cachoeira quase sem querer. Ah, o quase só faz sentido porque a gente assumiu o risco de achar uma cachoeira pelo caminho sempre quando exploramos os rios de Garça e região. E quando a gente encontra uma cachoeira que é desconhecida e não tem um nome ainda, é preciso batizá-la e ali mesmo nas águas da Cachoeira Quase Sem Querer que foi sacramentado o seu batismo.

By Rudi Arena

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A Aranha Mais Estranha do Mundo. Ela usa a máscara do Jason ou será uma Bolacha Maria!!!

Essa Aranha Tecedeira foi encontrada no meio da trilha e sua aparência peculiar chamou a atenção.

É muito comum a gente se deparar com aranhas no meio das trilhas de bike ou no caminho das cachoeiras. Já vimos aranhas das mais variadas espécies, caranguejeira, armadeira, entre muitas outras. Porém, foi a primeira vez que vimos e registramos essa aranha cuja espécie não conseguimos identificar naquele momento, mas a sua aparência exótica chamou muita a atenção.

O corpo da aranha tinha uma linda cor dourada e com aparência de um emoji de um rosto. Ou seria mais semelhante a uma bolacha maria ou então a uma vestia a máscara do Jason, protagonista dos filmes de terror Sexta Feira 13. De qualquer maneira, é preciso reconhecer que trata-se de uma aranha bem diferentona.

Tecedeira-de-cruz-cosmopolita (Araneus)

Outros Nomes Comuns: aranha-de-cruz, aranha-dos-jardins, aranha-diadema, epeira-dos-jardins, epeira-de-cruz

Após pesquisas, foi possível identificar a espécie, deve ser uma aranha tecedeira da família Araneidae, a Araneus sp. (Araneinae). Como uma boa tecedeira, não se dá muito bem dentro de casa e se alimenta de tudo o que se mover e for capturado em sua teia.

Apesar do seu tamanho, é geralmente uma aranha pacífica e algo tolerante, fugindo para o esconderijo quando perturbada, no entanto, por vezes, pode tomar uma atitude defensiva e picar se se sentir muito incomodada. O veneno desta espécie parece muito eficiente em alguns insetos e muito pouco em outros. No Homem, provoca alguma dor local sem qualquer efeito secundário ou marcas e por isso, é considerada uma espécie inofensiva.

Máscara do Jason
Bolacha Maria

Pico da Queda e o pedal das 3 cachoeiras.

O Pico da Queda é uma cachoeira localizada em Garça e sua nascente fica também dentro dessa propriedade produtora de café e, suas águas formam uma belíssima represa – local que faz parte do trajeto do Desafio Piramba Jetflex.

Depois essas águas desaguam nessa linda cachoeira que já foi objeto de exploração do Piramba ainda em 2011 – oportunidade que fomos por baixo – clique no link para conferir: https://pirambamtb.com/2011/06/06/pico-da-queda/

Na verdade, são duas quedas enormes (talvez mais de 30 metros de altura). Dessa vez foi possível observá-la com mais atenção através das lentes do Pirambacopter.

É simplesmente inacreditável que esse local tão belo esteja tão perto do perímetro urbano da cidade. Essa região agrupa diversas cachoeiras em um espaço bastante reduzido sendo possível observar pelas imagens do drone, inclusive, a Cachoeira do Pneu (stand) que é formada pela água do Lago Artificial JK Willians além da Cachoeira da União. Todas elas desaguam no Ribeirão do Barreiro e, posteriormente suas águas captadas na Estação B1 do SAAE de Garça para tratamento e consumo da população. Uma verdadeira preciosidade.

Lembrando que trata-se de propriedade particular sendo necessário sempre a autorização do proprietário para ingresso no local.

Confira abaixo o vídeo de um pedal de apenas 10 quilômetros com essas 3 belíssimas cachoeiras.

Links para os Resultados e Fotos do Piramba Jetflex 2023

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Resultados do Trail Run

Trail Run 05 KM Feminino: https://incentivoesporte.com.br/#/resultados/evento/2-desafio-piramba-jetflex-de-trail-run-2023/05-km-fem

Trail Run 05 KM Masculino: https://incentivoesporte.com.br/#/resultados/evento/2-desafio-piramba-jetflex-de-trail-run-2023/05-km-masc

Trail Run 10 KM Feminino: https://incentivoesporte.com.br/#/resultados/evento/2-desafio-piramba-jetflex-de-trail-run-2023/10-km-fem

Trail Run 10 KM Masculino: https://incentivoesporte.com.br/#/resultados/evento/2-desafio-piramba-jetflex-de-trail-run-2023/10-km-masc

Resultados do MOUNTAIN BIKE

MTB – Categoria PRO Feminino: https://incentivoesporte.com.br/#/resultados/evento/3-desafio-piramba-jetflex-de-mountain-bike-2023/pro-fem

MTB – Categoria PRO Masculino: chttps://incentivoesporte.com.br/#/resultados/evento/3-desafio-piramba-jetflex-de-mountain-bike-2023/pro-masc

MTB – Categoria SPORT Feminino: https://incentivoesporte.com.br/#/resultados/evento/3-desafio-piramba-jetflex-de-mountain-bike-2023/sport-fem

MTB- Categoria SPORT Masculino: https://incentivoesporte.com.br/#/resultados/evento/3-desafio-piramba-jetflex-de-mountain-bike-2023/sport-masc

MTB – Categoria PCD: https://incentivoesporte.com.br/#/resultados/evento/3-desafio-piramba-jetflex-de-mountain-bike-2023/pcd

Fotos do 3º Piramba Jetflex 2023(Foco Radical)

Fotos Trail Run: https://www.focoradical.com.br/prova/20230916-trail-run-piramba-2023-garca-garca

Fotos MTB 2023: https://www.focoradical.com.br/prova/20230917-piramba-mtb-2023-garca-garca

Fotos Reconhecimento da Pista de MTB: https://www.focoradical.com.br/prova/20230916-treino-piramba-mtb-garca

Fotos do 3º Piramba Jetflex 2023(Piramba)

Fotos e vídeos do Piramba Jetflex 2023 do FLICKR: https://www.flickr.com/photos/pirambamtb/albums/72177720311294942

Inscrições abertas! Desafio Piramba Jetflex 2023!

Estão abertas as inscrições para o Desafio Piramba Jetflex 2023 com as categorias Mountain Bike – Sport e Pro e Trail Run 5 e 10 k!

Inscreva-se aqui para o Mountain Bike!

Inscreva-se aqui para o Trail Running!

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O evento que vem se tornando tradicional na região em sua terceira edição acontece nos dias 16 e 17 de setembro de 2023 e promete repetir as doses de adrenalina com as provas de MTB e Trail Running, mas, também com o rapel suspenso do Piramba Vertical. Além de atrações musicais que serão divulgadas em breve e ampla praça de alimentação tocadas pelas entidades assistenciais de Garça.

O Desafio Piramba Jetflex é um evento que transborda o esporte e têm objetivo de caráter primordialmente filantrópico pois, conjuga responsabilidade social (Campanha do Natal Solidário), ambiental (Plantio de árvores e compensação de carbono), cultural (Apresentação das bandas) e turístico (Visitação de atletas e turistas).

Desafie-se!

Vem aí Desafio Piramba Jetflex 2023!

A terceira edição do tradicional evento do Piramba será realizado nos dias 16 e 17 de setembro, nos mesmos moldes dos anos anteriores. Duas modalidades: Trail Run e Mountain Bike.

Ampla praça de alimentação com atrações musicais, além de expositores e principalmente Rapel Suspenso com o Piramba Vertical.

Evento filantrópico com o objetivo de custear a Campanha de Natal Solidário na Zona Rural da região.

Em breve as inscrições serão abertas no http://www.incentivoesporte.com.br

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Veja como foi a ultima edição nos vídeos abaixo

As Lindas Imagens Aéreas da Cachoeira das Araras

Essa foi a primeira e única vez que o PirambaCopter entrou em ação na Cachoeira das Araras em Garça-SP. As imagens captadas mostram o lindo cânion que fica relativamente próximo do bairro rural Adrianita, e também a grande queda da Cachoeira das Araras com suas águas límpidas. Este é mais um lugar mágico e pouco conhecido dessa região, e que possui encantos mil e paisagens deslumbrantes tanto por cima como por baixo da queda d´água.

A desapropriação e tombamento da Igreja da CIA Inglesa em Gália-SP

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Essa semana fizemos um pedal noturno e nos deparamos com uma placa de desapropriação e tombamento ao redor de 10 mil metros da Igreja da antiga CIA Inglesa que foi colocada pela Prefeitura de Gália-SP. Esse pode ser um importante passo do poder público para a sua restauração.

Agora vamos aguardar ver se serão adotadas medidas para a proteção e restauração desse patrimônio histórico incrível de nossa região ou se permanecerá a contagem regressiva para o seu desabamento sem que nenhuma providência a mais seja tomada.

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Infelizmente, nesse caso, o tempo está jogando contra. É rezar para que as estruturas em frangalhos da Igreja aguente esperar todos os trâmites burocráticos e a destinação dos recursos necessária para que o local possa ser recuperado e voltar a receber visitas com segurança. Se assim for, o local poderá continuar a ser um grande atrativo turístico da região.

Após a postagem desse texto no Instagram do @piramamtb, recebemos com satisfação o seguinte comentário do perfil no Instagram da Prefeitura Municipal de Gália-SP:

Agradecemos a preocupação e o carinho que vcs tem com a Igreja da Cia. Inglesa. Bom mas vamos lá, a placa que vcs instalaram, não sabemos o que aconteceu, não foi a prefeitura que removeu pois sabemos que a Igreja recebe grande número de visitantes toda semana, só instalamos nossa placa como está na foto. A respeito do Tombamento, como já foi divulgado em nossas redes sociais já criamos a lei que tombou esta Igreja como patrimônio histórico e cultural do município, o próximo passo foi fazer a desapropriação para tornar a Igreja do município e recentemente recebemos a imissão de posse, possibilitando que fizéssemos algo para assegurar a integridade das pessoas que por ali passam. Porém como é de se saber o município é pequeno e dispõe de poucos recursos; A prefeitura precisa angariar emendas na esfera estadual e federal para iniciarmos um processo de restauração (que não vai ficar barato). Esclarecemos ainda que em breve estaremos dando início a este longo processo, mas estamos abertos a receber todo e qualquer tipo de doação para auxiliar nisto, a momento estamos a passos lentos, mas não estamos parados e tão logo teremos o nosso e o vosso sonho realizado.”

O Piramba entende que se existe um objetivo comum, e por isso, seria interessante que o Poder Público, a Sociedade Civil e a Iniciativa Privada pudessem se unir por essa nobre causa em benefício a toda região que compreende não só Gália, mas Garça, Marília, bem como todo o Centro Oeste Paulista como o Interior de São Paulo. Quem sabe assim seja possível acelerar a preservação desse lindo patrimônio histórico que ao mesmo tempo contempla tanta história, e também é um grande atrativo turístico, já reconhecido pela população e muito visitado. Merece com muita razão toda a atenção e esforços conjuntos para que a merecida e almejada restauração da igreja da CIA Inglesa torne-se finalmente uma realidade que ajudará inclusive a economia dessa região do Estado de São Paulo.

Rudi Arena

Fugindo do gado no meio do pasto! Que susto!!!

Não foi a primeira vez que passei apuros correndo de boi seja a pé ou bike. Para a gente que anda pelas pirambeiras da região de Garça é comum deparar-se com os bovinos. É preciso respeitá-los muitos, primeiro por ser um animal, também pelo seu tamanho, por ser a base de alimentação dos brasileiros e também não deixa de ter um valor como mercadoria para os proprietários rurais. Por isso tudo, todo o respeito a eles é necessário.

E existem uns momentos em que estamos muito próximos aos bois, salta aos olhos e sentimento de medo também, o tamanho deles se comparado a nós, pobres humanos, parecem gigantes, fortes e até mesmo perigosos. As touradas presentes na memória, ainda que longe da cultura brasileira, colocam um ingrediente a mais no momento em que estamos defronte um grande e chifrudo touro.

Por mais que tenhamos experiência e conhecimento de que os bovinos não são agressivos por natureza, quando estamos ali a poucos metros deles, uma tensão se instala, não tem jeito. Se um touro quiser, mas nunca querem, ele pode sim matar, dar chifrada e o medo que parece sempre premente quando estamos em fugindo deles, é a de sermos pisoteados pelo efeito descontrolado da manada. Outra situação que merece muita atenção é quando tem bezerros pequenos, aí todo cuidado é pouco, as vacas nessas ocasiões alteram o seu comportamento para proteger o seu rebento, e podem ser bem mais agressivas.

E é sempre acontece a mesma coisa, basta virar as costas que os bois como bons curiosos que são, se ajuntam em um grupo coeso, e partem a seguir passos dos forasteiros. Porém, essa aproximação não é muito bem vinda por nós ciclistas. Pior ainda quando estamos a pé em meio a uma trilha para chegar em uma cachoeira, por exemplo. Se de de bike já sentir medo ao lado do gado é super normal, mas quando estamos a pé, nos sentimos ainda mais vulneráveis em relação aos bois e também não temos a velocidade de mobilidade que uma bike pode oferecer.

O mais importante nesses momentos é manter-se calmo, evitar movimentos bruscos, buscar não dividir o gado em dois ou mais grupos e ficar próximo a cerca, pois aí é possível sair do local em que eles estão com a maior segurança possível se for necessário. Melhor mesmo, é tentar evitar o contato, se isso for possível.

Rudi Arena

O flagrante do bote que o jacaré deu em cima de uma cobra no pantanal!

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A foto e seus antecedentes

Em Garça, em 1993, um grupo de amantes da natureza fundou uma organização chamada Nascentes Vivas com o objetivo de promover proteção aos ambientes naturais, como a Nascente do Lago, a Mata do Bosque, as encostas abertas construção de praia artificial e as vertentes do Barreiro, entre outros. Norma Baracat, Bosquezão, Professora Lula, Vitor Mafud, Marcelo de Resende Barbosa, Herédia, professora Maria Alda, Faneco, e outros tantos, entre os quais me incluo, promoveram ações de plantio e de formação de consciência ecológica.

Embora afastado de Garça a partir de 2005, continuei acompanhado o nascimento e crescimento do Piramba por informações de meu filho Rudi, um de seus membros, e pelas postagens em redes sociais. Os ideais do Nascentes Vivas e os do Piramba têm me acompanhado em viagens em visita a parques naturais do Brasil e de outros países.

Dessas andanças resultaram experiências e milhares de fotos. Uma delas me impressionou e me impressionada ainda, mas nunca dei a ela publicidade. Ela me encanta pelo flagrante obtido pelo zoom de minha câmera Cannon. Em 2017, trepei em um caminhão para turistas na Fazenda São Francisco no Pantanal em Miranda, no Mato Grosso do Sul para um passeio típico: o de observar a fauna de cima da carroceria, em um passeio chamado Safári Fotográfico. Aves que esparramavam suas asas sobre as águas, emas que desfilavam com dezenas de filhotes e um cervo-do-pantanal solitário deitado entre moitas e água posavam para os cliques.

De repente, o guia apontou o dedo para um braço de rio, aos gritos. Olhei e vi um jacaré com uma volumosa cobra na boca. Dei imediatamente um zoom para flagrar, entre os galhos de uma árvore já morta, a boca e os olhos do predador. De quatro ou cinco fotos, algumas sem qualidade, uma delas respondeu à minha intenção. Eu vi ali dois animais em final de luta. O jacaré vencedor nos olhava com olhos vitoriosos. Quais espécies eram, nunca soube.

Eu vi e vejo sempre nessa foto a beleza de uma natureza invisível que por instantes se tornou visível diante de meus afoitos olhos. Esse instante eu o guardei na memória e o eternizei na imagem que ofereço ao Piramba para publicação. É uma imagem-homenagem que o espírito velho do Nascentes Vivas presta ao espírito jovem do Piramba.

Dagoberto Buim Arena

dagobertobuim@gmail.com

O Fabuloso Pico da Cachoeira da Preguiça e o Visual Acachapante por Cima da Queda !

O visual fantástico da beira do precipício da Cachoeira da Preguiça por cima feita com celular.

Toda a cachoeira que é alta tem ao menos dois atrativos, o banho na cachoeira em baixo de sua queda e a vista do alto dela que geralmente é garantia de colírio para os olhos, lugar para contemplação do horizonte que parece infinito e nos transporta para um lugar diferente do que estamos acostumados. O Piramba já percorreu e registrou mais de 60 cachoeiras na região de Garça-SP, mas em algumas não fomos no pico da cachoeira, e o alto da queda sempre reserva joias preciosas e com visual acachapante.

O município de Garça é uma terra para lá de fecunda em picos incríveis e com um visual da paisagem ao redor de cair o queixo. E, vê-las diante dos olhos é um momento mágico, por melhor que seja a foto ou vídeo, sempre há uma limitação, diferente de viver a experiência real de ver esses lugares divinos por natureza ao vivo a cores. O bom é que no caso das imagens captadas pelo PirambaCopter, os nossos olhos puderam chegar em lugares em que a lente humana não consegue alcançar.

No caso da Cachoeira da Preguiça, foi a primeira vez que chegamos nela por cima e que foram feitas imagens do alto do alto da cachoeira. E ainda, o drone alçou voo e capturou imagens belíssimas não só da cachoeira como também do profundo, inóspito e verde vale que existe em seu entorno.

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O Piramba chegou apenas uma vez em baixo da Cachoeira da Preguiça e a tarefa não foi nada fácil, exige muito esforço e também muito tempo. Mas tanto em baixo da queda como o pico da cachoeira são presentes de Deus para Garça, assim como muitos outros lugares, e totalmente desconhecidos. É muito empolgante verificar a extensão absurda de lugares do Município de Garça/SP ainda a ser explorada ante as ignoradas e fabulosas belezas naturais que existem aqui e nos municípios limítrofes. No caso da Cachoeira da Preguiça, ela encontra-se entre Garça/SP e Álvaro de Carvalho/SP.

E ainda mais motivador é saber que tudo o que já foi registrado a respeito de cachoeiras na região apenas é a ponta do iceberg, vai uma vida toda e não tem como conhecer toda fartura do meio ambiente que existe nessa região do centro oeste paulista, e que pouquíssima gente aposta em seu potencial turístico. Isso não é a toa, pois suas pérolas da natureza permanecem relegadas ao desconhecimento e reconhecer suas riquezas parece distante da população, das autoridades públicas ou mesmo da academia. Nem mesmo os proprietários das terras em que existem as Cachoeiras dão o real valor ou se dão, não enxergam ou não tem interesse no potencial turístico do lugar.

Isso me lembra a passagem bíblica que pode ser aplicada tanto as pessoas como aos lugares e patrimônios naturais, históricos e culturais que existem em uma determinada comunidade. Pois muitas vezes, por certo bairrismo ou por miopia mesmo faz com que a própria comunidade local não consiga enxergar o real valor que existe ao seu redor e que muitas vezes parecem irrelevantes, comum, trivial.

Jesus, porém, disse: ‘Um profeta só não é estimado em sua própria pátria e em sua família!’” (Mateus 13, 57). E assim parece ser também com o que natureza nos deu de mais nobre e que não é estimado por quem está acostumado a ela ou não consegue enxergar a valorosa beleza natural que infelizmente não ressalta tanto aos olhos.

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A Cachoeira da Preguiça por baixo, ela é de difícil acesso.

Cada vez que exploramos essa mina de natureza bela e bruta que é essa região do Estado de São Paulo, encontramos lindas e reluzentes pepitas, verdadeiras dádivas naturais divinas e que não parecem ter fim. Tais lugares dão a sensação de nos aproximar do criador, quando avistamos onde o homem ainda não conseguiu alterar a criação original da terra (pela dificuldade da topografia local), e vemos a exuberância da natureza quase intocada e que desnuda um mundo que parece distante do nosso dia-dia. Isso nos ajuda juntamente com sinfonia da mata e o som estrondoso da cachoeira, que a nossa alma possa se ligar ao criador quase que inconscientemente por força da inescapável da natureza.

Rudi Arena

Imagens incríveis e inéditas da Cachoeira da Preguiça captadas por drone.

Que paredão é esse de aranhas no meio da trilha de bike??? São animais sociais????

Encontrar aranhas no meio da trilha de bike ou no caminho de uma cachoeira é relativamente comum, ainda mais na época do verão, não é raro deparar-se com um aracnídeo, embora muitas vezes é o caso de falar delas no plural.

Sábado passado, na Fazenda Dinamérica na divisa entre Gália e Garça no meio da trilha de bike apareceu um robusto e alto paredão de aranhas, o problema que esse fenômeno da natureza também tinha alguns bons metros de tamanho tanto na vertical como na horizontal. Nunca havia visto tantas teia e aranhas juntas na minha vida, e olha que já enfrentei muitas barreiras formadas de aranhas nas pirambeiras vida afora, mas nada comprada a essa.

Algumas espécies de aranhas trabalham de forma coletiva com louvor, e nesse caso, eram tantas no campo de visão que foi preciso parar por um momento, analisar e decidir pela melhor forma para enfrentar as centenas desses bichos de de 8 pernas. Retornar jamais.

A estratégia para passar pelas aranhas na primeira barreira feitas pelos aracnídeos foi a remover as teias mais próximas do chão e passar por baixo, o problema é que mais para frente tivemos que passar por outras barreiras e infelizmente tivemos que remover mais teias e destruir o trabalhos das aranhas. Mas por outro lado, é incrível a rapidez e capacidade das aranhas fazerem teias gigantes em um curto espaço de tempo.

Interessante que geralmente a gente vê as aranhas e suas vastas teias no crepúsculo, mas não é a regra, embora pareça ser o momento de início dos trabalhos muitas vezes. E é curioso que as aranhas são geralmente solitárias, diferentes das formigas, abelhas e cupins, estes sempre trabalham de forma coletiva. Já as aranhas que não são insetos, mas sim aracnídeos por possuir 8 pernas, não são considerados animais eminentemente sociais, diferente dos insetos mencionados. Mas existem algumas espécies que são sim sociais.

As aranhas sociais podem ser coloniais ou cooperativas. As espécies coloniais podem cooperar na construção de uma estrutura comum, mas cada membro possui a sua própria teia que é defendida contra a invasão de indivíduos da mesma colônia, embora haja tolerância de sobrevivência. Já as aranhas cooperativas possuem teias comuns, construídas por vários indivíduos, havendo cooperação na captura de presas e divisão de alimento.” https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/99531/barbieri_ef_me_rcla.pdf;sequence=1

“De maneira geral, as aranhas sociais não possuem hierarquia e divisão de tarefas tão bem definidas quanto às dos insetos, mas elas sabem cooperar para atingir um objetivo em comum. Além de caçarem e consertarem a teia juntas, elas também cuidam dos ovos umas das outras.” https://super.abril.com.br/coluna/mulher_cientista/lucia-neco-estuda-o-comportamento-social-em-aranhas/

Rudi Arena

Fontes:

https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/99531/barbieri_ef_me_rcla.pdf;sequence=1

https://super.abril.com.br/coluna/mulher_cientista/lucia-neco-estuda-o-comportamento-social-em-aranhas/

Pedal com Ventania Furiosa!

Quem pedala já deve ter vivido a experiência de enfrentar uma mudança de tempo no meio da trilha. As vezes é a chuva que pega o ciclista de surpresa, e pode piorar muito a situação quando a chuva vem recheada de raios, isso já aconteceu com a gente e a cada iluminar o céu surge o pavor de ser premiado por um indesejado presente do céu.

Mas dessa vez o problema não foi diferente, quando estávamos voltando do pedal pela Estrada do Saltinho que liga Garça e Gália por terra, o tempo virou de uma hora para outra, e um assovio alto e imponente do vento soprou em nossos ouvidos e era impossível não ficar com medo da tempestade que se anunciava.

A vontade de chegar o mais rápido possível em casa e fugir da fúria na natureza era premente. Mas como naquele momento ainda não chovia, tomamos um pouco de coragem para pegar o celular e registrar um pouco dessa ventania que era muito forte e que é rara de ser ver.

Nunca havia enfrentado um vento tão intimidador, e andar de bike nessa condição adversa não é simples, a força da corrente de ar dificulta muito para pedalar. A bike parecia não sair do lugar por mais que fizéssemos força e nos momentos em que vinha uma rajada de vento ainda mais forte, a bicicleta parecia se deslocar para o lado sucumbindo ao fenômeno natural, pior do que o deslocamento de ar que o ciclista sofre quando passa um caminhão de grande porte ao nosso lado.

E o que mais me marcou a atenção desse momento em que passamos, foi ver a cena dos eucaliptos que envergavam pela força da ventania, o que dava até a impressão de que seus troncos não iriam resistir, só que não. Se reparar melhor, as árvores apenas dançam no ritmo da sinfonia soprada pelo vento, elas ignoram a cólera da natureza e utilizam de seus talentos flexíveis para curtir a brisa, sem maiores preocupações.

Rudi Arena

Pedal na Bomba – B1 – Pirambacopter

O Pirambacopter entrou cena e gravou imagens aéreas inéditas da lindíssima serra que existe ao lado da cidade de Garça que muitos desconhecem e a vista de cima é ainda mais linda do que se vê ao percorrer a Estrada da Bomba (B1) do SAAE de bike.

O drone alcança onde os nossos olhos jamais alcançaria e por isso nos presenteia com cenas lindas que comprovam com outro olhar como Garça foi agraciada pela natureza.

Lagarto Teiu gigante no meio da rua em Garça/SP

Na região de Garça é muito comum se deparar na zona rural com um largarto Teiu, mas também na área urbana o réptil nativo aparece com frequência, muito em razão da mata do Bosque Municipal. Este é lugar em que muitos desses animais se abrigam e vira e mexe eles dão uma volta nas redondezas para dar o ar da graça nas ruas da cidade e até nos jardins das casas que existem ao redor.

Teiú, um lagarto tão brasileiro que você com certeza já viu por aí

Assustador à primeira vista, lagarto está presente em vários estados e chama atenção pelas grandes proporções

É muito possível que você já tenha encontrado um teiú (Salvator merianae) na sua vida. Lagarto de tamanho relativamente grande, sendo o maior lagarto brasileiro, tem um corpo que pode atingir 50 centímetros – mas se considerarmos o rabo, ele pode chegar a até 2 metros no total. Suas cores mesclam tons de preto, amarelo e branco, e suas laterais são preenchidas com bolinhas claras.

Ele pode ser encontrado em todas as regiões do Brasil e até no norte da Argentina, em maior abundância nas regiões Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste do país, com exceção da Floresta Amazônica. Possui hábitos territorialista, generalista e tem grande facilidade em se adequar a novos ambientes, por isso conseguem se adaptar às grandes cidades. E apesar de possuir comportamento agressivo, geralmente tende a fugir quando se sente ameaçado.

Com uma alimentação onívora e muito variada, o teiú come de tudo um pouco: carniças, carnes em geral, insetos, aves, roedores, anfíbios, outros lagartos, ovos de diversas espécies, além de frutas e folhas das mais variadas espécies. Assim como o jabuti, desempenha um papel muito importante como dispersor de sementes, por incluir diversas espécies de frutos nas suas refeições.

Uma curiosidade é sua grande importância na comunidade indígena. Historicamente, o teiú é um grande recurso dos povos originais, que utilizavam sua carne como alimento, seu couro e gordura – o que só é possível porque ele existe em grande número e alcança um tamanho respeitável.

Seu comportamento é sazonal: no verão e na primavera podem ser vistos repousando ao sol, em busca por alimento e reprodução. Já nos meses mais frios, entre final de maio e final de agosto, ele hiberna, permanecendo inativo em tocas por longos períodos.

LAGARTO TEIÚ

Espécie: Salvator merianae, da ordem Squamata, da família Teiidae e do gênero Salvator.

Onde habita: regiões abertas e bordas de matas de diversos biomas, do Sul ao Norte brasileiro.

Características físicas: com corpo e calda robustos, pode medir até 2 m; possui coloração escura com manchas e bolinhas em tom amarelo claro e branco.

Alimentação: onívoros, come de tudo, insetos, aves, roedores, anfíbios, outros lagartos, ovos de diversas espécies, frutas, folhas e inclusive carniça.

Reprodução: a fêmea chegam a fazer uma postura de 12 a 35 ovos, variando de acordo com o tamanho do animal.

Este texto foi produzido com o apoio de Gustavo Fernandes Silva –  Biólogo Tecnologista de Laboratório Pleno do Biotério Semiextensivo de Quelônios e Lagartos – Laboratório de Ecologia e Evolução.

Fonte: https://butantan.gov.br/bubutantan/teiu-um-lagarto-tao-brasileiro-que-voce-com-certeza-ja-viu-por-ai

A Cachoeira do Paquetá e Sua Paradisíaca Borda Infinita em Ilha Bela

Sobre Cachoeira do Paquetá

Cachoeira com borda infinita, escorregador natural e bela vista para o mar? Isso existe? Onde fica?

Isso mesmo, talvez você nunca tenha ouvido falar, mas a Cachoeira do Paquetá ganhou fama assim que os moradores locais de Ilhabela começaram a publicar fotos de lá usando a hashtag #secretpoint. Desde então, a procura pelo local aumentou e, com isso, o #secretpoint já não é tão mais secreto assim.

Mas sem dúvida, é um dos mais belos lugares para conhecer em Ilhabela, sobretudo, a região no entorno também tem outros ótimos atrativos para você visitar.

Por exemplo, o Ribeirão do Bexiga é repleto de gigantescos poços naturais de fácil acesso, sendo o primeiro deles logo no início da trilha, após uns 15 minutinhos de caminhada, e pede uma parada para um banho daqueles de lavar a alma.

Depois disso, se quiser descobrir a famosa Cachoeira do Paquetá e apreciar a bela vista mostrada nas fotos, basta seguir pela trilha por um trecho mais íngreme, de dificuldade média, até chegar à base da cachoeira e depois, ainda, você pode subir até o topo, curtir todo o visual que ela oferece, e deslizar pelo escorregador natural de pedra e cair dentro da piscina de borda infinita no meio da cachoeira.

Como chegar à Cachoeira do Paquetá?

Para chegar à Cachoeira do Paquetá, siga pela estrada no sentido sul de Ilhabela até o bairro Ribeirão, que fica entre a Praia Grande e a Praia do Curral.

Procure pela Rua Nagib Pombo, continue por ela até chegar em uma casa que divide a rua. Siga pela rua da esquerda e procure por um lugar para estacionar o carro, se for o seu caso. Há estacionamento particular no local.

A partir deste ponto, você deve encontrar uma simples placa de madeira, feita por moradores locais, demarcando o início da trilha para a Cachoeira do Paquetá. No entanto, a trilha possui alguns trechos difíceis, com obstáculos, e não é recomendada para pessoas com dificuldade de locomoção.

Como já foi dito, o primeiro poço para banho é bem próximo do início da trilha, e você chega nele em aproximadamente 15 minutos de caminhada. A partir daí, atravesse o poço pelas pedras para o lado direito e siga a trilha para cima em direção à Cachoeira do Paquetá. Tenha muita atenção e cuidado para não se machucar ao atravessar o rios pelas pedras.

Também, tenha muito cuidado para não danificar as mangueiras de captação de água ao longo da trilha, elas abastecem as casas da região e um mínimo de descuido pode deixar todas sem abastecimento de água. 

Quando chegar na base da Cachoeira do Paquetá, não deixe de subir até o topo para curtir o belíssimo visual.

No meio da cachoeira é onde fica o poço com borda infinita e um escorregador natural de pedra, onde as pessoas escorregam e tiram belíssimas fotos.

Sabe aquela cachoeira com borda infinita e vista para o mar em Ilhabela? O nome dela é Cachoeira do Paquetá

A Cachoeira do Paquetá ficou famosa depois que os moradores locais de Ilhabela começarem a postar fotos de lá com a hashtag #secretpoint. A partir daí, todos queriam conhecer e tirar sua foto na incrível cachoeira com borda infinita e vista para o mar. É um belo lugar pra fazer aquela foto que vai bombar no seu Instagram, mas não esqueça de curtir a real beleza daquilo tudo.

É, sem dúvida, uma das vistas mais bonitas de Ilhabela, mas o local tem muito mais atrativos para os visitantes. O Ribeirão do Bexiga é repleto de gigantescos poços naturais, o primeiro deles é logo no começo da trilha e de fácil acesso, vale uma parada para um banho daqueles de lavar a alma! Aí, depois disso, se quiser conhecer a vista famosa das fotos, é só seguir pela trilha por um trecho mais íngreme até chegar no topo.

Como Chegar à Cachoeira do Paquetá

Dirija pela estrada sentido sul da ilha até o bairro do Ribeirão (um pouco após a Praia Grande e antes da Praia do Curral). No GPS, coloque “Rua Nagib Pombo, 1 – Ribeirão”. Suba a rua principal até chegar em uma casa que divide a rua em dias. Siga pela esquerda e estacione o carro. Ali começa a trilha, que é sinalizada por simples placas de madeira, feitas pelos moradores locais.

O primeiro poço é bem próximo do início, após 20 minutos de caminhada. De lá, tomando muito cuidado, cruze o poço pelas pedras para o lado direito e siga a trilha para cima. Também é possível subir pelo lado esquerdo da cachoeira, mas exige um pouco mais de conhecimento da trilha. Cuidado para não pisar e arrancar as mangueiras de captação de água que passam pela trilha, elas abastecem as casas da região e um mínimo de descuido pode deixar todas sem abastecimento de água.

Quando chegar em uma laje de pedra, suba até o topo. O caminho até lá em cima é de média intensidade. Tome muito cuidado! Não fique andando ou tirando fotos na borda do poço, pois um mínimo descuido poderá ser fatal.

Tudo o que você precisa saber sobre o Caminho da Fé

Depois de muitos meses de planejamento e preparação, chegou dia para a tão esperada viagem, até uma linda camisa de ciclismo com o tema do Caminho da Fé foi encomendada para a ocasião e para isso contamos com a gentileza e o apoio da EALOG GROUP a quem agradecemos muito. Inicialmente a ideia era fazer o percurso do ramal principal do Caminho da Fé que é entre Águas da Prata-SP e Aparecida-SP em 04 dias, mas resolvemos depois fazer em 05 dias de pedal tendo em vista os assustadores 8.000 m de ganho de elevação acumulado nos aproximadamente 300km de pedal, que no nosso caso acabou sendo de 308 km, pois quilometragem pode variar um pouco conforme o lugar escolhido para a estadia ao longo do Caminho da Fé.

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No entanto, esse roteiro inicial acabou que foi alterado, até poderia sim ser feito em 4 dias, mas seria bem mais desgastante dado a alta altimetria pesada, demoraria mais e teria menos tempo para parar e apreciar os lugares fantásticos que existem pelo caminho, desde as paisagens acachapantes das montanhas até as belas capelas que a gente se depara no trajeto. Então aumentar de 4 dias para 5 dias de pedal foi a melhor coisa a se fazer mesmo no nosso caso. Entretanto, isso varia muito tanto do propósito como do preparo físico do ciclista.

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O recomendado é percorrer 60 km por dia, o normal é que se faça em 4, 5 ou 6 dias de pedal. Já os peregrinos que fazem o mesmo percurso a pé varia de 11 a 17 dias para terminá-lo. O Caminho da Fé além do ramal principal que é o mais conhecido e frequentado, também tem outros ramais. Todos os ramais encontram-se no ramal principal que inicia-se em Águas da Prata. A partir daí o Caminho da Fé segue por apenas uma trilha até Aparecida.

Prestes a completar 20 anos, Caminho da Fé vem crescendo 32% ao ano e ciclistas já são maioria

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Roteiros de peregrinação e demonstração de fé são populares no mundo todo. No Brasil e na América Latina, o Caminho da Fé é uma das maiores referências como rota estruturada e há quase 20 anos vem amparando mais de 15 mil fiéis que viajam anualmente rumo a Aparecida (SP). Destes, 60% são cicloturistas.

Para entender a trajetória do Caminho da Fé, a Aliança Bike conversou com Camila Bassi Teixeira, gestora executiva do percurso, que explicou como uma administração profissional pôde capacitar os mais de 202 meios de hospedagem e 146 pontos de apoio distribuídos ao longo do trajeto.

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Inspirado nos Caminhos de Santiago de Compostela (na Espanha), o Caminho da Fé já totaliza 2.500 km sinalizados em 19 ramais. São 72 municípios envolvidos, dos quais 51 estão localizados no Estado de SP e 21 em Minas Gerais. Desde 2015, o Caminho da Fé segue se expandindo e cresce a uma média de 32% ao ano no número de visitantes.

O percurso faz parte da Rede Brasileira de Trilhas de Longo Curso e, nestes 20 anos, tem sido responsável por uma transformação da região. “O Caminho da Fé trouxe desenvolvimento econômico para muitas comunidades. Mas é preciso ter muita atenção, pois temos períodos de baixa estação. E aí é importante ter um modelo sólido para que empreendedores possam se manter”, nos contou Camila Bassi. Confira detalhes dessa conversa no site.

Acesse: https://bit.ly/camiFé

Se for com carro de apoio, ele tem que ter tração 4×4?

O veículo ser 4×4 não é condição indispensável para ser o carro de apoio no Caminho da Fé, mas é recomendável sim para que possa percorrer todos os trechos junto com os ciclistas e também para não passar apertado. Existem vários trechos difíceis para passar com carro de passeio, muitas serras e até cruzar riachos. Na época de chuvas então a coisa pode complicar ainda mais, por isso, é bom tomar os devidos cuidados.

Tem trechos que tem muitas erosões e pedras. O carro 4×4 dá muito mais segurança e confiança, também é recomendável que seja um carro mais alto. A maior parte são trechos de terra que qualquer carro de passeio anda bem, mas o piso muda muito, principalmente nessa época agora de chuvas. É bom deixar claro que sempre tem rotas alternativas para ir de carro, é só pesquisar e depois combinar um ponto de encontro. O problema é se o ciclista tiver algum problema nessa parte do trajeto e precisar do carro de apoio, mas são poucos os trechos em que isso é necessário.

Os pontos que mais exigem do carro é na serra de Luminosa, após Paraisópolis e descendo a serra de pedrinhas, após Campos do Jordão.

Durante o Percurso

Ao longo do percurso, o ciclista peregrino dispõe de pontos de apoio de uma rede de pousadas e modestos hotéis selecionados pela Associação do Caminho da Fé, com preços diferenciados, onde são carimbadas as credenciais, que permitirão ao final, receber o Certificado de Peregrino Mariano. Também existem alguns estabelecimentos ao longo do caminho para fazer uma parada, comprar água ou comer alguma coisa.

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Remendado uma parada no Café no Caminho, antes de de chegar em Apaecida/SP


Desde sua criação, mais de 30 mil peregrinos percorreram a rota. Cada viagem, cada participante tem um objetivo diferente: religioso, turístico ou esportivo. O principal é aproveitar cada dia de viagem, em nosso caso, curtir bastante cada dia de pedalada e a paisagem do caminho que é maravilhosa.

Ramal Principal de Águas da Prata-SP até Aparecida-SP ( 295 km *)

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O Caminho de Fé foi inspirado no Caminho de Santiago de Compostela e é indicado para aqueles que buscam um caminho de peregrinação de longa distância e vivenciar uma experiência de caminhar todos os dias.​​

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A trajetória começa em Águas da Prata, Andradas, Serra dos Limas, Crisólia, Ouro Fino, Inconfidentes, Borda da Mata,Tocos do Moji, Estiva, Consolação,  Paraisópolis, Canta Galo, Luminosa, Campista, Campos do Jordão, Gomeral, Potim e  Aparecida. 

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Total até Aparecida ⇒ 295 km

* O percurso escolhido pelo Piramba MTB de Campos do Jordão até Aparecida foi o mais tradicional que é pela Serra de Gomeral e famosa Descida de Pedrinhas. Assim, a quilometragem total do ramal principal é de 295 Km, no entanto, pode sofrer pequenas variações conforme as pousadas escolhidas para a estadia.

A Criação do Caminho da Fé

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Em 2003, após retornar da segunda peregrinação na Espanha, o paulista Almiro Grings, com o apoio de amigos, decidiu criar algo semelhante por aqui, tendo como destino final o Santuário Nacional de Aparecida, em São Paulo. Juntos, apoiados ainda por outros voluntários, deram início aos primeiros contatos com prefeituras e paróquias das cidades por onde passaria a trilha. Com ajuda de um mapa e partindo de Águas da Prata (SP), foi imaginado um caminho que chegasse até Aparecida privilegiando a rota mais lógica e que atendesse ao perfil peregrino. Estradas vicinais, trilhas, bosques e vias asfaltadas compõem o ramal original do Caminho da Fé, que compreende 320 quilômetros autoguiados, onde o caminhante ou ciclista só precisa seguir as setas amarelas e as placas para, a cada curva dobrada ou morro vencido, se surpreender com belezas naturais que inspiram a seguir sempre adiante.

Como se preparar para fazer o caminho da fé de bike?

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É preciso de um bom preparo para encarar o Caminho da Fé de bike. Afinal, além do desgaste físico, há também um grande desafio mental. Por conta do nível de subidas acumuladas ao longo do trajeto.

Ou seja, quando o assunto é uma cicloviagem, esse Caminho da Fé vai ao limite do que você pode esperar.

Além desses motivos de dificuldade de percurso, o Caminho da Fé de bike não é uma aventura para iniciantes no cicloturismo. Ele exige boa experiência nessa modalidade do mountain bike.

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O primeiro passo para planejar a sua cicloviagem para o Caminho da Fé é avaliar a quantidade de dias que você tem disponível e pensar em qual quilometragem e roteiro é ideal, considerando os diferentes pontos de partida.

Para isso, indicamos que você baixe o mapa do Caminho da Fé em Águas da Prata no site oficial e faça o planejamento no campo indicado. O site oferece várias informações importantes como quilometragem, altimetria, trechos urbanos e outros.

Outras dicas importantes para os ciclistas são:

  • se planejar corretamente antes, calculando o tempo médio para percorrer cada trecho, sua capacidade física, as condições climáticas e tudo o que é necessário para chegar em segurança até o próximo ponto de apoio.
  • evitar transitar à noite pelo Caminho;
  • evitar saídas tardias dos meios de hospedagem;

Uma dica fundamental é preparar o seu físico. Isso porque o Caminho da Fé conta com vários trechos de subida intensa, principalmente a famosa subida da Luminosa, que está entre as 10 mais difíceis do país. São 10 km de subida, com quase 1000 m de altimetria. No final dela, fica-se próximo aos 2.000 m de altitude.

Com qual bike posso fazer o caminho da fé?

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A bicicleta para fazer o Caminho da Fé deve ter uma configuração mínima para encarar o grande desafio. E quanto mais preparada para a modalidade ela estiver, melhor será a peregrinação sob duas rodas.

Se você tem uma MTB aro 26, pode ir sem problemas, desde que ela tenha no mínimo 21 marchas. Elas serão exigidas ao limite nas subidas, portanto, pense nisso.

Outro ponto essencial são bons freios. Podem ser V-brakes, mas, se forem a disco mecânico ou hidráulicos, eles darão conta melhor ainda. Pense que você precisará ter segurança para brecar o seu peso e o da bagagem.

No mais, furações para bagageiros e para suporte de caramanhola são essenciais. Eles darão a garantia para você instalar essas peças e levar água e bagageiros, numa boa.

E, claro, seja com um modelo simples ou com um mais avançado de bike para viagem, leve-a para uma manutenção, para deixa-la “zerada” para o Caminho da Fé.

Qual o trajeto do caminho da fé em águas de prata?

Como você viu, o trajeto do Caminho da Fé poderá se alterar, dependendo do seu ponto de partida, assim como a quilometragem também é variável. Isso permite que o ciclista pense em um trajeto que seja mais adequado aos dias disponíveis para a cicloviagem e ao seu condicionamento físico.

De modo geral, você encontrará a sinalização de setas amarelas a cada 2 km, com placas que indicam a distância restante até a Basílica. As setas estarão presentes em postes, mourões e árvores.

Melhor época do ano

Como o Caminho da Fé em Águas da Prata é autoguiado, não existe uma época mais indicada para fazer o percurso. Tudo dependerá da sua agenda e disponibilidade.

De forma geral, os meses de junho e de julho são os que registram maior número de peregrinos, por ser período de férias, bem como o mês de outubro, devido ao aniversário de Nossa Senhora Aparecida.

Se a ideia é evitar as chuvas, o ideal é pedalar na época de seca, que é no inverno, ou seja, entre os meses de maio a agosto. Nesse período, as chuvas são raras e as temperaturas ficam mais amenas durante o dia e mais baixas à noite, especialmente nas cidades montanhosas.

A partir de setembro até abril é a época de verão e costuma chover mais, principalmente em novembro, dezembro, janeiro e fevereiro.

Todos os ramais do caminho da fé

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​A nossa sugestão de Caminhos de Peregrinos é percorrer um dos ramais do Caminho da Fé,  que tem como destino até a Padroeira do Brasil, a  Nossa Senhora Aparecida em Aparecida (SP); 

O Caminho da fé é composta por cerca de 970 km, dos quais aproximadamente 500 km atravessam a Serra da Mantiqueira por estradas vicinais, trilhas, bosques e asfalto, proporcionando momentos de reflexão e fé, saúde física e psicológica e integração do homem com a natureza. 

O Caminho conta com 12 ramais,  Aguaí, Caconde, Centro Paulista, Dom Inácio João dal Monte, Franca, Mococa, Padre Donizetti, Ribeirão Preto,  São Carlos Borromeu, Santa Rita de Caldas, Santa Luzia e Tambaú.  

Todos os ramais encontram-se no ramal principal que inicia-se em Águas da Prata. A partir daí o Caminho da Fé segue por apenas uma trilha até Aparecida.

Para conhecer todos os ramais do Caminho da Fé clique aqui.

É muita subida, conheça os nomes das serras do Caminho da Fé

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Ao todo são 8.000 m de ganho de altimetria, por isso, o Caminho de Santiago pode ser considerado um “passeio” comprado ao Caminho da Fé. Apesar da distância maior entre França e Espanha, a grande quantidade de morros para se vencer – para cima ou para baixo – faz com o nosso Caminho seja muito mais exigente fisicamente. Serra dos Lima, Luminosa, Serra da Fartura, Morro do Sabão, Porteira do Céu, Pantâno dos Teodoros, Morro do Gavião, Caçador, além de dezenas de outros que “não são tão famosos”, cobram esforço máximo em praticamente todas as etapas, a pé ou de bicicleta.

A CREDENCIAL E O CERTIFICADO

Quem desejar receber o Certificado Mariano (que marca o seu trajeto pelo Caminho da Fé), precisará retirar a credencial no local onde você iniciar o seu percurso, a Credencial do Peregrino custa R$25,00.

Em Águas da prata existem algumas pousadas em que é possível adquirir a Credencial, como na tradicional Pousada do Peregrino, no entanto, recomendo a retirada do Certificado de Peregrino Mariano no Centro de Informações Turísticas, localizado na marquise do CAR- Centro de Apoio ao Romeiro.

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A Associação dos Amigos do Caminho da Fé- AACF fica na Rua Gabriel Rabello de Andrade, 19 Centro. O horário de atendimento é de segunda a sexta: 09h às 17h. Sábados: 08h às 18h e domingos: 08h as 17h. No lugar é possível também adquirir souvenirs do Caminho da Fé, adesivos, camisetas, e as tradicionais fitinhas coloridas que os peregrinos usam, muitos ciclistas as amarram em suas bicicletas ou no pulso e ao longo do caminho existem pontos em que é possível ver cercas repletas dessas fitinhas, o que deixa a bela paisagem da Serra da Mantiqueira ainda mais bonita e colorida.

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Quanto Custa a Credencial e o Certificado?

Quando você chegar em Aparecida, deverá entregar a sua credencial para retirar o certificado. Para conseguir o certificado, no entanto, é preciso percorrer, no mínimo, 100 km.

Assim, a última cidade em que você pode pegar a credencial é em Paraisópolis. Lembre-se que a credencial deverá ser preenchida e carimbada para ter validade na hora da chegada.

Com a credencial, você poderá conseguir preços diferenciados nas pousadas localizadas ao longo do Caminho da Fé.

A Credencial do Peregrino custa R$25,00 e O Certificado de Conclusão custa R$10,00.

A credencial é obrigatória para o Certificado de Conclusão?

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Sim, é necessário adquirir a credencial de peregrino para obter o certificado de conclusão do caminho, o peregrino retira na cidade onde inicia sua trajetória. Deve ser carimbado nas pousadas ao longo do trajeto e apresentado na Secretaria da Basílica de Aparecida para recebimento do Certificado de Conclusão sob cobrança de R$ 10,00 realizada pelo Santuário.

Onde se Hospedar, quando custa?

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Hospedaria Rural Calendária em Luminosa

O valor varia dependendo das pousadas que ficarão hospedados o valor médio por pessoa é de aproximadamente R$100,00/dia por pessoa com café da manhã + Credencial do Peregrino R$25,00 sem carro de apoio.

No link logo aqui abaixo você pode encontrar todas as opções e informações das hospedagem que existem em cada cidade do Caminho da Fé, bem como os restaurantes e outros pontos de apoio aos peregrinos. Esse documento é de muita valia e quem pensa em fazer o Caminho da Fé é uma referência quase obrigatória para estar melhor preparado para a jornada.

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Bike Ville MTB em Campos do Jordão

Outras informações importantes

O Caminho da Fé não possui serviço de guia. É auto guiado

Porém, possui sinalização constante ao longo do trajeto, a cada 2 km.

No site oficial é possível baixar gratuitamente um mapa turístico com todos os ramais, ou seja, cada um dos locais onde você pode começar um percurso.

A altimetria é bem variada, sendo o ponto mais baixo em Pindamonhangaba com 552,6 m. O ponto mais alto é logo imediatamente e é em Campista, no km 93, com 1820 m.

Tenha muito presente que o trajeto sobe e desce constantemente. Portanto, se espera um caminho cheio de adrenalina, o Caminho da Fé não é para você. Na maioria do tempo, você ficará pedalando em subida.

O caminho passa por várias cidades, portanto consulte o mapa e calcule bem a quantidade de água e comida que precisa para trajeto. Mas considere que poderá repor o necessário nos trechos urbanos.

Uma boa dica tanto para esse quanto para outros trajetos, e qualquer saída na natureza em geral, é dar uma olhada atenta a previsão do tempo para os dias quando você planeja pedalar.

Cidades pelo Caminho da Fé

1. Águas da Prata – SP

Nosso primeiro destino (Cidades do Caminho da Fé) se destaca com as águas esplêndidas de suas 10 fontes e 58 belíssimas cachoeiras.

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No Bosque Estadual, onde fica o Fontanário Vilela, estão as águas mais radioativas da América. Aliás, é um ótimo local para rir com os macacos-prego e se deliciar com pamonha, curau, bolo e outras receitas à base de milho.

Além disso, outro ponto para visitar é o Pico do Gavião, conhecido como a “Meca do voo livre”, uma atividade bastante praticada em Águas da Prata.

2. Andradas – MG

Entrando em território mineiro, o caminho da fé passa por várias pequenas cidades do sul de Minas.

Conhecida como a terra do vinho, Andradas tem deliciosos passeios de degustação em vinícolas. Aliás, todo ano acontece uma edição da famosa festa do vinho.

Por último, a cidade tem muitos artistas e artesãos que mostram suas obras em espaços como o Boca do Leão e o Gloc.

Ademais, a cidade mineira também é produtora de biscoitos e bolachas artesanais.

Por fim, alguns outros locais para conhecer são o Teatro Municipal José Stivanin, a Igreja Matriz de São Sebastião, a Igreja de São Benedito e a Casa da Memória.

3. Ouro Fino – MG

A cidade ficou famosa devido à canção “O Menino da Porteira”.

Por isso, ao chegar em Ouro Fino, você se depara com a célebre figura de um menino: um monumento de concreto de 10 metros de altura e 10 toneladas.

Além disso, as belezas naturais também estão presentes aqui, como rios, cachoeiras e a imponente Pedra do Itaguaçu.

Outro local para conhecer é a Igreja da Matriz, onde fica o único Museu de Arte Sacra do sul de Minas.

Por fim, a cidade faz parte do circuito das malhas. Assim, também há uma boa indústria no local para quem quiser ir às compras.

Pousadas e serviços do Caminho da Fé

4. Inconfidentes – MG

É uma das maiores produtoras de crochê, malhas, fio, fibras e tapetes do sul de Minas. Também faz parte do circuito das malhas.

Alguns lugares para conhecer são: a Torre do Monjolinho, a Praça Tiradentes, a Igreja São Geraldo Magela, o Monumento do Peregrino, e as Cachoeiras do Pulo, do Galera e do Poção.

5. Borda da Mata – MG

Em Borda da Mata você conhecerá a Basílica Nossa Senhora do Carmo, uma das três basílicas encontradas por quem segue o caminho da fé.

Além disso, existem 9 praças na cidade e nas manhãs de domingo ocorre uma feira livre na Praça Nossa Senhora do Carmo.

É mais uma cidade no circuito das malhas e seus produtos são conhecidos em todo país, por isso atrai muitos turistas. O pijama é o mais famoso.

Saiba mais sobre o Caminho da Fé

6. Estiva – MG

Ao chegar em estiva, você está na “Terra do Morango”, isso porque ela foi uma das primeiras a produzir a fruta em Minas Gerais. Nesse sentido, um evento tradicional da cidade é o Festival do Morango.

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Dois rios cortam seu território, o rio Itaim e o rio Três irmãos, além de haver dezenas de córregos.

Além disso, alguns lugares para você explorar nesse município são: A Serra do Caçador, o Alto do Coqueirinho Solitário, a Cachoeira do Pântano dos Teodoros, as Igrejas da Matriz e de Santa Terezinha e as Capelas de São Bento e de Santa Cruz.

7. Consolação – MG

Com menos de 2 mil habitantes, essa é a menor cidade que você vai encontrar ao longo da sua trajetória.

No entanto, também tem suas atrações e dois pontos interessantes são a fábrica de polvilho que fica logo no início do Município e a paróquia Nossa Senhora da Consolação.

Ademais, a cidade está cheia de plantações de morango e possui água mineral que nunca foi explorada.

8. Paraisópolis – MG

Nossa oitava cidade da lista tem um relevo bastante acidentado.

Assim, você poderá praticar asa-delta e parapente no Pico do Machadão, um de seus atrativos turísticos.

Aliás, é nele que se encontra o Parque Ecológico do Brejo Grande, onde fica o mais alto lago artificial do Brasil.

Os maiores eventos do local são a Festa de Santo Antônio e a Olimpíada Paraisopolense de Inverno e Solidariedade.

Você também pode conhecer o Centro Educacional e Cultural Amilcar de Castro, que fica na antiga estação ferroviária.

9. São Bento do Sapucaí – SP

Saindo do sul de Minas, o Caminho da fé volta para o estado de São Paulo.

Sendo assim, chegamos a São Bento do Sapucaí. Sua topografia é montanhosa e a Pedra do Baú, com altitude de 1950 metros, é uma de suas principais atrações.

Outros lugares para visitar são as cachoeiras do Toldi, dos Amores e dos Serranos. Além disso, você também pode subir uma trilha e chegar até a base da Pedra Ana Chata.

Contudo, se você quiser passeios mais culturais, pode visitar o Bairro do Quilombo, o Museu da Viola ou o Espaço de Leitura e Arte “Eugênia Sereno”.

10. Luminosa – Distrito de Brazópolis – MG

Luminosa pertence ao município de Brazópolis. O distrito possui belíssimas paisagens da Serra da Mantiqueira e da Mata Atlântica, além das lindas nascentes d’água que formam belíssimas cachoeiras devido ao seu relevo e abundância de rochas.

Está a 60 km de Campos do Jordão/SP e possui um clima ameno e agradável, com belíssimas montanhas e um céu invejável. Para quem faz o caminho da fé é para muitos a serra mais mais famosa e temida pelos ciclistas, isso dá pelo nível alto de dificuldade em razão de sua longa e íngreme subida até chegar em Campos do Jordão. Realmente a Serra da Luminosa é muito bruta, mas não muito diferente de outras encontradas ao longo do Caminho da Fé e como pegamos ela descansados já que saímos para pedalar de lá, achei até que não é tão difícil assim como esperava dado a sua fama terrível, mas essa percepção é muito pessoal varia de pessoa para pessoa.

Neste distrito, o turista também poderá encontrar um dos observatórios de astronomia brasileiro. Luminosa possui uma maravilhosa gastronomia, com muitos atrativos naturais exuberantes como cachoeiras, picos e suas pedras propiciando um ambiente favorável para a prática de esportes ao ar livre, como caminhadas, passeios de bike, jeep e cavalgadas.

11. Campos do Jordão – SP

Primeiramente, Campos do Jordão é uma das mais famosas dessa lista. A charmosa cidade paulista é cercada de montanhas e bastante influenciada pela cultura europeia.

Recebe turistas o ano inteiro, principalmente durante o inverno.

No Parque Capivari, você pode alugar pedalinhos para andar no lago, pode visitar a estação de Campos do Jordão ou quem sabe se divertir na roda gigante e no teleférico.

Além disso, o Centro Turístico de Campos do Jordão tem muitas lojas, cafeterias e lindas construções. Inclusive, você pode tomar uma cerveja artesanal na famosa Baden Baden.

Entretanto, se o que você quer é tirar algumas fotos, o Morro do Elefante, a Vista Chinesa e até mesmo a entrada da cidade são ótimas opções.

Por último, outros pontos interessantes para você aproveitar são o Parque de Amantikir, o Museu Felícia Leiner, a Ducha de Prata, o Parque da Cerveja e o Bosque do Silêncio.

E quem ainda quiser pedalar por lá são muitas as trilhas e caminhos, além é claro do Zoom Bike Park e Roots Bike Park.

12. Aparecida do Norte – SP

Enfim, chegamos ao destino do Caminho da Fé, o lugar que abriga o Santuário Nacional de Aparecida.

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A cidade é o maior centro de peregrinação religiosa da América Latina, sendo popularmente chamada de Aparecida do Norte. Por isso, você vai encontrar muitos lugares religiosos. Além do Santuário e da Passarela da Fé, você pode visitar o Presépio, o Seminário Bom Jesus, a Matriz Basílica, o Morro do Cruzeiro, o Porto de Itaguaçu e o Mirantes das Pedras.

A Expedição do Piramba no Caminho da Fé

1ª Dia: Águas da Prata-SP até Inconfidentes-MG ( 90 km e 2.300 m de Ganho de Elevação)

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90 km e 2.300m de ganho de elevação. 1º dia do Piramba MTB no Caminho da Fé saímos da Pousada Recanto da Estação em Águas da Prata-SP. Primeiro passamos para pegar a credencial na Associação dos Amigos do Caminho da Fé que é o documento necessário para poder receber o certificado em Aparecida-SP. Ali também tem uma joga com vários artigos do Caminho da Fé. Nessa primeiro dia de pedal com destino até Inconfidentes-MG atravessamos rio, passamos próximo a cachoeira, por cavalos, peregrinos, capelas e paisagens lindíssimas das belas montanhas da Serra da Mantiqueira. Passamos por Ouro Fino e o famoso Menino da Porteira.

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Infelizmente nesse dia um dos nossos se chocou lateralmente com um carro na descida e machucou bem o joelho. A bike ficou bem avariada, entortou a roda, entre outros danos. Um alerta e tanto para todos nós e para quem pretende faze o Caminho da Fé, tem muitos carros pelo caminho. No caso, o carro nem ao menos parou para ver o que aconteceu. Mas a saga do Piramba MTB no caminho da Fé não poderia parar. Chegamos cansados em Inconfidentes-MG e depois foi gelo no joelho que estava inchado e todos fomos dormir cedo, pois no outro dia tinha mais.

Saída da Pousada Recanto da Estação e chegada na Pousada Águas Livres

2º Dia: Inconfidentes-MG até Consolação-MG ( 81 km e 2.800m de Ganho de Elevação)

Saída da Pousada Águas Livres e chegada na Pousada São Miguel Arcanjo

81 km e 2.800 m de ganho de elevação.

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Carro de Boi, porteira do Céu, terra do morango, subida insana, Nossa Senhora Aparecida gigante. Tudo muito incrível e depois no final foi um delicioso parmegiana mineiro no fogão a lenha na Pousada São Miguel Arcanjo.

3º Dia: Consolação-MG até Luminosa distrito de Brazópolis-MG ( 39 km e 1.240 m de Ganho de Elevação)

Saímos da Pousada São Miguel Arcanjo e o dia foi de muito pedal, montanhas, paisagens lindas e belas igrejas.

E quando chegamos cansados na pousada, ela era no pé da montanha, com uma vista incrível e ainda tinha uma cervejaria artesanal na Hospedaria Rural Calendária em Luminosa.

Só não pode abusar porque no dia seguinte é a famosa e temida subida da Serra da Luminosa.

4º Dia: Luminosa distrito de Brazópolis-MG até Campos do Jordão-SP ( 38 km e 1.659 m de Ganho de Elevação)

Saímos da Hospedaria Rural Candelária e fomos então encarar a temida Serra da Luminosa, considerada a mais longa subida do Caminho da Fé, foi o dia com a maior altimetria por km rodado, subida atrás de subida. Ainda bem que diante de tanto esforço fomos comtemplados no meio do percurso com um mirante com um visual incrível, que valeu cada gota de suor.

Enfim, chegamos em Campos do Jordão e ao Bike Ville MTB onde ficamos hospedados, um lugar sensacional e voltado para ciclistas, toda decoração é relacionada a bicicleta. Existe um bicicletário para guardar as bikes, tem um lugar para lavar as magrelas e fazer manutenção e encontramos ciclistas de Brasília que também estavam percorrendo o Caminho da Fé.

5º Dia: Campos do Jordão-SP até Aparecida-SP ( 64 km e 838 m de Ganho de Elevação)

Chegou o dia mais aguardado, de chegar na Basílica de Nossa Senhora de Aparecida. Saímos do Bike Ville MTB com um frio de 7º C e embora seja o dia com menos subidas, não quer dizer que tudo são flores. No começo desse último trecho foi preciso encarar boas subidas até chegar no ponto mais alto de todo o Caminho da Fé com 1.950 metros de elevação.

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Logo depois também inicia a descida da Serra de Pedrinhas aí é só ladeira abaixo, as mãos chegam a doer de tanto segurar no freio. No meio da descida tem um mirante com o visual mais incrível de todo o Caminho da Fé. A chegada em Aparecida é emocionante, cada pirambeiro comprou uma vela e aí foi só rezar e agradecer.

By Rudi Arena

A Viagem de Ida

Começamos com a viagem de ida que fizemos saindo de Garça até o município de Águas da Prata-SP para iniciarmos a nossa jornada de 05 dias bike até chegar em Aparecida-SP.

Documentário do Caminho da Fé de bike feito em um só dia, um desafio e tanto!!! (Canal de Bike)

Fontes:

https://bit.ly/camiFé

https://biketourcicloturismo.com.br/cidades-do-caminho-da-fe/

https://blog.bikeregistrada.com.br/pedalando-no-caminho-da-fe-em-aguas-da-prata/