Não foi a primeira vez que passei apuros correndo de boi seja a pé ou bike. Para a gente que anda pelas pirambeiras da região de Garça é comum deparar-se com os bovinos. É preciso respeitá-los muitos, primeiro por ser um animal, também pelo seu tamanho, por ser a base de alimentação dos brasileiros e também não deixa de ter um valor como mercadoria para os proprietários rurais. Por isso tudo, todo o respeito a eles é necessário.
E existem uns momentos em que estamos muito próximos aos bois, salta aos olhos e sentimento de medo também, o tamanho deles se comparado a nós, pobres humanos, parecem gigantes, fortes e até mesmo perigosos. As touradas presentes na memória, ainda que longe da cultura brasileira, colocam um ingrediente a mais no momento em que estamos defronte um grande e chifrudo touro.
Por mais que tenhamos experiência e conhecimento de que os bovinos não são agressivos por natureza, quando estamos ali a poucos metros deles, uma tensão se instala, não tem jeito. Se um touro quiser, mas nunca querem, ele pode sim matar, dar chifrada e o medo que parece sempre premente quando estamos em fugindo deles, é a de sermos pisoteados pelo efeito descontrolado da manada. Outra situação que merece muita atenção é quando tem bezerros pequenos, aí todo cuidado é pouco, as vacas nessas ocasiões alteram o seu comportamento para proteger o seu rebento, e podem ser bem mais agressivas.
E é sempre acontece a mesma coisa, basta virar as costas que os bois como bons curiosos que são, se ajuntam em um grupo coeso, e partem a seguir passos dos forasteiros. Porém, essa aproximação não é muito bem vinda por nós ciclistas. Pior ainda quando estamos a pé em meio a uma trilha para chegar em uma cachoeira, por exemplo. Se de de bike já sentir medo ao lado do gado é super normal, mas quando estamos a pé, nos sentimos ainda mais vulneráveis em relação aos bois e também não temos a velocidade de mobilidade que uma bike pode oferecer.
O mais importante nesses momentos é manter-se calmo, evitar movimentos bruscos, buscar não dividir o gado em dois ou mais grupos e ficar próximo a cerca, pois aí é possível sair do local em que eles estão com a maior segurança possível se for necessário. Melhor mesmo, é tentar evitar o contato, se isso for possível.
O visual fantástico da beira do precipício da Cachoeira da Preguiça por cima feita com celular.
Toda a cachoeira que é alta tem ao menos dois atrativos, o banho na cachoeira em baixo de sua queda e a vista do alto dela que geralmente é garantia de colírio para os olhos, lugar para contemplação do horizonte que parece infinito e nos transporta para um lugar diferente do que estamos acostumados. O Piramba já percorreu e registrou mais de 60 cachoeiras na região de Garça-SP, mas em algumas não fomos no pico da cachoeira, e o alto da queda sempre reserva joias preciosas e com visual acachapante.
O município de Garça é uma terra para lá de fecunda em picos incríveis e com um visual da paisagem ao redor de cair o queixo. E, vê-las diante dos olhos é um momento mágico, por melhor que seja a foto ou vídeo, sempre há uma limitação, diferente de viver a experiência real de ver esses lugares divinos por natureza ao vivo a cores. O bom é que no caso das imagens captadas pelo PirambaCopter, os nossos olhos puderam chegar em lugares em que a lente humana não consegue alcançar.
No caso da Cachoeira da Preguiça, foi a primeira vez que chegamos nela por cima e que foram feitas imagens do alto do alto da cachoeira. E ainda, o drone alçou voo e capturou imagens belíssimas não só da cachoeira como também do profundo, inóspito e verde vale que existe em seu entorno.
O Piramba chegou apenas uma vez em baixo da Cachoeira da Preguiça e a tarefa não foi nada fácil, exige muito esforço e também muito tempo. Mas tanto em baixo da queda como o pico da cachoeira são presentes de Deus para Garça, assim como muitos outros lugares, e totalmente desconhecidos. É muito empolgante verificar a extensão absurda de lugares do Município de Garça/SP ainda a ser explorada ante as ignoradas e fabulosas belezas naturais que existem aqui e nos municípios limítrofes. No caso da Cachoeira da Preguiça, ela encontra-se entre Garça/SP e Álvaro de Carvalho/SP.
E ainda mais motivador é saber que tudo o que já foi registrado a respeito de cachoeiras na região apenas é a ponta do iceberg, vai uma vida toda e não tem como conhecer toda fartura do meio ambiente que existe nessa região do centro oeste paulista, e que pouquíssima gente aposta em seu potencial turístico. Isso não é a toa, pois suas pérolas da natureza permanecem relegadas ao desconhecimento e reconhecer suas riquezas parece distante da população, das autoridades públicas ou mesmo da academia. Nem mesmo os proprietários das terras em que existem as Cachoeiras dão o real valor ou se dão, não enxergam ou não tem interesse no potencial turístico do lugar.
Isso me lembra a passagem bíblica que pode ser aplicada tanto as pessoas como aos lugares e patrimônios naturais, históricos e culturais que existem em uma determinada comunidade. Pois muitas vezes, por certo bairrismo ou por miopia mesmo faz com que a própria comunidade local não consiga enxergar o real valor que existe ao seu redor e que muitas vezes parecem irrelevantes, comum, trivial.
Jesus, porém, disse: ‘Um profeta só não é estimado em sua própria pátria e em sua família!’” (Mateus 13, 57). E assim parece ser também com o que natureza nos deu de mais nobre e que não é estimado por quem está acostumado a ela ou não consegue enxergar a valorosa beleza natural que infelizmente não ressalta tanto aos olhos.
A Cachoeira da Preguiça por baixo, ela é de difícil acesso.
Cada vez que exploramos essa mina de natureza bela e bruta que é essa região do Estado de São Paulo, encontramos lindas e reluzentes pepitas, verdadeiras dádivas naturais divinas e que não parecem ter fim. Tais lugares dão a sensação de nos aproximar do criador, quando avistamos onde o homem ainda não conseguiu alterar a criação original da terra (pela dificuldade da topografia local), e vemos a exuberância da natureza quase intocada e que desnuda um mundo que parece distante do nosso dia-dia. Isso nos ajuda juntamente com sinfonia da mata e o som estrondoso da cachoeira, que a nossa alma possa se ligar ao criador quase que inconscientemente por força da inescapável da natureza.
Encontrar aranhas no meio da trilha de bike ou no caminho de uma cachoeira é relativamente comum, ainda mais na época do verão, não é raro deparar-se com um aracnídeo, embora muitas vezes é o caso de falar delas no plural.
Sábado passado, na Fazenda Dinamérica na divisa entre Gália e Garça no meio da trilha de bike apareceu um robusto e alto paredão de aranhas, o problema que esse fenômeno da natureza também tinha alguns bons metros de tamanho tanto na vertical como na horizontal. Nunca havia visto tantas teia e aranhas juntas na minha vida, e olha que já enfrentei muitas barreiras formadas de aranhas nas pirambeiras vida afora, mas nada comprada a essa.
Algumas espécies de aranhas trabalham de forma coletiva com louvor, e nesse caso, eram tantas no campo de visão que foi preciso parar por um momento, analisar e decidir pela melhor forma para enfrentar as centenas desses bichos de de 8 pernas. Retornar jamais.
A estratégia para passar pelas aranhas na primeira barreira feitas pelos aracnídeos foi a remover as teias mais próximas do chão e passar por baixo, o problema é que mais para frente tivemos que passar por outras barreiras e infelizmente tivemos que remover mais teias e destruir o trabalhos das aranhas. Mas por outro lado, é incrível a rapidez e capacidade das aranhas fazerem teias gigantes em um curto espaço de tempo.
Interessante que geralmente a gente vê as aranhas e suas vastas teias no crepúsculo, mas não é a regra, embora pareça ser o momento de início dos trabalhos muitas vezes. E é curioso que as aranhas são geralmente solitárias, diferentes das formigas, abelhas e cupins, estes sempre trabalham de forma coletiva. Já as aranhas que não são insetos, mas sim aracnídeos por possuir 8 pernas, não são considerados animais eminentemente sociais, diferente dos insetos mencionados. Mas existem algumas espécies que são sim sociais.
“As aranhas sociais podem ser coloniais ou cooperativas. As espécies coloniais podem cooperar na construção de uma estrutura comum, mas cada membro possui a sua própria teia que é defendida contra a invasão de indivíduos da mesma colônia, embora haja tolerância de sobrevivência. Já as aranhas cooperativas possuem teias comuns, construídas por vários indivíduos, havendo cooperação na captura de presas e divisão de alimento.”https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/99531/barbieri_ef_me_rcla.pdf;sequence=1
Quem pedala já deve ter vivido a experiência de enfrentar uma mudança de tempo no meio da trilha. As vezes é a chuva que pega o ciclista de surpresa, e pode piorar muito a situação quando a chuva vem recheada de raios, isso já aconteceu com a gente e a cada iluminar o céu surge o pavor de ser premiado por um indesejado presente do céu.
Mas dessa vez o problema não foi diferente, quando estávamos voltando do pedal pela Estrada do Saltinho que liga Garça e Gália por terra, o tempo virou de uma hora para outra, e um assovio alto e imponente do vento soprou em nossos ouvidos e era impossível não ficar com medo da tempestade que se anunciava.
A vontade de chegar o mais rápido possível em casa e fugir da fúria na natureza era premente. Mas como naquele momento ainda não chovia, tomamos um pouco de coragem para pegar o celular e registrar um pouco dessa ventania que era muito forte e que é rara de ser ver.
Nunca havia enfrentado um vento tão intimidador, e andar de bike nessa condição adversa não é simples, a força da corrente de ar dificulta muito para pedalar. A bike parecia não sair do lugar por mais que fizéssemos força e nos momentos em que vinha uma rajada de vento ainda mais forte, a bicicleta parecia se deslocar para o lado sucumbindo ao fenômeno natural, pior do que o deslocamento de ar que o ciclista sofre quando passa um caminhão de grande porte ao nosso lado.
E o que mais me marcou a atenção desse momento em que passamos, foi ver a cena dos eucaliptos que envergavam pela força da ventania, o que dava até a impressão de que seus troncos não iriam resistir, só que não. Se reparar melhor, as árvores apenas dançam no ritmo da sinfonia soprada pelo vento, elas ignoram a cólera da natureza e utilizam de seus talentos flexíveis para curtir a brisa, sem maiores preocupações.
O Pirambacopter entrou cena e gravou imagens aéreas inéditas da lindíssima serra que existe ao lado da cidade de Garça que muitos desconhecem e a vista de cima é ainda mais linda do que se vê ao percorrer a Estrada da Bomba (B1) do SAAE de bike.
O drone alcança onde os nossos olhos jamais alcançaria e por isso nos presenteia com cenas lindas que comprovam com outro olhar como Garça foi agraciada pela natureza.
Depois de muitos meses de planejamento e preparação, chegou dia para a tão esperada viagem, até uma linda camisa de ciclismo com o tema do Caminho da Fé foi encomendada para a ocasião e para isso contamos com a gentileza e o apoio da EALOG GROUP a quem agradecemos muito. Inicialmente a ideia era fazer o percurso do ramal principal do Caminho da Fé que é entre Águas da Prata-SP e Aparecida-SP em 04 dias, mas resolvemos depois fazer em 05 dias de pedal tendo em vista os assustadores 8.000 m de ganho de elevação acumulado nos aproximadamente 300km de pedal, que no nosso caso acabou sendo de 308 km, pois quilometragem pode variar um pouco conforme o lugar escolhido para a estadia ao longo do Caminho da Fé.
No entanto, esse roteiro inicial acabou que foi alterado, até poderia sim ser feito em 4 dias, mas seria bem mais desgastante dado a alta altimetria pesada, demoraria mais e teria menos tempo para parar e apreciar os lugares fantásticos que existem pelo caminho, desde as paisagens acachapantes das montanhas até as belas capelas que a gente se depara no trajeto. Então aumentar de 4 dias para 5 dias de pedal foi a melhor coisa a se fazer mesmo no nosso caso. Entretanto, isso varia muito tanto do propósito como do preparo físico do ciclista.
O recomendado é percorrer 60 km por dia, o normal é que se faça em 4, 5 ou 6 dias de pedal. Já os peregrinos que fazem o mesmo percurso a pé varia de 11 a 17 dias para terminá-lo. O Caminho da Fé além do ramal principal que é o mais conhecido e frequentado, também tem outros ramais. Todos os ramais encontram-se no ramal principal que inicia-se em Águas da Prata. A partir daí o Caminho da Fé segue por apenas uma trilha até Aparecida.
Prestes a completar 20 anos, Caminho da Fé vem crescendo 32% ao ano e ciclistas já são maioria
Roteiros de peregrinação e demonstração de fé são populares no mundo todo. No Brasil e na América Latina, o Caminho da Fé é uma das maiores referências como rota estruturada e há quase 20 anos vem amparando mais de 15 mil fiéis que viajam anualmente rumo a Aparecida (SP). Destes, 60% são cicloturistas.
Para entender a trajetória do Caminho da Fé, a Aliança Bike conversou com Camila Bassi Teixeira, gestora executiva do percurso, que explicou como uma administração profissional pôde capacitar os mais de 202 meios de hospedagem e 146 pontos de apoio distribuídos ao longo do trajeto.
Inspirado nos Caminhos de Santiago de Compostela (na Espanha), o Caminho da Fé já totaliza 2.500 km sinalizados em 19 ramais. São 72 municípios envolvidos, dos quais 51 estão localizados no Estado de SP e 21 em Minas Gerais. Desde 2015, o Caminho da Fé segue se expandindo e cresce a uma média de 32% ao ano no número de visitantes.
O percurso faz parte da Rede Brasileira de Trilhas de Longo Curso e, nestes 20 anos, tem sido responsável por uma transformação da região. “O Caminho da Fé trouxe desenvolvimento econômico para muitas comunidades. Mas é preciso ter muita atenção, pois temos períodos de baixa estação. E aí é importante ter um modelo sólido para que empreendedores possam se manter”, nos contou Camila Bassi. Confira detalhes dessa conversa no site.
Se for com carro de apoio, ele tem que ter tração 4×4?
O veículo ser 4×4 não é condição indispensável para ser o carro de apoio no Caminho da Fé, mas é recomendável sim para que possa percorrer todos os trechos junto com os ciclistas e também para não passar apertado. Existem vários trechos difíceis para passar com carro de passeio, muitas serras e até cruzar riachos. Na época de chuvas então a coisa pode complicar ainda mais, por isso, é bom tomar os devidos cuidados.
Tem trechos que tem muitas erosões e pedras. O carro 4×4 dá muito mais segurança e confiança, também é recomendável que seja um carro mais alto. A maior parte são trechos de terra que qualquer carro de passeio anda bem, mas o piso muda muito, principalmente nessa época agora de chuvas. É bom deixar claro que sempre tem rotas alternativas para ir de carro, é só pesquisar e depois combinar um ponto de encontro. O problema é se o ciclista tiver algum problema nessa parte do trajeto e precisar do carro de apoio, mas são poucos os trechos em que isso é necessário.
Os pontos que mais exigem do carro é na serra de Luminosa, após Paraisópolis e descendo a serra de pedrinhas, após Campos do Jordão.
Durante o Percurso
Ao longo do percurso, o ciclista peregrino dispõe de pontos de apoio de uma rede de pousadas e modestos hotéis selecionados pela Associação do Caminho da Fé, com preços diferenciados, onde são carimbadas as credenciais, que permitirão ao final, receber o Certificado de Peregrino Mariano. Também existem alguns estabelecimentos ao longo do caminho para fazer uma parada, comprar água ou comer alguma coisa.
Remendado uma parada no Café no Caminho, antes de de chegar em Apaecida/SP
Desde sua criação, mais de 30 mil peregrinos percorreram a rota. Cada viagem, cada participante tem um objetivo diferente: religioso, turístico ou esportivo. O principal é aproveitar cada dia de viagem, em nosso caso, curtir bastante cada dia de pedalada e a paisagem do caminho que é maravilhosa.
Ramal Principal de Águas da Prata-SP até Aparecida-SP ( 295 km *)
O Caminho de Fé foi inspirado no Caminho de Santiago de Compostela e é indicado para aqueles que buscam um caminho de peregrinação de longa distância e vivenciar uma experiência de caminhar todos os dias.
A trajetória começa em Águas da Prata, Andradas, Serra dos Limas, Crisólia, Ouro Fino, Inconfidentes, Borda da Mata,Tocos do Moji, Estiva, Consolação, Paraisópolis, Canta Galo, Luminosa, Campista, Campos do Jordão, Gomeral, Potim e Aparecida.
Total até Aparecida ⇒ 295 km
* O percurso escolhido pelo Piramba MTB de Campos do Jordão até Aparecida foi o mais tradicional que é pela Serra de Gomeral e famosa Descida de Pedrinhas. Assim, a quilometragem total do ramal principal é de 295 Km, no entanto, pode sofrer pequenas variações conforme as pousadas escolhidas para a estadia.
A Criação do Caminho da Fé
Em 2003, após retornar da segunda peregrinação na Espanha, o paulista Almiro Grings, com o apoio de amigos, decidiu criar algo semelhante por aqui, tendo como destino final o Santuário Nacional de Aparecida, em São Paulo. Juntos, apoiados ainda por outros voluntários, deram início aos primeiros contatos com prefeituras e paróquias das cidades por onde passaria a trilha. Com ajuda de um mapa e partindo de Águas da Prata (SP), foi imaginado um caminho que chegasse até Aparecida privilegiando a rota mais lógica e que atendesse ao perfil peregrino. Estradas vicinais, trilhas, bosques e vias asfaltadas compõem o ramal original do Caminho da Fé, que compreende 320 quilômetros autoguiados, onde o caminhante ou ciclista só precisa seguir as setas amarelas e as placas para, a cada curva dobrada ou morro vencido, se surpreender com belezas naturais que inspiram a seguir sempre adiante.
Como se preparar para fazer o caminho da fé de bike?
É preciso de um bom preparo para encarar o Caminho da Fé de bike. Afinal, além do desgaste físico, há também um grande desafio mental. Por conta do nível de subidas acumuladas ao longo do trajeto.
Ou seja, quando o assunto é uma cicloviagem, esse Caminho da Fé vai ao limite do que você pode esperar.
Além desses motivos de dificuldade de percurso, o Caminho da Fé de bike não é uma aventura para iniciantes no cicloturismo. Ele exige boa experiência nessa modalidade do mountain bike.
O primeiro passo para planejar a sua cicloviagem para o Caminho da Fé é avaliar a quantidade de dias que você tem disponível e pensar em qual quilometragem e roteiro é ideal, considerando os diferentes pontos de partida.
Para isso, indicamos que você baixe o mapa do Caminho da Fé em Águas da Prata no site oficial e faça o planejamento no campo indicado. O site oferece várias informações importantes como quilometragem, altimetria, trechos urbanos e outros.
Outras dicas importantes para os ciclistas são:
se planejar corretamente antes, calculando o tempo médio para percorrer cada trecho, sua capacidade física, as condições climáticas e tudo o que é necessário para chegar em segurança até o próximo ponto de apoio.
evitar transitar à noite pelo Caminho;
evitar saídas tardias dos meios de hospedagem;
Uma dica fundamental é preparar o seu físico. Isso porque o Caminho da Fé conta com vários trechos de subida intensa, principalmente a famosa subida da Luminosa, que está entre as 10 mais difíceis do país. São 10 km de subida, com quase 1000 m de altimetria. No final dela, fica-se próximo aos 2.000 m de altitude.
Com qual bike posso fazer o caminho da fé?
A bicicleta para fazer o Caminho da Fé deve ter uma configuração mínima para encarar o grande desafio. E quanto mais preparada para a modalidade ela estiver, melhor será a peregrinação sob duas rodas.
Se você tem uma MTB aro 26, pode ir sem problemas, desde que ela tenha no mínimo 21 marchas. Elas serão exigidas ao limite nas subidas, portanto, pense nisso.
Outro ponto essencial são bons freios. Podem ser V-brakes, mas, se forem a disco mecânico ou hidráulicos, eles darão conta melhor ainda. Pense que você precisará ter segurança para brecar o seu peso e o da bagagem.
No mais, furações para bagageiros e para suporte de caramanhola são essenciais. Eles darão a garantia para você instalar essas peças e levar água e bagageiros, numa boa.
E, claro, seja com um modelo simples ou com um mais avançado de bike para viagem, leve-a para uma manutenção, para deixa-la “zerada” para o Caminho da Fé.
Qual o trajeto do caminho da fé em águas de prata?
Como você viu, o trajeto do Caminho da Fé poderá se alterar, dependendo do seu ponto de partida, assim como a quilometragem também é variável. Isso permite que o ciclista pense em um trajeto que seja mais adequado aos dias disponíveis para a cicloviagem e ao seu condicionamento físico.
De modo geral, você encontrará a sinalização de setas amarelas a cada 2 km, com placas que indicam a distância restante até a Basílica. As setas estarão presentes em postes, mourões e árvores.
Melhor época do ano
Como o Caminho da Fé em Águas da Prata é autoguiado, não existe uma época mais indicada para fazer o percurso. Tudo dependerá da sua agenda e disponibilidade.
De forma geral, os meses de junho e de julho são os que registram maior número de peregrinos, por ser período de férias, bem como o mês de outubro, devido ao aniversário de Nossa Senhora Aparecida.
Se a ideia é evitar as chuvas, o ideal é pedalar na época de seca, que é no inverno, ou seja, entre os meses de maio a agosto. Nesse período, as chuvas são raras e as temperaturas ficam mais amenas durante o dia e mais baixas à noite, especialmente nas cidades montanhosas.
A partir de setembro até abril é a época de verão e costuma chover mais, principalmente em novembro, dezembro, janeiro e fevereiro.
Todos os ramais do caminho da fé
A nossa sugestão de Caminhos de Peregrinos é percorrer um dos ramais do Caminho da Fé, que tem como destino até a Padroeira do Brasil, a Nossa Senhora Aparecida em Aparecida (SP);
O Caminho da fé é composta por cerca de 970 km, dos quais aproximadamente 500 km atravessam a Serra da Mantiqueira por estradas vicinais, trilhas, bosques e asfalto, proporcionando momentos de reflexão e fé, saúde física e psicológica e integração do homem com a natureza.
O Caminho conta com 12 ramais, Aguaí, Caconde, Centro Paulista, Dom Inácio João dal Monte, Franca, Mococa, Padre Donizetti, Ribeirão Preto, São Carlos Borromeu, Santa Rita de Caldas, Santa Luzia e Tambaú.
Todos os ramais encontram-se no ramal principal que inicia-se em Águas da Prata. A partir daí o Caminho da Fé segue por apenas uma trilha até Aparecida.
Para conhecer todos os ramais do Caminho da Fé clique aqui.
É muita subida, conheça os nomes das serras do Caminho da Fé
Ao todo são 8.000 m de ganho de altimetria, por isso, o Caminho de Santiago pode ser considerado um “passeio” comprado ao Caminho da Fé. Apesar da distância maior entre França e Espanha, a grande quantidade de morros para se vencer – para cima ou para baixo – faz com o nosso Caminho seja muito mais exigente fisicamente. Serra dos Lima, Luminosa, Serra da Fartura, Morro do Sabão, Porteira do Céu, Pantâno dos Teodoros, Morro do Gavião, Caçador, além de dezenas de outros que “não são tão famosos”, cobram esforço máximo em praticamente todas as etapas, a pé ou de bicicleta.
A CREDENCIAL E O CERTIFICADO
Quem desejar receber o Certificado Mariano (que marca o seu trajeto pelo Caminho da Fé), precisará retirar a credencial no local onde você iniciar o seu percurso, a Credencial do Peregrino custa R$25,00.
Em Águas da prata existem algumas pousadas em que é possível adquirir a Credencial, como na tradicional Pousada do Peregrino, no entanto, recomendo a retirada do Certificado de Peregrino Mariano no Centro de Informações Turísticas, localizado na marquise do CAR- Centro de Apoio ao Romeiro.
A Associação dos Amigos do Caminho da Fé- AACF fica na Rua Gabriel Rabello de Andrade, 19 Centro. O horário de atendimento é de segunda a sexta: 09h às 17h. Sábados: 08h às 18h e domingos: 08h as 17h. No lugar é possível também adquirir souvenirs do Caminho da Fé, adesivos, camisetas, e as tradicionais fitinhas coloridas que os peregrinos usam, muitos ciclistas as amarram em suas bicicletas ou no pulso e ao longo do caminho existem pontos em que é possível ver cercas repletas dessas fitinhas, o que deixa a bela paisagem da Serra da Mantiqueira ainda mais bonita e colorida.
Quanto Custa a Credencial e o Certificado?
Quando você chegar em Aparecida, deverá entregar a sua credencial para retirar o certificado. Para conseguir o certificado, no entanto, é preciso percorrer, no mínimo, 100 km.
Assim, a última cidade em que você pode pegar a credencial é em Paraisópolis. Lembre-se que a credencial deverá ser preenchida e carimbada para ter validade na hora da chegada.
Com a credencial, você poderá conseguir preços diferenciados nas pousadas localizadas ao longo do Caminho da Fé.
A Credencial do Peregrino custa R$25,00 e O Certificado de Conclusão custa R$10,00.
A credencial é obrigatória para o Certificado de Conclusão?
Sim, é necessário adquirir a credencial de peregrino para obter o certificado de conclusão do caminho, o peregrino retira na cidade onde inicia sua trajetória. Deve ser carimbado nas pousadas ao longo do trajeto e apresentado na Secretaria da Basílica de Aparecida para recebimento do Certificado de Conclusão sob cobrança de R$ 10,00 realizada pelo Santuário.
Onde se Hospedar, quando custa?
Hospedaria Rural Calendária em Luminosa
O valor varia dependendo das pousadas que ficarão hospedados o valor médio por pessoa é de aproximadamente R$100,00/dia por pessoa com café da manhã + Credencial do Peregrino R$25,00 sem carro de apoio.
No link logo aqui abaixo você pode encontrar todas as opções e informações das hospedagem que existem em cada cidade do Caminho da Fé, bem como os restaurantes e outros pontos de apoio aos peregrinos. Esse documento é de muita valia e quem pensa em fazer o Caminho da Fé é uma referência quase obrigatória para estar melhor preparado para a jornada.
O Caminho da Fé não possui serviço de guia. É auto guiado.
Porém, possui sinalização constante ao longo do trajeto, a cada 2 km.
No site oficial é possível baixar gratuitamente um mapa turístico com todos os ramais, ou seja, cada um dos locais onde você pode começar um percurso.
A altimetria é bem variada, sendo o ponto mais baixo em Pindamonhangaba com 552,6 m. O ponto mais alto é logo imediatamente e é em Campista, no km 93, com 1820 m.
Tenha muito presente que o trajeto sobe e desce constantemente. Portanto, se espera um caminho cheio de adrenalina, o Caminho da Fé não é para você. Na maioria do tempo, você ficará pedalando em subida.
O caminho passa por várias cidades, portanto consulte o mapa e calcule bem a quantidade de água e comida que precisa para trajeto. Mas considere que poderá repor o necessário nos trechos urbanos.
Uma boa dica tanto para esse quanto para outros trajetos, e qualquer saída na natureza em geral, é dar uma olhada atenta a previsão do tempo para os dias quando você planeja pedalar.
Cidades pelo Caminho da Fé
1. Águas da Prata – SP
Nosso primeiro destino (Cidades do Caminho da Fé) se destaca com as águas esplêndidas de suas 10 fontes e 58 belíssimas cachoeiras.
No Bosque Estadual, onde fica o Fontanário Vilela, estão as águas mais radioativas da América. Aliás, é um ótimo local para rir com os macacos-prego e se deliciar com pamonha, curau, bolo e outras receitas à base de milho.
Além disso, outro ponto para visitar é o Pico do Gavião, conhecido como a “Meca do voo livre”, uma atividade bastante praticada em Águas da Prata.
2. Andradas – MG
Entrando em território mineiro, o caminho da fé passa por várias pequenas cidades do sul de Minas.
Conhecida como a terra do vinho, Andradas tem deliciosos passeios de degustação em vinícolas. Aliás, todo ano acontece uma edição da famosa festa do vinho.
Por último, a cidade tem muitos artistas e artesãos que mostram suas obras em espaços como o Boca do Leão e o Gloc.
Ademais, a cidade mineira também é produtora de biscoitos e bolachas artesanais.
Por fim, alguns outros locais para conhecer são o Teatro Municipal José Stivanin, a Igreja Matriz de São Sebastião, a Igreja de São Benedito e a Casa da Memória.
3. Ouro Fino – MG
A cidade ficou famosa devido à canção “O Menino da Porteira”.
Por isso, ao chegar em Ouro Fino, você se depara com a célebre figura de um menino: um monumento de concreto de 10 metros de altura e 10 toneladas.
Além disso, as belezas naturais também estão presentes aqui, como rios, cachoeiras e a imponente Pedra do Itaguaçu.
Outro local para conhecer é a Igreja da Matriz, onde fica o único Museu de Arte Sacra do sul de Minas.
Por fim, a cidade faz parte do circuito das malhas. Assim, também há uma boa indústria no local para quem quiser ir às compras.
É uma das maiores produtoras de crochê, malhas, fio, fibras e tapetes do sul de Minas. Também faz parte do circuito das malhas.
Alguns lugares para conhecer são: a Torre do Monjolinho, a Praça Tiradentes, a Igreja São Geraldo Magela, o Monumento do Peregrino, e as Cachoeiras do Pulo, do Galera e do Poção.
5. Borda da Mata – MG
Em Borda da Mata você conhecerá a Basílica Nossa Senhora do Carmo, uma das três basílicas encontradas por quem segue o caminho da fé.
Além disso, existem 9 praças na cidade e nas manhãs de domingo ocorre uma feira livre na Praça Nossa Senhora do Carmo.
É mais uma cidade no circuito das malhas e seus produtos são conhecidos em todo país, por isso atrai muitos turistas. O pijama é o mais famoso.
Ao chegar em estiva, você está na “Terra do Morango”, isso porque ela foi uma das primeiras a produzir a fruta em Minas Gerais. Nesse sentido, um evento tradicional da cidade é o Festival do Morango.
Dois rios cortam seu território, o rio Itaim e o rio Três irmãos, além de haver dezenas de córregos.
Além disso, alguns lugares para você explorar nesse município são: A Serra do Caçador, o Alto do Coqueirinho Solitário, a Cachoeira do Pântano dos Teodoros, as Igrejas da Matriz e de Santa Terezinha e as Capelas de São Bento e de Santa Cruz.
7. Consolação – MG
Com menos de 2 mil habitantes, essa é a menor cidade que você vai encontrar ao longo da sua trajetória.
No entanto, também tem suas atrações e dois pontos interessantes são a fábrica de polvilho que fica logo no início do Município e a paróquia Nossa Senhora da Consolação.
Ademais, a cidade está cheia de plantações de morango e possui água mineral que nunca foi explorada.
8. Paraisópolis – MG
Nossa oitava cidade da lista tem um relevo bastante acidentado.
Assim, você poderá praticar asa-delta e parapente no Pico do Machadão, um de seus atrativos turísticos.
Aliás, é nele que se encontra o Parque Ecológico do Brejo Grande, onde fica o mais alto lago artificial do Brasil.
Os maiores eventos do local são a Festa de Santo Antônio e a Olimpíada Paraisopolense de Inverno e Solidariedade.
Você também pode conhecer o Centro Educacional e Cultural Amilcar de Castro, que fica na antiga estação ferroviária.
9. São Bento do Sapucaí – SP
Saindo do sul de Minas, o Caminho da fé volta para o estado de São Paulo.
Sendo assim, chegamos a São Bento do Sapucaí. Sua topografia é montanhosa e a Pedra do Baú, com altitude de 1950 metros, é uma de suas principais atrações.
Outros lugares para visitar são as cachoeiras do Toldi, dos Amores e dos Serranos. Além disso, você também pode subir uma trilha e chegar até a base da Pedra Ana Chata.
Contudo, se você quiser passeios mais culturais, pode visitar o Bairro do Quilombo, o Museu da Viola ou o Espaço de Leitura e Arte “Eugênia Sereno”.
10. Luminosa – Distrito de Brazópolis – MG
Luminosa pertence ao município de Brazópolis. O distrito possui belíssimas paisagens da Serra da Mantiqueira e da Mata Atlântica, além das lindas nascentes d’água que formam belíssimas cachoeiras devido ao seu relevo e abundância de rochas.
Está a 60 km de Campos do Jordão/SP e possui um clima ameno e agradável, com belíssimas montanhas e um céu invejável. Para quem faz o caminho da fé é para muitos a serra mais mais famosa e temida pelos ciclistas, isso dá pelo nível alto de dificuldade em razão de sua longa e íngreme subida até chegar em Campos do Jordão. Realmente a Serra da Luminosa é muito bruta, mas não muito diferente de outras encontradas ao longo do Caminho da Fé e como pegamos ela descansados já que saímos para pedalar de lá, achei até que não é tão difícil assim como esperava dado a sua fama terrível, mas essa percepção é muito pessoal varia de pessoa para pessoa.
Neste distrito, o turista também poderá encontrar um dos observatórios de astronomia brasileiro. Luminosa possui uma maravilhosa gastronomia, com muitos atrativos naturais exuberantes como cachoeiras, picos e suas pedras propiciando um ambiente favorável para a prática de esportes ao ar livre, como caminhadas, passeios de bike, jeep e cavalgadas.
11. Campos do Jordão – SP
Primeiramente, Campos do Jordão é uma das mais famosas dessa lista. A charmosa cidade paulista é cercada de montanhas e bastante influenciada pela cultura europeia.
Recebe turistas o ano inteiro, principalmente durante o inverno.
No Parque Capivari, você pode alugar pedalinhos para andar no lago, pode visitar a estação de Campos do Jordão ou quem sabe se divertir na roda gigante e no teleférico.
Além disso, o Centro Turístico de Campos do Jordão tem muitas lojas, cafeterias e lindas construções. Inclusive, você pode tomar uma cerveja artesanal na famosa Baden Baden.
Entretanto, se o que você quer é tirar algumas fotos, o Morro do Elefante, a Vista Chinesa e até mesmo a entrada da cidade são ótimas opções.
Por último, outros pontos interessantes para você aproveitar são o Parque de Amantikir, o Museu Felícia Leiner, a Ducha de Prata, o Parque da Cerveja e o Bosque do Silêncio.
E quem ainda quiser pedalar por lá são muitas as trilhas e caminhos, além é claro do Zoom Bike Park e Roots Bike Park.
12. Aparecida do Norte – SP
Enfim, chegamos ao destino do Caminho da Fé, o lugar que abriga o Santuário Nacional de Aparecida.
A cidade é o maior centro de peregrinação religiosa da América Latina, sendo popularmente chamada de Aparecida do Norte. Por isso, você vai encontrar muitos lugares religiosos. Além do Santuário e da Passarela da Fé, você pode visitar o Presépio, o Seminário Bom Jesus, a Matriz Basílica, o Morro do Cruzeiro, o Porto de Itaguaçu e o Mirantes das Pedras.
A Expedição do Piramba no Caminho da Fé
1ª Dia: Águas da Prata-SP até Inconfidentes-MG ( 90 km e 2.300 m de Ganho de Elevação)
90 km e 2.300m de ganho de elevação. 1º dia do Piramba MTB no Caminho da Fé saímos da Pousada Recanto da Estação em Águas da Prata-SP. Primeiro passamos para pegar a credencial na Associação dos Amigos do Caminho da Fé que é o documento necessário para poder receber o certificado em Aparecida-SP. Ali também tem uma joga com vários artigos do Caminho da Fé. Nessa primeiro dia de pedal com destino até Inconfidentes-MG atravessamos rio, passamos próximo a cachoeira, por cavalos, peregrinos, capelas e paisagens lindíssimas das belas montanhas da Serra da Mantiqueira. Passamos por Ouro Fino e o famoso Menino da Porteira.
Infelizmente nesse dia um dos nossos se chocou lateralmente com um carro na descida e machucou bem o joelho. A bike ficou bem avariada, entortou a roda, entre outros danos. Um alerta e tanto para todos nós e para quem pretende faze o Caminho da Fé, tem muitos carros pelo caminho. No caso, o carro nem ao menos parou para ver o que aconteceu. Mas a saga do Piramba MTB no caminho da Fé não poderia parar. Chegamos cansados em Inconfidentes-MG e depois foi gelo no joelho que estava inchado e todos fomos dormir cedo, pois no outro dia tinha mais.
Saída da Pousada Recanto da Estação e chegada na Pousada Águas Livres
2º Dia: Inconfidentes-MG até Consolação-MG ( 81 km e 2.800m de Ganho de Elevação)
Saída da Pousada Águas Livres e chegada na Pousada São Miguel Arcanjo
81 km e 2.800 m de ganho de elevação.
Carro de Boi, porteira do Céu, terra do morango, subida insana, Nossa Senhora Aparecida gigante. Tudo muito incrível e depois no final foi um delicioso parmegiana mineiro no fogão a lenha na Pousada São Miguel Arcanjo.
3º Dia: Consolação-MG até Luminosa distrito de Brazópolis-MG ( 39 km e 1.240 m de Ganho de Elevação)
Saímos da Pousada São Miguel Arcanjo e o dia foi de muito pedal, montanhas, paisagens lindas e belas igrejas.
E quando chegamos cansados na pousada, ela era no pé da montanha, com uma vista incrível e ainda tinha uma cervejaria artesanal na Hospedaria Rural Calendária em Luminosa.
Só não pode abusar porque no dia seguinte é a famosa e temida subida da Serra da Luminosa.
4º Dia: Luminosa distrito de Brazópolis-MG até Campos do Jordão-SP ( 38 km e 1.659 m de Ganho de Elevação)
Saímos da Hospedaria Rural Candelária e fomos então encarar a temida Serra da Luminosa, considerada a mais longa subida do Caminho da Fé, foi o dia com a maior altimetria por km rodado, subida atrás de subida. Ainda bem que diante de tanto esforço fomos comtemplados no meio do percurso com um mirante com um visual incrível, que valeu cada gota de suor.
Enfim, chegamos em Campos do Jordão e ao Bike Ville MTB onde ficamos hospedados, um lugar sensacional e voltado para ciclistas, toda decoração é relacionada a bicicleta. Existe um bicicletário para guardar as bikes, tem um lugar para lavar as magrelas e fazer manutenção e encontramos ciclistas de Brasília que também estavam percorrendo o Caminho da Fé.
5º Dia: Campos do Jordão-SP até Aparecida-SP ( 64 km e 838 m de Ganho de Elevação)
Chegou o dia mais aguardado, de chegar na Basílica de Nossa Senhora de Aparecida. Saímos do Bike Ville MTB com um frio de 7º C e embora seja o dia com menos subidas, não quer dizer que tudo são flores. No começo desse último trecho foi preciso encarar boas subidas até chegar no ponto mais alto de todo o Caminho da Fé com 1.950 metros de elevação.
Logo depois também inicia a descida da Serra de Pedrinhas aí é só ladeira abaixo, as mãos chegam a doer de tanto segurar no freio. No meio da descida tem um mirante com o visual mais incrível de todo o Caminho da Fé. A chegada em Aparecida é emocionante, cada pirambeiro comprou uma vela e aí foi só rezar e agradecer.
By Rudi Arena
A Viagem de Ida
Começamos com a viagem de ida que fizemos saindo de Garça até o município de Águas da Prata-SP para iniciarmos a nossa jornada de 05 dias bike até chegar em Aparecida-SP.
Documentário do Caminho da Fé de bike feito em um só dia, um desafio e tanto!!! (Canal de Bike)
Dias 5 e 6 de novembro, aconteceu o 3º Cicloturismo Agrocultural – Ribeirão Claro Serras e Águas. Organizado pela Ecobiketrack, em parceria com a Prefeitura Municipal, IDR-PR, Governo do Estado e patrocinadores, o evento busca incentivar o esporte, a valorização da natureza, a produção rural e proteção ao meio ambiente. E é claro, o Piramba MTB não poderia ficar de fora dessa grande festa do ciclismo nacional.
Emoção, motivação, e superação, isso tudo junto com uma paisagem de tirar o fôlego. Estrutura e pontos de apoio como nunca visto. Só temos elogio para esse evento que vai muito além do ciclismo.
Foi um lindo passeio passando por belas paisagens do Paraná como a Pedra do Índio, com imagens surreais! O evento teve a presença de atletas referência do MTB e também ciclistas ativistas do Instagram.
Teve local para camping, estacionamento, banheiros, apoio aos participantes, suprimentos nos pontos de apoio, feira do produtor, retirada dos kits, eventos, palestras e restaurante.
O Circuito Serras e Águas te leva pra conhecer lugares incríveis.
TRAJETO HARD:
• Vista das Águas • Recanto da Cascata •Tayaya – Tour Interno de Bike •Estância Pedra do Índio – passando por mata e córrego •Margeando Represa Pedalando sobre a Península • Visão Paradisíaca das ilhas • Visão Ultra Paradisíaca das Serras e Águas
Evento em apoio á agricultura familiar, a produção orgânica sustentável e a recuperação e preservação de nascentes.
Confira como foi a programação completa:
DIA 05 (SÁBADO)
12h às 20h: Início de cadastramento e entrada no camping (local para instalação de barraca estará sinalizado). Banheiros com duchas quentes e opção de acampar em local coberto e ao ar livre
Retirada de kits (apresentar documento com foto ou declaração para retirar, em caso de terceiros)
14h às 20h: Exposição de bikes antigas
17h às 18h45: Palestra sobre técnicas de pilotagem MTB com Márcio Ravelli
19h às 19h45: Lançamento do livro: Do Oiapoque ao Chuí – Uma expedição de Bike por um Brasil desconhecido – Nestor Freire – Projeto Giraventura
20h às 20h45: Marcelo Mixirica – Um Dia de Super Herói. Ciclista de Ultra distância – travessia do Brasil 2015/2021 – Red Bull Transiberian Extreme, Race Across America (RAAM) rei da montanha
21h às 22h: Renata Falzoni – Cidade Criativa, mobilidade para todos. Participação Especial Olinto e Rafaela
22h45: Encerramento
DIA 06 (DOMINGO)
6h: Retirada de kits – Inscrições (uso obrigatório de pulseira. Apresentar documento ou declaração de retirada)
6h às 7h: Café da manhã
7h às 7h30: Briefing do trajeto – light e hard
7h30: Largada (pontual)
12h: Almoço com música ao vivo e Feira do Produtor.
13h30: Premiações e sorteio de brindes
ESTRUTURA:
Hidratação, Frutas , Pontos de apoio estratégicos.
Sábado 03/09/2022 o Piramba teve a grande honra de pedalar com nada mais nada menos que Nestor Freire, engenheiro de formação, escritor, bikepacker e palestrante do Projeto Giraventura.
Vale muito a pena conhecer a sua incrível obra: “Extremos do Mundo – Uma Expedição de Bike Aos Pontos Extremos do Planeta”, livro que concorreu ao maior prêmio literário do Brasil, o Jabuti em 2021. Importante lembrar também que ele está prestes a lançar o seu novo livro em que contará suas aventuras como cicloviajante do Oiapoque ao Chuí.
Neste dia tivemos o privilegio de pedalar com o Nestor Freire e seu filho, ambos já viraram queridos amigos do Piramba e não foi a primeira vez e nem será a última em que estivemos juntos.
Neste pedal eles tiveram uma pequena amostra das belezas naturais e das trilhas de mountain bike que temos em Garça-SP.
Levamos eles para conhecer duas cachoeiras e um bikepark, também percorremos trilhas em meio a eucaliptos, cafés e mognos africanos e por fim passamos em uma bela represa, tudo isso em poucos quilômetros. Também encontrams um belo lagarto Teiu no caminho que não se incomodou com a nossa presença, pedalamos em pasto entre bois e também carneiros, um contato direto com a natureza.
Foi um pedal para lá de top e com uma vibração sensacional, as imagens contam um pouco do que foi esse rolê nas pirambeiras da Sentinela do Planalto abençoada por natureza e paraíso do mountain bike.
Imagens da Cachoeira Rosa, um lugar incrível, localizada na nascente do Rio do Peixe esta é a uma linda cachoeira de águas limpas, com direito a uma espécie de prainha ao lado e com um ótimo poço para para se banhar, sem contar a pequena gruta que ali existe. Não precisa falar mais nada, até porque as imagens falam mais do que mil palavras nesse caso.
Ao sair da cachoeira ainda tivemos o privilégio de avistar alguns curicacas, aves tem como característica seus bicos longos e o forte som que emite, muito conhecido pelos habitantes da zona rural, mas muito pouco conhecido por quem mora na cidade.
Esta é uma trilha bem diferente de todas da região, pois além de um visual acachapante esconde um pequeno trecho de trilha muito estreito e com abismo dos dois lados, um lugar que desafia o ciclista e em que todo o cuidado é pouco. E nossos pirambeiros de plantão não perderam a oportunidade de conhecer esse lugar fascinante e perigoso que fica no município de Ocauçu-SP, próximo de Marília-SP e do distrito de Amadeu Amaral.
Nessa trilha que é conhecida como Volta do Estreito foram 40 km com uma altimetria de quase 1000 metros de altura, o que é muito, ou seja, esse é um pedal de quilometragem curta, mas muito pesado e com muita subida acumulada.
Por outro lado, tem um visual incrível e um desafio e tanto que é passar pelo estreito. Ali é necessário muita atenção. E uma dúvida, seria muita imprudência tentar passar o estreito montado na bike? Uma queda ali seria fatal? Melhor mesmo é deixar essas perguntas sem respostas e curtir essa trilha de forma mais segura possível, mas um risco sempre vai existir. Só que se for pensar nos riscos que existem por aí, a gente nem sai de casa.
O Circuito Piramba Kids aconteceu no lago no começo do mês, mas ainda reverbera na minha cabeça e ainda tem desdobramentos como na publicação da última edição da Revista Destak, mas não é só, esse evento inédito tem boas consequências.
Um sorriso no rosto de apenas uma criança já valeria a pena todo o esforço, mas o Piramba Kids no MotoRock Festival de 2022 foi muito mais além, foram muitos os lindos sorrisos estampados na nova geração, que tudo tende a ter mais consciência ambiental e dar valor a bicicleta que pode servir como laser, mas como mobilidade humana também e são muitos os benefícios do ciclismo para a saúde física e mental. E tudo foi tão bom que não nenhum dos pequenos se machucou, existia esse temor também.
Umas das coisas mais legais que aconteceu foi que disponibilizamos as bikes de nossos próprios filhos para que outras crianças que estavam no lago de garça no dia mas não sabiam do evento ou mesmo que não tinham bicicleta, também puderam participar dessa festa da criançada pedalando na pista que nós com muito carinho projetamos para pudessem aproveitar esse esporte em conato com a natureza que rende belas paisagens.
Ninguém que quis ficou de fora dessa confraternização, a pluralidade deu o tom, não importava se era menino ou menina, a raça, classe social, ou força física e habilidade no pedal. Todas as crianças eram muito bem vindas e estimuladas a conhecer o Circuito Piramba Kids e ainda ganhava um medalha e um kit com doces e adesivos de brinde para quem participava e tudo por isso a medalha e as sacolas dadas levaram em conta a sustentabilidade ambiental que é tão cara para nós. Foi uma oportunidade maravilhosa de tantos ciclistas mirins já calejados curtir a pista como estimular crianças que ainda estavam aprendendo as técnicas básicas desse veículo que tem tudo a ver com criança, mas que na medida que crescemos a gente tende a trocar pelo veículos a motores, mas isso não precisa ser necessariamente.
Falta uma educação no Brasil que estimula a mobilidade urbana de bike, com o preço dos combustíveis hoje é um ganho e tanto. Não temos ônibus circulares capaz de fazer a integração com os moldais de transporte, bem como não temos onde estacionar as bikes e a segurança pública é um problema sério aqui, não tem como deixar a bike na rua de forma tranquila, bem diferente de países desenvolvidos e que valorizam a bike como meio de transporte. Mas é preciso perseguir e conscientizar o uso da bike e por isso estacionamentos de bicicleta no centro da cidade seria de muita utilidade e isso serve para qualquer cidade do Brasil, é questão de utilidade pública, garanto que seria muito mais barato e útil para a população do que muitos elefantes brancos caros e congelados no tempo que só dá despesa e acumula sujeira. É preciso que os agentes públicos também participem desse esforço em prol de uma mobilidade urbana mais ágil, sustentável e saudável tanto para o corpo como a mente.
E, estar com meu filho durante o os dois dias do final de semana e ser testemunha de que ele oferecia a sua bike nova com o maior prazer para qualquer criança que aprecia foi uma felicidade única, alegria dele era também a minha e não tem preço que paga. E outros sorrisos também apareceram nos pequenos em consequência disso. É como se uma espiral de bem e de coisas boas brotasse naturalmente ma nossa frente, foram momentos mágicos, e que cada minuto que parecia ser doado aos outros na verdade eram minutos doados a nós mesmo, como se fosse nós os grandes beneficiados com a alegria proporcionada por sorrisos e alegrias únicas. E ainda por cima tudo isso rendeu quase 1000 fotos, uma mais bela que a outra e que infelizmente não tem como reproduzir todas nesse espaço.
Só resta nossos sinceros agradecimentos aos pais e filhos que compareceram e nos deram a honra de compartilhar de momentos abençoados e que venha outros. Com poucos recursos, algumas pessoas e um pouco de boa vontade é possível fazer alguma coisa, não é muito, mas é de coração e já é melhor do que nada fazer. Afinal, qual é preço de um lindo sorriso estampado no rosto de uma criança? Tudo já teria valido muito a pena se o trabalho que fizemos tivesse proporcionado um sorriso ou um momento de alegria em uma única criança.
E o que vimos nos dois dias de evento foram muito mais, foram dezenas e dezenas sorrisos lindos, uma retribuição incrível para o Piramba, e por isso tudo valeu muito mais que a pena. Tudo deu tão certo que com certeza iremos repetir o Piramba Kids. Algo inédito em Garça e região e que mostra que basta uma boa ideia, muito pouco dinheiro, e certa boa vontade é possível fazer alguma coisa, ainda que muito pequeno, só que na direção correta. Incentivar as crianças a prática de esporte e com alegria, estimular o contato com a natureza e com o mundo real nas era dos eletrônicos não é fácil, mas é preciso, se for de forma sustentável então melhor ainda, o planeta grita, quem tiver ouvidos para ouvir que ouça.
Acordar cedo para encontrar os Pirambas brothers deslizando em duas rodas é o tipo do programa que entra para a história e dessa vez não foi diferente.
Quando o Sr Piramba brother Vicente Conessa na véspera do role me contou sobre o volume e intensidade dessa aventura e que teríamos os ninjas da Mtb, o Srs Piramba brothers Fausto e Rudão já percebi que nossa trilha seria do jeito que a gente gosta.
Nos encontramos nas primeiras horas da manhã para sairmos pedalando com direção marcada para uma cachoeira que até então nunca tinha sido explorada.
Logo que chegamos na fazendo um dos funcionários de forma prestativa e munido de autorização nos conduziu e juntos descemos até o fundo da propriedade.
Era uma paisagem de tirar o folego pois aos nossos pés um paredão de rocha perfeito para quem gosta de fazer escaladas e lá na frente outro paredão, isso mesmo, um paredão de frente para o outro, que entre eles deve ter uns 3 quilômetros.
O Senhor que nos conduziu não acreditava que íamos descer até o objetivo pré-definido pelos pirambas, tanto que repetiu várias vezes a frase mais ecoada nos pequenos abismos: “…Rapaz. Vocês estão mesmo a fim de aventuras…”
Achamos uma antiga estrada feita para o gado poder subir, descemos com as bikes aproximadamente uns 300 metros e resolvemos deixar as magrelas ancoradas em uma sombra atras de uma moita qualquer e descer a pé, mas a estrada logo sumiu em meio a um matagal, assim como já disse a estrada era muito antiga.
O mato muito mais alto que nossas cabeças em meio a galhos carregados de formigas esperando a gente passar o braço para elas se divertirem nos mordendo.
Já estávamos com mais de uma hora fluindo no trekking e demos de cara com um brejo com galhos de taboa facilmente maiores que 2 metros de altura e alagado com água que afundava até a cintura. E é claro que não havia outra opção, saímos empurrando mato adentro do brejo, andamos por córregos com águas claras e transparente que nos dava real impressão de profundidade e nos permitia ver a movimentação de pequenos o tempo todo.
O paredão de pedra que estávamos seguindo desde que descemos das bicicletas era nossa principal forma de navegação e estava ficando cada vez mais perto.
Depois de quase 4 cansativas horas de trekking já conseguíamos ouvir o barulho da cachoeira tão esperada, a última pedra escalada nos deu de cara com um espetáculo maravilhoso da natureza, um verdadeiro privilégio. A cachoeira que estávamos ansiosos para conhecer finalmente estava nos molhando com um volume muito forte de água.
Difícil imaginar a verdadeira altura da cachoeira, acredito que passe de 60, 70 metros, ficamos molhados e descansando as pernas para a volta, imaginando que teríamos mais 4 horas de trekking e uma boa pedalada para voltar para casa. Ainda é possível manter a natureza preservada, pirambe-se.
Entre as mais de 50 cachoeiras que já percorremos em Garça e região, ouso dizer que não tem nenhuma igual a Cachoeira do Poção, e isso não quer dizer que seja a mais bela ou a melhor, mas que ela tem um encanto e algumas qualidades que nenhuma outra tem.
Essa cachoeira é muito bonita, tem uma boa altura, tem água muito limpa e ainda um largo poço que em alguns lugares não dá pé. Só que que ela parece envolta a uma atmosfera diferente, parece guardar um pouco do eram as cachoeiras em um tempo que não existia a interferência do homem. Ela também não é muito parecida com as outras cachoeiras que temos.
É preciso percorrer um bom trecho no leito do rio até chegar na cachoeira e quanto mais próximo, mais belo fica o caminho e o entorno, e não existe atalho, é como se estivéssemos no fundo de um grande buraco com as encostas altas e com inclinação de quase 90º em meio a árvores, água, pedras e muitos peixinhos, e o sol não tem como vê-lo, apenas os raios que iluminam as folhas lá no alto da mata e bem distantes de nós.
E quando digo buraco, é como se fosse mesmo, pois a cachoeira está no fundo de um dos cânions que existem em Garça-SP. Ir até a Cachoeira do Poção é sempre um pouco demorado e trabalhoso, só que a sensação ao chegar no lugar é de muita satisfação, é como se tivéssemos encontrado o paraíso na terra ou o lugar onde está escondido o pote de ouro. O bom é que não precisa de ser o paraíso e nem ter o pote, a Cachoeira do Poção é magnífica, e que continue assim, um colírio para os olhos dos amantes da natureza.
Aproveitando o final de um dia muito quente de verão, e era também o último dia de férias dois pequenos de 08 anos de idade. Então que tal aproveitar levar eles para andar de bicicleta com direito a uma cachoeira???
Existe sim uma dificuldade maior para as crianças pequenas em pedalar em meio a pirambeira, pois o aro da bicicleta geralmente são pequenos e torna o pedal deles mais difícil e em alguns momentos inviáveis, sem contar que falta-lhes experiência e logo técnica também. Mas o banho de cachoeira que as crianças tomaram com gosto e a forma como brincaram e interagiram com o ambiente mostraram que a decisão de levá-los até Cachoeira da União de bike for acertada, oportunidade de curtir um dia de forma diferente, com muita alegria e também muito esforço para os pequenos, mas valeu muito a pena.
Foram no total quase 10 km para chegar até a Cachoeira da União e voltar, não é muito ainda que para uma criança, mas o problema é a pirambeira. Como é possível ver no gráfico acima com os dados da elevação, esse pedal teve uma descida muito abrupta, da altitude de 704 metros acima do nível do mar na área urbana fomos para menos de 580 metros de altitude na cachoeira. Para crianças de 08 anos como o Ravi e o Vinícius é um desafio e tanto. Na volta foi inevitável para as crianças ter que empurrar as magrelas até quase chegar a civilização, normal, é o pedágio que a cachoeira cobra, não tem jeito.
Chegou o dia de apresentar a piramba para o meu filho
Chegou o dia que eu tinha prometido para o Ravi, o meu filho de 08 anos, que era leva-lo de bike até uma cachoeira, ou seja, apresentar de bike a pirambeira, e assim aumentar o nível de dificuldade dos nossos pedais. Já tínhamos ensaiado para este dia, fomos até Jafa algumas vezes que tem lá suas subidas e descidas, outro dia chegamos até próximo da Cachoeira do Gaia e percorremos 23 km de estrada de chão. No entanto, eu sabia que os pouco mais de 10 km da Cachoeira da União seria um desafio diferente para ele e não era possível saber como ele iria reagir as dificuldades inerentes a esta mudança, o que causava uma certa apreensão.
Estradão x Pirambeira
Quando se sai do estradão e vai encarar a piramba e ir em cachoeira, alguns novos elementos se apresentam. Para começar muda-se o terreno, de uma estrada batida, passa para uma terra acidentada ou grama/capim que exige maior esforço do ciclista. Outra coisa, também é regra que antes de se chegar a uma cachoeira exista uma descida de inclinação severa ou extrema, também é comum que em alguns momentos é preciso carregar a bike no braço pois é impossível percorrer todo o trecho em cima dela, as vezes também é tem que fazer um pouco de trekking e percorrer a pé o leito do rio até chegar no destino. Essas são só algumas das dificuldades que passam a existir para ilustrar um pouco a respeito dessa mudança, que é de pedalar no estradão e passar a pedalar na piramba, o que ela traz de novo para o ciclista, e no caso de um ciclista mirim essa mudança é ainda maior, pois ainda está aprendendo as técnicas do esporte e explorando novas experiências sobre duas rodas.
Amigos é tudo de bom
O bom que para essa empreitada eu pude contar com meus grandes amigos Vicente Conessa e o Fabiano Ogawa que foram muito importante nesse dia e ajudou bastante neste dia. Ajudaram muito para dar mais confiança e segurança para esse pedal com cachoeira, ajudaram diversas vezes e fizeram toda a diferenças. Obrigado pela força!!!
O Bosque Municipal
O passeio começou com uma volta pelas trilhas do Bosque Municipal de Garça que possui 18,50 hectares de Mata Atlântica preservada dentro da cidade. Ali já foi o primeiro teste para a criança, pois havia obstáculos, trilhas single track e lugares com mata fechada. Foi muito bom curtir esse patrimônio da cidade e o acabou sendo o esquenta para o que viria adiante. Sem contar que meu filho deu de cara com um lagarto Teiu enorme cuja cena ele não irá esquecer tão cedo.
A descida até chegar na cachoeira
Como já diz o ditado, para descer todo santo ajuda, até 100 metros antes de chegar no rio estava tudo muito bem. A partir do momento em que foi preciso pular para andar no pasto e percorrer os trios de boi, aí então o Ravi começou a sentir de fato que pedalar na pirambeira exige muito mais do que se estivesse na estrada de terra.
Ao andar o trecho final de pasto meu filho conheceu a dificuldade que é de manter os pneus dentro dos limites dos estreitos dos trios de boi, alias, é comum isso mesmo com os ciclistas adultos e experimentados, mas que não estão acostumados a andar nesse tipo de terreno. Porém, tudo é questão de tempo para pegar o macete da coisa. Por isso, o Ravi acabou empurrando a bicicleta em alguns momentos, ainda que fosse uma descida.
Ao chegar até o leito do rio chegamos no momento em que é precisava de muita atenção, principalmente com criança e estando com as mão ocupadas, pois é preciso carregar a bike no braço. Nessa hora a ajuda dos amigos foi fundamental para dar mais segurança e chegar enfim debaixo da cachoeira com tranquilidade.
Pena que a cachoeira ainda não se recuperou muito bem do período de estiagem e estava com um volume de água menor do que normal. A água estava aparentemente limpa e um pouco gelada. Meu filho ficou a princípio ficou um pouco reticente de entrar debaixo da queda, mas o encorajei a colocar a cabeça na água e sentir a temperatura, a força e a energia que só uma cachoeira proporciona. A reação é imediata, ninguém fica indiferente a um banho de cachoeira.
A Cachoeira como nunca vista (PirambaCopter)
Essa cachoeira é uma velha conhecida do Piramba e uma das mais próximas da zona urbana e uma das que mais visitamos, embora a gente tenha vários registros do local, ainda não tinha nenhuma imagem aérea do PirambaCopter.
Na beira do precipício o drone foi lançado ao ar e captou belíssimas imagens e pudemos conhecer a 2ª Cachoeira da União como nunca vimos antes, as cenas falam por si e vale a pena conferir o registro desse lugar incrível e do lado da cidade.
A volta e a subida bruta para uma criança
Como já era previsto, a volta é que guardava as maiores dificuldades e que seria um intenso teste de resistência ainda que o percurso não fosse longo em termos de quilometragem. Se para descer o pasto já foi um tanto complicado, subir então seria mais ainda e assim foi. Geralmente a gente já precisa mesmo carregar a bicicleta em alguns trechos, mas o Ravi não conseguiu pedalar os 100 m de subida íngreme no pasto e nem subir a pé carregando a bike nos braços. Tive então que ir a pé carregando a minha bicicleta e a do meu filho, foi um pouco tenso e o esforço foi muito grande, mas ainda bem que foi por pouco tempo e sorte que pude contar a ajuda providencial dos meus amigos.
Deu tudo certo no final
Depois de chegar até a cerca e encontrar um terreno menos hostil, foi possível voltar pedalando, mas ainda tinha muita subida bruta até voltar para a cidade, tive que ajudar o Ravi a pedalar empurrando suas costas até chegar próximo da mata do bosque. Foi até que rápido, mas muito intenso tanto para mim como para meu filho cujo cansaço em seu semblante era visto a olho nu. Mas chegando de volta a civilização, tudo ficou mais tranquilo e o Ravi voltou pedalando para casa e nem parecia mais o menino esbaforido de minutos atrás. Valeu muito a pena e para o meu pequeno foi como se fosse uma grande aventura e tivesse alcançado um grande feito. Ainda bem que tudo correu muito bem, e ficaram momentos felizes na recordação, e é claro que um pouco de cansaço temporário, o que é normal. Sem suor e desafios a evolução fica mais distante. E estreitar os laços de amizade e de pai e filho foi apenas uma ótima consequência de um pedal como deste dia.
Quanto menor o aro, maior é o obstáculo proporcionalmente que o ciclista precisa transpor
Um problema foi verificado com o uso de bicicleta infantil de aro pequeno como a que o Ravi utilizou para chegar na Cachoeira da União. É que os obstáculos e desnível do terreno ganha um contorno bem maior quando se está com uma bike de aro 16, por exemplo. Obstáculo que parece ser pequeno para nós que estamos em uma de aro 29, para quem está com aro pequeno o obstáculo parece gigante proporcionalmente, o que faz o ciclista mirim ser obrigado a fazer um esforço muito grande ou mesmo fica inviável transpor empecilhos que existentes no caminho. Este problema só pude observar ao pedalar com meu filho na pirambeira, pois é algo que não ocorre quando ele pedala pelas estradas de terra.
Final de ano estava se aproximando, é época de festas, mas também pode ser um ótimo período para pegar as bikes e curtir as pirambeiras de Garça-SP, e foi isso que fizemos para crer em um ótimo 2022 e que não falte belas cachoeiras e pedal no ano vindouro.
A Vista privilegiada da Cachoeira das Araras
O lugar escolhido foi um que há anos o Piramba não visitava, é a Cachoeira das Araras que possui uma das vistas mais lindas da região. Fica localizada próxima ao bairro rural Adrianita e do Pesqueiro Codonho, e embora não fique muito longe da cidade o acesso não é dos mais fáceis, é preciso enfrentar mato alto, capim navalha e percorrer o leito do rio em trechos em que ele afunila, fica fundo e chega a não dar pé.
Mas é claro que o todo o esforço é recompensado com um visual do horizonte fascinante, realmente tem uma vista belíssima e privilegiada dos vales que existe entre as Antenas e a Estrada da Bomba, suas matas e um grande paredão de arenito ao lado direito.
O Susto
Só que nem tudo são flores, e infelizmente não foi possível filmar o momento mais tenso e marcante do dia, o susto que levamos, também, não tinha como imaginar, a venenosa cascavel apareceu do nada por trás e pelo curso d´água da Cachoeira das Araras, o que é raro, já que ela prefere lugares secos.
De repente, uma cobra aparece descendo o rio e tocando o Fausto
A serpente chegou a tocar o pé do Fausto que estava com o pé na água e quando ele percebeu a situação tomou o maior susto e saiu correndo rio acima. Eu também me assustei, estava sentado na pedra ao lado contemplando o belo horizonte e de repente vejo a cobra a um metro de mim, e ainda precisei me aproximar dela para pegar a mochila e evitar que ela pudesse entrar nela, pois estava indo em sua direção.
Respeito Mútuo
Ainda bem que ela só só deu um toque para pedir licença e seguir o seu caminho com tranquilidade. Existem estudos que dizem ela usa o guizo para avisar invasores quando estão muito próximos, em cima de uma cachoeira fica difícil ouvir esse tipo de aviso, se é que existiu. Depois, ela escalou um íngreme barranco com maestria e foi-se, deixou então aquela sensação de que a gente nunca mais iria esquecer aquele momento.
Na hora do susto é tudo bem tenso, mas depois foi possível curtir os movimentos desse belo réptil peçonhento, e o sentimento de alívio tomou conta, tivemos sorte que imperou o respeito mútuo entre a gente e a serpente, embora o território seja dela, e os homens sejam os intrusos, em nenhum momento ela se mostrou ameaçadora, por tudo isso, é preciso respeitá-la.
Por outro lado, também não há necessidade de entrar em pânico, os especialistas asseveram que as essas cobras são perigosas sim, mas não são agressivas, em geral fogem quando avistadas. E, é claro que temos que agradecer que desse encontro tão próximo da serpente conseguimos sair ilesos, voltamos para casa apenas com os ferimentos do capim navalha nas pernas, mas nada de mordidas de cascavel. A imagem dela ao lado no meio do rio nunca mais sair da minha mente. Que dia!!!
By Rudi Arena
Sobre a Cascavel*
Nome científico: Crotalus durissus Habitat: Campos abertos de cerrados, áreas pedregosas e secas. Hábitos: Crepuscular e noturno.
O número de anéis no chocalho da Cascavel, não representa sua idade
A cascavel na vertical escalando um barranco na Cachoeira das Araras
Características: A cascavel Possui um chocalho na extremidade da cauda. Ao contrário do que se pensa, o número de anéis no chocalho da Cascavel, não representa sua idade, ou seja, se uma cascavel possui 10 anéis no chocalho isso não quer dizer que ela tenha 10 anos de idade. Muda de pele de 2 a 4 vezes por ano e, a cada vez que isso ocorre, acrescenta um novo anel no chocalho. Alimenta-se de pequenos roedores. A reprodução é vivípara e ocorre no período de novembro a fevereiro. Em média nascem de 16 a 24 filhotes. É venenosa.
As Cascavéis são perigosas, mas não agressivas e fogem rapidamente quando avistadas. A espécie encontrada no Brasil possui veneno neurotóxico, que atua no sistema nervoso e faz com que a vítima tenha dificuldades de locomoção e respiração. Diferente de seus parentes da América do Norte, que possuem propriedades proteolíticas (necrosante).
A Serpente que ocupa o primeiro lugar em acidentes ofídicos **
A característica mais marcante da cascavel é um som de chocalho forte. A cascavel ocupa o primeiro lugar no número de mortes causadas por acidentes ofídicos, aqueles que envolvem mordidas de cobras. Segundo um estudo realizado pelo Instituto Vital Brazil, no período de 1990 a 1993, mais de cinco mil pessoas foram picadas por cascavéis. Das 35 espécies que existem no mundo, apenas uma vive no Brasil – a Crotalus durissus.
Cáscavel: presente em todo território brasileiro
Ela habita os cerrados, regiões áridas e semi-áridas do Nordeste brasileiro, bem como os campos abertos das regiões Sul, Sudeste e Norte. Veneno da cascavel Boicininga – “cobra que soa”, na língua tupi – , é outro nome da cascavel, que possui um que possui um veneno poderoso. Ele destrói as células do sangue das vítimas, causa lesões musculares, afeta os sistemas nervoso e renal. Na peçonha dessa serpente, há uma proteína que causa rápida coagulação, fazendo o sangue da vítima endurecer. O ser humano tem uma proteína parecida, a trombina. Ela é ativada quando nos machucamos e forma a “casquinha” nas feridas. As células sanguíneas dos seres humanos possuem uma outra proteína chamada mioglobina. Quando o veneno crotálico – da cascavel – destrói essas células, a mioglobina sai na urina da vítima, que assume uma cor avermelhada.
Como tratar uma picada de cascavel? **
A picada de cascavel não dói, segundo diversos relatos do Instituto Butantan. Quem for mordido jamais deve fazer torniquetes ou garrotes – isso agrava a ação do veneno e pode levar à amputação do membro atingido. Também não se deve enfaixar a ferida. Pode-se lavar a ferida com água e sabão ou com soro fisiológico. Mas a melhor coisa a se fazer é levar a vítima o mais rápido possível para o hospital e, de preferência, com a cobra. Isso é importante para a identificação do animal e, portanto, para a administração correta do soro antiveneno, ou antiofídico. Se não for possível capturar a serpente, deve-se dar uma boa olhada nela, para depois descrevê-la ao médico e ele poder aplicar o soro correto.
Perto ou longe? Cascavéis usam truque com o guizo para enganar humanos ***
O som de alerta da cascavel, o som de chocalho, é um dos ruídos mais arrepiantes da natureza: se puder ouvi-lo, já está perto demais.
Contudo, de acordo com um novo estudo publicado em 19 de agosto no periódico Current Biology, essa comunicação é mais complexa do que se imaginava.
Ao analisar as vibrações de alerta da cascavel-diamante-ocidental (Crotalus atrox), cientistas constataram que o chocalhar das serpentes se mantém a frequências mais baixas de até 40 hertz, ou mais lentas, quando uma ameaça está distante. Mas quando um invasor se aproxima demais — uma distância que difere a depender da cobra individual — as cascavéis mudam abruptamente para um sinal de alerta mais rápido e de alta frequência entre 60 e 100 hertz.
Quando foi solicitado a participantes de um experimento que ouvissem e estimassem a distância de uma cascavel em uma pastagem em realidade virtual, eles acertaram com bastante precisão quando os sons dos guizos estavam mais lentos ou a baixas frequências. Ao acelerar o ritmo dos guizos, entretanto, os humanos foram levados a pensar que as cobras estavam muito mais próximas do que realmente estavam.
Quando uma cascavel balança a cauda lentamente, o ouvido humano é capaz de discernir cada som individual do guizo. No entanto, a frequências mais elevadas, os sons individuais se fundem em uma melodia contínua, que parece “completamente diferente ao ouvido humano”, afirma Boris Chagnaud, neurocientista da Universidade de Graz, na Áustria, e autor principal do novo estudo.
Além disso, devido a uma peculiaridade da percepção humana, os guizos de alta frequência soam mais altos para nós, apesar de terem basicamente a mesma amplitude ou volume, explica Chagnaud.
“Talvez essa seja outra função do guizo: confundir predadores”, observa Bree Putman, herpetóloga da Universidade Estadual da Califórnia, em San Bernardino, que não participou do estudo.
O que fazer se encontrar uma cascavel ***
Até mesmo para quem está acostumado a encontrar esses animais na mata, o som característico do guizo da cascavel nunca deixa de assustar.
“É sempre um momento em que o coração dispara”, conta Asia Murphy, ecologista da Universidade da Califórnia, em Santa Cruz. “Adoro encontrá-las, embora o som me assuste.”
É comum Murphy encontrar cascavéis ao estudar suas interações com outros predadores, como linces, raposas e coiotes. Ela explica que existem algumas regras simples para se manter em segurança.
“Sempre fique atento ao local onde senta e coloca as mãos e os pés”, recomenda Murphy. “Nunca tente tocá-las, até mesmo com um pedaço de pau ou uma vara. E é lógico, não as manuseie.”
Mantenha uma distância mínima de um metro e oitenta e resista ao impulso de mover galhos próximos ou outros elementos de seu habitat para observar melhor.
Hoje, 21 de setembro é o dia da árvore e nada mais apropriado para ocasião do que o Piramba MTB prestar homenagem a beleza do Ipê Amarelo, árvore nativa do Brasil e que embeleza o país afora com seus cachos amarelos de cor viva e chama a muito a atenção por quem passa por suas belas flores.
O inverno não é considerada uma estação muito auspiciosa para as plantas, árvores e flores em geral. Mas a estação fria e seca também pode guardar belas surpresas, como foi o caso da exuberante florada dos Ipês amarelos em Garça. As lindas imagens foram registradas pelo PirambaCop e andar de bike entre esse espetáculo da natureza é um privilégio que dura poucos dias.
Na época da seca, a árvore perde as folhas, que dão lugar às flores e transformam a paisagem. A floração do ipê–amarelo ocorre entre os meses de julho e setembro e chama a atenção de moradores da cidade e da zona rural. A floração dos ipês-amarelos dura, em média, 15 dias.
Ipê-amarelo-flor-de-algodão
Ipê-amarelo-flor-de-algodão (Handroanthus serratifolius) é uma espécie de árvore do gênero Handroanthus. No Brasil também é conhecida como somente ipê-amarelo.
Características
É uma árvore com porte que varia de médio a grande e pode atingir de 15 a 30 metros de altura. Possui o tronco fissurado formando finas placas que se soltam em pequenas quantidades. Suas flores são de cor amarelo-dourado e se formam em cachos.
Flores
Possuem flores hermafroditas livres ou em tríades levemente perpendicular, unidas em conjuntos em formato de umbela no final dos ramos. O cálice e a corola tem forma tubular com cinco lóbulos. Por causa de sua beleza, atraem insetos e vertebrados como abelhas e pássaros, especialmente beija-flores que tem papel fundamental na polinização. As sementes são espalhadas pelo vento.
A floração ocorre após a queda das folhas, o que acontece no período mais seco, geralmente de junho a agosto, no inverno, podendo variar nas zonas mais próximas ao litoral.
Distribuição geográfica
Floração de Ipês-Amarelos ou “Pau-d’arcos amarelos” (Handroanthus serratifolia) vista do Pico Alto, no município de Guaramiranga, topo mais elevado da Serra de Baturité – Ceará – Brasil.
Árvore típica do bioma da Mata Atlântica, ocorrendo no interior da mata, sendo difícil de ser encontrada em estado nativo atualmente, por conta da sua madeira ser altamente requisitada e ter desenvolvimento lento. Não é muito utilizada em paisagismo urbano, justamente pelo lento crescimento e por ser de médio a grande porte.
Usos
A madeira é utilizada para construções civis e navais, alem de pontes, postes, tábua de assoalho, tacos de bilhar e bengalas, possuindo longa durabilidade. Árvore ornamental, extremamente majestosa quando está florida, é ótima para o paisagismo. Usa-se também em restaurações florestais. A entrecasca é utilizada na medicina caseira, embora seja menos procurada que a do ipê-roxo.
Também é bastante usado em paisagismo e arborização urbana por suas flores amarelas bem chamativas, entretanto, não é recomendado plantar próximo a casas ou em calçadas, pois suas raízes podem causar problemas no calçamento e na rede de esgoto.
Flor nacional do Brasil
Em 27 de setembro de 1961, foi apresentada a proposta do Projeto de Lei 3380/1961 que declara o pau-brasil (Caesalpinia echinata) e o ipê-amarelo (Tecoma araliacea), respectivamente, árvore e flor nacionais. No entanto, após vários pareceres a PL foi arquivada. Em 7 de dezembro de 1978, somente o pau-brasil foi declarado árvore nacional por meio da Lei nº 6607. Houve outras tentativas de estabelecer o ipê-amarelo como a flor nacional com os projetos de lei PL-2293/1974 e PL-882/1975, mas as duas PL foram arquivadas na Câmara dos Deputados.
Em um sábado de tempo bem fechado o Piramba logo cedo chegou no município paranaense de Ribeirão Claro, na fronteira com o Estado de São Paulo e aproveitou esse paraíso do mountain bike e com paisagens incríveis, as margens do cristalino Rio Paranapanema e com vista privilegiada da bela Represa de Chavantes.
*Sobre Ribeirão Claro
Nascida do pioneirismo de agricultores e colonizadores paulistas, mineiros e fluminenses, Ribeirão Claro tem o passado marcado pelo café. Por volta de 1895, a terra roxa e a cultura que se iniciava na região atraíram inúmeras famílias que viram na nova localidade a oportunidade de uma vida melhor com a produção cafeeira.
Atualmente, a cidade de mais de 10,5 mil habitantes conserva essa vocação rural e produz, além de um café de reconhecida qualidade, leite, milho, geleias e compotas. Criação de gado de corte e aves completam esse quadro. No entanto, a economia local se diversificou e a indústria consolidou-se. Ribeirão Claro destaca-se pelas fábricas de laticínios e de móveis.
O potencial turístico da cidade também recebe reconhecimento crescente. A localização privilegiada, às margens do Rio Paranapanema, as belas paisagens naturais e a proximidade da Represa de Chavantes atraem turistas de diferentes regiões, em todas as épocas do ano. Balneários, cachoeiras, morros e fazendas são opções preferenciais de lazer que movimentam a economia de pousadas, parques aquáticos e operadoras de esportes radicais.
Morro do Gavião
Um dos pontos altos de Ribeirão Claro (literalmente) é o Morro do Gavião, uma formação rochosa que fica 850 metros acima do nível do mar e faz parte das atrações da Fazenda São João. O local é muito procurado para a prática de esportes radicais como rapel, escalada e voo livre. A caminhada até ele e a possibilidade de contemplar do alto as belezas do lago da Represa de Chavantes são atrações à parte.
A última onda de frio do inverno 2021 casou estragos na cultura cafeeira da região de Garça, muitos pés de café arábica foram danificados pela geada com prejuízos para os cafeicultores.
Provas do estrago são as imagens aéreas captadas pelo PirambaCop que mostram que parte das plantas de café queimadas na Fazenda Igurê. A cena é triste, e já há alguns anos que isso não ocorria, mas por outro lado o fenômeno faz parte da realidade de Garça-SP ao longo de sua história.
*Uma grande geada – a maior da história de Garça – ocorreu no dia 18 de julho, atingindo impiedosamente 90% dos cafezais da região. A cafeicultura do município foi totalmente atingida. O panorama nas lavouras garcenses era desolador: cafezais, pastos e outras culturas mostravam-se enegrecidos, como se estivessem queimados por intensas labaredas.Para se ter noção da extensão da geada ocorrida na cidade em julho de 1975, a temperatura atingiu a 1,5 grau negativo. Na manhã do dia 18, muita gente foi lavar o rosto e quando abriu a torneira não viu a água sair. A baixa temperatura congelou a água no encanamento. Somente no final da manhã a situação se normalizou. Um fato inédito em Garça até os dias atuais.
Jaime Nogueira Miranda mostrando os prejuízos (Acervo: Secretaria do Turismo Garça-SP)
O Café da região de Garça:
Conheça um pouco sobre a estreita relação o município de Garça-SP com o café.