Encontrar aranhas no meio da trilha de bike ou no caminho de uma cachoeira é relativamente comum, ainda mais na época do verão, não é raro deparar-se com um aracnídeo, embora muitas vezes é o caso de falar delas no plural.
Sábado passado, na Fazenda Dinamérica na divisa entre Gália e Garça no meio da trilha de bike apareceu um robusto e alto paredão de aranhas, o problema que esse fenômeno da natureza também tinha alguns bons metros de tamanho tanto na vertical como na horizontal. Nunca havia visto tantas teia e aranhas juntas na minha vida, e olha que já enfrentei muitas barreiras formadas de aranhas nas pirambeiras vida afora, mas nada comprada a essa.
Algumas espécies de aranhas trabalham de forma coletiva com louvor, e nesse caso, eram tantas no campo de visão que foi preciso parar por um momento, analisar e decidir pela melhor forma para enfrentar as centenas desses bichos de de 8 pernas. Retornar jamais.
A estratégia para passar pelas aranhas na primeira barreira feitas pelos aracnídeos foi a remover as teias mais próximas do chão e passar por baixo, o problema é que mais para frente tivemos que passar por outras barreiras e infelizmente tivemos que remover mais teias e destruir o trabalhos das aranhas. Mas por outro lado, é incrível a rapidez e capacidade das aranhas fazerem teias gigantes em um curto espaço de tempo.
Interessante que geralmente a gente vê as aranhas e suas vastas teias no crepúsculo, mas não é a regra, embora pareça ser o momento de início dos trabalhos muitas vezes. E é curioso que as aranhas são geralmente solitárias, diferentes das formigas, abelhas e cupins, estes sempre trabalham de forma coletiva. Já as aranhas que não são insetos, mas sim aracnídeos por possuir 8 pernas, não são considerados animais eminentemente sociais, diferente dos insetos mencionados. Mas existem algumas espécies que são sim sociais.
“As aranhas sociais podem ser coloniais ou cooperativas. As espécies coloniais podem cooperar na construção de uma estrutura comum, mas cada membro possui a sua própria teia que é defendida contra a invasão de indivíduos da mesma colônia, embora haja tolerância de sobrevivência. Já as aranhas cooperativas possuem teias comuns, construídas por vários indivíduos, havendo cooperação na captura de presas e divisão de alimento.” https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/99531/barbieri_ef_me_rcla.pdf;sequence=1
“De maneira geral, as aranhas sociais não possuem hierarquia e divisão de tarefas tão bem definidas quanto às dos insetos, mas elas sabem cooperar para atingir um objetivo em comum. Além de caçarem e consertarem a teia juntas, elas também cuidam dos ovos umas das outras.” https://super.abril.com.br/coluna/mulher_cientista/lucia-neco-estuda-o-comportamento-social-em-aranhas/
Rudi Arena
Fontes:
https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/99531/barbieri_ef_me_rcla.pdf;sequence=1