Fugindo do gado no meio do pasto! Que susto!!!

Não foi a primeira vez que passei apuros correndo de boi seja a pé ou bike. Para a gente que anda pelas pirambeiras da região de Garça é comum deparar-se com os bovinos. É preciso respeitá-los muitos, primeiro por ser um animal, também pelo seu tamanho, por ser a base de alimentação dos brasileiros e também não deixa de ter um valor como mercadoria para os proprietários rurais. Por isso tudo, todo o respeito a eles é necessário.

E existem uns momentos em que estamos muito próximos aos bois, salta aos olhos e sentimento de medo também, o tamanho deles se comparado a nós, pobres humanos, parecem gigantes, fortes e até mesmo perigosos. As touradas presentes na memória, ainda que longe da cultura brasileira, colocam um ingrediente a mais no momento em que estamos defronte um grande e chifrudo touro.

Por mais que tenhamos experiência e conhecimento de que os bovinos não são agressivos por natureza, quando estamos ali a poucos metros deles, uma tensão se instala, não tem jeito. Se um touro quiser, mas nunca querem, ele pode sim matar, dar chifrada e o medo que parece sempre premente quando estamos em fugindo deles, é a de sermos pisoteados pelo efeito descontrolado da manada. Outra situação que merece muita atenção é quando tem bezerros pequenos, aí todo cuidado é pouco, as vacas nessas ocasiões alteram o seu comportamento para proteger o seu rebento, e podem ser bem mais agressivas.

E é sempre acontece a mesma coisa, basta virar as costas que os bois como bons curiosos que são, se ajuntam em um grupo coeso, e partem a seguir passos dos forasteiros. Porém, essa aproximação não é muito bem vinda por nós ciclistas. Pior ainda quando estamos a pé em meio a uma trilha para chegar em uma cachoeira, por exemplo. Se de de bike já sentir medo ao lado do gado é super normal, mas quando estamos a pé, nos sentimos ainda mais vulneráveis em relação aos bois e também não temos a velocidade de mobilidade que uma bike pode oferecer.

O mais importante nesses momentos é manter-se calmo, evitar movimentos bruscos, buscar não dividir o gado em dois ou mais grupos e ficar próximo a cerca, pois aí é possível sair do local em que eles estão com a maior segurança possível se for necessário. Melhor mesmo, é tentar evitar o contato, se isso for possível.

Rudi Arena

Cascatinha (31/12/2012)

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Véspera de ano-novo é dia pedalar também, por que não? E o destino foi uma bela e escondida cachoeira da Fazenda Cascata. Apesar de ser perto da cidade, a 11 km de distância da cidade de Garça-SP,  ter água limpa e a cachoeira ter um ambiente agradável e uma queda de água revigorante. Nunca vi ali sinal de pessoas, alguém que tenha ido até lá ou que já tenha ao menos ouvido falar dela. É  preciso dizer porém, que ela apesar de perto não é tão acessível, ainda mais atualmente, que o pasto em volta não tem mais rebanho bovino, logo, não tem mais o trio de bois para chegar até próximo a cachoeira. Só retou então ter que encarar um pasto com grama alta, difícil de pedalar e mais adiante, um um mato bem alto para atravessar, sem contar que para descer, além de ser ingrime, não tem picada, é preciso levar o mato no peito, mas sempre vale a pena a recompensa.  Ainda mais neste dia, que pudemos constatar que a água da cachoeira estava limpa e cristalina, como nunca havíamos vistos. Nem precisa falar que o lugar é tranquilo, né? Mais ainda, porque, infelizmente os macacos não deram o ar da graça como da última vez que lá estivemos. Entretanto, ao menos um belo passarinho vermelho apareceu para colorir e alegrar o ambiente, tanto na entrada da mata da cachoeira quanto na saída desta, ele estava só de butuca, pousado inerte na grama, observando o seu redor. Acredito que esta ave seja um Surucuá-de-Barriga Vermelha (Trogon Curucui), mas como não sou um Ornintólogo, vai saber qual espécie é esta, pois nossa fauna é farta e normalmente, não temos a mínima dimensão de toda a riqueza animal que está a nossa volta.

Rudi Arena