Na região de Garça é muito comum se deparar na zona rural com um largarto Teiu, mas também na área urbana o réptil nativo aparece com frequência, muito em razão da mata do Bosque Municipal. Este é lugar em que muitos desses animais se abrigam e vira e mexe eles dão uma volta nas redondezas para dar o ar da graça nas ruas da cidade e até nos jardins das casas que existem ao redor.
Teiú, um lagarto tão brasileiro que você com certeza já viu por aí
Assustador à primeira vista, lagarto está presente em vários estados e chama atenção pelas grandes proporções
É muito possível que você já tenha encontrado um teiú (Salvator merianae) na sua vida. Lagarto de tamanho relativamente grande, sendo o maior lagarto brasileiro, tem um corpo que pode atingir 50 centímetros – mas se considerarmos o rabo, ele pode chegar a até 2 metros no total. Suas cores mesclam tons de preto, amarelo e branco, e suas laterais são preenchidas com bolinhas claras.
Ele pode ser encontrado em todas as regiões do Brasil e até no norte da Argentina, em maior abundância nas regiões Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste do país, com exceção da Floresta Amazônica. Possui hábitos territorialista, generalista e tem grande facilidade em se adequar a novos ambientes, por isso conseguem se adaptar às grandes cidades. E apesar de possuir comportamento agressivo, geralmente tende a fugir quando se sente ameaçado.
Com uma alimentação onívora e muito variada, o teiú come de tudo um pouco: carniças, carnes em geral, insetos, aves, roedores, anfíbios, outros lagartos, ovos de diversas espécies, além de frutas e folhas das mais variadas espécies. Assim como o jabuti, desempenha um papel muito importante como dispersor de sementes, por incluir diversas espécies de frutos nas suas refeições.
Uma curiosidade é sua grande importância na comunidade indígena. Historicamente, o teiú é um grande recurso dos povos originais, que utilizavam sua carne como alimento, seu couro e gordura – o que só é possível porque ele existe em grande número e alcança um tamanho respeitável.
Seu comportamento é sazonal: no verão e na primavera podem ser vistos repousando ao sol, em busca por alimento e reprodução. Já nos meses mais frios, entre final de maio e final de agosto, ele hiberna, permanecendo inativo em tocas por longos períodos.
LAGARTO TEIÚ
Espécie: Salvator merianae, da ordem Squamata, da família Teiidae e do gênero Salvator.
Onde habita: regiões abertas e bordas de matas de diversos biomas, do Sul ao Norte brasileiro.
Características físicas: com corpo e calda robustos, pode medir até 2 m; possui coloração escura com manchas e bolinhas em tom amarelo claro e branco.
Alimentação: onívoros, come de tudo, insetos, aves, roedores, anfíbios, outros lagartos, ovos de diversas espécies, frutas, folhas e inclusive carniça.
Reprodução: a fêmea chegam a fazer uma postura de 12 a 35 ovos, variando de acordo com o tamanho do animal.
Este texto foi produzido com o apoio de Gustavo Fernandes Silva – Biólogo Tecnologista de Laboratório Pleno do Biotério Semiextensivo de Quelônios e Lagartos – Laboratório de Ecologia e Evolução.
Sábado 03/09/2022 o Piramba teve a grande honra de pedalar com nada mais nada menos que Nestor Freire, engenheiro de formação, escritor, bikepacker e palestrante do Projeto Giraventura.
Vale muito a pena conhecer a sua incrível obra: “Extremos do Mundo – Uma Expedição de Bike Aos Pontos Extremos do Planeta”, livro que concorreu ao maior prêmio literário do Brasil, o Jabuti em 2021. Importante lembrar também que ele está prestes a lançar o seu novo livro em que contará suas aventuras como cicloviajante do Oiapoque ao Chuí.
Neste dia tivemos o privilegio de pedalar com o Nestor Freire e seu filho, ambos já viraram queridos amigos do Piramba e não foi a primeira vez e nem será a última em que estivemos juntos.
Neste pedal eles tiveram uma pequena amostra das belezas naturais e das trilhas de mountain bike que temos em Garça-SP.
Levamos eles para conhecer duas cachoeiras e um bikepark, também percorremos trilhas em meio a eucaliptos, cafés e mognos africanos e por fim passamos em uma bela represa, tudo isso em poucos quilômetros. Também encontrams um belo lagarto Teiu no caminho que não se incomodou com a nossa presença, pedalamos em pasto entre bois e também carneiros, um contato direto com a natureza.
Foi um pedal para lá de top e com uma vibração sensacional, as imagens contam um pouco do que foi esse rolê nas pirambeiras da Sentinela do Planalto abençoada por natureza e paraíso do mountain bike.
Chegou o dia de apresentar a piramba para o meu filho
Chegou o dia que eu tinha prometido para o Ravi, o meu filho de 08 anos, que era leva-lo de bike até uma cachoeira, ou seja, apresentar de bike a pirambeira, e assim aumentar o nível de dificuldade dos nossos pedais. Já tínhamos ensaiado para este dia, fomos até Jafa algumas vezes que tem lá suas subidas e descidas, outro dia chegamos até próximo da Cachoeira do Gaia e percorremos 23 km de estrada de chão. No entanto, eu sabia que os pouco mais de 10 km da Cachoeira da União seria um desafio diferente para ele e não era possível saber como ele iria reagir as dificuldades inerentes a esta mudança, o que causava uma certa apreensão.
Estradão x Pirambeira
Quando se sai do estradão e vai encarar a piramba e ir em cachoeira, alguns novos elementos se apresentam. Para começar muda-se o terreno, de uma estrada batida, passa para uma terra acidentada ou grama/capim que exige maior esforço do ciclista. Outra coisa, também é regra que antes de se chegar a uma cachoeira exista uma descida de inclinação severa ou extrema, também é comum que em alguns momentos é preciso carregar a bike no braço pois é impossível percorrer todo o trecho em cima dela, as vezes também é tem que fazer um pouco de trekking e percorrer a pé o leito do rio até chegar no destino. Essas são só algumas das dificuldades que passam a existir para ilustrar um pouco a respeito dessa mudança, que é de pedalar no estradão e passar a pedalar na piramba, o que ela traz de novo para o ciclista, e no caso de um ciclista mirim essa mudança é ainda maior, pois ainda está aprendendo as técnicas do esporte e explorando novas experiências sobre duas rodas.
Amigos é tudo de bom
O bom que para essa empreitada eu pude contar com meus grandes amigos Vicente Conessa e o Fabiano Ogawa que foram muito importante nesse dia e ajudou bastante neste dia. Ajudaram muito para dar mais confiança e segurança para esse pedal com cachoeira, ajudaram diversas vezes e fizeram toda a diferenças. Obrigado pela força!!!
O Bosque Municipal
O passeio começou com uma volta pelas trilhas do Bosque Municipal de Garça que possui 18,50 hectares de Mata Atlântica preservada dentro da cidade. Ali já foi o primeiro teste para a criança, pois havia obstáculos, trilhas single track e lugares com mata fechada. Foi muito bom curtir esse patrimônio da cidade e o acabou sendo o esquenta para o que viria adiante. Sem contar que meu filho deu de cara com um lagarto Teiu enorme cuja cena ele não irá esquecer tão cedo.
A descida até chegar na cachoeira
Como já diz o ditado, para descer todo santo ajuda, até 100 metros antes de chegar no rio estava tudo muito bem. A partir do momento em que foi preciso pular para andar no pasto e percorrer os trios de boi, aí então o Ravi começou a sentir de fato que pedalar na pirambeira exige muito mais do que se estivesse na estrada de terra.
Ao andar o trecho final de pasto meu filho conheceu a dificuldade que é de manter os pneus dentro dos limites dos estreitos dos trios de boi, alias, é comum isso mesmo com os ciclistas adultos e experimentados, mas que não estão acostumados a andar nesse tipo de terreno. Porém, tudo é questão de tempo para pegar o macete da coisa. Por isso, o Ravi acabou empurrando a bicicleta em alguns momentos, ainda que fosse uma descida.
Ao chegar até o leito do rio chegamos no momento em que é precisava de muita atenção, principalmente com criança e estando com as mão ocupadas, pois é preciso carregar a bike no braço. Nessa hora a ajuda dos amigos foi fundamental para dar mais segurança e chegar enfim debaixo da cachoeira com tranquilidade.
Pena que a cachoeira ainda não se recuperou muito bem do período de estiagem e estava com um volume de água menor do que normal. A água estava aparentemente limpa e um pouco gelada. Meu filho ficou a princípio ficou um pouco reticente de entrar debaixo da queda, mas o encorajei a colocar a cabeça na água e sentir a temperatura, a força e a energia que só uma cachoeira proporciona. A reação é imediata, ninguém fica indiferente a um banho de cachoeira.
A Cachoeira como nunca vista (PirambaCopter)
Essa cachoeira é uma velha conhecida do Piramba e uma das mais próximas da zona urbana e uma das que mais visitamos, embora a gente tenha vários registros do local, ainda não tinha nenhuma imagem aérea do PirambaCopter.
Na beira do precipício o drone foi lançado ao ar e captou belíssimas imagens e pudemos conhecer a 2ª Cachoeira da União como nunca vimos antes, as cenas falam por si e vale a pena conferir o registro desse lugar incrível e do lado da cidade.
A volta e a subida bruta para uma criança
Como já era previsto, a volta é que guardava as maiores dificuldades e que seria um intenso teste de resistência ainda que o percurso não fosse longo em termos de quilometragem. Se para descer o pasto já foi um tanto complicado, subir então seria mais ainda e assim foi. Geralmente a gente já precisa mesmo carregar a bicicleta em alguns trechos, mas o Ravi não conseguiu pedalar os 100 m de subida íngreme no pasto e nem subir a pé carregando a bike nos braços. Tive então que ir a pé carregando a minha bicicleta e a do meu filho, foi um pouco tenso e o esforço foi muito grande, mas ainda bem que foi por pouco tempo e sorte que pude contar a ajuda providencial dos meus amigos.
Deu tudo certo no final
Depois de chegar até a cerca e encontrar um terreno menos hostil, foi possível voltar pedalando, mas ainda tinha muita subida bruta até voltar para a cidade, tive que ajudar o Ravi a pedalar empurrando suas costas até chegar próximo da mata do bosque. Foi até que rápido, mas muito intenso tanto para mim como para meu filho cujo cansaço em seu semblante era visto a olho nu. Mas chegando de volta a civilização, tudo ficou mais tranquilo e o Ravi voltou pedalando para casa e nem parecia mais o menino esbaforido de minutos atrás. Valeu muito a pena e para o meu pequeno foi como se fosse uma grande aventura e tivesse alcançado um grande feito. Ainda bem que tudo correu muito bem, e ficaram momentos felizes na recordação, e é claro que um pouco de cansaço temporário, o que é normal. Sem suor e desafios a evolução fica mais distante. E estreitar os laços de amizade e de pai e filho foi apenas uma ótima consequência de um pedal como deste dia.
Quanto menor o aro, maior é o obstáculo proporcionalmente que o ciclista precisa transpor
Um problema foi verificado com o uso de bicicleta infantil de aro pequeno como a que o Ravi utilizou para chegar na Cachoeira da União. É que os obstáculos e desnível do terreno ganha um contorno bem maior quando se está com uma bike de aro 16, por exemplo. Obstáculo que parece ser pequeno para nós que estamos em uma de aro 29, para quem está com aro pequeno o obstáculo parece gigante proporcionalmente, o que faz o ciclista mirim ser obrigado a fazer um esforço muito grande ou mesmo fica inviável transpor empecilhos que existentes no caminho. Este problema só pude observar ao pedalar com meu filho na pirambeira, pois é algo que não ocorre quando ele pedala pelas estradas de terra.