A desapropriação e tombamento da Igreja da CIA Inglesa em Gália-SP

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Essa semana fizemos um pedal noturno e nos deparamos com uma placa de desapropriação e tombamento ao redor de 10 mil metros da Igreja da antiga CIA Inglesa que foi colocada pela Prefeitura de Gália-SP. Esse pode ser um importante passo do poder público para a sua restauração.

Agora vamos aguardar ver se serão adotadas medidas para a proteção e restauração desse patrimônio histórico incrível de nossa região ou se permanecerá a contagem regressiva para o seu desabamento sem que nenhuma providência a mais seja tomada.

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Infelizmente, nesse caso, o tempo está jogando contra. É rezar para que as estruturas em frangalhos da Igreja aguente esperar todos os trâmites burocráticos e a destinação dos recursos necessária para que o local possa ser recuperado e voltar a receber visitas com segurança. Se assim for, o local poderá continuar a ser um grande atrativo turístico da região.

Após a postagem desse texto no Instagram do @piramamtb, recebemos com satisfação o seguinte comentário do perfil no Instagram da Prefeitura Municipal de Gália-SP:

Agradecemos a preocupação e o carinho que vcs tem com a Igreja da Cia. Inglesa. Bom mas vamos lá, a placa que vcs instalaram, não sabemos o que aconteceu, não foi a prefeitura que removeu pois sabemos que a Igreja recebe grande número de visitantes toda semana, só instalamos nossa placa como está na foto. A respeito do Tombamento, como já foi divulgado em nossas redes sociais já criamos a lei que tombou esta Igreja como patrimônio histórico e cultural do município, o próximo passo foi fazer a desapropriação para tornar a Igreja do município e recentemente recebemos a imissão de posse, possibilitando que fizéssemos algo para assegurar a integridade das pessoas que por ali passam. Porém como é de se saber o município é pequeno e dispõe de poucos recursos; A prefeitura precisa angariar emendas na esfera estadual e federal para iniciarmos um processo de restauração (que não vai ficar barato). Esclarecemos ainda que em breve estaremos dando início a este longo processo, mas estamos abertos a receber todo e qualquer tipo de doação para auxiliar nisto, a momento estamos a passos lentos, mas não estamos parados e tão logo teremos o nosso e o vosso sonho realizado.”

O Piramba entende que se existe um objetivo comum, e por isso, seria interessante que o Poder Público, a Sociedade Civil e a Iniciativa Privada pudessem se unir por essa nobre causa em benefício a toda região que compreende não só Gália, mas Garça, Marília, bem como todo o Centro Oeste Paulista como o Interior de São Paulo. Quem sabe assim seja possível acelerar a preservação desse lindo patrimônio histórico que ao mesmo tempo contempla tanta história, e também é um grande atrativo turístico, já reconhecido pela população e muito visitado. Merece com muita razão toda a atenção e esforços conjuntos para que a merecida e almejada restauração da igreja da CIA Inglesa torne-se finalmente uma realidade que ajudará inclusive a economia dessa região do Estado de São Paulo.

Rudi Arena

Ruínas da Lagoinha de Bike com Henrique Volponi (Ubatuba-SP)

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As Ruínas da Lagoinha estão localizadas na região sul de Ubatuba e são compostas pelo que restou do antigo engenho da Fazenda do Bom Retiro, e dos pilares da suposta primeira fábrica de vidros do Brasil, estes na entrada de um condomínio na beira da rodovia Rio-Santos na Praia da Lagoinha.

As ruínas da antiga Fazenda Bom Retiro, construída em 1828 por um dos primeiros proprietários da Lagoinha, o engenheiro francês João Agostinho Stevenné,  são remanescentes de uma Ubatuba próspera, quando seu porto exportava a produção Vale Paraibana, trazida pelos tropeiros. Nesta fazenda foram produzidas toneladas de açúcar e cachaça pela mão-de-obra escrava.

Outro importante proprietário desta fazenda, foi o Capitão Romualdo, já no final do século XIX, dono de plantações de café e cana de açúcar, fabricante e exportador de aguardente e açúcar mascavo. O Capitão morava no casarão da fazenda com sua esposa Mariana, e não tiveram filhos, mas tratava todos os que lhes serviam como seus parentes, e a sua fama honrosa não foi só por sua riqueza, mas sim, por sua humanidade com os negros escravos.

As ruínas foram tombadas pelo CONDEPHAAT – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo em 1985, com o objetivo de proteger e valorizar o patrimônio histórico do município.

O terreno onde se encontram as Ruínas da Lagoinha foi doado pelo Senhor Jamil Zantut e sua esposa Benedicta Corrêa Zantut à FundArt, em 19 de outubro de 1989, e até hoje é mantido e administrado pela Fundação.

O local é aberto para visitações e tem sido cenário para filmes e ensaios fotográficos.

 

Fonte: https://fundart.com.br/dt_portfolio/ruinas-da-lagoinha/

 

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Um Patrimônio Histórico em Ruína. Até Quando Esperar?

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Recentemente fomos de bike até a Igreja da Companhia Inglesa, e o que vimos é preocupante, um patrimônio histórico, cultural e arquitetônico a espera de seu fim anunciado, que não deve tardar em chegar. Se permanecer o abandono, o desabamento de sua frágil estrutura é questão de tempo e infelizmente não temos notícia de que algo está sendo feito para evitar o pior. A degradação de um patrimônio histórico é triste, mas a sua perda, é irreparável, por isso, urge que as autoridades competentes tomem alguma medida para a preservação e quem sabe a sua restauração.

Não dá pra se conformar com este fim, pois o lugar tem uma história tão rica e a igreja traços arquitetônicos tão belos, cujo valor é impossível estimar em dinheiro. Não há nada pague a preservação do passado, da história, do valor artístico da arquitetura, além de ser um lugar que fez parte da vida de milhares de moradores que passaram pela da Fazenda São João ou Fazenda dos Ingleses. Foram os áureos tempos, e hoje virou um abrigo para pássaros e morcegos, mas que ainda assim, atrai muitos visitantes, o que demonstra o potencial que lugar tem para atrair um turismo histórico-cultural.

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Esta peculiar e bela igreja preenche todos os requisitos para que o imóvel seja tombado como patrimônio histórico e arquitetônico, mas isso não garante a sua restauração, apenas proíbe que seja demolido ou descaracterizado. A igreja está localizada em Gália-SP, portanto, as autoridades locais poderiam envidar esforços para ao menos o seu tombamento, o investimento na restauração dificilmente o município de Gália arcaria, ainda mais em tempo de crise, mas com a iniciativa do tombamento, o próximo passo seria buscar recursos estaduais ou federais para a restauração. Seria interessante uma hipotética cooperação entre as prefeituras de Gália-SP e Garça-SP, ambas poderiam se beneficiar com a iniciativa, e quem sabe a Igreja Católica não poderia contribuir também com algo, ou restará a sociedade civil se organizar para isto?

De qualquer forma, é preciso ser realista, não há saída simples para este caso, é uma corrida contra o tempo, e este é inexorável, não perdoa nada e nem ninguém. O primeiro passo deveria ser o seu tombamento, mesmo que seja um processo demorado e burocrático, mas com o reconhecimento público e oficial de seu valor, ficaria mais fácil angariar e convencer da necessidade de se investir na restauração do templo católico, antes que seja tarde demais ou ainda mais custoso.
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Como é possível ver nas fotos tiradas há alguns dias atrás, a fachada da igreja está com uma enorme rachadura de ponta a ponta, e por dentro, o teto está cheio de aberturas e escorado por estacas de forma precária, as paredes próximas ao altar também possuem grandes rachaduras, a escada interna de madeira está em frangalhos, e todos os belos e coloridos vitrais da igreja estão quebrados.

Se sonharmos um pouco, ali poderia voltar quem sabe a ser uma linda igreja, onde pudessem ser celebradas cerimônias religiosas para a comunidade da região, ou então uma espécie de museu para resgatar a rica memória da Companhia Inglesa e da Fazenda São João. Ou será que teremos que nos conformar em assistir passivamente a sua progressiva deterioração até a definitiva perda deste inestimável patrimônio de nossa história?

Rudi Arena

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