Kirongozi, O Mestre caçador! Vida e Obra da lenda Jorge Alves de Lima.*

Biografia

Nascido em 1926 em uma família brasileira influente, Jorge Alves de Lima fez sua primeira viagem à África Equatorial Francesa aos 22 anos de idade, munido de uma máquina fotográfica Kodak Medalist e um rifle de dois canos Holland & Holland. 

Durante grande parte dos 20 anos seguintes, Jorge percorreu o continente africano e estabeleceu grande reputação como caçador profissional e empresário, administrando companhias de safari em Angola e Moçambique, mais notavelmente sua Kirongozi Angola Safaris. Jorge também caçou onça-pintada na região do Pantanal, no Brasil. 

Jorge faleceu em 4 de maio de 2024, no conforto de sua casa em São Paulo. Sua partida deixa um legado vivo composto por cinco filhos, nove netos, uma bisneta e a Fundação Kirongozi, sediada em sua fazenda em Álvaro de Carvalho, no interior de São Paulo. 

Kirongozi, como Jorge Alves de Lima era conhecido na época em que atuava como caçador profissional, significa “mestre caçador” em kiswahili, idioma falado no leste da África. Esse apelido foi solidificado em 1957 com o documentário Kirongozi, Mestre Caçador, estrelado por Jorge.

Em 1960, Jorge fundou a Kirongozi Angola Safaris Limitada, sua companhia de safaris em Angola. Além da Kirongozi Angola, Jorge também era sócio em outras duas companhias de safari: Tanganika (com Stanley Lawrence-Brown) e Mozambique Safariland (com o barão Werner von Alvensleben e Mario de Abreu). Entre os clientes que caçaram nas companhias de safari de Jorge estão o Rei Juan Carlos da Espanha, o magnata grego Stavros Niarchos, o escritor Robert Ruark, o então produtor e diretor da Warner Bros. Na Europa, Óscar Brooks, o escritor e renomado caçador Tony Sanchez-Ariño, entre outros. 

Hoje, Kirongozi dá nome à fazenda que Jorge considera seu “pedaço da África” no Brasil. Na Fazenda Kirongozi, localizada no interior de São Paulo, Jorge já teve leões, mas hoje o lugar conta com 5 tigres siberianos em jaulas espaçosas maiores que muitas casas e cada uma com direito a mini piscinas que demonstram que os felinos são muito bem cuidados.

Ele era formado em ciências políticas pela Universidade de Bradley, no final dos anos 40, e partiu para a África, sem as bênçãos do pai que tentou evitar que o filho seguisse o sonho de caçador profissional. Inicialmente, residiu em uma choupana por dois anos.

Sobreviveu por décadas na África em lugares distantes das facilidades comuns em cidades. Era uma época em que safaris poderiam demorar 30 dias ou até um ano. Hoje, dizia o caçador, as pessoas vivem muito compromissadas e, portanto, dispõem de menos tempo para si mesmas. Por isso, há expedições de caça com duração de apenas 10 dias.

Parte de suas histórias vividas ao ar livre, caçando, matando e se arriscando a ser morto, convivendo com povos, que na época usavam pouca vestimenta e até nenhuma, organizando safaris, está registrada em um livro ainda numa versão na língua inglesa. “Era uma África perigosa, com tribos selvagens, animais e doenças”, relembrava empolgado.

A tradução do livro foi um dos projetos que o caçador se envolveu. Formado em uma universidade norte-americana, ele tinha muitas alternativas. Escolheu um caminho menos convencional ao partir para a África com disposição para enfrentar o inimaginável. Ele conta que, bem no início, usou um rifle calibre 30.06 norte-americano numa região inóspita.

Matou elefantes para tirar as presas de marfim e vendê-las. Com uma personalidade complexa, o caçador frisa que a carne era doada para os nativos que jamais conseguiriam abater um gigante de seis toneladas e que só dispunham de lanças e flechas.

Rinocerontes, leões, elefantes, búfalos e leopardo mortos em suas aventuras integram uma coleção de fotos emolduradas e fixadas lado a lado num salão no casarão da fazenda Kirongozi. As imagens foram captadas por uma câmera Kodak modelo Medalist II, hoje exposta no canto do salão em um tripé. Ele viveu por cerca de 20 anos, a partir de 1948, na região compreendida na época como África Equatorial Francesa.

“Se eu pudesse voltava, mas agora está tudo civilizado. Abomino tudo que é tecnológico ”, falava o ex-caçador em uma de suas reflexões sobre os males que atingem as sociedades modernas. Lima fez questão de estampar na porta da caminhonete em que circulava na África a bandeira do Brasil. Ao todo, fundou três companhias de safaris.

A última, com base em Angola, deixou marcas negativas no caçador. Lima estava em viagem para captar clientes europeus e norte-americanos e, ao chegar a São Paulo, recebeu uma péssima notícia do governo português. Um telegrama anunciava que seu acampamento em Angola tinha sido atacado por guerrilheiros que, além de saquear o lugar, mataram de sete a oito funcionários. “Tive perdas materiais. Mas as perdas sentimentais foram enormes. Fiquei desgastado”, explica.

Depois desse lamentável episódio, o caçador tentou montar companhias na Índia para caçar tigres, porém o projeto não vingou. Daí se estabeleceu no Brasil, inicialmente no município de Eldorado. na região do Vale do Ribeira, e depois em Álvaro de Carvalho, onde passou a criar nelores, que lhe renderam vários prêmios no setor da pecuária. O conhecimento desenvolvido enquanto caçador na época da África foi reproduzido no paraíso natural com tigres e leões na região de Garça-SP no centro oeste paulista.

O Grande Kirongozi – Jorge Alves de Lima Filho, foi pioneiro da indústria de safaris em Moçambique e Angola, na década de 60 do século passado. O seu nome ficou perpetuado na memória das populações rurais das áreas onde atuou, dado o excelente relacionamento e apoio que lhes deu, quer dando-lhes a carne dos animais que abatia, quer assistindo-as com medicamentos e tratamentos de doenças. Sua obra literária (6 livros publicados) focada nas suas memórias é uma verdadeira dádiva para as gerações vindouras conhecerem a história da África desses tempos e uma lição para todos os amantes da caça de como um caçador pode ser, como ele foi, um grande conservador da vida bravia.

Entrevista com Ernesto Paglia

Na década de noventa houve um chamado na rede Globo para uma reportagem sobre um parque da África. O repórter Ernesto Paglia tinha feito uma reportagem sobre o parque Tsavo de animais no Quênia e também entrevistou  o nosso famoso Jorge Alves, por ter sido  caçador africano   mundialmente famoso.

Essa gravação mostra um homem alto forte calvo, com marcante entonação de voz, de finíssima educação, mostrando aqueles troféus de patas de elefantes, chifres de rinocerontes. 

Um caçador profissional como este brasileiro que caçou mais de 20 anos na África acha que se a matança indiscriminada continuar a vida selvagem africana estará condenada a desaparecer.

Jorge Alves de Lima Jr havia saído da África há muito tempo, e depois passou a viver da lembrança dos grandes safáris que comandou. O caçador não se achava culpado pela destruição da fauna africana e garantia que profissionais como ele ajudaram a preservar os animais selvagens.

Na sala de troféus do Sr. Jorge,  Ernesto observa presas de elefantes, patas e chifres de rinoceronte, um pé de elefante que na época foi um recorde mundial. Diz Jorge que de todos os elefantes que abateu na África um que merece menção, embora não tivesse grandes presas era enorme e pesava cerca de sete toneladas, um elefante desses com a tromba erguida conseguia apanhar um galho a 7 metros de altura.

Ernesto:- – O Sr. caçava por quê?

Jorge:- – Caçava porque era um profissional, vivi minha vida toda na África. Primeiro pratiquei a caça profissional ao marfim e quando se restringiu o numero que podia se abater, então passei a fazer a caça de turismo cinegético, como” White Hunter”, aonde participavam clientes do Brasil, da Europa e Estados Unidos , eu ganhava como empreendedor desses safáris.

O safári Kirongozi ficou famoso virou segundo nome de Jorge Alves de Lima, Kirongozi guiou centenas de caçadores do mundo todo como o milionário texano Bill Necley que mandou fazer um arco recurvo especial de alta potencia para provar que poderia matar um elefante com uma flechada. Com ajuda de Kirongozi comprovou a tese mostrada num filme. Apesar de kirongozi ter ajudado a matar inúmeros animais como este, ele acha que a verdadeira ameaça é a matança clandestina feita hoje na África.

Jorge:- –Eu como guia de caça, nunca permiti que nenhum caçador abatesse fêmea de qualquer espécie de animal e que não fosse um animal absolutamente adulto.

Ernesto:- –Como é que o Sr. define hoje o que faz um destes caçadores ilegais que dizimam animais como elefantes, rinocerontes,etc. onde é proibida a caça como no Quênia?

Jorge:- –O que ocorre hoje em dia na África é que os” poachers” caçadores clandestinos, eles não matam dizimam, usam até bazuca e metralhadoras e pegam esses animais que estão geralmente nos santuários, nos parques, são animais que estão acostumados com o contato humano, sendo assim uma presa fácil. A única maneira de se preservar a fauna seja da África da Índia, Tailândia ou mesmo no Brasil é que precisamos conscientizar a sua preservação, senão no futuro serão figuras de revistas.

Ernesto:- –Qual a memória, a lembrança, o registro que ficou desses 20 anos que passou na África?

Jorge:- –Meu coração ficou na África, se meus filhos cumprirem quando morrer quero que minhas cinzas sejam jogadas na África, não que seja mal brasileiro, mas sou mais africano que brasileiro, passei a parte mais importante da vida que é a mocidade e a vida adulta na África.

Documentário no Youtube sobre o lendário caçador JORGE ALVES DE LIMA e suas aventuras na África:

Existe um ótimo documentário no youtube que bene direito na fonte do lendário caçador e que é imperdível. Assim, podemos conhecer um pouco melhor da história desse caçador pioneiro na África, mas também com experiência no continente asiático, momentos únicos que se passaram entre os anos de 1950 a 1969:

Frases:

“É embaixo da janela do meu quarto e à noite os leões urram. Até estremece um pouco as janelas porque o volume é uma coisa. É a melhor música do mundo. Nem Beethoven, nem Roberto Carlos e nem Frank Sinatra”

“Já tive tigres e leões dentro de casa, bem criados, já com 100 kg passeando aqui. Não tinha problema nenhum, mas claro que os animais, assim como os seres humanos, são imprevisíveis. Qualquer hora você pode ter uma surpresa”, conta o criador, que já viveu no habitat natural dessas feras.

Matérias na Imprensa:

https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/08/20/primeiro-cacador-brasileiro-na-africa-hoje-vive-na-selva-de-pedra.htm

https://memoria.bn.gov.br/docreader/DocReader.aspx?bib=089842_06&pagfis=105120

https://sampi.net.br/bauru/noticias/2509858/regional/2008/03/cacador-quer-instituicao-ligada-a-reproducao-da-vida-selvagem

https://www.garcaonline.com.br/2024/05/morre-o-lendario-cacador-e-criador-de-leoes-da-fazenda-kirongozi

https://conteudo.solutudo.com.br/garca/5-tigres-e-3-leoes-conheca-o-corajoso-garcense-que-tem-esses-animais-no-quintal

https://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/28227-o-maior-cacador-brasileiro-na-frica

https://m.folha.uol.com.br/ilustrada/2014/08/1505265-paulistano-famoso-por-cacar-animais-na-africa-narra-memorias-em-livro.shtml

Cinema:

Filme: Kirongozi, Mestre Caçador

11 de dezembro de 1957 No cinema | 1h 16min | Documentário
Direção: Geraldo Junqueira de Oliveira

Detalhes técnicos:

DIREÇÃO: Oliveira, Geraldo Junqueira de

Nacionalidade: Brasil

Ano de produção: 1957

COMPANHIA PRODUTORA: Alves de Lima e Junqueira Ltda.; Atlas Filme

Tipo de filme: longa-metragem

Idioma: Português

Cor: Colorido

No Quênia, Tanganica e outros territórios, tornou-se célebre um caçador brasileiro domiciliado há vários anos na África Oriental Britânica, Jorge de Alves Lima. Este nome, aliás, não significa nada para os nativos que só conhecem nosso patrício pelo apelido que lhe deram de “Kirongozi” o que significa “mestre caçador”.

O documentário retrata a vida do caçador profissional Jorge Alves de Lima, que exercia sua ocupação na África. O filme foi rodado em 1957, em uma época onde a caça ainda não era tão mal vista como no século 21. Infelizmente, não sabe ao certo se restaram registros do filme para poder hoje assistir a obra. O que se diz é que este filme foi vendido por uma boa soma de dólares para os EUA e sumiu do mercado, nem mesmo cópias podemos encontrar, só ficou um cartaz do filme que é possível ver na internet. (http://media.bcc.org.br/imagem/cartaz/jpg/CN_0067.jpg)

Livros:

https://www.kirongozi.com/livros

No Encalço de Novos Horizontes (2017)
438 páginas – Impresso no Brasil

​Em seu livro mais recente, Jorge Alves de Lima relata suas andanças e caçadas por Tanganica, Índia e Pantanal, em tempos em que as viagens destinadas à caça eram planejadas com grande antecipação e duravam entre 60 e 120 dias, ou até mais. Por fim, o autor conta um pouco mais de sua vida na Fazenda Kirongozi, no interior de São Paulo, onde mantém tigres e leões. No Encalço de Novos Horizontes inclui contribuições de Brian Herne, Anton Allen, Derrick Dunn e Richard Dupont.
Visões da África – Angola e Moçambique (2015)
​612 páginas – Impresso no Brasil

Neste livro, dividido em dois volumes –um dedicado a Moçambique e o outro a Angola–, Jorge Alves de Lima relembra suas aventuras pelos solos africanos e alguns dos safaris mais emocionantes na companhia de seus clientes.

Kirongozi, como Alves de Lima fez fama em seus tempos de caçador, conta a história da implantação das coutadas de caça, relata seus encontros noturnos com alguns dos animais selvagens mais perigosos do mundo e fala sobre os primeiros boatos sobre os leões comedores de gente.

O autor faz ainda uma homenagem a importantes figuras da vida selvagem moçambicana e conta com a contribuição de histórias escritas por outros caçadores de renome, como Hugo Seia, Tony Sanchez-Ariño e Richard Mason.

A coleção Visões da África tem um total de 612 páginas e 602 fotos. Os volumes não são vendidos separadamente.

O Chamado da África (2014)​
225 páginas – Impresso no Brasil

Após três dias voando de DC-3, o autor deste livro chegou às ruas empoeiradas de Fort Archambault, hoje Sarh, no Chade. Nos 21 anos seguintes, ele viveria da caça, e exclusivamente dela, no continente africano. Em Fort Archambault, fez bicos para um comerciante português, conheceu alguns white hunters e, mais importante, aprendeu o sango – a língua franca da região. Chegou a caminhar 1.200 quilômetros em busca de elefantes, varejando as florestas e savanas de Bogangolo e Bossangoa, ao sul.
   
O Chamado da África é um livro que não pode ser lido fora de seu contexto histórico: a África Equatorial durante os anos de 1940 e 1950 vista pelos olhos de um caçador profissional. Uma obra que, sem fazer a menor concessão ao politicamente correto, a exemplo de seu autor, expressa caráter e opiniões fortes. 
Nesta fascinante coleção de histórias de caça, Alves de Lima descreve em detalhes suas inúmeras viagens pelo coração da África e pelo Brasil em busca dos animais mais bonitos – e perigosos – do planeta.
 
Diante dos perigos da vida selvagem, além de conflitos locais e situações envolvendo política internacional, a vida de caçador foi sempre um desafio – que Alves de Lima sempre esteve disposto a encarar. Ilustrado com centenas de fotografias deslumbrantes e com histórias exclusivas contadas por seus amigos caçadores, entre eles Bill Negley, Hugo Seia, Tony Sanchez-Ariño, Óscar Aníbal Piçarra de Castro Cardoso, Alberto de Castilho, Rubens Ribeiro Marx Junior e Richard Mason, este livro leva o leitor ao seu próprio safari, que inclui todos os desafios e glórias da caça. É uma interessante jornada de uma vida bem-vivida e cheia de ousadia: a vida de um verdadeiro aventureiro.
Chasing the Horizon: Hunting in East Africa and India (2010) – Trophy Room Books
278 páginas – Impresso nos Estados Unidos
 Disponível apenas em inglês

Na década de 1950, em Tanganica, Jorge Alves de Lima destacou-se como um caçador incomparável, conhecido por sua dedicação à caça. Chegando à África em 1948, passou uma década caçando, principalmente em busca de marfim. Com as mudanças políticas na década de 50, adotou um estilo de vida mais estruturado, envolvendo-se em safaris organizados.

Ao longo de sua carreira até quase 1970, Jorge liderou expedições de caça em Tanganica, Quênia, Moçambique e Angola. Sua empresa, Kirongozi Safari, ganhou renome internacional na comunidade de caçadores. Mesmo tendo explorado toda a África, considerava Tanganica como o “paraíso dos caçadores”, um refúgio remoto para espíritos aventureiros. Na época, perseguir leões, búfalos ou elefantes era uma experiência ousada, conduzida sem recursos modernos como telefone, GPS ou asfalto.

In the Company of Adventure
2006 – Trophy Room Books
335 páginas – Impresso nos Estados Unidos
Disponível apenas em inglês

Em 1948, ele se casou com a África e nunca mais olhou para trás.

Nascido em uma família abastada, quase aristocrática, Jorge Alves de Lima poderia ter sido, ou tido, qualquer coisa que ele queria. Então, em 1948, depois de se formar na faculdade, ele partiu para a África, especificamente à vasta extensão que era a então África Equatorial Francesa. Durante os vinte anos seguintes ele viajaria a não menos de oito países como caçador, um caçador profissional, um caçador de marfim, um explorador, o fundador de não uma, mas duas companhias de safaris em dois países diferentes, e, acima de tudo, como um aventureiro. 

* Artigo organizado por Rudi Arena.

Fugindo do gado no meio do pasto! Que susto!!!

Não foi a primeira vez que passei apuros correndo de boi seja a pé ou bike. Para a gente que anda pelas pirambeiras da região de Garça é comum deparar-se com os bovinos. É preciso respeitá-los muitos, primeiro por ser um animal, também pelo seu tamanho, por ser a base de alimentação dos brasileiros e também não deixa de ter um valor como mercadoria para os proprietários rurais. Por isso tudo, todo o respeito a eles é necessário.

E existem uns momentos em que estamos muito próximos aos bois, salta aos olhos e sentimento de medo também, o tamanho deles se comparado a nós, pobres humanos, parecem gigantes, fortes e até mesmo perigosos. As touradas presentes na memória, ainda que longe da cultura brasileira, colocam um ingrediente a mais no momento em que estamos defronte um grande e chifrudo touro.

Por mais que tenhamos experiência e conhecimento de que os bovinos não são agressivos por natureza, quando estamos ali a poucos metros deles, uma tensão se instala, não tem jeito. Se um touro quiser, mas nunca querem, ele pode sim matar, dar chifrada e o medo que parece sempre premente quando estamos em fugindo deles, é a de sermos pisoteados pelo efeito descontrolado da manada. Outra situação que merece muita atenção é quando tem bezerros pequenos, aí todo cuidado é pouco, as vacas nessas ocasiões alteram o seu comportamento para proteger o seu rebento, e podem ser bem mais agressivas.

E é sempre acontece a mesma coisa, basta virar as costas que os bois como bons curiosos que são, se ajuntam em um grupo coeso, e partem a seguir passos dos forasteiros. Porém, essa aproximação não é muito bem vinda por nós ciclistas. Pior ainda quando estamos a pé em meio a uma trilha para chegar em uma cachoeira, por exemplo. Se de de bike já sentir medo ao lado do gado é super normal, mas quando estamos a pé, nos sentimos ainda mais vulneráveis em relação aos bois e também não temos a velocidade de mobilidade que uma bike pode oferecer.

O mais importante nesses momentos é manter-se calmo, evitar movimentos bruscos, buscar não dividir o gado em dois ou mais grupos e ficar próximo a cerca, pois aí é possível sair do local em que eles estão com a maior segurança possível se for necessário. Melhor mesmo, é tentar evitar o contato, se isso for possível.

Rudi Arena

Fazer o Bem ao Próximo é Contagiante!

“A gratidão de quem recebe um benefício é sempre menor que o prazer daquele de quem o faz.” Machado de Assis

Essa citação de Machado de Assis não deve ser abordada como uma simples frase, mas uma lição que devemos sempre carregar em nossas vidas. Se você concorda com isso, estamos alinhados e podemos poupar explicações do propósito que motivou o Piramba nas nossas ultimas ações solidárias. Antes de entrar no mérito da doação dos brinquedos, gostaria de explorar aqui outro tipo de doação que realizamos anteriormente e culminou nos recursos para a compra dos brinquedos.

Estou falando da doação do nosso precioso tempo, da doação da nossa dedicação a uma causa. Vamos abordar o “se doar”. Me lembro de acordar no sábado de manhã, dia 16 de Outubro de 2021, e ver as mensagens do grupo Piramba no meu celular. O teor era mais ou menos assim:

  • “Vai ter reunião?”
  • “Vamos assumir a organização do evento mesmo?”
  • “Temos tempo hábil para isso?”
  • “Sabemos promover um evento deste porte?”
  • “Isso vai dar mais trabalho do que imaginamos!”

Mais tarde naquele mesmo dia fizemos a tal reunião que definiria os passos para a realização do Desafio Piramba JetFlex. A reunião foi conturbada… muitas idéias desorganizadas, muitos receios e desentendimentos. Além disso, naquela data, teríamos pouco mais de 40 dias para levantar recursos financeiros, desenvolver parceiros e apoiadores, organizar e ainda divulgar o maior evento dos últimos dois anos na cidade. O cenário não era nada animador, mas decidimos naquele dia que iríamos encarar o desafio e fazer acontecer o evento, mesmo sem visar retorno financeiro nenhum.
Mas por quê?

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A riqueza, não se mede pelos bens que se possui, mas sim pelo bem que se faz” Miguel de Cervantes.

É isso! Vimos uma oportunidade enorme de fazer o bem e ajudar as pessoas que mais precisavam, afinal de contas a solidariedade faz do mundo um lugar melhor para todos nós. Esse foi o propósito que nos motivou a se doar!


Assumir o evento trouxe uma enxurrada de deveres e responsabilidades. Teríamos que responder às expectativas dos patrocinadores, apoiadores, poder público, atletas e toda a população em geral.
No final, como todos sabem, o evento foi realizado com sucesso, todas as expectativas foram excedidas e já publicamos diversos materiais sobre isso antes. Confira alguns abaixo:


Mas porquê fiz questão de contar isso antes de falar sobre a doação dos brinquedos?Porque a contribuição maior para as crianças não deve ser pipas, caminhões ou bonecas. Da mesma forma que nos unimos e nos motivamos no propósito de fazer o bem, é isso o que queremos passar adiante, porque no final é isso que faz tudo ter valido a pena.

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Os brinquedos são legais e fazem a alegria dessas crianças, sem dúvida. Porém são passageiros, dentro de dias não trarão mais tamanha empolgação. O que ficará é o exemplo de solidariedade, o ato de ajudar e de fazer o bem.

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Encerramos as entregas dos brinquedos com a certeza de que esse gesto de bondade vai influenciar a formação humana de cada uma dessas crianças, e nelas fica a esperança que se tornem multiplicadores do bem.

Porque fazer o bem ao próximo é realmente contagiante!

By Fausto Fujikawa

Pedal Dinamérica e Cia Inglesa (PirambaCop)

Sábado de Sol e o PirambaCop em Ação na Cachoeira da Enseada e Cachoeira Estrela. TOP!!!

Sábado de sol, ao invés de pegarmos o caminhão, pegamos nossas magrelas e amadas bicicletas de MTB e partimos rumo as cachoeiras de nossa abençoada região. Os bikers do Piramba-MTB entrando pela rodovia SP 331 em direção a Venda Seca ou Granja de Galia fizeram um pequeno trecho de 10Km, por asfalto e depois por terra pra chegar na cachoeira da Enseada, passando por um Horto Florestal da Fazenda Enseada numa trilha com um corredor com sombras da plantação de mognos africanos.

Honrando o nome e a marca Piramba, descemos pirambeira abaixo, com bikes sendo tranportadas ao invés de nos transportar em alguns momentos, devido ao terreno de muito declive e no meio do mato, até um pouco de técnica de alpinismo sendo usada pra descer pela rocha que dá acesso ao primeiro e segundo níveis da cachoeira da Enseada.

Recompensados pela água límpida e gelada, muito bem-vinda num escaldante sol de sábado, com aquele banho pra lavar a alma.
Como ainda havia sol presente, os Indianas Jones do interior partiram para mais uma aventura, não em busca do cálice sagrado, mas sim da Cachoeira da Estrela.

Acessando a estrada de terra conhecida como Nove de Julho, poucos Kms percorridos, várias cercas puladas e pedal adentro do pasto, com trilhas bem técnicas chegamos a mais uma cachoeira, da Fazenda Estrela, com uma grande pedra encravada ao lado, deixando a visão da natureza ainda mais impressionante.

O drone Piramba-Cop captou todas as imagens aéreas da vegetação em volta das cachoeiras, sendo vigiado em alguns momentos por uma bela borboleta azul.

Alexandre Dantas

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A Entrega de Brinquedos de Natal para a Criançada da Zona Rural e Zona Urbana de Garça-SP

Vídeo do Piramba MTB entregando Brinquedos na zona rural.

O Piramba MTB entregando brinquedos na área urbana de Garça-SP

Após dois meses de planejamento e um pouco menos de um més após o evento que o Piramba promoveu (Desafio 6 Horas) em que todo o valor arrecadado foi direcionado para a Ação Social do Piramba MTB, finalmente aconteceu a distribuição de brinquedos para as crianças da zona rural de Garça, em especial para as crianças moradoras das fazendas pelas quais a gente costuma pedalar. Foi no dia 23/12/2020, antevéspera do natal.

Para quem vê a cena de longe pode até parecer que é uma ação beneficente em que um grupo de pessoas dão presentes para as crianças, mas na realidade não é nada disso, muito pelo contrário, a gente que parece nos registros entregando brinquedos é que fomos o maiores beneficiados. É incrível o que nós ouvimos de agradecimentos, de pedidos à Deus para nos abençoar, palavras de carinho e acolhimento, e os sorrisos ainda que tímidos das crianças irriga o coração de bons sentimentos, tudo isso não tem preço.

Ficou evidente que a gente recebeu muito mais do que de fato demos, além de que, esta ação social foi apenas uma pequena retribuição do Piramba MTB. Muitos lugares em que a gente passou, já pedimos água em meio a uma trilha de bicicleta, e isso foi uma forma de agradecermos, de levar um pouquinho de alegria a essas crianças que moram longe da cidade. E por isso mesmo, muitas vezes estão esquecidas pelo poder público e mesmo por entidades da sociedade civil.

As crianças da zona rural não são carentes, mas ficam um pouco isoladas, e chegar com a Kombi do Piramba repleta de brinquedos nos grotões da Sentinela do Planalto foi uma experiência maravilhosa. E conseguimos arrecadar um valor considerável, e foram tantos os brinquedos adquiridos e até doados que percorremos todos os lugares planejados da zona urbana e ainda sobraram muitos. Então resolvemos ir até algumas das ruas da periferia de Garça para também entregar os brinquedos que restaram. A alegria da criançada é contagiante, e mais uma vez que recebemos da população da cidade muito mais do que entregamos.

É claro que para conseguirmos realizar tudo isso, contamos com os ciclistas que participaram do “Desafio 6 horas” e ajudaram com o valor pago da inscrição, mas contamos também com o trabalho intenso de muitos integrantes do Piramba, só que o mais importante para viabilizar de fato o projeto foram as empresas PPA, Stokers, Made in Cuspi, Henlau, Refrigerantes São José, GID adesivos, Ecodecor, Ecooar e Farinha Deusa. Uma vez que foi com o apoio delas que conseguimos bancar o custo do “Desafio 6 Horas” e assim pudemos reverter todo valor da inscrição do evento para essa ação social. logo, nada mais justo que nossos sinceros agradecimentos a todas essas empresas que acreditaram em nosso projeto e colaboraram para que ele saísse do mundo das idéias para virar uma linda realidade estampada de sorrisos de crianças de diferentes lugares e variadas idades.

Rudi Arena

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O Desafio 6 Horas do Piramba MTB Foi Top Demais!!!

O Primeiro Evento Organizado pelo Piramba MTB

Dia 05/12/2020 foi realizado o primeiro evento organizado pelo Piramba MTB, foi o Desafio 6 Horas, trata-se de uma prova em que cada equipe precisava manter algum integrante pedalando por 6 horas seguidas, e a equipe vencedora seria a que conseguisse fazer o maior número de voltas. Entretanto, o objetivo maior não era a competição em si, esta foi apenas um detalhe ou um pretexto para algo maior.

Muito Além de Uma Competição

Ficou acertado de que toda a contribuição vinda das inscrições seriam revertidas integralmente para a ação social planejada pelo Piramba MTB, que seria a entrega no final do ano de brinquedos para crianças da zona rural de Garça e adjacências, em especial por onde passamos de bike. Isso foi possível já que conseguimos valorosos patrocínios que custearam as despesas para a realização do evento. E a escolha de presentear essas crianças não foi por serem carentes, mas sim porque muitas vezes o poder público não as alcança e também pelo fato de elas ficam mais distantes dos lazeres e das diversões que a cidade as vezes proporciona. Assim, essa foi uma forma que o nosso grupo achou para retribuir o acolhimento que recebemos por onde a gente passa de bike, e tentar levar um pouco de alegria para essa criançada nesse ano tão difícil marcado pela pandemia e seus efeitos adversos.

Um Teste

Outro objetivo do Piramba MTB nessa empreitada foi o de organizar esse evento como uma espécie de teste, com número reduzido de participantes, foi um evento fechado, pois era preciso ir com calma, colher os possíveis erros de primeira viagem para corrigir e quem sabe em um futuro breve fazer um evento de maior porte e abir para um público mais amplo.

O Dia Foi Uma Grande Confraternização

Durante toda as 6 horas do Desafio o clima foi de confraternização e de estímulo ao esporte, a parceria e camaradagem entres os ciclistas saltava aos olhos. A ideia sempre propiciar um dia diferente tanto para quem participou da prova como para seus familiares, filhos e amigos, por esta razão, foram contratadas atrações para crianças e assim foi criado um clima mais familiar possível.

Objetivos Atingidos

E não é que todos os objetivos foram atingidos com sucesso, é claro que uma ou outra pequena falha pontual sempre existe, mas nada que tenha tirado o humor de ninguém ou o brilho do evento como um todo. Já que além da prova, também fazia parte do evento e da inscrição um almoço de primeira e com direito a muito rock and roll. Conseguimos o que era o nosso sonho de consumo para fechar esse dia que planejamos para ser tão especial, ter a Banda Phoma tocando ao vivo e ainda sem cobrar cachê, banda essa que todos nós do Piramba somos fãs de longa data, isso foi sensacional.

Uma Pista Bruta e Repleta de Encantos

Tudo estava muito bom, durante a prova São Pedro até ameaçou de virar o tempo, mas ficou só na ameaça, e a prova transcorreu sem maiores problemas, teve sim um ou outro tombo na pista que tem lá seus perigos, mas nada muito sério, faz parte do universo mountain bike e é natural que ocorra, ainda mais em uma pista técnica onde aconteceu o Desafio. Aliás, falando na pista, trata-se de um lugar espetacular para os amantes do mountain bike, em meio a uma bela floresta de mogno africano, com direito a rampas, single track, entre outros atrativos. O percurso tem curvas acentuadas que exige bastante do ciclista, bem como fortes subidas e descida brutas. O trajeto ainda passa por uma represa, ladeia o curso de um rio que inclusive tem uma bela cachoeira ali mesmo, passa pela mata ciliar, mas apesar de ter bastante sombra, a pista não dá refresco, uma única volta nela em clima de competição já acaba com o cidadão. Por isso, parabéns para todas as meninas que encaram esse desafio e fizeram bonito, inclusive pedalaram mais que muitos barbados, o que é muito legal de se ver. Depois de 6h horas de extenuante pedal, o desafio chegou ao fim, aí então era só curtir a festa, nada mais merecido.

Um Trabalho a Muitas Mãos

A confraternização começou com um almoço regado e muito saboroso. Em seguida veio a banda Phoma para selar esse evento que ficará marcado na memória de quem participou e que demonstra a força que o Piramba MTB teve para tirar as idéias da cabeça e fazer tudo virar realidade. Mas é claro que isso só foi possível em razão de muitas mãos que trabalharam duro para que esse projeto saísse do papel, bem como dos patrocinadores que também foram super importantes para a realização do evento esportivo e também para ação social planejada. Assim, nossos sinceros agradecimentos à PPA, Stokers, Made in Cuspi, Henlau, Refrigerantes São José, GID adesivos, Ecodecor, Ecooar e Farinha Deusa.

Também foi de suma importância os convidados que aceitaram participar dessa prova do Piramba MTB e que deram o sangue, pois todos tiveram que suar bastante, o desafio não foi nada fácil. E quem sabe esse foi apenas o primeiro de muitos eventos que ainda virão, já vimos que é possível ir além, e agora não tem mais como parar esse bonde, ninguém mais segura o Piramba MTB.

Rudi Arena

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Km 10 e Cachoeira dos Macacos

Pedal de apenas 55 KM no total e 889 metro de ganho de elevação, mas isso não quer dizer exatamente nada. A ida é pela estrada da corredeira proporciona belas paisagens e uma descida de serra bruta, mas até aí normal. Voltar pelo conhecido KM 10 já em Álvaro de Carvalho já começa a testar um pouco dos limites físicos, técnicos e as vezes até emocional, porque dependendo do estado de espírito ou de cansaço do ciclista e da subida que ele vê pela frente, pode abalar psicologicamente qualquer um.

O fundo do vale parece um tsunami de areião, pode chamar de vale da areia, as magrelas sofrem patinando no terreno hostil, e o esforço do ciclista parece em vão, parece que se mata e não sai do lugar. Depois, a subida para voltar a civilização não é das tarefas mais fáceis, ainda mais no calor escaldante próximo do meio dia. É uma serra bruta demais, e logo que galgamos alguns degraus dela já era ora de encarar a trilha da Cachoeira dos Macacos.

O nome da cachoeira é porque da primeira vez em que fomos à ela um bando de macacos pregos nos receberam logo no início, depois em um outro dia também voltaram a dar o ar da graça pelo caminho. Uma pena que nesse dia eles não quiseram aparecer, mas que continuem a habitar este lugar que são deles por natureza com suas serelepes macaquices de costume, fazendo barulho e com uma agilidade entre árvores incrível.

Conciliar a serra bruta do KM 10 com a trilha a pé igualmente pesada para chegar até a Cachoeira dos Macacos cobrou um preço salgado, e literalmente, não faltou suor escorrendo a escorrer pelos lábios, mas nada que o Piramba MTB não tire de letra, isso não torna o pedal menos cansativo, e, ao mesmo tempo um banho de natureza bruta para todos nós.

Além das belas paisagens também tivemos a privilegio de topar pelo caminho com uma linda e peçonhenta cobra, um belo e robusto lagasto teiú também rápido cruzou nosso caminho, mas foi o show do mar de borboletas amarelas que deu cor e abençoou esse nosso pedal perfeito.

Infelizmente a estiagem ainda é forte, e mesmo com a entrada da primavera, o regime de chuvas ainda não se normalizou, por isso o volume d´água da do córrego da cachoeira estava bem abaixo do que o de costume. É uma pena ver o leito d´água desse jeito, mas ao menos o poço da cachoeira continua largo e fundo e veio bem a calhar naquela hora.

O lugar é fantástico com um grande poço, ótimo para aquele banho de cachoeira fenomenal, ainda mais que chegamos em um sol de rachar mamona, o corpo pedia um refresco e um momento de relaxamento, mas o pedágio que a volta que da Cachoeira dos Macacos cobrou foi um pouco puxado.

Tivemos que encarar quase que um paredão na volta, seguir pé é pesado, levando em consideração o pedal até ali. Aliás conciliar um pedal forte com um trekking pesado exige um esforço físico diferente do corpo, mas assim que é muito bom, chegar em casa cansado e com o sentimento de missão cumprida não tem coisa melhor.

Essa foi a primeira vez que o Piramba MTB vai na Cachoeira dos Macacos de Bike e pelo Km 10, sempre é possível inovar e mesclar trilhas de bikes com cachoeiras, essa é nossa pegada. e que assim seja.

Rudi Arena

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PirambaCop na Cachoeira do Cantu

Esta foi a primeira vez que o nosso PirambaCop alçou voo na espetacular Cachoeira do Cantu, que é talvez a melhor cachoeira de Garça para se banhar e curtir um dia de calor.

São várias as quedas d´água desta cachoeira, ela tem um ótimo poço também, apesar de não ser muito fundo, ele é bem largo e ainda tem ao lado um espaço com areia que se assemelha a uma prainha. Por tudo isso, é muito procurada por quem gosta de cachoeira e contato com a natureza. Porém, é necessária a expressa autorização do proprietário para ir até ela.

O mais legal deste vídeo é que mostra que a Cachoeira do Cantu na realidade é formada da junção de dois cursos d´água distintos. Quando se está lá em baixo da cachoeira a impressão é que se tem é que seria um só rio cuja as águas caem de forma esparramada pelas paredes de pedra. Mas não é isso, as imagens áreas captadas mostram dois rios diferentes que ali se encontram para formar este maravilhoso patrimônio natural de nossa região.

Rudi Arena

2º Dia da Piramba Trip em Ubatuba. Praias do Norte!!!

A Bela e Desconhecida Cachoeira São Matheus – Distrito de Jafa (Garça-SP)

Esta cachoeira é uma verdadeira joia encravada logo no começo da perigosa descida de Jafa, velha conhecida dos ciclistas e não muito longe da pequena zona urbana daquele distrito. Porém, o acesso a essa cachoeira que faz parte da bacia do rio do peixe é um tanto espinhoso. De todas as cachoeiras já registrada pelo Piramba, é talvez a mais difícil. O terreno de uma hora para outra cria um abismo e o curso d´água da cachoeira fica lá em baixo.

Demora um pouco para achar o melhor lugar para descer, não há caminho ou picada para chegar até lá. A gravidade joga bastante contra, a inclinação é severa, tem que calcular cada passo e procurar algum galho ou raiz para apoiar-se, ainda assim, a ameaça de rolar morro abaixo parece ser uma constante. Mas levando muito mato no peito, enfim, chegamos lá em baixo.

Logo nos deparamos com um pico alto e com uma cachoeira de respeito, só o que chamou a atenção foi o grande e largo poço no fundo. Nunca descemos ali, do alto parece não haver caminho. Mas quem sabe seja uma missão para o próximo Piramba Explorer, chegar em baixo desta cachoeira seria o máximo, mais uma cachoeira animal a ser desbravada. São muitos os encantos escondidos e desconhecidos de Garça que nós moradores do município, pouco conhecemos. Os lugares mais inacessíveis são também os mais desconhecidos, e muitas vezes os mais belos.

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Existe esse lindo poço abaixo que o Piramba MTB ainda precisa conhecer.

Porém, o objetivo traçado neste dia era chegar em outra cachoeira, para isso era preciso seguir rio acima, e lá, mais dificuldades apareceram, nada que uma escalada de leve, e mais um tanto de mato no peito não resolvesse.

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O acesso a cachoeira não é fácil, mas o banho é recompensador.

Enfim, o sacrifício foi recompensador, apesar de ser inverno o dia estava bem quente e propício para um revigorante banho de cachoeira. A água em queda livre cai de forma esparramada o que dá a impressão de fazer fazer um véu que cobre o corpo de forma suave e macia. A cachoeira também possui um poço não muito largo, mas bem profundo em alguns lugares.

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A água cai de forma a fazer uma espécie de véu branco no ar.

A volta também não é das tarefas mais fácies. A sensação é de estar dentro de um buraco dentro da mata e sem lugar de saída, ao redor o tudo é tão íngreme que não se vê por onde é possível subir. Mas prestando bem atenção,sempre acha-se um caminho , e para isso foi preciso escalar e até mesmo rastejar para seguir subindo em frente. Demorou um pouco para conseguir enxergar o clarão lá fora, e deu um certo alívio de saído dali, mas por outro lado é muito bom o gostinho aventura e de sentir a natureza na sua forma bruta.

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O desnível é grande para voltar à civilização, é preciso escalar um pouco.

Pela frente ainda tinha 30 quilômetros de bike, e boa parte da barra de nossa barra de energia tinha sido gasta para chegar na cachoeira. Ainda assim, foi tranquilo, só continuar a descida de Jafa, passar pela ponte do Rio da Garça, e subir bem até chegar na Estrada 09 de Julho. O bom é que existe um bar a beira desta estrada, ótimo momento para fazer uma parada de descanso e tomar um refrigerante antes de finalizar o pedal.

Esta é uma cachoeira que não é sempre que se vai, pois é osso chegar até ela. Agora, só ano que vem e olha lá. Mas como há uma outra cachoeira abaixo dela que promete ser bem interessante, pretendo voltar ali perto para procurar um caminho. Bora conferir seu lindo poço que até parece uma piscina natural com bordas de pedras, tem tudo para ser sensacional.

Rudi Arena.

Ruínas da Lagoinha de Bike com Henrique Volponi (Ubatuba-SP)

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As Ruínas da Lagoinha estão localizadas na região sul de Ubatuba e são compostas pelo que restou do antigo engenho da Fazenda do Bom Retiro, e dos pilares da suposta primeira fábrica de vidros do Brasil, estes na entrada de um condomínio na beira da rodovia Rio-Santos na Praia da Lagoinha.

As ruínas da antiga Fazenda Bom Retiro, construída em 1828 por um dos primeiros proprietários da Lagoinha, o engenheiro francês João Agostinho Stevenné,  são remanescentes de uma Ubatuba próspera, quando seu porto exportava a produção Vale Paraibana, trazida pelos tropeiros. Nesta fazenda foram produzidas toneladas de açúcar e cachaça pela mão-de-obra escrava.

Outro importante proprietário desta fazenda, foi o Capitão Romualdo, já no final do século XIX, dono de plantações de café e cana de açúcar, fabricante e exportador de aguardente e açúcar mascavo. O Capitão morava no casarão da fazenda com sua esposa Mariana, e não tiveram filhos, mas tratava todos os que lhes serviam como seus parentes, e a sua fama honrosa não foi só por sua riqueza, mas sim, por sua humanidade com os negros escravos.

As ruínas foram tombadas pelo CONDEPHAAT – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo em 1985, com o objetivo de proteger e valorizar o patrimônio histórico do município.

O terreno onde se encontram as Ruínas da Lagoinha foi doado pelo Senhor Jamil Zantut e sua esposa Benedicta Corrêa Zantut à FundArt, em 19 de outubro de 1989, e até hoje é mantido e administrado pela Fundação.

O local é aberto para visitações e tem sido cenário para filmes e ensaios fotográficos.

 

Fonte: https://fundart.com.br/dt_portfolio/ruinas-da-lagoinha/

 

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A Lendária Cachoeira do Gaia (Inédita) e o Vale do Rio Tibiriça em Garça-SP

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A Cachoeira do Gaia

O destino inicial do pedal era chegar na Lendária Cachoeira do Gaia, muito frequentada  e conhecida  pelos garcenses da antiga, aproximadamente há 30 anos, ouvia-se falar muito desta cachoeira,  principalmente em aos moradores da Vila Rebelo. Nas realidade, não se trata apenas de uma cachoeira, mas sim de um complexo de cachoeiras, mas infelizmente não foi possível explorar todas elas nesse dia.   Hoje, com a expansão da malha urbana em Garça-SP, a cachoeira hoje fica mais próxima da cidade ainda, mais especificamente perto do bairro do Frei Aurélio e do Monte Verde. O lado ruim desta proximidade, ela que ela acaba por sofrer com a poluição do lixo jogado na cidade, com as chuvas, esse lixo acaba descendo em direção ao começo do Rio Tibiriçá, por isso é possível achar muito plásticos na cachoeira, o que é lamentável para um lugar em que a natureza foi tão generosa.

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O Caminho a Beira do Vale do Rio Tibiriçá

Depois de chegar na Cachoeira do Gaia pela estrada de terra que existe ao final do distrito de indústrias de Garça, resolvemos seguir beirando o vale do Rio Tibiriça e logo avistamos uma linda  cachoeira à distância. Então chegar até ela passou a ser o nosso objetivo dali em diante, mas sempre pedalando pelo pasto e contornando o vale. Assim passamos por atrás do bairro São Lucas, do aterro sanitário e do prédio do SAPROMI, e seguimos adiante, afastando-se da zona urbana.

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O Pico do Carcará

Com o sol já caindo, enfim, chegamos na cachoeira, conhecida como Pico do Carcará, pois são muitas aves dessa espécie que circundam o lugar. De cima do pico, a visão é estonteante, um patrimônio natural pouco conhecido e preservado do município, próximo do aeroporto e da Estação de tratamento de Esgoto do SAEE. No total, foram pouco mais de 20 km pedalados, mas em razão do terreno, geralmente de grama e trios de boi, o pedal é um tanto arrastado, ainda mais porque são muitas as cercas a serem atravessadas. Mas só o visual de pedalar avistando uma linda cachoeira  já compensa qualquer esforço, a parte ruim mesmo é o mal cheiro de quando aproxima da estação de tratamento de esgoto, mas é assim mesmo, tudo tem o seu custo.

Rudi Arena

 

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Cenas exclusivas feitas pelo nosso amigo Vicente Conessa com o novo Piramba Cop, muitas outras belas imagens aéreas de Garça ainda virão:

Cachoeira do Gaia:

 

Pico do Carcará:

10 anos de Piramba MTB no Ar

Há 10 Anos foi Criado o Canal Piramba MTB no Youtube

A história do Piramba desde o início foi  temperada com muita a areia, suor e água de cachoeira. E a ideia  sempre foi procurar novos caminhos,  pedalar em lugares que não tem estrada ou mesmo qualquer trilha, que quase ninguém vai, e muitas vezes é preciso perseguir um caminho para chegar no destino almejado, que são os picos e cachoeiras da região, locais inóspitos, de difícil acesso e desconhecido de muita gente.

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A marca Piramba MTB surgiu no final de 2008, já fazíamos pedais com cachoeiras, e eu gostava de filmar, editar e depois para poder compartilhar aquele arquivo pesado acabava tendo que gravar o vídeo em CD e assim disponibilizar para os amigos, pois nunca tive nenhuma pretensão em criar um canal no youtube. No entanto, isso acabou sendo inevitável pela facilidade de compartilhar os vídeos com quem quiser de maneira simples e prática.

E junto com a necessidade de criar o Canal, também foi preciso criar um nome e assim surgiu o nome Piramba MTB que veio para ficar,  já são mais de 200 vídeos gravados, só este canal criado em 2008 passou da marca de 100 mil visualizações, pouco se comparado com muitos por aí, mas não deixa de ter um certo significado, se partir do princípio que é um canal com conteúdo próprio, produção precária, pouco tempo dedicado ao projeto, destinado a um publico reduzido, sem investimento nenhum, sem uso de artifícios para turbinar as estatísticas de visualizações, e sem fazer muita divulgação.

Mas o Piramba é muito maior que este singelo canal de youtube, pois outros também publicam vídeos do grupo e contribuem na consolidação da marca Piramba MTB ,  como os canais amigos: Canal do Vicente,  Canal do Thiago Bulho e o Sujo de Barro do Thiago Zancopé.

Em 2011 foi criado o Blog do Piramba 

Com o nosso amigo Vicente Conessa incorporado para valer nos pedais do Piramba deu-se o nascimento deste  presente Blog para ser um lugar para ampliar o conteúdo divulgado pelo Piramba, já que o youtube fica mais restrito a publicação de vídeos. Então o Vicente criou o Blog para postarmos além dos vídeos, fotos e também textos sobre as trilhas de bike e as cachoeiras da região de Garça.

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A característica principal do nosso grupo de pedal, é aliar o Mountain Bike com natureza, e em muitas vezes o destino são as diversas e belas cachoeiras que existem nas proximidades de Garça-SP.  Junto com o blog também foi criada uma conta do Piramba MTB no Flickr para postar as fotos registradas durante os rolês de bike.

Uma História Feita por Muitas Pessoas

Mas o Piramba vai muito mais além disso tudo, pois foi construído por muitas outras pessoas ao longo destes mais de 10 anos de existência, são todas aquelas que já participaram dos nossos pedais, que fizeram a história do grupo e criou a sua identidade. De um lado, com muita  adrenalina, aventura e  diversão, mas por outro lado, não foram poucos os momentos de extremo cansaço, dor, sofrimento e até desespero, e nessas horas que aparecem também a solidariedade e a superação, daí então o estreitamento dos laços de amizades é só uma consequência natural da situação.

São muitas as emoções e experiências acumuladas nestes 10 anos de pirambeiro, e isso é tão bom e enriquecedor que não tem como deixar de seguir na atividade, o pedal não pode parar nunca.

O conteúdo gerado pelo Piramba só foi possível com a ajuda essencial de muita gente, são tantos que não tem como relacionar todos. Cada um foi fundamental e peça de um quebra cabeça que forma o todo que é o Piramba MTB é. E a interação dos pirambeiros com a natureza sempre foi a tônica dos vídeos e das mais de  18 mil fotos já publicadas.

Existem muitas outras plataformas utilizadas para divulgar o nosso material, e mesmo assim,  tudo o que já foi registrado, é apenas uma parte do conteúdo já criado pelos pirambeiros. Em tempo de celulares para lá de modernos, é muito comum ter várias fotos e vídeos nos celulares de cada um e que não são publicados, e nem por isso menos interessantes, o que  mostra como é  vasto o conteúdo criado até agora, sempre repleto de bike e natureza.

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O Piramba MTB aumentou o número de redes sociais em que publica seu conteúdo, está também presente no Facebook e Instagram. Além do FlickrYoutube e WordPress e também tem o site Piramba Adventure com mais de 1.400 cachoeiras cadastradas ao redor do mundo. Uma plataforma digital complementa a outra, assim como contribui para que o Piramba MTB alcance o maior número de pessoas, e  mais gente pode ter contato com o material publicado, ou seja, as cachoeiras, os animais silvestres da região e trilhas de bike que existem nas proximidades de Garça-SP, bem como em outros lugares que já percorremos também.

A Evolução, Lenta, Gradual e Sólida das Estatísticas do Blog

Desde o nascimento do Blog em 2011, a cada ano que passa aumenta um pouco as visualizações quando comparado ao ano que passou, este ano mesmo, em julho já tinha passado os números de 2018. Aos poucos e com bastante conteúdo o site do Piramba MTB se consolida e cresce ano a ano.  As estatísticas que estão no quadro abaixo demonstra essa evolução.

E o interessante é que apesar dos números modestos do nosso Blog, em consulta as estatísticas quanto ao alcance geográfico do site  verificamos que já fomos acessados por mais da metade dos países do planeta terra, são os coloridos de amarelo, além do Brasil em vermelho é claro, conforme mapa múndi abaixo.

No total, pessoas distribuídas em 98 países já visitaram a nossa página. Outro dado que chama a atenção é o número de visualizações nos Estados Unidos, todos os dias existem visualizações originadas desta nação. Isso tudo é uma demonstração que devagar e sempre o Piramba MTB expandiu além das fronteiras do Brasil, conseguiu colocar as belezas do município de Garça-SP  nas telas de pessoas do outro lado do globo, o que não deixa de ser um motivo de satisfação, já que trabalhamos com muita simplicidade.

Considerações Finais

Por tudo isso, podemos dizer o Piramba MTB vem cumprindo neste tempo o papel de contribuir um pouco com a divulgação do Mountain Bike,  o esporte de fazer trilhas de bicicleta nos mais diversos cenários, por mais adverso que seja o caminho, bem como levar ao conhecimento de muitos, as encantadoras cachoeiras que existem em Garça-SP e região, muitas vezes desconhecidas pelos moradores locais.

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E ao conhecer e registrar imagens de tantas cachoeiras, acabou sendo necessário fazer o inventário delas, catalogá-las e torcer para que isso possa ajudar a preservação desses belos e importantes patrimônios naturais.  Por outro lado, este espaço também se fez lugar de informações sobre animais  pertencentes a nossa fauna e até mesmo chegamos a abordar um pouco da história da região.

Logo, o balanço desses 10 anos é bem positivo, o pedal nunca parou, e nem este Blog, apesar de momentos de maior ou menor atividade, bem como o gosto pelo contato com a natureza e a busca por conhecer novos caminhos e cachoeiras que não cessa jamais.

Conseguimos nesse tempo registrar mais de 40 cachoeiras na região de Garça, e ainda algumas outras em municípios diversos, desenvolvemos o mapa das cachoeiras, uma interessante ferramenta para conhecer melhor a extensão, a localização e a qualidade de nossas cachoeiras (Confira Aqui).

Mas este é um trabalho sem fim, apesar de ainda incompleto e com algumas imprecisões, não deixa de ser um motivo de orgulho a categorização e o desenvolvimento do mapa das cachoeiras, inclusive com fotos para que se tenha uma noção mais exata dessas preciosidades da natureza.

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Este trabalho de mapear as cachoeiras acabou por prestar uma pequena ajuda para que Garça conseguisse ver aprovado o projeto para se tornar um município de interesse turístico, e prova disso é que o próprio site oficial da Prefeitura de Garça na página referente ao Turismo, em “Mapa do Turismo”, existe um link chamado “Cachoeiras – Piramba MTB” que  utiliza a base de dados do nosso mapa de cachoeiras, inclusive a site dá o devido crédito ao Piramba (Veja Aqui).

Também sinal de  reconhecimento das publicações feitas pelo Piramba foi a matéria produzida por um importante periódico da imprensa Bauruense.  O Jornal da Cidade veio até Garça para conhecer melhor o Piramba MTB e fazer uma reportagem a respeito das cachoeiras inexploradas desta região, clique aqui para ler a matéria.

Também o Piramba MTB deu uma parcela de colaboração pra reconstituir a história da gigantesca e lendária Fazenda São João, hoje  mais conhecida como Companhia Inglesa com sua encantadora igreja em ruínas. A contribuição foi através da postagem de um primoroso texto cedido gentilmente por Hamilton Carvalho que vivenciou o período áureo desta fazenda. Nesta época,  era considerada maior que muitas cidades da região em número de habitantes, e ele com texto muito bem escrito conta com riqueza de detalhes como era a vida neste local. Confira aqui esta postagem. 

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Sem dúvidas, foi uma dos conteúdos mais interessantes já publicados pelo  Piramba MTB e também foi o que chamou a maior atenção dos internautas. Sempre ávidos por mais informações sobre o assunto, eles acabaram por contribuir com valiosos comentários  e assim pudemos conhecer melhor o que foi este lugar com características únicas na região.

Rudi Arena

Referências:

https://www.garca.sp.gov.br/turismo/

https://www.jcnet.com.br/Regional/2016/12/garca-tem-cachoeiras-inexploradas.html

https://www.flickr.com/photos/pirambamtb/albums/

https://www.instagram.com/pirambamtb/

https://pirambamtb.com/2017/01/29/mapa-das-cachoeiras-de-garca/

https://www.youtube.com/user/RudiArena

https://www.youtube.com/user/bandamst

https://www.youtube.com/user/tonawebtv

https://www.youtube.com/user/vilegaion

https://pirambamtb.com/2016/06/05/companhia-inglesa-memorias-da-fazenda-sao-joao-19441954-por-hamilton-carvalho/

https://www.facebook.com/Pirambamtb/

https://www.facebook.com/Pirambaadventure

http://piramba.com/

Estrada do Horto Florestal, Roseta e Subida da Minalba (Campos do Jordão-SP divisa com Minas Gerais)

A Cidade e suas Peculiaridades

Em Campos do Jordão, parece até que não estamos no Estado de São Paulo, o clima é de um frio diferenciado, a mais gelada do estado indiscutivelmente. E chegamos ainda em um dia que tinha tido geada, a temperatura era muito baixa, típica do alto da Serra da Mantiqueira. Além do terreno montanhoso, o que mais chama a atenção de que realmente é um lugar diferente, o tipo de vegetação ali existente, são as muitas araucárias,  bem como diversos tipos de pinheiros. E também tem outras plantas e árvores que se adaptam melhor a um clima mais frio, e que não é comum de se ver no restante do Estado. Não é só, também a educação, a cultura, a arquitetura, os hábitos e os alimentos, não são muito típicos do estado paulista. Lá, o normal é o motorista parar na faixa de pedestre, as vestimentas das pessoas são próprias para um clima frio, nos restaurantes e em outros estabelecimentos comerciais é comum ver lareiras em seu interior para atrair visitantes.

Muitas casas possuem o telhado em forma de um V invertido que serviria para facilitar os cuidados com a neve, como se isso fosse um problema comum da região, mas não é. Embora se pode falar que é impossível nevar em Campos do Jordão, seu fenômeno é bastante improvável,  ainda assim, a arquitetura reproduz muito as características urbana européia.

Existem sim registros de uma forte e longa nevasca, no ano de 1928, e com acúmulo de neve de 20 cm que trouxe muitos transtornos a população local. Mas desde então, tal fenômeno da natureza passou a ser cada vez mais raro, a expansão da malha urbana, a derrubada de mata nativa, o aquecimento das temperaturas nos últimos tempos fez com que o clima mudasse muito. Antigamente, na Campos do Jordão de 1951 chegou a ter mais de 20 mil pés de maçã, só que atualmente o clima está muito quente para esta cultura. Este município é um caso típico e bem registrado das consequências do aumento da temperatura no globo terrestre.

Mesmo assim o clima diferente chama bastante atenção também na questão da alimentação, além de ser muito popular o consumo do pinhão, é figura carimbada na cidade o prato a base da Truta, um peixe primo do salmão conhecido por gostar de águas frias e que lá encontrou um bom ambiente para o desenvolvimento de sua criação. Assim como, a produção de frutas vermelhas, como framboesa, mirtilo, blueberry e morango também encontraram terreno propício para se estabelecer no local, e tem grande destaque na gastronomia do lugar. São muitos os quitutes a disposição com frutas vermelhas frescas e colhida ali mesmo, o que não é nada comum no restante do estado de São Paulo.  A impressão que dá é que estamos em um estado do sul do país ou então em um simulacro tupiniquim de um pedaço do velho mundo. É muito interessante este contraste com as demais cidades paulistas.

O Pedal 

O pedal mais pesado ficou para o primeiro dia em Campos do Jordão, a quilometragem não era o problema, mas sim as íngremes subidas que viria pela frente. A saída foi da cidade de Campos do Jordão em direção a linda estrada do Horto Florestal , que é um Parque Estadual e uma atração turística. É altamente recomendável conhecer este caminho em meio a mata dos dois lados e uma estrada meio estreita, mas que passa carros de passeios. São muitas araucárias ao lado e também muitos  pinhões pelo chão. No trajeto, o que chama bastante a atenção é o Bosque Vermelho, embora não seja muito grande o contraste do vermelho com o verde ao redor.

Ao final desta estrada seguimos em direção a divisa entre os estados de São Paulo e Minas Gerais com destino a cidade de Wenceslau Bráz-MG, mas especificamente o distrito de Roseta (antigo Itererê) que fica a longe 11 km daquela cidade. Um lugar muito bonito e pacato. E a volta foi por outro caminho, conhecido também como a subida da  Minalba,  já mais ao final do pedal, e embora seja de asfalto é muito longa e com grau de inclinação bastante acentuado.

Imagina um pedal que quebra o caboclo no meio, os 67 km fala pouco da dificuldade do pedal, mas os 2.440 metros de ganho de elevação explica um pouco. A mudança de altitude também é brusca neste pedal, há um momento que se alcança mais de 1.800 metros de altitude e após longas e alucinantes descidas chega-se a menos de 1.000 metros. Mas logo que termina a descida, começam as fortes e inacabáveis subidas. Eu mesmo, fui um que acabei ficando pelo caminho a 10 km do final, após dores nas costas, acabei que não enfrentei a bruta subida de asfalto antes de chegar na cidade de Campos do Jordão, mas ainda bem que a melhor parte já tinha sido feita, e como não sou muito fã de asfalto e nem de subida, até que não foi de todo mal.

O mais difícil tinha ficado para o final mesmo, e apesar de chegarmos bem cansados, com fome e frio, acabou sendo um pedal fantástico, com belas paisagens, e com elementos que agrada a todos os praticante de mountain bike. Tanto para quem gosta de decidas ou subidas, ou para quem quer curtir um horizonte para lá de privilegiado. Por tudo isso, não tem como não ter gostado e não ter valido a pena este dia.

Rudi Arena

 

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Pedal Bruto: Avaí e Presidente Alves. 110 km de muito Areião e Subidas Íngremes.

 

Pedal com saída da cidade de Garça-SP, passando por Gália, onde tomamos um providencial açaí a beira da Rodovia SP-294, alimento este que nos deu a energia necessária para chegar até o município de Avaí que faz divisa com Bauru-SP.

O município possui quatro aldeias indígenas (Kopenoti, Nimuendaju, Ekeruá e Tereguá), denominada de Terra Indígena Araribá. As suas principais etnias são a Guarani, Terena e Caingangues. Os trabalhos feitos com penas e plumas de pássaros constituem a arte plumária indígena. Alguns índios realizam trabalhos em madeira e de cerâmica.A atual população na Terra Indígena Araribá é de quinhentos e setenta e oito índios.

Na cidade conhecida por abrigar uma reserva indígena, aproveitamos para nos esconder um pouco do sol escaldante e comer alguma coisa de leve para então seguir em frente. De lá, pedalamos por 18 km pela bela estrada de terra do Horto até Presidente Alves, nesta cidade tomamos um generoso copo de caldo de cana, e enfim tomamos o caminho de volta em direção a Garça.

Foram quase 110 km bem desgastantes, quase todo de estrada de terra, com muito areião pelo caminho, o que fez  aumentar ainda mais o esforço despendido. Sem contar ainda que o ganho de elevação total foi de 2.098 m, o que demonstra que foram muitas as subidas bem inclinadas que tivemos que superar pelo percurso.

Mas ao final, tudo deu certo e ninguém ficou pelo caminho, seja por fadiga humana ou por quebra de algum equipamento. É claro que nem tudo são flores. Teve um pneu furado aqui, uma cãimbra ali, e um carreirão por causa de uma vaca desembestada que estava pelo caminho. Tudo isso fez  parte deste inesquecível pedal. Quando chegamos em Garça já de noite, não pudemos deixar de comemorar o pedal bem sucedido com uma pequena confraternização com uma cerveja gelada, afinal a gente merecia relaxar um pouco após um longo e cansativo dia.

Rudi Arena

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ava%C3%AD_(S%C3%A3o_Paulo)

 

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