Capote do Bororo – Faz. Antinhas – Itiratupã – Garça-SP

No fundo de um belo vale na direção do bairro rural de Itiratupã, ocorreu um tombo de bicicleta com nosso amigo de pedal Bororo. Ele, ao encarar uma desafiadora descida, bastante íngreme e acidentada, acabou sofrendo uma forte queda.

Felizmente, apesar de alguns ralados e hematomas no corpo, nada de muito sério aconteceu. Na hora da queda foi um grande susto, mas por outro lado, ao ver que ele levantou  rapidamente do chão e já dando risada, foi um grande alívio. Por isso, não é demais lembrar da importância do uso de capacete.

Rudi Arena

Cachoeira da União – Pico do Tucanos – Torres

Pedalar por esta trilha é sempre gratificante,  pois é  a certeza de que encontrará belas paisagens da serra que existe ao lado direito da Estrada da Bomba e também pode contar um refrescante de banho de cachoeira. Neste dia, no meio da pirambeira o “S” ou câmbio traseiro da bike do nosso amigo Fabiano quebrou de forma que não tinha recuperação alguma, o momento foi de tensão, voltar a pé seria uma tarefa muito árdua, não teria como pedir socorro de alguém de carro, pois só havia pasto, vales e trio de boi a nossa volta e voltar a pé carregando a bicicleta depois de tudo que já havíamos descido não seria nada fácil.

No fim, a solução encontrada foi a de amarrar o “S” com borracha de câmera de bicicleta e cortar vários gomos da corrente de modo que deixasse em uma marcha só e sem a necessidade do câmbio traseiro. E não é que deu certo, graças ao bom trabalho do pirambeiro Rafael que estava com sua chave de corrente de prontidão. Depois de superado este nem tão pequeno contratempo, seguimos em frente até chegar ao Córrego do Barreiro e subimos  o íngreme e cansativo morro para voltar à Garça pelas antenas e a estrada do Jardim Adrianita.

São 26 Km de trilha,  mas a sensação ao final do pedal é de que foi mais, pois é um pouco cansativo também percorrer um terreno difícil de andar de bike, com alguns obstáculos no caminho, como mato no meio do trio de boi ou este tão fundo e estreito que não é possível pedalar, mas isso é também o que deixa o pedal ainda mais gostoso, pois se só houver facilidades, perde-se um pouco a graça do negócio. Trilha mais que recomendada,  é super legal para pedalar e contemplar a natureza exuberante que existe no entorno do perímetro urbano, e que a maioria esmagadora dos habitantes da cidade, infelizmente,  não a conhece.

Rudi Arena

 

Este slideshow necessita de JavaScript.

Cachoeira do Cantu

 

Simplesmente a cachoeira mais encantadora de Garça e região, é água que cai por todos os lados e ainda há um belo poço para banhar-se. Fantástica.

 

Pôr do Sol na Corredeira

 

 

Bomba X Torres X Igurê

Descer de bicicleta a Estrada da Bomba (adutora B1) é certeza de adrenalina que aumenta na medida de sua velocidade,  a descida mais íngreme da região, juntamente com a descida de Jafa para estrada 09 de Julho, as bikes podem atingir mais de 60 km o que acaba sendo perigoso, o terreno é acidentado e uma queda pode arrebentar com o ciclista.

Já próximo ao final dela, chega-se na ponte de madeira do córrego do barreiro, seguimos mais um pouco e então subimos um morro em que é impossível pedalar na maior parte do tempo, há uma trilha de pedra muito boa de fazer descendo, mas subindo é bruta demais.

Depois disso, é só sair na direção da estrada de terra que existe próxima as torres da estrada de terra da Adrianita, ao invés de pegarmos esta, preferimos atravessar a rodovia SP-294. Voltamos pela trilha da Igurê paralela a pista, para em seguida ir em direção Terreirão de café da fazenda, o que deu um brinde a mais ao final deste pedal que mistura fortes descidas, subidas idem, visual bonito e vário tipos de terreno.

Trilha de pouca quilometragem (26 km), mas ótima para sentir o doce gosto que a prática do mountain bike pode proporcionar, sem negligenciar é claro suas pitadas de intensidade e momentos de leve amargor.

Este slideshow necessita de JavaScript.

Rudi Arena

Cachoeira das Araras – 2015

Um lugar bem próximo a cidade, localizado nos fundos do bairro rural de chácaras Adrianita. É preciso andar pelo curso da água e embrenhar-se um pouco mato a dentro, mas a visão final do topo da queda da cachoeira é fascinante e recompensadora.

Antes de chegar na grande queda, também é possível contemplar o encontro das águas do Córrego do Ouro com a do Córrego da Prata, ambos afluentes do Córrego do Barreiro, onde é captada a água que se bebe em Garça-SP.

Por isso, é um lugar de grande importância de preservação para o município, e ainda bem, que a sua volta existem vários pontos de restauração de áreas de preservação permanente, trabalho importantíssimo para que no futuro os garcenses possam desfrutar de segurança hídrica e água de qualidade.

Rudi Arena

Cachoeira Quebra-Tudo

Entre tantas cachoeiras nas redondezas do município de Garça-SP, especificamente esta era um antigo desejo conhecê-la, pois há tempo sabíamos de sua existência e de sua altitude extrema, e também que estava localizada no município de Álvaro de Carvalho, mas bem próximo à Garça.

Sua denominação não é a toa, pois entre muitas, ela é de uma altitude que chama bastante a atenção, por isso, já foi identificada como Cachoeira Quebra-Tudo. O nome não poderia ser mais apropriado, pois tudo leva a crer que e trata da cachoeira mais alta de toda região, por isso mesmo, era questão de honra chegar até ela, filmá-la e fotografá-la.

No entanto, era preciso chegar até em baixo da queda, pois nada como sentir a energia da água caindo de dezenas de metro em seu corpo. É como se a queda d´água pudesse purificar e revigorar o corpo, e é claro refrescar, ainda mais por ter sido um dia de forte calor e com andanças intensas pirambeira adentro, o banho de cachoeira não poderia ter vindo em hora melhor.

Apesar do nome e da altura da cachoeira, banhar-se nela é tranquilo. Só que chegar em baixo da queda não é das tarefas mais fáceis, assim como não há nenhuma dificuldade intransponível, muito pelo contrário, pra quem gosta de fazer um trekking, andar na margem ou por dentro do curso d´água é um prato cheio, é como sentir a natureza entrar pelos poros até chegar nas veia.

Rudi Arena

IMG-20150830-WA0025

IMG-20150830-WA0024

20150830_164433

DSCF7728

DSCF7718

DSCF7705

DSCF7685

Pico do Urubu

Este local é simplesmente fantástico, está localizado na direção da estrada de asfalto que leva ao bairro de Itiratupã que por sua vez integra o distrito de Jafa, este pertencente ao município de Garça. Para chegar até lá, é preciso seguir andando pelo curso d´água por um bom trecho até se deparar com uma queda não muito grande, mas onde há um poço de água cristalina que é um ótimo ponto de parada para se banhar, lugar em que já encontramos um porco do mato que apareceu do nada e depois partiu.

Antes deste poço passamos pelo recanto das borboletas, pois é incrível a quantidade desses insetos ali concentrados, a movimentação delas e seu colorido no ar faz até parecera que estamos em um desenho animado quando percorremos este pequeno trecho do curso d´água que seguíamos. E não foi só neste dia que as borboletas estavam lá, outros dias elas estavam no mesmo lugar, pode ser a época do ano, mas é um espetáculo a parte.

Um pouco mais adiante, encontramos o pico do urubu, logo que se chega não se avista nenhuma ave desta espécie, porém, não demora muito para que elas apareçam com força total e seus vôos rasantes. Este pico é muito alto e de um visual estonteante, de uma beleza ímpar, com a imagem do alto do desfiladeiro que ali existe. É como se estivéssemos defronte de um monumento natural que demonstra toda a exuberância da natureza e nos mostra como somos pequenos e frágeis quando estamos a um passo de um precipício mortal, talvez por isso o lugar acaba sendo ainda mais fascinante.

Rudi Arena

Saiba mais sobre o Carrapato Estrela, Um Pesadelo Não só para os Cachorros, mas Também para Quem Anda no Mato.

Carrapato Estrela ( Amblyomma cajennense)

Domínio: Eukariota
Reino: Animal
Subreino: Metazoa
Filo: Arthropoda
Subfilo: Chelicerata
Classe: Arachnida
Ordem: Acarina
Família: Ixodidae Argasidae

Carrapato Estrela - Micuim

Carrapato Estrela – Micuim

Carrapato Estrela Adulto

Carrapato Estrela Adulto

O foco desta post é conhecer um pouco mais desse pequeno e inconveniente parasita, que são animais artrópodes, da classe dos aracnídeos (como a aranha) e da ordem dos ácaros. Quem faz trilha de mountain bike ou a pé no meio do mato, certamente já se deparou com esse bichinho inconveniente, e normalmente é sempre o carrapato estrela ou micuim (Amblyomma cajennense) que aparece para dar o ar graça, que por sinal não tem graça alguma. Ao contrário do que se pensa, o micuim não é um tipo de carrapato, mas um estágio de sua vida. O micuim é a larva do carrapato e é nesta fase que ocorrem a maioria dos ataques.

O assunto veio-me á tona porque no último pedal um amigo relatou ter encontrado após a trilha vários carrapatos em seu corpo, depois um outro também disse ter achado, não é a primeira vez que isso ocorre, muito pelo contrário, os ataques de carrapatos são bem mais comuns em humanos do pode parecer e podem trazer transtornos e doenças. No entanto, não serão esses seres minúsculos e irritantes que farão com que deixemos de pedalar pirambeira adentro, é claro.

Caso seja picado pelo carrapato estrela, molhe-o com álcool que ele morre desidratado. Antes de morrer ele recolhe a boca. Senão ele fica coçando por alguns dias, os pedacinhos dele ficam dentro da nós e pode dar alergia e inflamar o local. Pode-se usar o álcool gel que o ele morre embriagado, assim, tem uma morte feliz, pelo menos, menos dolorosa para esses nossos indesejados e eventuais companheiros de trilha.

Os períodos de incidência estão relacionados a condições de seca e baixas temperaturas para as formas jovens e de maior umidade e temperatura (tempo úmido e quente) para adultos. Mudanças climáticas, ao longo dos anos, podem alterar as épocas de ocorrência.

Importante lembrar que apesar dele ser um transmissor da perigosíssima febre maculosa, não é preciso entrar em pânico se for picado por um, é que para isso é preciso que ele esteja contaminado com o hospedeiro da bactéria Rickettsia rickettsii, o que não é a regra. Mas é obvio que não é bom também dar sopa para o azar, se puder evitá-lo, é sempre melhor.

O período de incubação é de 7 a 10 dias. Se for picado, é preciso atentar para que se neste período ocorrer uma espécie de “gripe” forte, pode ser a febre maculosa, então a pessoa deve procurar um posto de saúde e solicitar o tratamento específico que é simples se detectado no início,e está disponível na rede pública. Para que a transmissão da febre maculosa ocorra são necessárias pelo menos 6 horas de fixação do carrapato no hospedeiro. A transmissão é mais comum quando o carrapato se encontra nos estágios de larva ou ninfa, pois o adulto tem uma picada dolorosa, de modo que é rapidamente percebido e removido.

No site: http://vilsonarruda.blogspot.com.br, o entomólogo Luiz Antonio da Silveira Melo, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) conhece bem o carrapato-estrela, Amblyomma cajennense. Ele explica que sua ocorrência pode estar em todas as regiões do país e sua picada, além de produzir intenso prurido no local e lesões na pele, pode inocular a bactéria Rickettsia rickettsii, causadora da febre-maculosa.

Em relação as fases carrapato estrela, o especialistas explica: “O ciclo inicia-se pela larva ou micuim que é um carrapato minúsculo, com 6 pernas, difícil de se ver. Por isto as pessoas são mais picadas nessa fase”, diz. Após alguns dias alimentando-se do hospedeiro, as larvas vão para o solo, trocam de pele e passam à ninfa, que tem 8 pernas, voltando para o hospedeiro. Nessa fase os carrapatos têm por volta de 4mm de comprimento, são castanho-escuros e facilmente visíveis. Sugam sangue até ficarem “inchados”, voltam para o solo, passam para a fase adulta e retornam à última hospedagem, onde há o acasalamento. Depois, o macho morre e a fêmea permanece sugando sangue até ficar ingurgitada (bem gorda), caindo ao solo para fazer a postura que pode ter de 5 mil a 8 mil ovos. O pesquisador explica que, “para chegarem no hospedeiro, o carrapatos sobem pela vegetação, principalmente em capins e ficam à espera da passagem de um animal ou de uma pessoa, agarrando-se a ela. Na época de grande infestação, podem também chegar pelo chão, subindo pelos pés”

Ciclo_de_vida_do_Carrapato-estrela

Cuidados necessário para evitar infestação em Humanos:

-usar roupas compridas para evitar o contato com a pele e de cores claras, para permitir visualizar o carrapato com mais facilidade.

-usar se possível, calçados de cano longo, e se não estiver de calça, usar meião de jogar futebol para diminuir o máximo possível a área do corpo vulnerável ao ataque de carrapatos.

– procurar e retirar os carrapatos imediatamente depois de retornar da trilha.

– Se o carrapato grudar na pele, molhar um algodão com álcool para que ele saia rapidamente.

– a retirada do carrapato pode ser feita com o uso de uma pinça e com calma, através de leve torção para liberar as peças bucais do invertebrado. Não esmagar os carrapatos com as unhas, pois pode haver a liberação das bactérias ou contaminar a lesão na pele decorrente da picada do micuim.

– usar repelente específico para carrapato como da marca Exposis, é uma boa forma de evitar a picada.

– antes de lavar a roupa suspeita de estar com carrapato, deixá-la de molho no vinagre.

– após a exposição em áreas com suspeitas de carrapatos, tomar banho com sabonete de enxofre que é vendido em farmácias.

Estes cuidados são importantes para quem faz trilha de mountain bike, em especial, nos meses frios e secos do ano, época de predominância dos micuins. Espero que conhecendo melhor esses impertinentes companheiros de trilha fica um pouco mais fácil de lidar com suas picadas ou mesmo evitá-las.

Rudi Arena

Trilha da Fazenda Cachoeiras de São Pedro

Este lugar foi descoberto meio que por acaso em uma tentativa solitária de explorar novas trilhas nas pirambeiras que existem no entorno de Garça-SP, acabei conhecendo e me encantando pelos seus vastos atrativos que esta fazenda proporciona aos amantes de mountain bike.

Não são só as belas paisagens de vales e paredões enormes ao redor que cativa, tem também ao menos uma cachoeira cuja água parece ser própria pra banho, além de outros cursos d´água. Existem ainda represas, descidas alucinantes, assim como subidas quase impossíveis de pedalar montado na bicicleta, em algum momento é preciso descer dela. Na parte mais baixa do vale, há também um singletrack de trios de bois muito legal, tudo isso com um colírio da exuberante formações geográficas que se vê por todos os lados.

Nos fundos da Fazenda Cachoeiras de São Pedro, existem dois caminhos que descem até o fundo do vale, são duas descidas bem técnicas e íngremes, que exigem muita atenção, assim como, também há duas opções de subidas, ambas são extremamente desafiadoras, para não dizer que são muito difíceis de conseguir subir pedalando o caminho todo.

Pelo motivo da trilha ter os dois extremos, subidas e descidas com graus de inclinação bastante acentuado, é que esta trilha apesar de ser de quilometragem baixa (28 km), ela testa os limites do ciclista. Tanto para dosar a velocidade adequada nas descidas de modo a não arriscar levar um tombo que pode ter sérias consequências, como também esta trilha nos faz deparar com os limites do corpo humano, pois é preciso reunir todas as forças físicas e mentais possíveis para tentar pedalar na subidas, tarefa árdua e dificílima de ser executada.

Rudi Arena

Trilha das Represas – Igurê

A Fazenda Igurê e suas adjacências, sempre foram um prato cheio para os praticantes de mountain bike de Garça e região, a propriedade rural é grande, repleta de caminho e possibilidades. Não existe só a trilha da mata, do terreirão, ou da antiga porteira ferro, tem muito mais. Neste pedal, seguimos para o limite da fazenda sentido Bauru, pelo caminho a margem da Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros, até chegar a uma placa das famosas sedas de Gália-SP, daí então é preciso pegar uma carreador ou rua de café à esquerda e após descidas abruptas, chega-se em uma represa distante de tudo. Próxima ao território da Igurê, mas não necessariamente pertencente a ela acredito.

Na realidade, trata-se de um pesqueiro fantasma, com duas lagoas secas e o que sobrou de uma edificação, inclusive ali existe um pesado cofre abandonado, que vai saber a quem pertence. Porém, por outro lado brota peixes e vai saber mais o que da represa que persiste ali, é comum achar alguém pescando.

A volta deste pedal passa ainda por outra represa e poderia passar por mais, tão fecunda de águas é a Fazenda Igurê, que é uma mãe para todos os amantes de mountain bike de nossa querida cidade de Garça-SP, por suas vastas terras, com mata atlântica preservada, cachoeira, diversas represas, agradáveis descidas, muitas trilhas entre cafés, eucaliptos e seringueira, também é próxima a cidade e a entrada pode até não ser permitida oficialmente, mas ao menos é bem tolerada.

Rudi Arena

Este slideshow necessita de JavaScript.

Que Espécie de Aranha É Esta?

Ao voltar pela Estrada da Bomba (Adutora B1) de uma trilha em que a ida foi pela Cachoeira da União (Atrás da Mata do Bosque), nos deparamos com uma aranha chamou bastante a nossa atenção, pois era grande, robusta e até então nunca vista por nós. Ficamos olhando-a e ela se mostrou imóvel o tempo todo, chegamos a pensar que estaria morta, mas não, estava é assustada com a nossa presença que a impediu de seguir seu caminho, porém, logo deixamos de importuná-la para que pudesse retomar sua estrada.

Nestes pedais pirambeira afora, já encontramos diversas espécies de aranhas, algumas grandes, em geral próximas as cachoeiras, mas um pouco menor do esta. Uma exceção foi a aranha caranguejeira encontrada na entrada da mata da cachoeira da Igurê, mas que infelizmente não foi possível fazer um registro dela naquele momento.

Desta vez, o que me intrigou nesta aranha é que mesmo após uma pesquisa na internet, não consegui identificar que espécie de aranha seria esta. Quem sabe seja a temida e venenosa aranha armadeira? De uma coisa eu sei, ela parece não ser do tipo de fazer teia, mas sim de caçar andando pelo chão, além de ser bem estranha e impor respeito.

Rudi Arena

Trilha das Águas com Chuva

Um pedal que percorre a fazenda de cultivo de eucalipto pertencente a empresa Duratex, esta localizada entre os municípios de Garça e Gália, mas pertencente ao último. Neste dia uma forte chuva nos pegou de surpresa, o que só fez aumentar o espírito de mountain bike na veia. É uma trilha sempre bem legal de se fazer, pois percorre diversos tipos de terrenos, passa por represas, por um rio, e a forte chuva que nos atingiu veio pra lavar a alma e deixar o pedal ainda mais divertido. As bikes é claro, precisaram de uma boa lavada e até de uma revisão, mas isso perto do prazer ela proporcionou não foi nada.

Rudi Arena

Capote na Descida

DSCF7335

O que esta descida tem íngreme, tem também de perigosa. Infelizmente, neste dia um amigo de pedal caiu da bicicleta, e como a bike pega velocidade fácil, uma queda nestas condições pode trazer sérias consequências. Embora o tombo tenha sido forte, pois ele bateu a cabeça e rolou por diversas vezes ladeira abaixo, graças a utilização do capacete, ele se machucou mas evitou um mal maior. Por isso, é sempre bom reiterar a necessidade de usar-se o capacete, pois nunca se sabe quando iremos tomar um tombo, basta andar de bicicleta que sempre existirá um risco, por menor que ele seja.

Rudi Arena

3º Dia na Estrada Real – Cunha-SP à Paraty-RJ

Terceiro e último dia na Estrada Real, o dia com o pedal de menor quilometragem de nossa viagem, porém, isso não quer dizer que não foi preciso se esforçar bastante, pois os primeiros 30 km são praticamente só subida, não tem refresco nenhum e haja perna, joelho e pulmão para pedalar em tanta subida. Para compensar também, quando acabaram as subidas, só vieram descidas, uma atrás da outra, ininterruptamente, um verdadeiro paraíso do downhill de aproximadamente 20 km só de descidas íngremes e alucinantes. O difícil é não parar um pouco em algum momento para esticar os dedos, pois eles doem muito de tanto que tem que contraí-los para apertar o breque, esta peça da bike que foi muito exigida, pois se deixar a bike solta, é impossível fazer as curvas depois.

Quase em queda livre nas descidas, chegar até Paraty foi até que foi rápido. Assim, foi possível ter um pouco de tempo para aproveitar o sol ainda raiando na praia e saborear peixes e frutos do mar para fechar com chave de ouro o último dia de pedal, de uma viagem inesquecível pelos mais variados motivos. Porém, logo brisa do mar se foi, o tempo se esvaiu em um estalar de dos, no dia seguinte cedo teríamos que sair para uma longa viagem de mais de 600 km até voltarmos para Garça-SP.

Uma pena é que parte deste trecho foi recentemente pavimentado, motivo de uma longa controvérsia judicial, as obras haviam sido interditadas. Decisão judicial que entendo acertada, pois existem outras vias de acesso entre os dois municípios, e seria evidente o dano ambiental de asfaltar esta estrada que passa por belíssimas paisagens de serra da mata atlântica com uma biodiversidade riquíssima, pavimentá-la poderia colocar em risco tudo isso. A ação que originou este processo judicial, chegou a impedir qualquer trabalho de alargamento ou reparo no trecho de 12 km dentro do Parque Nacional da Serra da Bocaina. A medida foi requerida pelos ambientalistas, via Ibama, sob a argumentação de que a estrada da serra asfaltada, criaria desequilíbrios ecológicos e fortes impactos ambientais à flora e fauna. No entanto, o jogo virou e a informação é de que 100 homens já estão trabalhando e máquinas e equipamentos retornaram ao local da obra. Estas, que estiveram embargadas de 23 de agosto a 01 de outubro de 2014 em decorrência de ação judicial, foram retomadas em 05 de março de 2015. Mais uma vez, a natureza perdeu frente a interesses de econômicos.

Rudi Arena

2º Dia na Estrada Real – Trecho de Cruzeiro-SP à Cunha-SP

Um pouco mais habituados a Estrada Real e seus marcos que indicam a direção a ser seguida, iniciamos nosso 2º dia de pedal com destino a bela cidade de Cunha, já bem próximo do estado do Rio de Janeiro. A expectativa era que o dia fosse longo, pois dos três dias programados, este era o trecho de maior quilometragem, mais de 100 km a serem pedalados, ainda bem que o café da manhã foi bom o suficiente para fornecer a energia necessária para o começo do pedal que prometia ser longo e cansativo, uma vez que no dia anterior já haviam sidos pedalados 90 km.

Após um início de pedal chuvoso no começo da manhã que fez com que as bicicletas ficassem repletas de barro, o sol acabou vindo com força depois, foi então que passamos pela subestação de energia elétrica de Furnas na cidade de Cachoeira Paulista e pedimos para lavar as bikes, o que nos foi autorizado de pronto.

Este foi o único dia em que pedalamos apenas no estado de São Paulo, porém saímos da divisa de Minas Gerais e fomos até a divisa do estado do Rio de Janeiro. Infelizmente, foi um dia em que pegamos mais asfalto e também um bom trecho com uma paisagem mais urbana, principalmente quando passamos pela a região de Guaratinguetá. No entanto, os belos visuais de Serra tanto quando saímos de Cruzeiro como quando chegamos à Cunha acabou por compensar a parte que percorremos por uma paisagem nem tão bela assim.

Ao Final, foi o dia mais cansativo sem dúvida, dado a alta distância percorrida, foram pouco mais de 100 km, e também pelo fato de termos que superar grande elevação de altitude, saímos de altitude de 517 metros para 950 metros, e com muitas subidas íngremes pelo caminho. E um fato curioso que ocorreu, foi ter encontrado um senhor em um sítio por onde passa estrada real e ele estava com um saco cheio de formigas iças que ele havia coletado para alimentação. As famosas tanajuras, que todo mundo já ouviu falar que são consumidas por humanos, mas difícil é encontrar essas pessoas que as comem, e não é que encontramos uma. Aliás, o mesmo senhor disse que é uma delícia e que vale a pena o esforço. Fica aí a dica para quem gosta de arriscar novos sabores, trata-se de um hábito herdado dos indígenas e que continua vivo até os dias de hoje no Brasil.

Rudi Arena

Este slideshow necessita de JavaScript.

1º Dia na Estrada Real – Trecho de São Lourenço/MG à Cruzeiro-SP

Esta foi uma viagem com destino a uma estrada histórica brasileira, mais precisamente da época do Brasil colônia que tinha na Estrada Real sua mais importante rota, o caminho velho, estrada oficial, era o único autorizado para a circulação de pessoas e mercadorias. A partir da descoberta de ouro na região de Minas Gerais no final do século XVII, este caminho transformou-se na rota preferida para chegar até lá, assim como para o escoamento de ouro, que era transportado por mar de Paraty para o Rio de Janeiro, de onde embarcava para Portugal. Esta foi a primeira estrada aberta pelos bandeirantes e oficializada pela Coroa Portuguesa, inicia-se em Ouro Preto-MG e o termina na cidade de Parati-RJ, percorrendo os estados de Minas Gerais, São Paulo e o Rio de Janeiro. Ao longo de toda a Estrada Real existem marcos, umas espécies de pequenos totens fincados ao chão com informações locais e que indicam a direção a ser seguida, estão presentes sempre em que há pontos de bifurcação ou em locais que geram dúvida para o viajante sobre o caminho a ser seguido

No entanto, em razão da disponibilidade de poucos dias, optamos por não fazer a Estrada Real na íntegra, mas sim a sua metade final, o planejado foi pedalar por três dias com saída em São Lourenço-MG e destino final em Parati-RJ, com duas paradas pelo caminho para pernoite. Assim, no primeiro dia de pedal, saímos de uma pousada da Estância Hidromineral de São Lourenço-MG com destino de chegar na região da divisa de Minas Gerais com o estado de São Paulo, em uma propriedade rural a beira de uma estrada, próximo a cidade de Cruzeiro-SP, que fica ao pé da Serra da Mantiqueira. Cidade também histórica, pois um importante capítulo da Revolução Constitucionalista de 1932 foi ali travado, foi a última cidade paulista a se render e onde foi assinado o armistício, uma cidade estratégica naquele momento pela sua localização geográfica.

Ao final, foram mais de 89 km rodados, com belíssimas paisagens de montanhas, mas com direito a alguns contratempos também, como perder-se no caminho, a dificuldade de atravessar um rio fundo e com correnteza, chuva, o cair da noite, e a dificuldade de se achar a fazenda que alugou os aposentos para dormimos naquele dia. Mas no fim, tudo deu certo, apesar de ter sido um dia um tanto tenso e cansativo. Ainda bem que fomos recepcionados com uma farta mesa de uma saborosa comida, para deleite nosso, foi servido um feijão tropeiro de lamber os beiços e repetir o prato. Depois, foi só dormir para acordar cedo no dia seguinte para mais um dia de extenuante pedal.

Uma das coisas mais marcantes neste dia, foi o casarão antigo datado de 1908 em que dormimos, não tinha luxo algum, os ralos do banheiro estavam entupidos e o banheiro inundava, insetos por todas as partes, a água que saia do chuveiro e das torneiras era barrenta, talvez ela era retirada de um rio próximo à fazenda e com a chuva a água turvou, apenas uma hipótese. Mas a recepção foi muito acolhedora, assim como a fartura do jantar e do café da manhã do dia seguinte, acabou por compensar qualquer outra coisa.

Rudi Arena

Cachoeira do Fundão – Serra da Canastra

Se existe algum fundo na Serra da Canastra, esse lugar só pode ser a Cachoeira do Fundão, pois ela parece estar lá no fundo mesmo, e quanto mais se aproxima dela, mais a fundo parece mergulhar na Serra da Canastra. A estrada de terra caminha em uma direção distante de tudo e de todos, é distante de todas as portarias do Parque Nacional da Serra da Canastra, e quando temos a sensação de que enfim chegamos, não, sempre é preciso seguir mais a fundo. Chegar à sede da Fazenda, não é o ponto final, pois a cachoeira mesmo, ainda é necessário andar bastante, atravessar um rio, percorrer uma estreita e alta trilha em meio à montanhas, até finalmente chegar no pé da cachoeira que já de longe já reluzia e chamava a atenção dos olhos.

Sem dúvida alguma, considero ser esta a melhor e mais bela cachoeira que eu já conheci, á água é extremamente limpa, mas também gelada, é repleta de peixinhos e possui um poço largo e bastante profundo, ao redor, as belíssimas e grandiosas montanhas fazem uma espécie de moldura para a cachoeira, como se fosse um quadro pintado minuciosamente pela generosa natureza da Serra da Canastra. Porém, tentar ficar em baixo cachoeira é tarefa quase impossível, tamanha força da queda da água.

Assim, todo o esforço e tempo despendidos para chegar lá, acabou valendo muito a pena. E, tudo isso custou módicos R$10,00 que nos foram cobrados de entrada, e ainda tivemos uma recepção bem hospitaleira e o prazer de apreciar o famoso queijo canastra com um bom café mineiro, que além de saborosos, foi muito importante para dar a energia necessária para encarar o longo pedal de volta até a cidade de São Roque de Minas. O total do percurso foi de mais de pouco mais 100 quilômetros do mais puro pedal de montanha.

Neste dia, é digno de nota a aparição de um lobo-guará que deu o ar dá graça e deixou que registrássemos uma foto. Realmente, não dá pra reclamar deste pedal que foi mais do que recompensador. Sem contar que a trilha passa pela nascente do Rio São Francisco, entre outras paisagens de tirar o chapéu. Por tudo isso, esta trilha é recomendadíssima, vale a pena fazer e conhecer a Cachoeira do Fundão encravada nas montanhas da Serra da Canastra, seja de Bike, Moto ou Carro, difícil é se arrepender depois.

Rudi Arena

Este slideshow necessita de JavaScript.

Águia-Pescadora (Pandion Haliaetus)

Já faz um bom tempo que ando intrigado com uma grande ave de rapina que por algumas vezes avistamos de longe, exatamente, lembro-me bem de três vezes, a primeira vez foi em fevereiro de 2011 quando sobrevoava a Cachoeira dos Bandeirantes, a segunda vez foi bem próximo dali, perto da Cachoeira da Constroli e da última vez e mais recentemente na Fazenda Cascata. Em todas as vezes que eu a avistei, fiquei bastante encafifado, pois não conseguia reconhecer que ave que seria aquela de cabeça branca e partes inferiores brancas e as pontas das asas escuras.

Fiz na época algumas pesquisas na internet sobre aves de rapina do Brasil que se mostraram infrutíferas, o que só aguçou ainda mais a vontade de querer saber que ave seria aquela, até que uns dias atrás em um reportagem na TV mostrou apareceu águias pescadoras e no momento que assisti, a imagem de uma delas voando de longe, me veio na mesma hora a lembrança da ave avistada. Pesquisando mais a fundo sobre esta ave, foi aumentando a minha certeza de que realmente o animal que já tínhamos visto era uma Águia-Pescadora. Ainda mais, que apesar de existir outras aves que podem ser confundidas com ela, mesmo com grandes diferenças, são a águia-cobreira (Circaetus gallicus), a águia-de-bonelli (Hieraaetus fasciatus) e a águia-calçada (Hieraaetus pennatus). Porém, nenhumas dessas espécies habitam o Brasil, nem mesmo o Continente Americano. Esta confusão apenas poderá ocorrer devido às partes inferiores destas aves serem esbranquiçadas.

A águia-pescadora, que não é nativa do Brasil, também pode ser chamada de águia-pesqueira, ou águia-marinha (Pandion haliaetus) é uma águia da família Pandionidae, é a única representante do gênero e também da família, e distribuída em quase todos os continentes. Uma característica fundamental dela é ser uma ave migratória, que reproduz na América do Norte, chegando ao extremo sul da América do Sul. Entretanto, ocorre também em todo o mundo, na Austrália, Africa, passando pela Europa, e pelo Japão. A população mundial situa-se em cerca de 30 000 casais, sendo a maioria nidificante na América do Norte e migrando da América do Norte até a Argentina e Chile, com distribuição isolada em grande parte do Brasil.

As que dão a graça por aqui, são originária do norte do Continente Americano, onde se reproduzem. Existem registros de sua ocorrência em vários estados do Brasil, como Amazonas, Roraima, Pará, Amapá, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Mato Grosso, Goiás, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Ceará. No fim do Verão, as águias-pesqueiras deixam a região onde se reproduzem e partem para o sul, passando o Inverno em zonas tropicais. Mas, na Primavera seguinte cada casal volta para procriar exatamente no mesmo lugar.

Apesar de mais numerosa no final e início do ano, tem sido encontrada durante todos os meses no Brasil, o que pode indicar que talvez esteja se reproduzindo em terras tupiniquins, fato ainda não comprovado. A espécie migra ainda jovem e leva de 2 a 3 anos para tornar-se adulta, quando regressa à América do Norte para se reproduzir. Vive normalmente solitária, voando alto ou pousada sobre árvores isoladas, aprecia bastante peixes, mas também faz parte de sua dieta pequenas aves, mamíferos, répteis, anfíbios, assim como crustáceos e outros invertebrados.

Rudi Arena

Mapa-Águia pescadora
*Cidades onde os observadores do WikiAves registraram ocorrências da espécie águia-pescadora (Pandion haliaetus). A concentração de pontos em uma região não indica, necessariamente, concentração de aves nesta região pois está relacionado também à concentração de observadores, principalmente nos grandes centros urbanos.

DSCF6574
*Foto tirada na Fazenda Cascata-Garça/SP

aguia8
*Desenho retirado do site http://www.saudeanimal.com.br

Fontes: http://www.wikiaves.com.br
http://www.avesderapinabrasil.com
http://www.wikipedia.org
http://www.saudeanimal.com.br

Tamanduá-Mirim Morto na Rodovia

Não faz muito tempo que postamos fotos de um Guaxinim encontrado morto na estrada, agora recentemente e praticamente no mesmo local, também tivemos a infelicidade de encontrar um tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla) sem vida também. Este parente do bicho preguiça e que parece vestir um colete preto é de uma beleza peculiar.

Foi só mais um de muitos que morrem assim diariamente, vítima de atropelamento, e isso é indício de que neste local muitos animais silvestres tentam cruzar a rodovia ao sair da Fazenda Igurê, lugar em que a fauna é abundante, uma vez que tem muitas matas e represas, e é um ambiente propício para os bichos.

Nunca tínhamos avistado qualquer tamanduá na região e quando encontramos um, estava morto. Preferia não tê-lo visto, mas ao menos sabemos que tamanduás-mirins estão a nossa volta e que este ponto específico da rodovia SP-294 deveria ser objeto de preocupação das autoridades competentes no intuito de minimizar a ocorrência de atropelamento de animais silvestres.

Ao menos pintar faixas nas pistas, colocar placas para reduzir velocidade e também para indicar a ocorrência de animais, já seria um bom começo e é uma medida de baixo custo que poderia alertar os motoristas. O ideal mesmo, seria uma passagem subterrânea, mas esta medida é de difícil implantação por ser bem mais onerosa. De qualquer forma, alguma atitude deveria ser adotada, caso contrário vai continuar o baralho de sangue de cartas marcadas.

Rudi Arena