Lago de Garça: a ponta do iceberg da má gestão da água e que serve de lição para o mundo

Por Vicente Aranha Conessa e Rudi Ribeiro Arena

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Garça sempre foi reconhecida como uma cidade privilegiada em recursos hídricos. São inúmeras nascentes espalhadas pelo município, verdadeiras joias naturais que deveriam ser tratadas como patrimônio coletivo. No entanto, a realidade é bem diferente: boa parte dessas fontes de vida corre o risco de desaparecer, sufocada pela falta de consciência ambiental e pela omissão do poder público ao longo do tempo.

O Lago Artificial de Garça é um símbolo desse problema. Quem observa seu nível de água cada vez mais baixo pode até pensar que se trata de um fenômeno isolado, mas a verdade é que ele é apenas a ponta do iceberg. A nascente que o alimentava foi canalizada e hoje serve como palco para eventos da cidade, sem qualquer preocupação com a função vital que antes desempenhava. Historicamente, o lazer imediato prevaleceu sobre a preservação ambiental, revelando uma visão míope de desenvolvimento.

Agora, o Lago Artificial está em processo de esvaziamento. Um poço profundo está para ser perfurado e assim poder fornecer água para um lugar em que antes ela era farta e brotava naturalmente. A nascente resistiu até quando foi possível, mas chegou o momento crítico, e uma confluência de fatores fez com que ela secasse.

Uma breve história de Garça-SP

O Centro-Oeste Paulista foi, e em parte, terra dos indígenas Kaingang, sendo o povo indígena mais numeroso na região, com uma história de resistência e conflitos por terra com o avanço da colonização e da agropecuária. Embora não sejam os únicos, os Kaingang tiveram um papel central na formação territorial e cultural desta área. E uma coisa que poucos habitantes de Garça sabem é que a região foi uma das últimas fronteiras agrícolas do Estado de São Paulo com os povos indígenas. Garça em 1910, ainda se encontrava no interior profundo e inexplorado pelo homem branco, a natureza era plena e intocada.

A região, na época, era chamada de extremo sertão do estado. Posteriormente, houve o morticínio dos povos originários locais com a atuação das instituições públicas. Era um período em que havia todo um incentivo par a tomada do território com o apagamento de sua cultura e história. Houve uma verdadeira limpeza étnica com o apoio do poder público e das elites locais da época com interesse na posse das terras.

Os indígenas “garcenses” lutaram com os homens brancos por um longo período para simplesmente terem direito de continuar vivendo em suas terras. Porém, chegou um momento em a quantidade de homens brancos no ataques e o poderio das armas de fogo venceram a guerra. Há registros históricos de que os homens das caravanas públicas se vangloriavam de terem invadido uma tribo e matado a todos, até mesmo as crianças nas mais tenras idades. Isso demonstra o motivo pelo qual em nossa região temos um percentual muito pequeno medido pelo IBGE de pessoas de origem indígenas.

Tal dado não é evidência de aqui não era terra de “índios”, muito pelo contrário. De norte a sul o país era ocupado por indígenas. Na região norte do Brasil existe uma população indígena proporcionalmente maior do que no resto do país, mas isso se dá em razão de que os homens brancos tiveram dificuldade de dizimar indígenas que viviam em lugares longínquos e inóspitos do Brasil . Em Garça, no sudeste do país, a situação era diferente. No início do século passado, cada bastião indígena que ainda existia no Estado de São Paulo, era um alvo fatal e fácil por parte das forças estatais, a vida dos indígenas estavam com os dias contados por aqui. Importante lembrar desses fatos, pois este capítulo não está em nenhum lugar que conta a história de Garça e os alunos do município não aprendem isso na escola.

A terra na região de Garça era fértil e a floresta densa, era continuação da mata atlântica com toda a sua beleza e encanto. As primeiras derrubadas foram feitas pelo Dr. Navarro J. Cintra nas terras que se situam à direita de cabeceira do Ribeirão da Garça. Ali se formou uma fazenda, que em 1920, já estava consideravelmente desenvolvida. Não tardou, portanto, a surgir um povoado em torno da sede da fazenda.

O distrito foi criado no município de Campos Novos, e em 29 de dezembro de 1925, pela Lei estadual de n.º 2.100, sua sede era elevada à categoria de Vila. O município de Garça foi criado em 27 de dezembro de 1928, por força da Lei Estadual n.º 2.330, com território desmembrado do de Campos Novos e Pirajuí. E como era comum na época, fazer o corte raso da vegetação local era sinônimo de progresso. E assim foi feito aqui, assim como em grande parte do país.

A história do Lago Artificial de Garça-SP

O lago artificial de Garça, foi nomeado Lago Professor J.K. Williams, e é uma homenagem ao professor garcense Jennings Kendrick Williams. O Lago começou a ser construído no ano de 1979, mas foi inaugurado em 28 de agosto de 1980, pela gestão do Prefeito Francisco de Assis Bosquê (1977-1982). Logo tornou-se o cartão-postal da cidade. Mas com o tempo virou muito mais do que isso, foram realizadas diversas outras intervenções e edificações no entorno, assim, tornou-se também um lugar para a realização de eventos, um atrativo turístico, local para a para prática de atividades físicas, para passear com as crianças, ponto de encontro de jovens, lugar para se fazer piquenique, observar pássaros, enfim, um importante espaço público de convívio e laser para a população de Garça-SP e região.

Tem também a concha acústica onde são realizados shows musicais, entre outras apresentações, tem os pedalinhos e tem também uma pista de skate no entorno, além de abrigar o Bosque das Cerejeiras e um Jardim Oriental.

A cultura japonesa é nitidamente percebida em Garça. A população é formada também por imigrantes orientais, que trouxeram os costumes de lá. E é o local que melhor representa a influência nipônica no município de Garça-SP.

A história do Bosque das Cerejeiras em Garça começou em 1979, quando o imigrante japonês Nelson Kosche Ichisato plantou 100 mudas de cerejeiras, simbolizando a chegada da colônia japonesa na cidade e a esperança de um novo ciclo. Atualmente, o Bosque das Cerejeiras, ao redor do Lago Artificial Prof. J.K. Williams, possui mais de mil árvores e é palco do Cerejeiras Festival, um evento que celebra a cultura japonesa e atrai milhares de visitantes todos os anos. As cerejeiras são árvores emblemáticas do Japão, representando a beleza, a esperança e a transitoriedade da vida.

Ichisato, que nasceu no distrito de Oshima, província de Yamagutiken, no Japão dizia que desde pequeno tinha um apreço especial pelas flores das cerejeiras. Segundo ele, as floradas são uma marca tradicional da primavera japonesa, já que as famílias se reúnem com convidados para piqueniques, nos quais há o congraçamento entre as pessoas e a possibilidade de apreciar a beleza natural e comemorar o início da estação primaveril.

O plantio de cerejeiras em Garça, cidade de clima pouco parecido com o do Japão, foi visto, inicialmente, com descrédito. Ichisato plantou 110 mudas e várias delas, após poucos dias, morreram devido às chuvas torrenciais. Após um ano, novas mudas foram plantadas e, pouco a pouco, as plantas se adaptaram ao solo e o clima da cidade. Assim, após alguns anos, o bosque do lago “J.K. Willians” de Garça ganhava um novo visual. As árvores passaram a preencher o espaço com uma beleza singular e, a cada inverno, a comunidade pode assistir um espetáculo ímpar de cores.

O bosque e a Festa das Cerejeiras

Na florada das cerejeiras, geralmente entre junho e julho, é celebrada com a Festa das Cerejeiras, a mais tradicional da cidade, é um grande evento da cultura japonesa que ocorre anualmente na cidade. 

A festa não só resgata a cultura japonesa, mas também promove a confraternização entre diferentes povos, atraindo visitantes de várias regiões do Brasil. Esse evento é um dos maiores eventos da cultura japonesa no país e foi recentemente incluído no calendário turístico oficial do Brasil. Também tem uma relevância econômica significativa para o município de Garça, é hoje a maior atração turística. Porém, existe um potencial enorme para o ecoturismo, ainda bastante incipiente no município.

Como era o local do Lago Artificial antes de sua construção

Os moradores mais idosos do município ainda tem na memória como era o local antes das grandes intervenções humanas. Antigamente, não existia o lago artificial de Garça-SP, o local onde ele se encontra hoje, era uma grande área de várzea, um lugar de destino de boa parte das águas fluviais que precipitavam na cidade. Por ser um lugar mais baixo e plano que boa parte da cidade, as águas da chuva confluíam naturalmente para lá.

Assim, existia um ali um grande brejo, era uma área permanentemente alagada, possuía uma vegetação ao redor característica desse tipo de ecossistema, marcada pelas taboas, planta típica de áreas com água parada. Mas também era lugar de nascente d`água, minava o líquido precioso de forma natural.

Houve a ideia então de transformar parte dessa área de brejo em um lago artificial, já que a água era farta naquela época. Era início da década de 80, e depois também houve uma permissão para uma expansão imobiliária na região que hoje pela legislação ambiental atual não seria possível, pois seria considerado uma (APP) área de preservação permanente.

O resto de brejo que havia sobrado, posteriormente, foi todo aterrado. A informação que temos é que houve a canalização subterrânea da nascente. E no local foi construído a concha acústica e o restante foi transformado em um extenso gramado, hoje utilizado para diferentes fins, como para a realização de eventos ou para recreação da população.

Apesar de todas as ações antropogênicas feitas no local, a várzea do Lago ainda está lá. Basta uma chuva forte que não é raro haver alagamento em algumas partes do entorno do Lago. A água da cidade corre naturalmente para o Lago em razão da topografia da cidade, mas o terreno não tem mais a capacidade de reter a água e nem o solo permite que ela infiltre, e essa é uma das razões para que a nascente tenha secado. As águas da chuva naturalmente paravam onde hoje fica o lago, é preciso que essa água não corra para os bueiros, mas sim para onde corria antes e permanecia. Para isso, é preciso investir em intervenções urbanas modernas e sustentáveis que posam ajudar a revitalizar a nascente do Lago Artificial.

O papel das nascentes e das matas ciliares

As nascentes são a origem dos rios e córregos, responsáveis por abastecer aquíferos, garantir água potável e manter a biodiversidade. Já as matas ciliares funcionam como filtros naturais, protegendo os cursos d’água contra erosão, assoreamento e poluição. Ao destruir esses elementos, compromete-se toda a cadeia ambiental — e, em última análise, a própria disponibilidade de água para consumo humano.

Existiu em Garça em meados dos anos 2000, um grupo de ativistas ambientais, chamados Nascentes Vivas, a preocupação com as nascentes de Garça é antiga, mas o ideal daquela época continua mais vivo do que nunca, a preocupação de manter as nascentes vivas é uma necessidade cada vez mais premente. Porém, as dificuldades e as disparidades de armas nessa luta permanecem a mesma. Não tem como um pequeno grupo de pessoas achar que consegue manter nascentes que estão em propriedades privadas e que só o poder público, independentes de sua esfera, pode fiscalizar e adotar as providências para que de fato essa realidade mude. Embora, é preciso reconhecer que já houve certo avanço na sociedade, pois antes o sinônimo de progresso era terra arrasada e árvore no chão, mas a consciência da população segue em um ritmo mais devagar do que a devastação do meio ambiente, sem pensar tanto sustentabilidade futura do local.

Ignorar a importância desses ecossistemas, é assinar uma sentença de escassez cada vez mais próxima. Garça, que já foi uma referência na questão de preservação hídrica e qualidade da água, caminha no sentido oposto, permitindo que a degradação se torne regra.

Garça está entre os municípios de SP que mais destruíram vegetação nativa em 2024

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Grande queimada atingiu a região áreas de mata de Garça em 2024.

A região de Garça sofreu um golpe ambiental muito forte no ano de 2024. Um levantamento divulgado pelo Painel Verde, do Governo do Estado de São Paulo, colocou os municípios de Álvaro de Carvalho (SP) e Garça (SP) entre os que mais registraram destruição de vegetação nativa no estado em 2024. As cidades ocupam, respectivamente, o segundo e o terceiro lugares no ranking estadual, atrás apenas de Barretos.

Ou seja, nossa região perdeu mais de 1.110 hectares de rica mata nativa apenas em 2024, é um dado triste e alarmante que dificulta ainda mais a recuperação das nascentes. O clima cada vez mais quente e seco tende a aumentar esses episódios, é preciso que poder público esteja de prontidão aos desafios do que se pode chamar de novo normal.

Para ter noção do prejuízo ambiental de quem não é familiarizado com a medida de hectares, equivale a supressão de mais 11 milhões de metros quadrados ou 1.027 campos de futebol de vegetação nativa, que até então resistiam a devastação dos homens por estarem em grotões de difícil acesso em razão da topografia bastante acidentada.

Como a técnica de “plantar água” e uma cidade esponja poderiam ajudar na revitalização das nascentes de Garça

Esta foi uma forma comprovada de acelerar a revitalização de nascentes, ou até mesmo fazer brotar água onde tudo já estava seco. É uma técnica que pode ajudar na recuperação das nascentes garcenses que estão em situação de penúria.

É claro que não se pode ignorar a realidade no caso do Lago Artificial, ela se impõe impiedosamente, para o bem ou para o mal. Mas não nos é proibido pensar e imaginar outras possibilidades, pois o mundo é dinâmico e nem tudo que parecer eterno o é. Podemos aprender com a ciência, com as experiências bem-sucedidas e até mesmo com os erros cometidos no passado.

A aprendizagem é constante, assim como a necessidade de nos adaptarmos as atuais conjunturas. No caso do lago pode parecer um caso perdido, mas existem ações que podem colaborar para que futuramente, possa aumentar a quantidade de água no Lago de forma natural. É sempre mais fácil criticar do que propor melhorias para a resolução dos problemas, então é preciso aprender com as experiências já existentes, para que tenhamos opções e que possamos pensar fora da caixa. Tem pessoas que já fizeram isso e deram uma grande contribuição a humanidade.

Como assim “plantar água?

No caso do lago artificial de Garça, existem muitos entraves para a revitalização de sua nascente, pois hoje existem muitas edificações e não é possível derrubar tudo para que volte o que era antes, pois haveria um grande prejuízo para a população e para o município. Mas é possível pensar em plantar mais árvores onde hoje existe um grande gramado e o sol bate pleno sem uma sobra sequer que possa proteger o solo. Era um lugar em que antes era uma nascente que minava água. Porém, a expansão da malha urbana sufocou pouco a pouco a natureza que fazia a água brotar e o pior, foi construído um belo cartão-postal que parecia infinito, mas que hoje a natureza manda uma fatura salgada. É o preço a se pagar por décadas de omissão e escolhas duvidosas.

Falar em “plantar água” pode parecer estanho, mas é um termo usado para descrever a recuperação de nascentes através do reflorestamento de áreas degradadas ao redor delas, criando condições para que a água da chuva infiltre no solo e seja armazenada, e dessa forma revitalizar a nascente. Ernst Götsch, um agricultor suíço que provou na Bahia que isso é possível, e recuperou diversas nascentes com seu método que parece quase um milagre, mas não passa de técnica elaborada com base na experiência e na ciência. E consiste em:

Restauração do Equilíbrio Hídrico: O objetivo principal é aumentar a infiltração da água da chuva no solo e diminuir a evapotranspiração, reabastecendo os lençóis freáticos que alimentam as nascentes. 

Proteção e Conservação: A prática busca proteger os corpos das nascentes de fatores externos como o assoreamento, a contaminação e o pisoteio de animais, garantindo a continuidade da qualidade e quantidade da água. 

Melhora do Microclima: A vegetação criada no entorno das nascentes ajuda a manter a umidade do solo, aumenta a capacidade de retenção de água e diminui as perdas por evaporação, favorecendo o surgimento ou a revitalização das fontes.

O conceito das cidades esponjas

O arquiteto chinês Kongjian Yu, criador do conceito de “cidade-esponja”, faleceu em 24 de setembro de 2025. Ele foi vítima de um acidente aéreo no Pantanal, no Mato Grosso do Sul, enquanto gravava um documentário sobre o tema. Ele foi o criador desse conceito, de incentivar a criação de parques alagáveis, telhados verdes e calçamentos permeáveis, tudo isso faz parte de um modelo urbanístico conhecido como “cidade-esponja”. A proposta busca reter a água da chuva no próprio espaço urbano, reduzindo alagamentos e assegurando reservas de água para períodos de estiagem. O interessante é que ele comprovou na prática, que é possível aumentar o recurso hídrico disponível e o índice pluviométrico local, parece incrível, mas já é realidade.

Cidade-Esponja é um conceito de cidade sensível à água, remetendo à situação na qual a mesma possui a capacidade de deter, limpar e infiltrar águas usando soluções baseadas na natureza. Pode parecer um conceito distante da realidade, mas não é. É preciso reconhecer que ao menos uma boa iniciativa do poder público de Garça já foi adotada nessa direção. O Bosque Municipal de Garça passou por reforma para a substituição do piso asfáltico por pavimentos drenantes, que são mais adequados para uma área natural. Esse novo piso contribui para a melhor drenagem da água, evitando o acúmulo de água e favorecendo a conservação ambiental. Porém, essa iniciativa apesar de louvável, é só uma gota em um oceano cada vez mais seco. Por isso, existe a necessidade de outras tantas mudanças arquitetônicas e urbanísticas para que a cidade possa encontrar soluções que ajudem a absorver as águas de chuva – seja em áreas livres ou construídas, como:

1. Parques e Áreas Verdes: parques e áreas verdes desempenham um papel crucial na absorção e retenção da água da chuva.

2. Jardins de Chuva : Jardins de chuva são pequenas depressões ajardinadas que coletam e infiltram a água da chuva, filtrando poluentes e promovendo a recarga dos aquíferos.

3. Lagos e Pântanos Artificiais: são criados para armazenar grandes volumes de água da chuva e fornecer habitats para a vida selvagem.

4. Telhados Verdes: são uma tecnologia essencial nas cidades-esponja. Eles consistem em camadas de vegetação instaladas sobre telhados convencionais, que ajudam a reter a água da chuva, melhorar o isolamento térmico dos edifícios e reduzir a emissão de carbono.

5. Pavimentos Permeáveis: são uma solução prática para reduzir o escoamento superficial e aumentar a infiltração de água no solo. Esses pavimentos são feitos de materiais porosos que permitem a passagem da água, como concreto permeável e blocos intertravados. Eles são utilizados em calçadas, estacionamentos e ruas para mitigar o impacto da impermeabilização do solo.

6. Canais de Drenagem Natural: Canais de drenagem natural, ou swales, são valas rasas e vegetadas que canalizam a água da chuva de maneira controlada, promovendo sua infiltração e filtragem. Esses canais são projetados para capturar a água da chuva de telhados, ruas e calçadas, reduzindo a carga sobre os sistemas de drenagem tradicionais e melhorando a qualidade da água.

7. Sistemas de Biorretenção e Biofiltração: são áreas especialmente projetadas para capturar e tratar a água da chuva.

O Recurso Hídrico cada vez é mais escasso e valioso

Primeiro de tudo, é preciso ter em mente que a água é um recurso renovável sim, mas isso não quer dizer que é infinito. Para que a fonte de água seja renovável, é preciso cuidar dela e de seu entorno.

Á água limpa natural ou potável cada vez mais se torna um item mais raro e logo, com maior valor econômico. Muitas cidades são afetadas por pela falta de água, e isso tem consequências sociais, pois afeta as famílias em suas necessidades básicas, assim como também prejudica a economia. Por isso, é preciso entender que cuidar das nascentes e ter acesso à água a disposição, já é considerado um item de luxo no mundo de hoje e pode valer muito dinheiro, assim como sua ausência pode gerar gasto financeiro significativo. A falta de água em Garça, pode ser só questão de tempo. Só ver o exemplo de Bauru-SP em que o Rio Batalha já não consegue prover a água necessária para a população do município que frequentemente sofre com a sua escassez.

Assim como Bonito-MS virou referencia de turismo e preservação ambiental, é possível que Garça invista na preservação do meio ambiente e na recuperação de nascentes, pois o benefício será coletivo. É mais água disponível para a população da cidade e para os agricultores da área rural, é o fortalecimento do turismo rural, e com isso toda a atividade econômica do município também poderia se beneficiar. Atrativos naturais, cachoeiras e vales que guardam não só belezas incríveis, mas também podem virar um ativo financeiro relevante para todos. Inclusive para a arrecadação fiscal do próprio município.

A voz da experiência: Piramba e a observação do tempo

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Leito de rio em Garça quase seco

Os integrantes do Piramba são testemunhas oculares da história recente do meio ambiente em Garça. Não se trata apenas de estudos técnicos ou alertas de especialistas. O Piramba, grupo que há mais de quinze anos percorre as cachoeiras e represas da zona rural de Garça, tem percebido de forma clara a redução do volume de água nesses locais. Quem visita os mesmos pontos ano após ano enxerga o problema a olho nu: quedas d’água que antes eram caudalosas agora se resumem a filetes; represas que já transbordaram hoje apresentam margens secas e fendas expostas. Essa vivência é a prova concreta de que a crise hídrica da região não é uma possibilidade futura, mas uma realidade presente.

O Córrego do Barreiro e o Aquífero Guarani

Grande parte dessas nascentes deságua no Córrego do Barreiro, que historicamente foi a principal fonte de captação de água para o consumo da população de Garça. Hoje, porém, o córrego encontra-se totalmente assoreado, resultado direto do desmatamento e da ausência de proteção de suas margens. Diante da degradação, o poder público precisou recorrer a uma solução emergencial: perfurar um poço profundo no Aquífero Guarani, uma das maiores reservas de água doce subterrânea do planeta, para evitar que a cidade ficasse sem água potável. E já existe a previsão de perfurar ao menos outros dois poços a mais de 200 metros de profundidade para tentar solucionar problemas de falta de água que já afeta a população garcense.

A necessidade de usar o aquífero é sintomático da atual situação hídrica do município, pois trata-se de ter que recorrer a última alternativa, a de procurar pelas águas subterrâneas profundas, já que a abundância de água superficial de outrora, hoje parece um passado distante e sem volta.

É uma medida que resolveu a urgência, mas que não ataca a raiz do problema. Pior: se as nascentes e córregos continuarem abandonados, dependeremos cada vez mais de soluções emergenciais e iremos consumir uma reserva que era para ser das gerações futuras, ao invés de preservar o que já tínhamos à disposição.

Ainda assim, é preciso reconhecer: em comparação com cidades vizinhas, Garça não sofre com falta de água para beber. Isso não é mérito da gestão, mas da condição privilegiada da região, que ainda resiste graças ao Aquífero Guarani. Contudo, transformar a abundância em escassez não é difícil e tudo pode ser apenas uma questão de tempo.

A gestão pública que fecha os olhos

Não importa se é poder público federal, estadual ou municipal, a realidade é que sempre existiu uma tolerância as infrações ambientais, é a famosa vista grossa, como se fosse um problema de menor importância. No entanto, tem consequências reais que afetam a vida das pessoas e trazem maior responsabilidade para os gestores públicos

É impossível tratar desse tema sem apontar a responsabilidade dos governantes. A canalização de nascentes, a ausência de políticas sérias de recuperação de matas ciliares e a permissividade com ocupações irregulares próximas a cursos d’água demonstram que o meio ambiente raramente entra como prioridade. Prefere-se investir em obras de impacto visual imediato a pensar em sustentabilidade.

A redução da água no Lago Artificial, o assoreamento do Córrego do Barreiro e a necessidade de recorrer ao Aquífero Guarani não são obras do acaso: são consequências diretas da gestão pública que em geral despreza a ciência, ignora o ciclo da água e deixa de proteger o que deveria ser mais sagrado.

Um alento: existe uma lei municipal que vai na direção correta

A lei nº 5.525/2023 instituiu o programa de recuperação de áreas degradadas e alteradas “Adote uma Nascente” para preservar e conservar as nascentes e matas ciliares que mantém suas características naturais. O Poder Público tem suas limitações também, pode muito, mas pode muito mais com a colaboração da sociedade civil organizada. A lei instituiu duas categorias de voluntários do Programa:

1) – bem como atividades de educação a adotantes: voluntários responsáveis pelas ações de preservação e recuperação da nascente; um adotante ou associação de voluntários para cada nascente ou olho d`água, que será o responsável pela manutenção da área promovendo ações de preservação, recuperação ou conservação ambiental.

2) – padrinhos ou madrinhas: voluntários responsáveis por colaborar com as ações de adoção, um ou mais padrinhos ou madrinhas, para o financiamento e apoio às ações de proteção e conservação de cada nascente ou olho d`água objeto do Programa.

Entretanto, o programa de recuperação de áreas degradadas e alteradas “Adote uma Nascente” deve ser estruturado e implementado pelo Conselho Gestor previsto na Lei. Até o momento, do que foi noticiado, houve um caso de adoção de nascente. Trata-se de área localizada no Jardim Paineiras, onde está localizado o Córrego do Barreiro.

A área foi adotada pelo SAAE e apadrinhada pela Faculdade de Engenharia Florestal – FAEF, onde foram plantadas 1.700 árvores. Nesse formato, o SAAE fica responsável pela manutenção das mudas e preservação da área, enquanto a FAEF fica responsável pela orientação técnica, projetos e fornecimento de mudas.

Entretanto, a iniciativa parece que não ganhou escala, além disso, não basta apenas cuidar da nascente, é preciso também cuidar do restante do curso d´àgua. Do que adianta uma nascente revitalizada que depois vira um córrego sem mata ciliar e que sofre assoreamento?

Necessário saber se o Conselho Gestor previsto em na Lei está exercendo as suas atribuições e se o programa está em funcionamento e logrando êxito, pois até o momento não há sinais de melhora na preservação das nascentes e córregos da região. A lei é louvável e pode ser até um alento, mas é preciso que vá muito além do papel e possa ser uma ferramenta efetiva para a transformação da realidade.

Muito além do Lago Artificial

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Cachoeira quase seca

A situação do Lago Artificial é um alerta, mas não o único. Se nada for feito, outras nascentes seguirão o mesmo destino, o que compromete não apenas a paisagem, mas o futuro da cidade e da região. O problema não é apenas ambiental, mas também social e econômico: sem água, não há agricultura, não há saúde pública e não há qualidade de vida. São inúmeras as cenas na região de Garça de represas secando, córregos cada vez com menor volume de água e cachoeiras e seus poços cada vez com menos água. Realidade triste e cruel que pudemos acompanhar como uma série da TV, mas que não é nada legal de assistir.

O Dilema: aceitar a derrota ambiental ou tentar revitalizar a nascente?’

Diante do que se tornou o Lago Artificial de Garçae todo o seu entorno, de todo o investimento público realizado e uma vez que virou um local para eventos, lazer e turismo, não tem como reverter tudo e fazer voltar a área de várzea que existia ali. A expansão urbana foi cruel com este ecossistema local. Mas existem sim providências que podem ser adotadas para ajudar na revitalização e aumentar a umidade do lugar. Naturalmente é um local para abrigar e reter água, mas hoje respira por aparelhos nessa questão. O mesmo homem que causa a seca da nascente, pode sim adotar medidas para mitigar o prejuízo.

As mudanças Climáticas e outras ações antropogênicas que afetam o Lago Artificial

A ação humana de fazer o aterramento da nascente, de impermeabilizar boa parte do entorno em que havia vegetação, acabou por dar lugar a casas e outras edificações, fruto da pressão e especulação imobiliária.

Uma grande parte do que seria um ecossistema a ser preservado no coração da cidade, acabou sendo todo aterrado e transformado uma grande parte em um extenso gramado, um grande descampado, quase sem nenhuma árvore, que virou uma grande área de laser para famílias de várias formas. Jogar bola, soltar pipa, andar de bicicleta, entre outras atividades e recriações. Porém, na falta de árvores, o sol bate forte em um lugar em que antes era quase tudo água. A ausência de árvores no local, também colabora para que a nascente do lago tenha secado e ter que furar um poço para que o cartão-postal do município não vire mais uma história triste, entre outras tantas da nossa história de catástrofes ambientais.

Houve diminuição do regime de chuvas em Garça, o que fez com que o índice pluviométrico anual médio esteja em declínio. O município vem sofrendo com uma precipitação cada vez com menor volume de água e também as chuvas têm ficado menos frequentes na região. Trata-se de um problema bem mais abrangente, e que depende não só da ação de um governo local, regional ou nacional, mas sim de providências da governança global como um todo. Essa é uma luta da humanidade contra o tempo e até agora não temos sido bem-sucedidos nessa batalha.

Conclusão: responsabilidade coletiva

Todo cidadão garcense valoriza o Lago, pois realmente o lugar é uma joia do município, e hoje podemos estar em choque com o fato de a nascente do lago ter secado. Mas infelizmente, esta nascente é só uma entre outras centenas, senão milhares de nascentes que brotam em nossa região e que estão pedindo socorro. Uma andorinha só não faz o verão, assim como uma nascente só não nos assegura a segurança hídrica que o município necessita. O lago é sim o local mais conhecido de Garça, mas não é mais importante do que o córrego do barreiro que fornece a água para a sua população. Assim, como também não é mais relevante do que outras diversas nascentes que são de suma importância para o microclima local. Mas é preciso que cada área de competência faça sua parte na medida de suas atribuições.

Nem os gestores públicos, e nem a sociedade cível cuidaram ou cuidam hoje das nascentes como deveriam, é um descaso de décadas. Mas o poder público tem, sim, a obrigação de agir. A experiência mostra que esperar somente por ele não resolve. Cabe também à população se mexer, se conscientizar e cobrar mudanças, bem como adotar práticas de preservação no dia a dia, seja na direção de respeitar as áreas de nascente, evitar o desperdício de água, apoiar projetos ambientais ou denunciar irregularidades ambientais. A defesa da água não pode mais ser vista como tarefa de terceiros: é uma responsabilidade coletiva, e quanto mais cedo entendermos isso, maiores as chances de garantir um futuro em que Garça continue sendo sinônimo de fartura de água e não de escassez.

O imediatismo do homem cobra um preço no futuro, é preciso pensar hoje nas próximas gerações, estamos em uma luta contra o relógio nessa questão. É de suma importância ter consciência de que é preciso cuidar das nascentes hoje, pois amanhã poderá ser irreversível, ou então o gasto e trabalho necessário pode tornar a tarefa inviável. Para que a questão hídrica do município seja melhor no futuro, é indispensável que haja a colaboração da população com um uso da água de forma mais consciente, os proprietários rurais devem envidar esforços na recuperação e manutenção das matas ciliares e o mais importante, os gestores públicos devem ser atuantes na área do que lhe compete, que se dê o devido valor ao que realmente tem valor.

Por tudo isso, é preciso para ontem que cada cidadão ou gestor público comece a mudar de mentalidade e também hábitos e costumes, para que possamos todos nós adotarmos providências diferentes do que fizemos no passado. As escolhas de hoje precisam levar em conta não só o futuro, mas as ações e omissões do passado que já afetam o nosso hoje de forma impiedosa. Existe um ditado que diz que “o dinheiro não aceita desaforo”, mas é por que damos mais importância a ele. Entretanto, na realidade, é a natureza que não aceita desaforo, e quem paga boleto somos todos nós. Mas a esperança não pode morrer, nossa terra é gentil e generosa, se voltarmos a tratá-la bem, o que antes era cinza e seco, pode voltar a ser um lugar verdejante e úmido, assim como já foi um dia. Tudo dependente, infelizmente ou felizmente, da ação humana.

Autores: Vicente Aranha Conessa e Rudi Ribeiro Arena, fundadores do Piramba, entidade sem fins lucrativos e marca registrada que promove e divulga os patrimônios naturais, culturais e históricos da região de Garça-SP.

Fontes:

https://www.garca.sp.gov.br/portal/noticias/0/3/10058/indice-de-chuvas-em-garca-mostra-queda-significativa-em-2024

https://marilianoticia.com.br/garca-registra-reducao-de-2138-de-chuvas-em-2023/

https://www.garca.sp.gov.br/portal/noticias/0/3/8767/adote-uma-nascente-saae-e-faef-sao-os-primeiros-adotantes-do-projeto

https://leismunicipais.com.br/a/sp/g/garca/lei-ordinaria/2023/553/5525/lei-ordinaria-n-5525-2023-institui-o-programa-de-recuperacao-de-areas-degradadas-e-alteradas-adote-uma-nascente-no-municipio-de-garca-e-da-outras-providencias?q=3

Livro: Exploração do Rio do Peixe – São Paulo 1913 – publicado pela Comissão Geográfica e Geológica do Estado de São Paulo

Livro: Exploração dos Rios Feio e Aguapehy : (extremo sertão do estado) : 1905, publicado pela Comissão Geográfica e Geológica do Estado de São Paulo.

https://www.bbc.com/portuguese/brasil-59269706

https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2021/11/16/ernst-gotsch-o-agricultor-suico-que-ensina-a-plantar-agua-na-bahia.ghtml

https://www.nationalgeographicbrasil.com/meio-ambiente/2025/09/realmente-e-verdade-que-a-camada-de-ozonio-da-terra-esta-se-recuperando

https://redejuntos.org.br/cidades-esponja-inovacao-urbana-sustentavel/

https://repositorio.unesp.br/server/api/core/bitstreams/a50dbe4e-7bc8-458a-a560-d3e977beffcd/content

https://www.garca.sp.gov.br/portal/turismo/0/9/4704/bosque-das-cerejeiras

https://www.garcaemfoco.com.br/noticia/20301/prefeitura-vai-perfurar-poco-para-garantir-nivel-de-agua-do-lago

https://www.garca.sp.gov.br/portal/noticias/0/3/9592/agua–abastecimento-esta-garantido-em-garca-devido-ao-poco-tubular-profundo-do-aquifero-guarani#:~:text=O%20abastecimento%20de%20%C3%A1gua%20em%20Gar%C3%A7a%20est%C3%A1,SAAE%2C%20tem%20uma%20vaz%C3%A3o%20de%20200%20mil

https://g1.globo.com/sp/bauru-marilia/noticia/2025/04/28/alvaro-de-carvalho-e-garca-estao-entre-os-municipios-de-sp-que-mais-destruiram-vegetacao-nativa-em-2024.ghtml

https://pirambamtb.com/2023/02/16/o-flagrante-do-bote-que-o-jacare-deu-em-cima-de-uma-cobra-no-pantanal/

https://www.ecooar.com/selo-verde/280/desafio-piramba-jetflex-2024

https://www.ecooar.com/perfil/438/piramba-mtb

https://www.ecooar.com/selo-verde/280/desafio-piramba-jetflex-2024

https://pirambamtb.com/2017/10/24/cachoeira-da-constroli-antes-e-depois/

Fotos:

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Antes (Cachoeira da Constroli)
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Depois (Cachoeira da Constroli)
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Antes (Poço do Porco)
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Depois (Poço do Porco)
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Antes (Cachoeira da União)
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Depois (Cachoeira da União)
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Antes (Cachoeira da Geladeira)
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Depois (Cachoeira da Geladeira)
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Antes (Cachoeira da Coruja)
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Depois (Cachoeira da Coruja)

Lontra no Lago Artificial de Garça-SP

Em um flagrante raro, conseguimos registrar imagens de uma lontra devorando um peixe no Lago Artificial Prof. J. K. Williams, depois de se fartar, submerge na água e se vai. ela Já havia sido vista no lago na semana passada a esse registro e tudo leva a crer que ela adotou o lago de Garça como morada. O interessante é que a presença dela demonstra que há uma fauna relevante e rica nessa região.

A lontra-neotropical (nome científico: Lontra longicaudis), também conhecida como lobinho-de-rio e lontrinha, é uma espécie de mamífero da família dos mustelídeos (Mustelidae). Ocorre na América Central e América do Sul, do noroeste do México até o Uruguai. Habita em rios, lagos e lagoas em vários ecossistemas, como pantanais, florestas tropicais e cerrados. A lontra-neotropical prefere viver em águas claras, onde alimenta-se principalmente de crustáceos e de peixes. Esta lontra possui tanto hábitos noturnos quanto diurnos. Está localizada na classe mais alta da cadeia alimentar como um animal importante para todo o ecossistema aquático, sendo, portanto, um indicador de boa qualidade biológica para o ambiente. As lontras são cativantes e atrativas, sendo utilizadas como formas de sensibilização do público tanto para a conservação da espécie como para a importância das áreas úmidas em geral.

Com mais de um metro de comprimento a lontra é um mamífero semiaquático, parente da irara e da ariranha, que se distribui por quase todo o território brasileiro. Mas apesar de ser popularmente conhecida pela grande maioria das pessoas ela é considerada espécie cheia de “mistérios”.

Isso porque não é fácil encontrar uma lontra na natureza. O animal que tem hábito solitário é arisco e dificilmente se mostra ao homem. Mas alguns vestígios como fezes, pegadas e tocas podem entregar a presença dela em determinada localidade. Quer saber mais sobre esse bicho curioso? Confira algumas curiosidades!

Na água e na terra

Considerada um mamífero semiaquático a lontra é ativa tanto em terra quanto na água. Em terra ela se reproduz, encontra abrigo que são conhecidos como toca, descansa e cuida dos filhotes. Porém na água ela encontra a principal fonte de alimento. É considerada uma excelente nadadora e mergulhadora, tem membranas nas patas adaptadas ao ambiente aquático. É mais ágil dentro d’água do que fora.

Dieta balanceada

A lontra se alimenta principalmente de peixes e crustáceos que encontra no ambiente aquático, mas também pode adquirir ao cardápio, pequenos mamíferos, répteis e até aves. Geralmente na hora de fazer uma boquinha a espécie sobe em pedras ou se desloca às margens dos rios e lagos.

Lontras dormem e cuidam dos filhotes em tocas próximo aos rios e lagos — Foto: Giselda Person

Lontras dormem e cuidam dos filhotes em tocas próximo aos rios e lagos — Foto: Giselda Person

Esconderijo e abrigo

Apesar de adorar água, a lontra encontra refúgio em terra, mais precisamente em barrancos onde constrói tocas ou aproveita de cavidades naturais para descansar. Na maioria das vezes escolhe locais altos com subidas íngremes para dificultar o acesso de algum possível predador. As tocas são próximas à água, onde ela se desloca rapidamente se houver qualquer sinal de perigo.

Fezes são feitas em pedras e ambientes visíveis para marcar território — Foto: Giselda Person

Fezes são feitas em pedras e ambientes visíveis para marcar território — Foto: Giselda Person

Fezes poderosas

A lontra usa as fezes para marcar território. Geralmente são feitas em lugares visíveis como em cima de pedras e troncos, onde outros indivíduos possam ver e logo identificar que o aquele espaço já tem dono. Pesquisas apontam também que as fezes servem também como uma manifestação de dominância hierárquica. Uma curiosidade é que as fezes são geralmente escamadas e possuem um cheiro doce almiscarado.

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Lontra-neotropical

https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/noticia/2020/08/14/arisca-e-solitaria-voce-conhece-a-lontra.ghtml

As Lindas Imagens Aéreas da Cachoeira das Araras

Essa foi a primeira e única vez que o PirambaCopter entrou em ação na Cachoeira das Araras em Garça-SP. As imagens captadas mostram o lindo cânion que fica relativamente próximo do bairro rural Adrianita, e também a grande queda da Cachoeira das Araras com suas águas límpidas. Este é mais um lugar mágico e pouco conhecido dessa região, e que possui encantos mil e paisagens deslumbrantes tanto por cima como por baixo da queda d´água.

A desapropriação e tombamento da Igreja da CIA Inglesa em Gália-SP

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Essa semana fizemos um pedal noturno e nos deparamos com uma placa de desapropriação e tombamento ao redor de 10 mil metros da Igreja da antiga CIA Inglesa que foi colocada pela Prefeitura de Gália-SP. Esse pode ser um importante passo do poder público para a sua restauração.

Agora vamos aguardar ver se serão adotadas medidas para a proteção e restauração desse patrimônio histórico incrível de nossa região ou se permanecerá a contagem regressiva para o seu desabamento sem que nenhuma providência a mais seja tomada.

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Infelizmente, nesse caso, o tempo está jogando contra. É rezar para que as estruturas em frangalhos da Igreja aguente esperar todos os trâmites burocráticos e a destinação dos recursos necessária para que o local possa ser recuperado e voltar a receber visitas com segurança. Se assim for, o local poderá continuar a ser um grande atrativo turístico da região.

Após a postagem desse texto no Instagram do @piramamtb, recebemos com satisfação o seguinte comentário do perfil no Instagram da Prefeitura Municipal de Gália-SP:

Agradecemos a preocupação e o carinho que vcs tem com a Igreja da Cia. Inglesa. Bom mas vamos lá, a placa que vcs instalaram, não sabemos o que aconteceu, não foi a prefeitura que removeu pois sabemos que a Igreja recebe grande número de visitantes toda semana, só instalamos nossa placa como está na foto. A respeito do Tombamento, como já foi divulgado em nossas redes sociais já criamos a lei que tombou esta Igreja como patrimônio histórico e cultural do município, o próximo passo foi fazer a desapropriação para tornar a Igreja do município e recentemente recebemos a imissão de posse, possibilitando que fizéssemos algo para assegurar a integridade das pessoas que por ali passam. Porém como é de se saber o município é pequeno e dispõe de poucos recursos; A prefeitura precisa angariar emendas na esfera estadual e federal para iniciarmos um processo de restauração (que não vai ficar barato). Esclarecemos ainda que em breve estaremos dando início a este longo processo, mas estamos abertos a receber todo e qualquer tipo de doação para auxiliar nisto, a momento estamos a passos lentos, mas não estamos parados e tão logo teremos o nosso e o vosso sonho realizado.”

O Piramba entende que se existe um objetivo comum, e por isso, seria interessante que o Poder Público, a Sociedade Civil e a Iniciativa Privada pudessem se unir por essa nobre causa em benefício a toda região que compreende não só Gália, mas Garça, Marília, bem como todo o Centro Oeste Paulista como o Interior de São Paulo. Quem sabe assim seja possível acelerar a preservação desse lindo patrimônio histórico que ao mesmo tempo contempla tanta história, e também é um grande atrativo turístico, já reconhecido pela população e muito visitado. Merece com muita razão toda a atenção e esforços conjuntos para que a merecida e almejada restauração da igreja da CIA Inglesa torne-se finalmente uma realidade que ajudará inclusive a economia dessa região do Estado de São Paulo.

Rudi Arena

Piramba Bike Station em Atividade Graças a Parceria Inédita!!!

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Hoje é um dia de muita alegria porque o Piramba instalou seu primeiro “Piramba bike station” em parceria com a @ppa_brasil com o apoio da @lamaglia.personalizados , @ealog_group e @amiimpressoes .
O bike station é uma estação que contém bomba e ferramentas para pequenos reparos na bicicleta.
Esse projeto sensacional idealizado pelo pirambeiro João Daniel será o piloto para no futuro ter mais bike stations espalhados por Garça e região.
O local escolhido foi pensado em atender os ciclistas que se deslocam a trabalho no Distrito Industrial, bem como, aqueles que vem de cidades vizinhas e acessam a cidade pela entrada de Marilia.
Além disso, como fica defronte a guarita da PPA, que opera 24 horas, serve como local de vigilância inibindo eventuais ações de vandalismo.
A ideia é, cada vez mais, fomentar o uso da bike e poder fornecer meios para facilitar quem escolhe como meio de transporte ou até mesmo esporte.
E ai, o que achou do Piramba Bike Station?

De ciclista para ciclista e toda sociedade Garcense utilizar e zelar por essa importante ferramenta.

#somostodosguardioes

By Piramba MTB

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Por aliancabike*

Um grupo de amigos apaixonados pelo mountain bike, e mais ainda pela natureza, fizeram das pedaladas às cachoeiras ponto de partida de um clube de serviços que é o primeiro a atuar com CNPJ no município de Garça, interior de São Paulo. O Piramba MTB é uma organização sem fins lucrativos que está movimentando a cena da cultura da bike e acompanhando de perto a reaproximação do polo industrial da região ao uso da bicicleta como meio de transporte.

Nesta semana, o grupo instalou um primeiro bike station ao lado da ciclovia do distrito industrial, em frente à sede de uma empresa parceira. “Decidimos fazer essa ação de voluntariado para ajudar os ciclistas que passam por ali, conseguimos uma autorização de uso do espaço com a prefeitura e a empresa PPA vai colaborar com a vigilância da instalação para evitar vandalismos e nos ajudar a avaliar uso e possíveis melhorias”, comenta Vicente Conessa, fundador do @pirambamtb.

O mais legal da iniciativa, que deve fazer a doação de outras duas bikes stations nos próximos meses, é a articulação que o Piramba MTB está buscando construir na região. Apesar de pequena, Garça fica pertinho das cidades de Marília e Bauru e tem grande potencial para o cicloturismo. “Hoje somos um clube com 25 associados, aos poucos estamos entendendo como podemos atender melhor a região e nossos visitantes com projetos de fomento à cultura da bike e de turismo receptivo”.

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Além do pedal, o clube promove encontros de trekking e rapel e está investindo no diálogo com o poder público. De um dos encontros, saiu a promessa de uma ciclofaixa de lazer operada pela prefeitura aos domingos, para atrair ciclistas e proporcionar mais lazer à população. “A gente espera que a operação tenha início neste primeiro semestre!”

*https://www.instagram.com/p/CcTqA5iri0r/

 #pirambamtb #bikestation #mobilidade #mecanica #suporte #cicloturismo

Garça e região também é terra de Caranguejo! Saiba mais sobre esse crustáceo de água doce.

Quando a gente ouve falar em caranguejo geralmente a gente associa a praia e ao mar, mas temos no Brasil algumas espécies de Caranguejo de Água Doce no restou da mata atlântica também. E muitos não imaginam que Garça tem o privilégio de ter esse crustáceo em sua fauna.

Porém, esse dias atrás meu grande amigo César Sartori, companheiro de cachoeiras e pirambeiras fez um raro registro de um caranguejo de água doce. O bicho estava próximo a uma rocha, ele gosta de tipo de ambiente e ajuda no seu mimetismo. O flagrante aconteceu na Cachoeira dos Macacos que fica entre Garça e Álvaro de Carvalho, e a presença desse tímido crustáceo é para ser comemorada.

É uma boa notícia a presença deles nessa região, pois geralmente gostam de viver em córregos límpidos, sinal de que temos cursos d´águas que proporcionam um ambiente adequado para sua existência. Como é possível ver no vídeo, a água onde ele foi estava transparente, por isso, cuidar de nossas nascentes é indispensável para a manutenção de população dos caranguejos. Assim, essa região pode continuar sendo habitat para eles, o que contribui também para o equilíbrio da cadeia alimentar e do ecossistema local como um todo.

Junto a esse registro também existe um outro feito há um tempo atrás em uma das Cachoeira do Vale da Graça em Vera Cruz por um outro amigo meu, o Juares, mas infelizmente a foto se perdeu com o tempo e não foi possível postar aqui. Mas não deixa de ser mais uma evidência que embora raro, temos sim caranguejo em nossa região e que nossas nascentes sejam cada dia mais vigorosas e que registros como esse possam ser feitos com mais frequência.

By Rudi Arena

Conheça mais sobre o Carangueijo de Água Doce*

Nome em português: Caranguejo de água doce, Caranguejo de rio, Goiaúna, Guaiaúna.
Nome científico: Trichodactylus petropolitanus (Göldi, 1886)

Origem: Sudeste da América do Sul
Tamanho: carapaça com largura de 5 cm
Temperatura: 20-28° C
pH: indiferente

Dureza: indiferente
Reprodução
: especializada, todo ciclo de vida em água doce
Comportamento: pacífico
Dificuldade: fácil

Apresentação

Os Trichodactylus são os caranguejos dulcícolas mais comuns fora da bacia amazônica, são pequenos caranguejos totalmente aquáticos, de hábitos noturnos. Embora comuns, raramente são vistos no comércio aquarístico.

Devido à sua abundância, estes animais são importante componente da cadeia trófica de ambientes dulcícolas. Comestíveis, são também relevante fonte de alimentação para populações ribeirinhas.
            Etimologia: Trichodactylus vem do grego thríks(cabelo) e daktulos (dedo); petropolitanus significa habitante do município de Petrópolis (RJ).

Origem

            Até a pouco considerada uma espécie exclusivamente brasileira, com ocorrência nos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, sendo que sua distribuição coincide amplamente com os domínios da quase extinta Mata Atlântica. Em 2003 foi coletada também no norte da Argentina.

Vivem em riachos límpidos, geralmente montanhosos, mas podem ser coletados também em lagoas e represas. Vive entre rochas ou vegetação aquática. Preferem substratos rochosos, que facilitam seu mimetismo.        Um trabalho genético recente confirmou que os T. petropolitanus são monofiléticos. Curiosamente, este trabalho situou geneticamente a espécie entre os diversos clados que compõem o Complexo T. fluviatilis.

Distribuição geográfica de Trichodactylus petropolitanus. Imagem original Google Maps; dados de Magalhães C. In: Melo GAS. 2003 e César II et al. 2004.

Aparência

Cefalotórax de altura média, arredondado. Olhos pequenos, antenas curtas. Grandes quelípodos, assimétricos nos machos. Pernas dispostas lateralmente. Geralmente de cor marrom-escura avermelhada.

Existem duas famílias de caranguejos de água doce no Brasil: Trichodactylidae e Pseudothelphusidae. Os primeiros podem identificados por dois detalhes: dáctilos com pêlos (ao invés de espinhos, daí seu nome), e segundo maxilópode. Dentro da família, os Trichodactylus podem ser identificados baseados na forma do abdômen (segmentação de todos os somitos, sem fusão), e a escassez de dentes na margem da carapaça (até 5). O T. petropolitanus pode ser identificado por ter três dentes na borda ântero-lateral da carapaça, eqüidistantes, e carapaça irregular.

Assim como o T. fluviatilis, esta espécie têm sub-espécies com alguma variação no padrão de dentição da carapaça.

Aspecto da borda ântero-lateral da carapaça: Trichodactylus dentatus com três dentes, os dois primeiros próximos entre si e um pouco afastados do terceiro, este sempre menor e às vezes vestigial; Trichodactylus petropolitanus com três dentes equidistantes; Trichodactylus fluviatilis com borda lisa, às vezes com um a três entalhes, ou no máximo um dente. Fotos de Carlos Magno e Walther Ishikawa.

Parâmetros de Água

É uma espécie robusta, bastante tolerante quanto às condições da água, mas se desenvolve melhor entre 20 e 28° C, pH e dureza indiferentes.

Reprodução

Todo seu ciclo de vida se dá em água doce. A reprodução ocorre nos meses mais quentes e chuvosos do ano.

Produzem poucos ovos de grandes dimensões, apresentam desenvolvimento pós-embrionário direto, onde as fases larvais completam-se ainda dentro do ovo. Na eclosão são liberados indivíduos já com características semelhantes ao adulto. Por vários dias, os jovens são protegidos e carregados pelas fêmeas sob o abdome, caracterizando cuidado parental.

Comportamento

São animais totalmente aquáticos, não necessitando vir à superfície para respirar. Porém, suportam algum tempo fora d´água, principalmente se houver umidade. Fugas são bastante frequentes, o aquário deverá ser sempre mantido bem tampado.

Não são agressivos, porém possuem garras potentes, e acidentes podem ocorrer. Existem diversos relatos de sucesso na manutenção destes animais em aquários comunitários, sem agressividade com peixes e camarões. Invertebrados bentônicos fazem parte da sua dieta, assim, deve-se atentar somente à presença de caramujos ornamentais, que serão rapidamente predados. Pelo mesmo motivo, caranguejos muito pequenos (da mesma, ou outra espécie) correm riscos de predação. Plantas tenras podem ser devoradas também.

Não são animais muito ativos, têm movimentação lenta, sempre que possível preferindo ficar imóveis. Por serem escavadores, não são indicados para tanques com substrato fértil, ou com layout ornamental. Adultos têm hábitos noturnos, e costumam ficar entocados até anoitecer, jovens são mais ativos durante o dia.

Como os demais crustáceos, tornam-se vulneráveis após a ecdise, e podem ser predados por outros animais. Por este motivo, nesta época permanecem entocados, até a solidificação completa da carapaça.

Alimentação

Não são nada exigentes quanto à alimentação, comendo desde algas, animais mortos a ração dos peixes. Como mencionado, caçam ativamente caramujos e outros pequenos invertebrados, e podem se alimentar também de plantas com folhas tenras.

*Fonte: http://www.planetainvertebrados.com.br/index.asp?pagina=especies_ver&id_categoria=25&id_subcategoria=23&com=1&id=86&local=2

Piramba brothers exploram cachoeira inédita que há muito tempo não recebia visita humana.

Acordar cedo para encontrar os Pirambas brothers deslizando em duas rodas é o tipo do programa que entra para a história e dessa vez não foi diferente.


Quando o Sr Piramba brother Vicente Conessa na véspera do role me contou sobre o volume e intensidade dessa aventura e que teríamos os ninjas da Mtb, o Srs Piramba brothers Fausto e Rudão já percebi que nossa trilha seria do jeito que a gente gosta.


Nos encontramos nas primeiras horas da manhã para sairmos pedalando com direção marcada para uma cachoeira que até então nunca tinha sido explorada.


Logo que chegamos na fazendo um dos funcionários de forma prestativa e munido de autorização nos conduziu e juntos descemos até o fundo da propriedade.


Era uma paisagem de tirar o folego pois aos nossos pés um paredão de rocha perfeito para quem gosta de fazer escaladas e lá na frente outro paredão, isso mesmo, um paredão de frente para o outro, que entre eles deve ter uns 3 quilômetros.

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O Senhor que nos conduziu não acreditava que íamos descer até o objetivo pré-definido pelos pirambas, tanto que repetiu várias vezes a frase mais ecoada nos pequenos abismos:
“…Rapaz. Vocês estão mesmo a fim de aventuras…”

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Achamos uma antiga estrada feita para o gado poder subir, descemos com as bikes aproximadamente uns 300 metros e resolvemos deixar as magrelas ancoradas em uma sombra atras de uma moita qualquer e descer a pé, mas a estrada logo sumiu em meio a um matagal, assim como já disse a estrada era muito antiga.

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O mato muito mais alto que nossas cabeças em meio a galhos carregados de formigas esperando a gente passar o braço para elas se divertirem nos mordendo.


Já estávamos com mais de uma hora fluindo no trekking e demos de cara com um brejo com galhos de taboa facilmente maiores que 2 metros de altura e alagado com água que afundava até a cintura.
E é claro que não havia outra opção, saímos empurrando mato adentro do brejo, andamos por córregos com águas claras e transparente que nos dava real impressão de profundidade e nos permitia ver a movimentação de pequenos o tempo todo.

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O paredão de pedra que estávamos seguindo desde que descemos das bicicletas era nossa principal forma de navegação e estava ficando cada vez mais perto.


Depois de quase 4 cansativas horas de trekking já conseguíamos ouvir o barulho da cachoeira tão esperada, a última pedra escalada nos deu de cara com um espetáculo maravilhoso da natureza, um verdadeiro privilégio. A cachoeira que estávamos ansiosos para conhecer finalmente estava nos molhando com um volume muito forte de água.

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Difícil imaginar a verdadeira altura da cachoeira, acredito que passe de 60, 70 metros, ficamos molhados e descansando as pernas para a volta, imaginando que teríamos mais 4 horas de trekking e uma boa pedalada para voltar para casa. Ainda é possível manter a natureza preservada, pirambe-se.

By Thiago Zancopé

Cachoeira das Araras por Baixo pela 1ª Vez

Pela primeira vez chegamos até em baixo da belíssima Cachoeira das Araras, foi preciso fazer um longo e desgastante trekking até chegar no pé do imenso paredão em que cai as águas da cachoeira que são resultado do encontro do Córrego Águas da Prata com o Córrego Águas de Ouro um pouco acima da queda.

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Foram ao todo 15 Kms, grande parte andando pelo leito do rio, enchendo o tênis de areia que logo precisava ser esvaziado para poder seguir em frente. Em muitos trechos o leito do rio afunila e água chegava até o peito. A volta para chegar a civilização foi de muita subida, mas muita mesmo. E é claro, muito mato alto, pirambeira pura e bruta. As dores nos pés e nas pernas ainda seguem até hoje, três dias após ter feito a trilha a pé, só para chegar até a cachoeira foram cerca de três horas de caminhada, e nos deparamos com cobras peçonhentas e aranhas de impor respeito.

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A cachoeira fica no fundo do bairro rural da Adrianita e para o lado do Pesqueiro do Codonho, e de acesso bem difícil, para chegar até ela também é preciso escalar rochas gigantes.

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Essa foi uma das presepadas mais difícil que eu já me enfiei, mas também foi um dia que ficará marcado para sempre para quem estava nessa saborosa e cansativa enrascada. A Cachoeira de baixo é muito imponente, muito alta, as águas são límpidas, é de uma beleza fantástica, mas cobra um preço alto, sem dúvidas. Era um dos lugares que o Piramba sempre quis chegar quando avistava de cima a queda da Cachoeira das Araras e chegar lá em baixo sempre pareceu algo quase impossível, não é, mas é preciso planejar muito bem antes encarar essa aventura, não foi que fizemos nesse dia, mas na vida a gente tem que aprender com os nossos erros.

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O sol se foi e ficamos longe de casa e exaustos com dores nos pés e nas pernas, todos riscados pelo capim navalha até os braços e no escuridão da noite, e ainda meio que perdidos em um vale remoto entre Garça e Gália, dentro de um rio onde a luminosidade da lua cheia não nos alcançava em razão da mata ciliar ao redor, um lugar até então desconhecido, cá entre nós, é uma experiência um tanto assustadora e na hora passamos apuros.

Por outro lado, foi uma das melhores e mais diferentes experiências que vi e o pior, eu fui levar comigo meu amigo e o seu o cunhado espanhol que estava em Garça a passeio e foram parceiros nessa aventura recheada de sentimentos intenso, da alegria de chegar até a cachoeira até ao desespero de não enxergar uma a saída nome meio do nada a noite, e também do alívio e cansaço no final.

Que dia!!! O bom que deu tudo certo, ainda que tarde da noite, e com certeza esse dia há de me deixar mais resiliente e também aprender que é preciso planejar melhor as próximas empreitadas do gênero.

By Rudi Arena

Pedal Bosque Municipal e Cachoeira da União. Piramba Kids com imagens aéreas incríveis do PirambaCopter!

Chegou o dia de apresentar a piramba para o meu filho

Chegou o dia que eu tinha prometido para o Ravi, o meu filho de 08 anos, que era leva-lo de bike até uma cachoeira, ou seja, apresentar de bike a pirambeira, e assim aumentar o nível de dificuldade dos nossos pedais. Já tínhamos ensaiado para este dia, fomos até Jafa algumas vezes que tem lá suas subidas e descidas, outro dia chegamos até próximo da Cachoeira do Gaia e percorremos 23 km de estrada de chão. No entanto, eu sabia que os pouco mais de 10 km da Cachoeira da União seria um desafio diferente para ele e não era possível saber como ele iria reagir as dificuldades inerentes a esta mudança, o que causava uma certa apreensão.

Estradão x Pirambeira

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Quando se sai do estradão e vai encarar a piramba e ir em cachoeira, alguns novos elementos se apresentam. Para começar muda-se o terreno, de uma estrada batida, passa para uma terra acidentada ou grama/capim que exige maior esforço do ciclista. Outra coisa, também é regra que antes de se chegar a uma cachoeira exista uma descida de inclinação severa ou extrema, também é comum que em alguns momentos é preciso carregar a bike no braço pois é impossível percorrer todo o trecho em cima dela, as vezes também é tem que fazer um pouco de trekking e percorrer a pé o leito do rio até chegar no destino. Essas são só algumas das dificuldades que passam a existir para ilustrar um pouco a respeito dessa mudança, que é de pedalar no estradão e passar a pedalar na piramba, o que ela traz de novo para o ciclista, e no caso de um ciclista mirim essa mudança é ainda maior, pois ainda está aprendendo as técnicas do esporte e explorando novas experiências sobre duas rodas.

Amigos é tudo de bom

O bom que para essa empreitada eu pude contar com meus grandes amigos Vicente Conessa e o Fabiano Ogawa que foram muito importante nesse dia e ajudou bastante neste dia. Ajudaram muito para dar mais confiança e segurança para esse pedal com cachoeira, ajudaram diversas vezes e fizeram toda a diferenças. Obrigado pela força!!!

O Bosque Municipal

O passeio começou com uma volta pelas trilhas do Bosque Municipal de Garça que possui 18,50 hectares de Mata Atlântica preservada dentro da cidade. Ali já foi o primeiro teste para a criança, pois havia obstáculos, trilhas single track e lugares com mata fechada. Foi muito bom curtir esse patrimônio da cidade e o acabou sendo o esquenta para o que viria adiante. Sem contar que meu filho deu de cara com um lagarto Teiu enorme cuja cena ele não irá esquecer tão cedo.

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A descida até chegar na cachoeira

Como já diz o ditado, para descer todo santo ajuda, até 100 metros antes de chegar no rio estava tudo muito bem. A partir do momento em que foi preciso pular para andar no pasto e percorrer os trios de boi, aí então o Ravi começou a sentir de fato que pedalar na pirambeira exige muito mais do que se estivesse na estrada de terra.

Ao andar o trecho final de pasto meu filho conheceu a dificuldade que é de manter os pneus dentro dos limites dos estreitos dos trios de boi, alias, é comum isso mesmo com os ciclistas adultos e experimentados, mas que não estão acostumados a andar nesse tipo de terreno. Porém, tudo é questão de tempo para pegar o macete da coisa. Por isso, o Ravi acabou empurrando a bicicleta em alguns momentos, ainda que fosse uma descida.

Ao chegar até o leito do rio chegamos no momento em que é precisava de muita atenção, principalmente com criança e estando com as mão ocupadas, pois é preciso carregar a bike no braço. Nessa hora a ajuda dos amigos foi fundamental para dar mais segurança e chegar enfim debaixo da cachoeira com tranquilidade.

Pena que a cachoeira ainda não se recuperou muito bem do período de estiagem e estava com um volume de água menor do que normal. A água estava aparentemente limpa e um pouco gelada. Meu filho ficou a princípio ficou um pouco reticente de entrar debaixo da queda, mas o encorajei a colocar a cabeça na água e sentir a temperatura, a força e a energia que só uma cachoeira proporciona. A reação é imediata, ninguém fica indiferente a um banho de cachoeira.

A Cachoeira como nunca vista (PirambaCopter)

Essa cachoeira é uma velha conhecida do Piramba e uma das mais próximas da zona urbana e uma das que mais visitamos, embora a gente tenha vários registros do local, ainda não tinha nenhuma imagem aérea do PirambaCopter.

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Na beira do precipício o drone foi lançado ao ar e captou belíssimas imagens e pudemos conhecer a 2ª Cachoeira da União como nunca vimos antes, as cenas falam por si e vale a pena conferir o registro desse lugar incrível e do lado da cidade.

A volta e a subida bruta para uma criança

Como já era previsto, a volta é que guardava as maiores dificuldades e que seria um intenso teste de resistência ainda que o percurso não fosse longo em termos de quilometragem. Se para descer o pasto já foi um tanto complicado, subir então seria mais ainda e assim foi. Geralmente a gente já precisa mesmo carregar a bicicleta em alguns trechos, mas o Ravi não conseguiu pedalar os 100 m de subida íngreme no pasto e nem subir a pé carregando a bike nos braços. Tive então que ir a pé carregando a minha bicicleta e a do meu filho, foi um pouco tenso e o esforço foi muito grande, mas ainda bem que foi por pouco tempo e sorte que pude contar a ajuda providencial dos meus amigos.

Deu tudo certo no final

Depois de chegar até a cerca e encontrar um terreno menos hostil, foi possível voltar pedalando, mas ainda tinha muita subida bruta até voltar para a cidade, tive que ajudar o Ravi a pedalar empurrando suas costas até chegar próximo da mata do bosque. Foi até que rápido, mas muito intenso tanto para mim como para meu filho cujo cansaço em seu semblante era visto a olho nu. Mas chegando de volta a civilização, tudo ficou mais tranquilo e o Ravi voltou pedalando para casa e nem parecia mais o menino esbaforido de minutos atrás. Valeu muito a pena e para o meu pequeno foi como se fosse uma grande aventura e tivesse alcançado um grande feito. Ainda bem que tudo correu muito bem, e ficaram momentos felizes na recordação, e é claro que um pouco de cansaço temporário, o que é normal. Sem suor e desafios a evolução fica mais distante. E estreitar os laços de amizade e de pai e filho foi apenas uma ótima consequência de um pedal como deste dia.

Quanto menor o aro, maior é o obstáculo proporcionalmente que o ciclista precisa transpor

Um problema foi verificado com o uso de bicicleta infantil de aro pequeno como a que o Ravi utilizou para chegar na Cachoeira da União. É que os obstáculos e desnível do terreno ganha um contorno bem maior quando se está com uma bike de aro 16, por exemplo. Obstáculo que parece ser pequeno para nós que estamos em uma de aro 29, para quem está com aro pequeno o obstáculo parece gigante proporcionalmente, o que faz o ciclista mirim ser obrigado a fazer um esforço muito grande ou mesmo fica inviável transpor empecilhos que existentes no caminho. Este problema só pude observar ao pedalar com meu filho na pirambeira, pois é algo que não ocorre quando ele pedala pelas estradas de terra.

By Rudi Arena

Cachoeira das Araras e um Susto com uma Cobra Cascavel. Conheça as curiosidades sobre essa serpente peçonhenta típica do Brasil!

Final de ano estava se aproximando, é época de festas, mas também pode ser um ótimo período para pegar as bikes e curtir as pirambeiras de Garça-SP, e foi isso que fizemos para crer em um ótimo 2022 e que não falte belas cachoeiras e pedal no ano vindouro.

A Vista privilegiada da Cachoeira das Araras

O lugar escolhido foi um que há anos o Piramba não visitava, é a Cachoeira das Araras que possui uma das vistas mais lindas da região. Fica localizada próxima ao bairro rural Adrianita e do Pesqueiro Codonho, e embora não fique muito longe da cidade o acesso não é dos mais fáceis, é preciso enfrentar mato alto, capim navalha e percorrer o leito do rio em trechos em que ele afunila, fica fundo e chega a não dar pé.

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Mas é claro que o todo o esforço é recompensado com um visual do horizonte fascinante, realmente tem uma vista belíssima e privilegiada dos vales que existe entre as Antenas e a Estrada da Bomba, suas matas e um grande paredão de arenito ao lado direito.

O Susto

Só que nem tudo são flores, e infelizmente não foi possível filmar o momento mais tenso e marcante do dia, o susto que levamos, também, não tinha como imaginar, a venenosa cascavel apareceu do nada por trás e pelo curso d´água da Cachoeira das Araras, o que é raro, já que ela prefere lugares secos.

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De repente, uma cobra aparece descendo o rio e tocando o Fausto

A serpente chegou a tocar o pé do Fausto que estava com o pé na água e quando ele percebeu a situação tomou o maior susto e saiu correndo rio acima. Eu também me assustei, estava sentado na pedra ao lado contemplando o belo horizonte e de repente vejo a cobra a um metro de mim, e ainda precisei me aproximar dela para pegar a mochila e evitar que ela pudesse entrar nela, pois estava indo em sua direção.

Respeito Mútuo

Ainda bem que ela só só deu um toque para pedir licença e seguir o seu caminho com tranquilidade. Existem estudos que dizem ela usa o guizo para avisar invasores quando estão muito próximos, em cima de uma cachoeira fica difícil ouvir esse tipo de aviso, se é que existiu. Depois, ela escalou um íngreme barranco com maestria e foi-se, deixou então aquela sensação de que a gente nunca mais iria esquecer aquele momento.

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Na hora do susto é tudo bem tenso, mas depois foi possível curtir os movimentos desse belo réptil peçonhento, e o sentimento de alívio tomou conta, tivemos sorte que imperou o respeito mútuo entre a gente e a serpente, embora o território seja dela, e os homens sejam os intrusos, em nenhum momento ela se mostrou ameaçadora, por tudo isso, é preciso respeitá-la.

Por outro lado, também não há necessidade de entrar em pânico, os especialistas asseveram que as essas cobras são perigosas sim, mas não são agressivas, em geral fogem quando avistadas. E, é claro que temos que agradecer que desse encontro tão próximo da serpente conseguimos sair ilesos, voltamos para casa apenas com os ferimentos do capim navalha nas pernas, mas nada de mordidas de cascavel. A imagem dela ao lado no meio do rio nunca mais sair da minha mente. Que dia!!!

By Rudi Arena

Sobre a Cascavel*


Nome científico: Crotalus durissus
Habitat: Campos abertos de cerrados, áreas pedregosas e secas.
Hábitos: Crepuscular e noturno.

O número de anéis no chocalho da Cascavel, não representa sua idade

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A cascavel na vertical escalando um barranco na Cachoeira das Araras


Características: A cascavel Possui um chocalho na extremidade da cauda. Ao contrário do que se pensa, o número de anéis no chocalho da Cascavel, não representa sua idade, ou seja, se uma cascavel possui 10 anéis no chocalho isso não quer dizer que ela tenha 10 anos de idade. Muda de pele de 2 a 4 vezes por ano e, a cada vez que isso ocorre, acrescenta um novo anel no chocalho. Alimenta-se de pequenos roedores. A reprodução é vivípara e ocorre no período de novembro a fevereiro. Em média nascem de 16 a 24 filhotes. É venenosa.

As Cascavéis são perigosas, mas não agressivas e fogem rapidamente quando avistadas. A espécie encontrada no Brasil possui veneno neurotóxico, que atua no sistema nervoso e faz com que a vítima tenha dificuldades de locomoção e respiração. Diferente de seus parentes da América do Norte, que possuem propriedades proteolíticas (necrosante).

A Serpente que ocupa o primeiro lugar em acidentes ofídicos **

A característica mais marcante da cascavel é um som de chocalho forte. A cascavel ocupa o primeiro lugar no número de mortes causadas por acidentes ofídicos, aqueles que envolvem mordidas de cobras. Segundo um estudo realizado pelo Instituto Vital Brazil, no período de 1990 a 1993, mais de cinco mil pessoas foram picadas por cascavéis. Das 35 espécies que existem no mundo, apenas uma vive no Brasil – a Crotalus durissus.

Cáscavel: presente em todo território brasileiro

Ela habita os cerrados, regiões áridas e semi-áridas do Nordeste brasileiro, bem como os campos abertos das regiões Sul, Sudeste e Norte. Veneno da cascavel Boicininga – “cobra que soa”, na língua tupi – , é outro nome da cascavel, que possui um que possui um veneno poderoso. Ele destrói as células do sangue das vítimas, causa lesões musculares, afeta os sistemas nervoso e renal. Na peçonha dessa serpente, há uma proteína que causa rápida coagulação, fazendo o sangue da vítima endurecer. O ser humano tem uma proteína parecida, a trombina. Ela é ativada quando nos machucamos e forma a “casquinha” nas feridas. As células sanguíneas dos seres humanos possuem uma outra proteína chamada mioglobina. Quando o veneno crotálico – da cascavel – destrói essas células, a mioglobina sai na urina da vítima, que assume uma cor avermelhada.

Como tratar uma picada de cascavel? **

A picada de cascavel não dói, segundo diversos relatos do Instituto Butantan. Quem for mordido jamais deve fazer torniquetes ou garrotes – isso agrava a ação do veneno e pode levar à amputação do membro atingido. Também não se deve enfaixar a ferida. Pode-se lavar a ferida com água e sabão ou com soro fisiológico. Mas a melhor coisa a se fazer é levar a vítima o mais rápido possível para o hospital e, de preferência, com a cobra. Isso é importante para a identificação do animal e, portanto, para a administração correta do soro antiveneno, ou antiofídico. Se não for possível capturar a serpente, deve-se dar uma boa olhada nela, para depois descrevê-la ao médico e ele poder aplicar o soro correto.

Perto ou longe? Cascavéis usam truque com o guizo para enganar humanos ***

O som de alerta da cascavel, o som de chocalho, é um dos ruídos mais arrepiantes da natureza: se puder ouvi-lo, já está perto demais.

Contudo, de acordo com um novo estudo publicado em 19 de agosto no periódico Current Biology, essa comunicação é mais complexa do que se imaginava.

Ao analisar as vibrações de alerta da cascavel-diamante-ocidental (Crotalus atrox), cientistas constataram que o chocalhar das serpentes se mantém a frequências mais baixas de até 40 hertz, ou mais lentas, quando uma ameaça está distante. Mas quando um invasor se aproxima demais — uma distância que difere a depender da cobra individual — as cascavéis mudam abruptamente para um sinal de alerta mais rápido e de alta frequência entre 60 e 100 hertz.

Quando foi solicitado a participantes de um experimento que ouvissem e estimassem a distância de uma cascavel em uma pastagem em realidade virtual, eles acertaram com bastante precisão quando os sons dos guizos estavam mais lentos ou a baixas frequências. Ao acelerar o ritmo dos guizos, entretanto, os humanos foram levados a pensar que as cobras estavam muito mais próximas do que realmente estavam.

Quando uma cascavel balança a cauda lentamente, o ouvido humano é capaz de discernir cada som individual do guizo. No entanto, a frequências mais elevadas, os sons individuais se fundem em uma melodia contínua, que parece “completamente diferente ao ouvido humano”, afirma Boris Chagnaud, neurocientista da Universidade de Graz, na Áustria, e autor principal do novo estudo.

Além disso, devido a uma peculiaridade da percepção humana, os guizos de alta frequência soam mais altos para nós, apesar de terem basicamente a mesma amplitude ou volume, explica Chagnaud.

“Talvez essa seja outra função do guizo: confundir predadores”, observa Bree Putman, herpetóloga da Universidade Estadual da Califórnia, em San Bernardino, que não participou do estudo.

O que fazer se encontrar uma cascavel ***

Até mesmo para quem está acostumado a encontrar esses animais na mata, o som característico do guizo da cascavel nunca deixa de assustar.

“É sempre um momento em que o coração dispara”, conta Asia Murphy, ecologista da Universidade da Califórnia, em Santa Cruz. “Adoro encontrá-las, embora o som me assuste.”

É comum Murphy encontrar cascavéis ao estudar suas interações com outros predadores, como linces, raposas e coiotes. Ela explica que existem algumas regras simples para se manter em segurança.

“Sempre fique atento ao local onde senta e coloca as mãos e os pés”, recomenda Murphy. “Nunca tente tocá-las, até mesmo com um pedaço de pau ou uma vara. E é lógico, não as manuseie.”

Mantenha uma distância mínima de um metro e oitenta e resista ao impulso de mover galhos próximos ou outros elementos de seu habitat para observar melhor.

Fontes:

* http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/cascavel.htm

** https://educacao.uol.com.br/disciplinas/ciencias/cascavel-serpente-que-vive-em-todo-o-pais-tem-veneno-perigoso.htm

*** https://www.nationalgeographicbrasil.com/animais/2021/08/cascaveis-enganam-humanos-fazendo-os-pensar-que-estao-mais-perto-do-que-realmente-estao

Pedal da florada dos ipês amarelos em Garça (PirambaCop)

Hoje, 21 de setembro é o dia da árvore e nada mais apropriado para ocasião do que o Piramba MTB prestar homenagem a beleza do Ipê Amarelo, árvore nativa do Brasil e que embeleza o país afora com seus cachos amarelos de cor viva e chama a muito a atenção por quem passa por suas belas flores.

O inverno não é considerada uma estação muito auspiciosa para as plantas, árvores e flores em geral. Mas a estação fria e seca também pode guardar belas surpresas, como foi o caso da exuberante florada dos Ipês amarelos em Garça. As lindas imagens foram registradas pelo PirambaCop e andar de bike entre esse espetáculo da natureza é um privilégio que dura poucos dias.

Na época da seca, a árvore perde as folhas, que dão lugar às flores e transformam a paisagem. A floração do ipêamarelo ocorre entre os meses de julho e setembro e chama a atenção de moradores da cidade e da zona rural. A floração dos ipês-amarelos dura, em média, 15 dias.

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Ipê-amarelo-flor-de-algodão (Handroanthus serratifolius) é uma espécie de árvore do gênero Handroanthus. No Brasil também é conhecida como somente ipê-amarelo.

Características

É uma árvore com porte que varia de médio a grande e pode atingir de 15 a 30 metros de altura. Possui o tronco fissurado formando finas placas que se soltam em pequenas quantidades. Suas flores são de cor amarelo-dourado e se formam em cachos. 

Flores

Possuem flores hermafroditas livres ou em tríades levemente perpendicular, unidas em conjuntos em formato de umbela no final dos ramos. O cálice e a corola tem forma tubular com cinco lóbulos. Por causa de sua beleza, atraem  insetos e vertebrados como abelhas e pássaros, especialmente beija-flores que tem papel fundamental na polinização. As sementes são espalhadas pelo vento.

A floração ocorre após a queda das folhas, o que acontece no período mais seco, geralmente de junho a agosto, no inverno, podendo variar nas zonas mais próximas ao litoral.

Distribuição geográfica

Floração de Ipês-Amarelos ou “Pau-d’arcos amarelos” (Handroanthus serratifolia) vista do Pico Alto, no município de Guaramiranga, topo mais elevado da Serra de Baturité – Ceará – Brasil.

Árvore típica do bioma da Mata Atlântica, ocorrendo no interior da mata, sendo difícil de ser encontrada em estado nativo atualmente, por conta da sua madeira ser altamente requisitada e ter desenvolvimento lento. Não é muito utilizada em paisagismo urbano, justamente pelo lento crescimento e por ser de médio a grande porte.

Usos

A madeira é utilizada para construções civis e navais, alem de pontes, postes, tábua de assoalho, tacos de bilhar e bengalas, possuindo longa durabilidade. Árvore ornamental, extremamente majestosa quando está florida, é ótima para o paisagismo. Usa-se também em restaurações florestais. A entrecasca é utilizada na medicina caseira, embora seja menos procurada que a do ipê-roxo.

Também é bastante usado em paisagismo e arborização urbana por suas flores amarelas bem chamativas, entretanto, não é recomendado plantar próximo a casas ou em calçadas, pois suas raízes podem causar problemas no calçamento e na rede de esgoto.

Flor nacional do Brasil

Em 27 de setembro de 1961, foi apresentada a proposta do Projeto de Lei 3380/1961 que declara o pau-brasil (Caesalpinia echinata) e o ipê-amarelo (Tecoma araliacea), respectivamente, árvore e flor nacionais. No entanto, após vários pareceres a PL foi arquivada. Em 7 de dezembro de 1978, somente o pau-brasil foi declarado árvore nacional por meio da Lei nº 6607. Houve outras tentativas de estabelecer o ipê-amarelo como a flor nacional com os projetos de lei PL-2293/1974 e PL-882/1975, mas as duas PL foram arquivadas na Câmara dos Deputados.

Fonte: https://pt.wikipedia.org

Pedal no cafezal queimado em Garça pela última geada e o fenômeno histórico de julho de 1975

A última onda de frio do inverno 2021 casou estragos na cultura cafeeira da região de Garça, muitos pés de café arábica foram danificados pela geada com prejuízos para os cafeicultores.

Provas do estrago são as imagens aéreas captadas pelo PirambaCop que mostram que parte das plantas de café queimadas na Fazenda Igurê. A cena é triste, e já há alguns anos que isso não ocorria, mas por outro lado o fenômeno faz parte da realidade de Garça-SP ao longo de sua história.

*Uma grande geada – a maior da história de Garça – ocorreu no dia 18 de julho, atingindo impiedosamente 90% dos cafezais da região. A cafeicultura do município foi totalmente atingida. O panorama nas lavouras garcenses era desolador: cafezais, pastos e outras culturas mostravam-se enegrecidos, como se estivessem queimados por intensas labaredas.Para se ter noção da extensão da geada ocorrida na cidade em julho de 1975, a temperatura atingiu a 1,5 grau negativo. Na manhã do dia 18, muita gente foi lavar o rosto e quando abriu a torneira não viu a água sair. A baixa temperatura congelou a água no encanamento. Somente no final da manhã a situação se normalizou. Um fato inédito em Garça até os dias atuais.

Pode ser uma imagem de em pé e ao ar livre
Jaime Nogueira Miranda mostrando os prejuízos (Acervo: Secretaria do Turismo Garça-SP)

O Café da região de Garça:

Conheça um pouco sobre a estreita relação o município de Garça-SP com o café.

A Cachoeira São Matheus como nunca vista antes (PirambaCop)

Tem algumas cachoeiras que cobram um preço alto para se chegar até ela, esse é exatamente o caso da Cachoeira São Matheus. As encostas são altas e íngremes, é mais difícil descer até ela, a subida da volta parece ser um pouco melhor e foi esse o nosso desafio no sábado de 04/09/2021 com nossas respectivas magrelas.

Não tem tilha ou picada para seguir, é preciso abrir o caminho levando muito mato no peito e arranhões na pele e depois identificar o ponto em que é possível descer, o que também não é tarefa fácil. Parecia que um abismo intransponível estava por toda parte, até que achamos um lugar para descer. Mesmo assim, a descida não foi nada tranquila, é preciso sempre procurar uma árvore ou raiz para se apoiar, e todo cuidado é pouco. É fácil escorregar barranco abaixo.

Ao final, deu tudo certo, tivemos ainda que percorrer um pouco do leito do rio até chegar. E então pudemos contemplar e aproveitar esse incrível patrimônio natural de Garça-SP, mais precisamente localizado no distrito de Jafa. A água é sempre cristalina e também muito gelada, mas é só entrar que logo se acostuma com a temperatura e então é possível curtir o belo poço que a cachoeira São Matheus possui e que parece ter sido esculpido pela força da água ao longo de anos de anos sobre a rocha que a circunda.

Também foi a primeira vez do PirambaCop neste lugar e ele fez várias imagens aéreas incríveis, e graças ao drone também avistamos a existência de uma outra cachoeira rio acima que desconhecíamos totalmente. Essa região foi abençoada pela natureza e a Cachoeira São Matheus é só mais das muitas outras lindas cachoeiras que existem em Garça-SP.

By Rudi Arena

O Piramba no programa Nosso Campo e no Jornal Tem Notícias (Rede Globo)

Matéria exibida no Jornal Tem Notícias

Depois de o Piramba ter sido objeto de uma longa matéria em um grande jornal de Bauru-SP e também da Solutudo, e de ter aparecido em um programa regional da TV Record, dessa vez nossos bravos pirambeiros deram o ar da graça na tela da Rede Globo.

Na manhã deste último domingo (29/08/2021) passou no programa Nossa Campo para todo o Estado de São Paulo uma matéria em que o Piramba MTB fechou, foi gravado em Garça-SP e teve como tema o Turismo Rural. O Piramba voltou ainda na telinha da Globo no Jornal Tem Notícias do dia 03/09/2021 com um conteúdo diferente do exibido anteriormente.

Primeiro começou com o empreendimento da família Godoy na Fazenda São Ramiro na Estrada do Saltinho com previsão de inauguração de uma pousada, um restaurante e um pesqueiro . Depois a foi a vez de mostrar a “Fazendinha” de 5.000 metros quadrados do lado da cidade, no Jardim Giseli e repleta de animais. Trata-se do Recanto Querência que tem previsão de receber grupos de estudantes e famílias de toda a região e idealizado pela veterinária Andressa Bronzatto em parceria com Carlos Alberto, o Kir.

Matéria exibida no programa Nosso Campo.

É muito bom ver que tem gente que aposta no turismo em Garça-SP. Essa é uma bandeira que o Piramba MTB já carrega faz tempo e aos poucos a gente aproveita os espaços que nos são oferecidos para além de mostrar os caminhos fascinantes que temos para a prática do mountain bike em nossa região, queremos também mostrar as belezas naturais de nossa região, pois aqui existe um potencial grande para a ser explorado por um ecoturismo consciente e sustentável. Dessa forma, buscamos contribuir, apoiar e fortalecer essa cena emergente e promissora do Turismo Rural em Garça-SP que foi tão bem captada pelo programa Nosso Campo.

by Rudi Arena

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Detalhes da Casa Submarino em Campos do Jordão

2021

Após o adiamento da Piramba Trip de 2020 para 2021 em razão da pandemia, apesar dela e com todos os pirambeiros devidamente testados voltamos para conhecer um pouco mais das belezas e trilhas de Campos do Jordão e nossa trupe ficou mais uma vez hospedada na fantástica Casa Submarino. Está obra de arte edificada toda planejada pelo engenheiro Emmanuel Klabin no início dos anos 1950 e que já foi até objeto de estudo da USP: http://www.nomads.usp.br

Neste vídeo o nosso amigo Rafael, mais conhecido entre nós pelo apelido de Fiel e vai saber a razão, mas o que importa é que ele observou e registrou interessantes detalhes dos móveis dessa casa incrível e que parece parada no tempo mas repleta de surpresas e histórias. E tudo trabalhado com muita madeira e engenhosidade.

By Rudi Arena

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Clique no link abaixo e saiba tudo sobre essa edificação intrigante e diferente de tudo o que existe por aí:

Cobra-cipó-marrom no meio da trilha em Marília-SP. Será Perigosa?

Nosso amigo de Piramba Rafael , mais conhecido por nós pelo apelido de Fiel, conseguiu um ótimo flagrante, veja só que linda serpente com pose de Naja e olha que nenhuma flauta estava tocando no momento. Trata-se de uma cobra-cipó-marrom que foi encontrada no dia 19/06/2021 em meio a trilha de bike, próximo ao distrito de Amadeu Amaral em Marília.

Mas será que ela é perigosa? As cobras podem morder, ter veneno e ferir, porém nem todas são peçonhentas e representam um risco à vida humana.

A cobra cipó marrom, não é considerada peçonhenta, pois não apresenta aparelho inoculador de peçonha, apesar de produzir veneno que não causa morte ao ser humano, uma mordida pode desencadear bastante dor no local, vermelhidão, inchaço e se não bem tratada, além da possível reação ao veneno, pode levar a uma infecção secundária, devido a contaminação bacteriana derivada da grande quantidade de bactérias em sua boca.

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Pedal do Espelho e Ponte do Rio das Antas em Gália (PirambaCop)

Enfim, a Igreja da Cia. Inglesa foi Tombada!

IGREJA DA FAZENDA
A Igreja em um dia de festividade e quando ainda existia a cerca ao redor dela.

Em recente entrevista, o Prefeito de Gália Renato Inácio Gonçalves afirmou que o tombamento da Igreja da Fazenda São João do Tibiriçá e hoje mais conhecida Cia. Inglesa foi realizado no final de 2020. Disse ainda, que por esta razão, ninguém mais poderá derrubar ou modificar o imóvel. Segundo o Prefeito, o passo é a desapropriação da área para posteriormente a igreja ser recuperada seja com verba seja privada, federal ou estadual.

Torcemos muito para que a restauração da igreja vire uma realidade e não fique na promessa, esse é um processo lento e custoso, mas que deve ser levado adiante. Além de a Igrejas ser muito bonita com sua arquitetura diferenciada, ela carrega um patrimônio histórico e cultural muito forte que justifica o seu tombamento. O assunto desperta interesse não apenas para quem viveu na Fazenda São João do Tibiriçá e seus familiares, mas de muitas outras pessoas que chegaram a conhecer a Igreja ou a sua história. E também não são só pessoas da região de Garça ou Gália, mas também pessoas distantes mostram interesse no tombamento desse valioso patrimônio que deve ser preservado, juntamente com a sua história.

O problema é que quanto maior é a demora em restaurar o imóvel, maior é o risco de deterioração de sua estrutura, o estado de conservação é tão ruim que dá a impressão de que o seu desmoronamento é questão de tempo. Assim, é preciso ver se a estrutura dela aguenta até que restauração seja feita, se é que teremos as verbas necessárias para tanto. Porém, o seu tombamento é uma notícia a se comemorar. Agora é aguardar ansiosamente para que sejam dados os próximos passos para a sua restauração.

Por outro lado, cada vez mais o lugar tem se tornado um ponto turístico da região. Sempre que a gente passava de bike pela Igreja, nunca tinha ninguém. Hoje sempre tem alguém lá, principalmente nos finais de semanas. Além de ser muito visitada por ciclistas, muita gente vai de carro também. Um dia desses tinha uma van de turismo repleta de gente e mais um casal de noivos tirando fotos com fotógrafo profissional, entre outros carros. Quem sabe um dia esta Igreja não possa voltar a ter os propósitos a qual ela foi construída, ter uma celebração missa, casamentos ou batizados. Com absoluta certeza, não faltariam interessados em ali participar de uma cerimônia religiosa.

A Igreja possui um estilo neogótico inglês, construído em tijolos aparente e representou em seu tempo todo o apogeu da Cia. Inglesa que essa fora desativada em 195. Suas terras foram desmembradas e seus edifícios desmontados na qual restou apenas a Igreja e alguns poucos casarões. Para conhecer mais sobre a rica história deste lugar é só acessar esse link:

https://pirambamtb.com/2016/06/05/companhia-inglesa-memorias-da-fazenda-sao-joao-19441954-por-hamilton-carvalho/

by Rudi Arena

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A Igreja virou um ponto turístico, mas totalmente abandonada.

Publicação do Tombamento Provisório

Diário Oficial da União

Publicado em: 03/09/2020 | Edição: 170 | Seção: 3 | Página: 233

Órgão: Prefeituras/Estado de São Paulo/Prefeitura Municipal de Gália

TOMBAMENTO PROVISÓRIO Nº 1/2020

O Secretário Municipal de Cultura e Turismo do Município de Gália/SP, no uso de suas atribuições legais e em cumprimento ao artigo 4º, § 6º da lei Municipal 2.533/2020, N O T I F I C A aos proprietários dos imóveis objetos das Matrículas Imobiliárias 17.380 e 17.381, ambas do CRI de Garça, imóvel este denominado FAZENDA SÃO JOÃO DO TIBIRIÇÁ, que constam como proprietários as pessoas de ESTHER ENGELBERG, portadora do RG de nº 1.813.933-SSP-SP e do CPF de nº 046.749.168-28, advogada, casada no regime da comunhão de bens antes da vigência da lei 6.515/77 com JOSEF ENGELBERG, portador do RG de nº 1.154.438-SSP/SP e do CPF de nº 006.072.748-91, arquiteto, ambos brasileiros e residentes e domiciliados em São Paulo Capital; CLÓVIS BEZNOS, portador do RG de nº 2.332.535-SSP/SP e do CPF de nº 002.467.788-49, casado no regime da comunhão parcial de bens na vigência da Lei 6.515/77 com VERA LUCIA BEZNOS, portadora do RG de nº 2.993.046-SSP/SP e do CPF de nº 023.488.108-91, amos brasileiros, advogados e residentes e domiciliados em São Paulo/SP; e, NELSON BEZNOS, portador do RG de nº 2.006.375-SSP/SP e do CPF de nº 107.121.608-25, brasileiro, separado judicialmente, economista e com domicílio na cidade de São Paulo/SP, para que tomem conhecimento de que o Município de Gália/SP, levará a TOMBAMENTO O PRÉDIO E ADJACÊNCIAS da IGREJA existente na propriedade denominada Fazenda São João do Tibiriçá, localizada dentro do limite e jurisdição do Município de Gália, onde está edificada uma Igreja conhecida como “Igreja dos Ingleses” e que se encontra em mal estado de conservação, porém, pela sua história e beleza, despertou na população a vontade de preservar referida construção, cujo Processo de Tombamento nº 01/2020 e documentos que o integram, está localizado junto a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo localizada no Paço Municipal, está disponível para consulta, para que possa ser impugnado, formalmente, no prazo de 15 dias, que, decorrido, sem manifestação, será tido como aceito pelos proprietários. A ausência de manifestação não representará obstrução ao pleno andamento desse procedimento de tombamento.

Gália, 26 de agosto de 2020.

EDENILSON JOSÉ NOGUEIRA

Secretário Municipal de Cultura e Turismo

Fontes:

https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/tombamento-provisorio-n-1/2020-275674380

https://radioclubedegarca.com.br/noticia/312575/igreja-cia-inglesa-de-galia-foi-tombada

https://www.facebook.com/radioclubewebgarca/videos/945161579605910/

Piramba MTB no Roots Bike Park

A Localização

No primeiro dia de pedal da Expedição à Campos do Jordão do Piramba MTB em maio/2021 resolvemos conhecer o Roots Bike Park que fica localizado próximo a 1700 m de altitude e fica a 800 metros do Portal da cidade e a 50 metros do Centro de Lazer Tarundu e ao lado do Hotel São Cristóvão. No dia anterior havia chovido bem, no caminho havia uma ou outra poça d´água e um pouco de barro ainda restava na pista, logo, a atenção tinha que ser maior ainda nas partes mais técnicas.

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Um Anjo Salvador

Porém, a minha bike e a de um outro amigo quebraram logo no começo. Que azar!!! O problema da minha bike foi o frehub ou roda-livre que é um tipo de cubo de bicicleta que incorpora um mecanismo de catraca, e para ajudar o meu pedal soltou e caiu no chão, frustrante, logo no primeiro dia, e ainda por cima iria ficar sem bike para pedalar os próximos dias. Por outro lado, o meu amigo quebrou a gancheira, mas no caso dele, o mais que gente boa Anderson Castro emprestou uma bike que tinha no Roots Bike Park destinada para aluguel.

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Já o meu caso estava mais complicado de resolver, mas como existe uma oficina para pequenos reparados, o Anderson tentou arrumar o meu frehub, mas ele estava em estado deplorável e conserto não dava certo, mas ele não desistiu, pegou umas peças usadas que tinha e arrumou o freehub com sucesso, também me arrumou um novo pedal e instalou na hora. Agora sim, a bike estava pronta para percorrer as tilhas iradas do bike park. E ainda por cima, o incrível Anderson Castro não cobrou nada pelo serviço e nem pelas peças do freehub, acabei pagando um valor módico pelo pedal e o agradeci muito. Ele salvou não só o o meu pedal naquele dia, mas também para os próximos dois dias de mountain bike. Ele merece todos os agradecimentos.

Dificuldades das Trilhas

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As trilhas no Roots são divididas por cores, Amarelo, Verde, Laranja, Azul, Vermelho e Preto, em ordem crescente de dificuldade. Embora tenha algumas trilhas com nível de dificuldade baixo, em geral, o Roots Bike Park possui trilhas bem técnicas e obstáculos similares ao que se encontra na natureza bruta das trilhas de MTB, também tem um circuito de XCO bem legal. A pista muitas vezes exige bastante técnica do ciclista, são necessárias mudanças rápidas de marchas, frenagens precisas, são muitas as curvas fechadas ou inclinadas, degraus, trechos de trilha bem estreitos e trechos de terreno com muitas raízes que exige atenção. Também é necessário muita força na perna, tem subidas pesadas, muitas vezes é necessário frear tudo para em seguida subir.

São muitos os desafios, obstáculos e estruturas de madeira para exercitar variadas técnicas, até mesmo para treinar jumps e equilíbrio. A pista possui algumas pontes de madeira, e uma em especial é muito legal e simula uma WallRide, mas em um ângulo menor que 90º. Talvez, o maior desafio e a cereja do bolo seja os Rock Gardens, que em tradução literal seria Jardim de Pedras. Tem um com pedras bem grandes e um desafio e tanto para passar ileso. É claro que um tombo ali seria normal, e é óbvio que isso aconteceu com um pirambeiro nosso, mas nada demais, todo desafio tem lá seus riscos, não é?

O Visual

O visual é o bike park é muito bonito, com vegetação típica daquela região, muitas araucárias, a trilha também passa por uma bela lagoa com patos, e encontrei lá muitos pássaros e também um cogumelo muito conhecido mundialmente, mas raro no Brasil. Ele é comum nas regiões frias do hemisfério norte, mas tem ocorrência natural no outono, em regiões montanhosas da Serra da Bocaina e da Mantiqueira, entre São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, bem como em algumas localidades dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul de clima frio.

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A Amanita Muscaria, é aquele cogumelo de de desenho animado de chapéu vermelho e bolinhas brancas, e que aparece em clássicos como Alice no País das Maravilhas ou o filme Fantasia (Disney) e no game do Super Mário Bross. Porém, muito cuidado, sua ingestão pode desencadear distúrbios digestivos, taquicardia ou alucinações.

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Zoom Bike Park X Roots Bike Park

É natural a comparação entre os dois Bike Park de Campos do Jordão, já que o Piramba MTB em outra ocasião também conheceu o Zoom Bike Park. Para começar percebi uma diferença de propósito da cada bike park, e também de preço, o valor no Roots é mais barato e o seu estilo é raiz mesmo. Porém, é preciso reconhecer que O Zoom este tem uma maior estrutura , o terreno do Park é maior e as trilhas são mais bem organizadas e separadas umas das outras. O Roots Bike Park faz jus ao nome, as trilhas são mais truncada e bem técnicas, já no Zoom as trilhas são mais limpas, abertas e fluem mais.

Porém, no quesito atendimento e oficina de reparos, o Roots Bike Park se diferenciou pela qualidade e acolhimento. Fomos muito bem atendidos pelo Anderson Castro, diferente da experiência que tivemos no Zoom Bike Park. E ainda por cima, no entorno do Roots Bike Park existe uma pequena capela e também uma pequena Igreja que em tive o privilégio de primeira vez ter a sensação de tocar o sino do templo. A experiência como um todo muito legal.

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Sobre o Anderson e Drika do Roots Bike Park

E também é muito bacana a história dele no mountain bike. Ele foi campeão Brasileiro em 1996, e já esteve no pódio em muitas das mais duras provas de mountain bike, como Iron Biker, Canastra Ride, Mundial na Austrália, Panamericano na Argentina, as famosas provas de 24 horas, tendo sido um dos brasileiros classificados para o Mundial dessa modalidade. O Roots também conta com a Drika, “Mountain biker desde 1996, correu perto de 40 provas de aventura, algumas provas de mountain bike, e atravessou a América do Sul em 2008, num total de 24 dias, sendo 21 dias pedaladas! Trilheira rústica!”

Ao final, o Anderson ainda compartilhou todo o seu conhecimento histórico e nos serviu como um excelente de guia para uma viagem ao passado de Campos do Jordão com curiosidades fascinantes, que com certeza vale a um postagem em separado sobre o assunto.

By Rudi Arena

O ROOTS BIKE PARK é a mais nova opção para os Mountain Bikers se divertirem em Campos do Jordão-SP. Em meio a muito verde e com um visual lindo demais, a quase 1800m de altitude, há varias trilhas de diferentes níveis, e também um circuito XCO (7,0km) incrível, com acumulado de 230m. Temos trilhas para vários níveis de aventureiros, do iniciante ao profissional. O biker tem a opção de repetir o trecho que mais gosta quantas vezes quiser, fazendo trilhas e voltas diferentes cada vez.

Adrenalina, diversão e superação de limites na certa!

Novidade Vertical à Vista! Aguardem!