Pedal com os Pequenos até a Cachoeira da União

Aproveitando o final de um dia muito quente de verão, e era também o último dia de férias dois pequenos de 08 anos de idade. Então que tal aproveitar levar eles para andar de bicicleta com direito a uma cachoeira???

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Existe sim uma dificuldade maior para as crianças pequenas em pedalar em meio a pirambeira, pois o aro da bicicleta geralmente são pequenos e torna o pedal deles mais difícil e em alguns momentos inviáveis, sem contar que falta-lhes experiência e logo técnica também. Mas o banho de cachoeira que as crianças tomaram com gosto e a forma como brincaram e interagiram com o ambiente mostraram que a decisão de levá-los até Cachoeira da União de bike for acertada, oportunidade de curtir um dia de forma diferente, com muita alegria e também muito esforço para os pequenos, mas valeu muito a pena.

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Foram no total quase 10 km para chegar até a Cachoeira da União e voltar, não é muito ainda que para uma criança, mas o problema é a pirambeira. Como é possível ver no gráfico acima com os dados da elevação, esse pedal teve uma descida muito abrupta, da altitude de 704 metros acima do nível do mar na área urbana fomos para menos de 580 metros de altitude na cachoeira. Para crianças de 08 anos como o Ravi e o Vinícius é um desafio e tanto. Na volta foi inevitável para as crianças ter que empurrar as magrelas até quase chegar a civilização, normal, é o pedágio que a cachoeira cobra, não tem jeito.

By Rudi Arena

Pedal Bosque Municipal e Cachoeira da União. Piramba Kids com imagens aéreas incríveis do PirambaCopter!

Chegou o dia de apresentar a piramba para o meu filho

Chegou o dia que eu tinha prometido para o Ravi, o meu filho de 08 anos, que era leva-lo de bike até uma cachoeira, ou seja, apresentar de bike a pirambeira, e assim aumentar o nível de dificuldade dos nossos pedais. Já tínhamos ensaiado para este dia, fomos até Jafa algumas vezes que tem lá suas subidas e descidas, outro dia chegamos até próximo da Cachoeira do Gaia e percorremos 23 km de estrada de chão. No entanto, eu sabia que os pouco mais de 10 km da Cachoeira da União seria um desafio diferente para ele e não era possível saber como ele iria reagir as dificuldades inerentes a esta mudança, o que causava uma certa apreensão.

Estradão x Pirambeira

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Quando se sai do estradão e vai encarar a piramba e ir em cachoeira, alguns novos elementos se apresentam. Para começar muda-se o terreno, de uma estrada batida, passa para uma terra acidentada ou grama/capim que exige maior esforço do ciclista. Outra coisa, também é regra que antes de se chegar a uma cachoeira exista uma descida de inclinação severa ou extrema, também é comum que em alguns momentos é preciso carregar a bike no braço pois é impossível percorrer todo o trecho em cima dela, as vezes também é tem que fazer um pouco de trekking e percorrer a pé o leito do rio até chegar no destino. Essas são só algumas das dificuldades que passam a existir para ilustrar um pouco a respeito dessa mudança, que é de pedalar no estradão e passar a pedalar na piramba, o que ela traz de novo para o ciclista, e no caso de um ciclista mirim essa mudança é ainda maior, pois ainda está aprendendo as técnicas do esporte e explorando novas experiências sobre duas rodas.

Amigos é tudo de bom

O bom que para essa empreitada eu pude contar com meus grandes amigos Vicente Conessa e o Fabiano Ogawa que foram muito importante nesse dia e ajudou bastante neste dia. Ajudaram muito para dar mais confiança e segurança para esse pedal com cachoeira, ajudaram diversas vezes e fizeram toda a diferenças. Obrigado pela força!!!

O Bosque Municipal

O passeio começou com uma volta pelas trilhas do Bosque Municipal de Garça que possui 18,50 hectares de Mata Atlântica preservada dentro da cidade. Ali já foi o primeiro teste para a criança, pois havia obstáculos, trilhas single track e lugares com mata fechada. Foi muito bom curtir esse patrimônio da cidade e o acabou sendo o esquenta para o que viria adiante. Sem contar que meu filho deu de cara com um lagarto Teiu enorme cuja cena ele não irá esquecer tão cedo.

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A descida até chegar na cachoeira

Como já diz o ditado, para descer todo santo ajuda, até 100 metros antes de chegar no rio estava tudo muito bem. A partir do momento em que foi preciso pular para andar no pasto e percorrer os trios de boi, aí então o Ravi começou a sentir de fato que pedalar na pirambeira exige muito mais do que se estivesse na estrada de terra.

Ao andar o trecho final de pasto meu filho conheceu a dificuldade que é de manter os pneus dentro dos limites dos estreitos dos trios de boi, alias, é comum isso mesmo com os ciclistas adultos e experimentados, mas que não estão acostumados a andar nesse tipo de terreno. Porém, tudo é questão de tempo para pegar o macete da coisa. Por isso, o Ravi acabou empurrando a bicicleta em alguns momentos, ainda que fosse uma descida.

Ao chegar até o leito do rio chegamos no momento em que é precisava de muita atenção, principalmente com criança e estando com as mão ocupadas, pois é preciso carregar a bike no braço. Nessa hora a ajuda dos amigos foi fundamental para dar mais segurança e chegar enfim debaixo da cachoeira com tranquilidade.

Pena que a cachoeira ainda não se recuperou muito bem do período de estiagem e estava com um volume de água menor do que normal. A água estava aparentemente limpa e um pouco gelada. Meu filho ficou a princípio ficou um pouco reticente de entrar debaixo da queda, mas o encorajei a colocar a cabeça na água e sentir a temperatura, a força e a energia que só uma cachoeira proporciona. A reação é imediata, ninguém fica indiferente a um banho de cachoeira.

A Cachoeira como nunca vista (PirambaCopter)

Essa cachoeira é uma velha conhecida do Piramba e uma das mais próximas da zona urbana e uma das que mais visitamos, embora a gente tenha vários registros do local, ainda não tinha nenhuma imagem aérea do PirambaCopter.

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Na beira do precipício o drone foi lançado ao ar e captou belíssimas imagens e pudemos conhecer a 2ª Cachoeira da União como nunca vimos antes, as cenas falam por si e vale a pena conferir o registro desse lugar incrível e do lado da cidade.

A volta e a subida bruta para uma criança

Como já era previsto, a volta é que guardava as maiores dificuldades e que seria um intenso teste de resistência ainda que o percurso não fosse longo em termos de quilometragem. Se para descer o pasto já foi um tanto complicado, subir então seria mais ainda e assim foi. Geralmente a gente já precisa mesmo carregar a bicicleta em alguns trechos, mas o Ravi não conseguiu pedalar os 100 m de subida íngreme no pasto e nem subir a pé carregando a bike nos braços. Tive então que ir a pé carregando a minha bicicleta e a do meu filho, foi um pouco tenso e o esforço foi muito grande, mas ainda bem que foi por pouco tempo e sorte que pude contar a ajuda providencial dos meus amigos.

Deu tudo certo no final

Depois de chegar até a cerca e encontrar um terreno menos hostil, foi possível voltar pedalando, mas ainda tinha muita subida bruta até voltar para a cidade, tive que ajudar o Ravi a pedalar empurrando suas costas até chegar próximo da mata do bosque. Foi até que rápido, mas muito intenso tanto para mim como para meu filho cujo cansaço em seu semblante era visto a olho nu. Mas chegando de volta a civilização, tudo ficou mais tranquilo e o Ravi voltou pedalando para casa e nem parecia mais o menino esbaforido de minutos atrás. Valeu muito a pena e para o meu pequeno foi como se fosse uma grande aventura e tivesse alcançado um grande feito. Ainda bem que tudo correu muito bem, e ficaram momentos felizes na recordação, e é claro que um pouco de cansaço temporário, o que é normal. Sem suor e desafios a evolução fica mais distante. E estreitar os laços de amizade e de pai e filho foi apenas uma ótima consequência de um pedal como deste dia.

Quanto menor o aro, maior é o obstáculo proporcionalmente que o ciclista precisa transpor

Um problema foi verificado com o uso de bicicleta infantil de aro pequeno como a que o Ravi utilizou para chegar na Cachoeira da União. É que os obstáculos e desnível do terreno ganha um contorno bem maior quando se está com uma bike de aro 16, por exemplo. Obstáculo que parece ser pequeno para nós que estamos em uma de aro 29, para quem está com aro pequeno o obstáculo parece gigante proporcionalmente, o que faz o ciclista mirim ser obrigado a fazer um esforço muito grande ou mesmo fica inviável transpor empecilhos que existentes no caminho. Este problema só pude observar ao pedalar com meu filho na pirambeira, pois é algo que não ocorre quando ele pedala pelas estradas de terra.

By Rudi Arena

A Dois Passos do Paraíso!

Um cenário paradisíaco nunca está tão distante de você que não vale a pena trilhar. Essa frase, que eu inventei agora, é quase sempre verdadeira, ainda mais se tratando da região de Garça-SP, o recanto dos PIRAMBEIROS.

A cerca de 3km da cidade, uma sequência de três quedas d’água formam as lindas cachoeiras da união. Ao mesmo tempo em que a primeira das quedas é de fácil acesso, para alcançar a terceira não espere estradas ou mesmo trilhas formadas. O caminho quem faz somos nós. Selo PIRAMBA! A segunda é a maior, mais bonita e reservada das cachoeiras e está escondida através de uma complicada escalada a partir da terceira queda.

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E estamos mesmo a dois passos do paraíso? Diria que sim, mas não estamos falando de uma música, e esses passos não são literais. A figura do primeiro passo é unir grande quantidade de coragem com bastante curiosidade. O segundo passo, e esse sim o mais importante, é ter um enorme espírito PIRAMBEIRO.

Foi então que no segundo domingo deste mês, resolvemos dar os dois passos adiante e visitar, em uma única manhã, as três cachoeiras. Após percorrer o cruel e desgastante caminho, a recompensa foi a mesma de sempre. Novamente as imagens falam mais do que eu conseguiria descrever e muito menos do que pudemos ver (e sentir). Sensação de paz e os pequenos problemas do dia a dia desaparecem. Esse é espetáculo de estar vivenciando a natureza com o seu poder de fortalecer a alma de quem mais se aproxima.

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É uma trégua para a apreensão e uma arma contra o desânimo dessa nova rotina que não acaba nunca. E quem não precisa disso em meio a esse período tão complicado? Então fica a dica: Existe um espírito PIRAMBEIRO dentro de todos nós, engrandeça o seu!

Fausto Fujikawa