Veja tudo o que aconteceu no Piramba Jetflex 2025

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Veja os Resultados:

https://incentivoesporte.com.br/#/resultados/evento/5-desafio-piramba-jetflex-2025

Fotos do Foco Radical:

https://www.focoradical.com.br/prova/20251026-piramba-jetflex-garca-4677

Fotos e Vídeos do Piramba MTB/:https://www.flickr.com/photos/pirambamtb/albums/72177720329960944

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Vídeos do MTB RACE:

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Lago de Garça: a ponta do iceberg da má gestão da água e que serve de lição para o mundo

Por Vicente Aranha Conessa e Rudi Ribeiro Arena

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Garça sempre foi reconhecida como uma cidade privilegiada em recursos hídricos. São inúmeras nascentes espalhadas pelo município, verdadeiras joias naturais que deveriam ser tratadas como patrimônio coletivo. No entanto, a realidade é bem diferente: boa parte dessas fontes de vida corre o risco de desaparecer, sufocada pela falta de consciência ambiental e pela omissão do poder público ao longo do tempo.

O Lago Artificial de Garça é um símbolo desse problema. Quem observa seu nível de água cada vez mais baixo pode até pensar que se trata de um fenômeno isolado, mas a verdade é que ele é apenas a ponta do iceberg. A nascente que o alimentava foi canalizada e hoje serve como palco para eventos da cidade, sem qualquer preocupação com a função vital que antes desempenhava. Historicamente, o lazer imediato prevaleceu sobre a preservação ambiental, revelando uma visão míope de desenvolvimento.

Agora, o Lago Artificial está em processo de esvaziamento. Um poço profundo está para ser perfurado e assim poder fornecer água para um lugar em que antes ela era farta e brotava naturalmente. A nascente resistiu até quando foi possível, mas chegou o momento crítico, e uma confluência de fatores fez com que ela secasse.

Uma breve história de Garça-SP

O Centro-Oeste Paulista foi, e em parte, terra dos indígenas Kaingang, sendo o povo indígena mais numeroso na região, com uma história de resistência e conflitos por terra com o avanço da colonização e da agropecuária. Embora não sejam os únicos, os Kaingang tiveram um papel central na formação territorial e cultural desta área. E uma coisa que poucos habitantes de Garça sabem é que a região foi uma das últimas fronteiras agrícolas do Estado de São Paulo com os povos indígenas. Garça em 1910, ainda se encontrava no interior profundo e inexplorado pelo homem branco, a natureza era plena e intocada.

A região, na época, era chamada de extremo sertão do estado. Posteriormente, houve o morticínio dos povos originários locais com a atuação das instituições públicas. Era um período em que havia todo um incentivo par a tomada do território com o apagamento de sua cultura e história. Houve uma verdadeira limpeza étnica com o apoio do poder público e das elites locais da época com interesse na posse das terras.

Os indígenas “garcenses” lutaram com os homens brancos por um longo período para simplesmente terem direito de continuar vivendo em suas terras. Porém, chegou um momento em a quantidade de homens brancos no ataques e o poderio das armas de fogo venceram a guerra. Há registros históricos de que os homens das caravanas públicas se vangloriavam de terem invadido uma tribo e matado a todos, até mesmo as crianças nas mais tenras idades. Isso demonstra o motivo pelo qual em nossa região temos um percentual muito pequeno medido pelo IBGE de pessoas de origem indígenas.

Tal dado não é evidência de aqui não era terra de “índios”, muito pelo contrário. De norte a sul o país era ocupado por indígenas. Na região norte do Brasil existe uma população indígena proporcionalmente maior do que no resto do país, mas isso se dá em razão de que os homens brancos tiveram dificuldade de dizimar indígenas que viviam em lugares longínquos e inóspitos do Brasil . Em Garça, no sudeste do país, a situação era diferente. No início do século passado, cada bastião indígena que ainda existia no Estado de São Paulo, era um alvo fatal e fácil por parte das forças estatais, a vida dos indígenas estavam com os dias contados por aqui. Importante lembrar desses fatos, pois este capítulo não está em nenhum lugar que conta a história de Garça e os alunos do município não aprendem isso na escola.

A terra na região de Garça era fértil e a floresta densa, era continuação da mata atlântica com toda a sua beleza e encanto. As primeiras derrubadas foram feitas pelo Dr. Navarro J. Cintra nas terras que se situam à direita de cabeceira do Ribeirão da Garça. Ali se formou uma fazenda, que em 1920, já estava consideravelmente desenvolvida. Não tardou, portanto, a surgir um povoado em torno da sede da fazenda.

O distrito foi criado no município de Campos Novos, e em 29 de dezembro de 1925, pela Lei estadual de n.º 2.100, sua sede era elevada à categoria de Vila. O município de Garça foi criado em 27 de dezembro de 1928, por força da Lei Estadual n.º 2.330, com território desmembrado do de Campos Novos e Pirajuí. E como era comum na época, fazer o corte raso da vegetação local era sinônimo de progresso. E assim foi feito aqui, assim como em grande parte do país.

A história do Lago Artificial de Garça-SP

O lago artificial de Garça, foi nomeado Lago Professor J.K. Williams, e é uma homenagem ao professor garcense Jennings Kendrick Williams. O Lago começou a ser construído no ano de 1979, mas foi inaugurado em 28 de agosto de 1980, pela gestão do Prefeito Francisco de Assis Bosquê (1977-1982). Logo tornou-se o cartão-postal da cidade. Mas com o tempo virou muito mais do que isso, foram realizadas diversas outras intervenções e edificações no entorno, assim, tornou-se também um lugar para a realização de eventos, um atrativo turístico, local para a para prática de atividades físicas, para passear com as crianças, ponto de encontro de jovens, lugar para se fazer piquenique, observar pássaros, enfim, um importante espaço público de convívio e laser para a população de Garça-SP e região.

Tem também a concha acústica onde são realizados shows musicais, entre outras apresentações, tem os pedalinhos e tem também uma pista de skate no entorno, além de abrigar o Bosque das Cerejeiras e um Jardim Oriental.

A cultura japonesa é nitidamente percebida em Garça. A população é formada também por imigrantes orientais, que trouxeram os costumes de lá. E é o local que melhor representa a influência nipônica no município de Garça-SP.

A história do Bosque das Cerejeiras em Garça começou em 1979, quando o imigrante japonês Nelson Kosche Ichisato plantou 100 mudas de cerejeiras, simbolizando a chegada da colônia japonesa na cidade e a esperança de um novo ciclo. Atualmente, o Bosque das Cerejeiras, ao redor do Lago Artificial Prof. J.K. Williams, possui mais de mil árvores e é palco do Cerejeiras Festival, um evento que celebra a cultura japonesa e atrai milhares de visitantes todos os anos. As cerejeiras são árvores emblemáticas do Japão, representando a beleza, a esperança e a transitoriedade da vida.

Ichisato, que nasceu no distrito de Oshima, província de Yamagutiken, no Japão dizia que desde pequeno tinha um apreço especial pelas flores das cerejeiras. Segundo ele, as floradas são uma marca tradicional da primavera japonesa, já que as famílias se reúnem com convidados para piqueniques, nos quais há o congraçamento entre as pessoas e a possibilidade de apreciar a beleza natural e comemorar o início da estação primaveril.

O plantio de cerejeiras em Garça, cidade de clima pouco parecido com o do Japão, foi visto, inicialmente, com descrédito. Ichisato plantou 110 mudas e várias delas, após poucos dias, morreram devido às chuvas torrenciais. Após um ano, novas mudas foram plantadas e, pouco a pouco, as plantas se adaptaram ao solo e o clima da cidade. Assim, após alguns anos, o bosque do lago “J.K. Willians” de Garça ganhava um novo visual. As árvores passaram a preencher o espaço com uma beleza singular e, a cada inverno, a comunidade pode assistir um espetáculo ímpar de cores.

O bosque e a Festa das Cerejeiras

Na florada das cerejeiras, geralmente entre junho e julho, é celebrada com a Festa das Cerejeiras, a mais tradicional da cidade, é um grande evento da cultura japonesa que ocorre anualmente na cidade. 

A festa não só resgata a cultura japonesa, mas também promove a confraternização entre diferentes povos, atraindo visitantes de várias regiões do Brasil. Esse evento é um dos maiores eventos da cultura japonesa no país e foi recentemente incluído no calendário turístico oficial do Brasil. Também tem uma relevância econômica significativa para o município de Garça, é hoje a maior atração turística. Porém, existe um potencial enorme para o ecoturismo, ainda bastante incipiente no município.

Como era o local do Lago Artificial antes de sua construção

Os moradores mais idosos do município ainda tem na memória como era o local antes das grandes intervenções humanas. Antigamente, não existia o lago artificial de Garça-SP, o local onde ele se encontra hoje, era uma grande área de várzea, um lugar de destino de boa parte das águas fluviais que precipitavam na cidade. Por ser um lugar mais baixo e plano que boa parte da cidade, as águas da chuva confluíam naturalmente para lá.

Assim, existia um ali um grande brejo, era uma área permanentemente alagada, possuía uma vegetação ao redor característica desse tipo de ecossistema, marcada pelas taboas, planta típica de áreas com água parada. Mas também era lugar de nascente d`água, minava o líquido precioso de forma natural.

Houve a ideia então de transformar parte dessa área de brejo em um lago artificial, já que a água era farta naquela época. Era início da década de 80, e depois também houve uma permissão para uma expansão imobiliária na região que hoje pela legislação ambiental atual não seria possível, pois seria considerado uma (APP) área de preservação permanente.

O resto de brejo que havia sobrado, posteriormente, foi todo aterrado. A informação que temos é que houve a canalização subterrânea da nascente. E no local foi construído a concha acústica e o restante foi transformado em um extenso gramado, hoje utilizado para diferentes fins, como para a realização de eventos ou para recreação da população.

Apesar de todas as ações antropogênicas feitas no local, a várzea do Lago ainda está lá. Basta uma chuva forte que não é raro haver alagamento em algumas partes do entorno do Lago. A água da cidade corre naturalmente para o Lago em razão da topografia da cidade, mas o terreno não tem mais a capacidade de reter a água e nem o solo permite que ela infiltre, e essa é uma das razões para que a nascente tenha secado. As águas da chuva naturalmente paravam onde hoje fica o lago, é preciso que essa água não corra para os bueiros, mas sim para onde corria antes e permanecia. Para isso, é preciso investir em intervenções urbanas modernas e sustentáveis que posam ajudar a revitalizar a nascente do Lago Artificial.

O papel das nascentes e das matas ciliares

As nascentes são a origem dos rios e córregos, responsáveis por abastecer aquíferos, garantir água potável e manter a biodiversidade. Já as matas ciliares funcionam como filtros naturais, protegendo os cursos d’água contra erosão, assoreamento e poluição. Ao destruir esses elementos, compromete-se toda a cadeia ambiental — e, em última análise, a própria disponibilidade de água para consumo humano.

Existiu em Garça em meados dos anos 2000, um grupo de ativistas ambientais, chamados Nascentes Vivas, a preocupação com as nascentes de Garça é antiga, mas o ideal daquela época continua mais vivo do que nunca, a preocupação de manter as nascentes vivas é uma necessidade cada vez mais premente. Porém, as dificuldades e as disparidades de armas nessa luta permanecem a mesma. Não tem como um pequeno grupo de pessoas achar que consegue manter nascentes que estão em propriedades privadas e que só o poder público, independentes de sua esfera, pode fiscalizar e adotar as providências para que de fato essa realidade mude. Embora, é preciso reconhecer que já houve certo avanço na sociedade, pois antes o sinônimo de progresso era terra arrasada e árvore no chão, mas a consciência da população segue em um ritmo mais devagar do que a devastação do meio ambiente, sem pensar tanto sustentabilidade futura do local.

Ignorar a importância desses ecossistemas, é assinar uma sentença de escassez cada vez mais próxima. Garça, que já foi uma referência na questão de preservação hídrica e qualidade da água, caminha no sentido oposto, permitindo que a degradação se torne regra.

Garça está entre os municípios de SP que mais destruíram vegetação nativa em 2024

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Grande queimada atingiu a região áreas de mata de Garça em 2024.

A região de Garça sofreu um golpe ambiental muito forte no ano de 2024. Um levantamento divulgado pelo Painel Verde, do Governo do Estado de São Paulo, colocou os municípios de Álvaro de Carvalho (SP) e Garça (SP) entre os que mais registraram destruição de vegetação nativa no estado em 2024. As cidades ocupam, respectivamente, o segundo e o terceiro lugares no ranking estadual, atrás apenas de Barretos.

Ou seja, nossa região perdeu mais de 1.110 hectares de rica mata nativa apenas em 2024, é um dado triste e alarmante que dificulta ainda mais a recuperação das nascentes. O clima cada vez mais quente e seco tende a aumentar esses episódios, é preciso que poder público esteja de prontidão aos desafios do que se pode chamar de novo normal.

Para ter noção do prejuízo ambiental de quem não é familiarizado com a medida de hectares, equivale a supressão de mais 11 milhões de metros quadrados ou 1.027 campos de futebol de vegetação nativa, que até então resistiam a devastação dos homens por estarem em grotões de difícil acesso em razão da topografia bastante acidentada.

Como a técnica de “plantar água” e uma cidade esponja poderiam ajudar na revitalização das nascentes de Garça

Esta foi uma forma comprovada de acelerar a revitalização de nascentes, ou até mesmo fazer brotar água onde tudo já estava seco. É uma técnica que pode ajudar na recuperação das nascentes garcenses que estão em situação de penúria.

É claro que não se pode ignorar a realidade no caso do Lago Artificial, ela se impõe impiedosamente, para o bem ou para o mal. Mas não nos é proibido pensar e imaginar outras possibilidades, pois o mundo é dinâmico e nem tudo que parecer eterno o é. Podemos aprender com a ciência, com as experiências bem-sucedidas e até mesmo com os erros cometidos no passado.

A aprendizagem é constante, assim como a necessidade de nos adaptarmos as atuais conjunturas. No caso do lago pode parecer um caso perdido, mas existem ações que podem colaborar para que futuramente, possa aumentar a quantidade de água no Lago de forma natural. É sempre mais fácil criticar do que propor melhorias para a resolução dos problemas, então é preciso aprender com as experiências já existentes, para que tenhamos opções e que possamos pensar fora da caixa. Tem pessoas que já fizeram isso e deram uma grande contribuição a humanidade.

Como assim “plantar água?

No caso do lago artificial de Garça, existem muitos entraves para a revitalização de sua nascente, pois hoje existem muitas edificações e não é possível derrubar tudo para que volte o que era antes, pois haveria um grande prejuízo para a população e para o município. Mas é possível pensar em plantar mais árvores onde hoje existe um grande gramado e o sol bate pleno sem uma sobra sequer que possa proteger o solo. Era um lugar em que antes era uma nascente que minava água. Porém, a expansão da malha urbana sufocou pouco a pouco a natureza que fazia a água brotar e o pior, foi construído um belo cartão-postal que parecia infinito, mas que hoje a natureza manda uma fatura salgada. É o preço a se pagar por décadas de omissão e escolhas duvidosas.

Falar em “plantar água” pode parecer estanho, mas é um termo usado para descrever a recuperação de nascentes através do reflorestamento de áreas degradadas ao redor delas, criando condições para que a água da chuva infiltre no solo e seja armazenada, e dessa forma revitalizar a nascente. Ernst Götsch, um agricultor suíço que provou na Bahia que isso é possível, e recuperou diversas nascentes com seu método que parece quase um milagre, mas não passa de técnica elaborada com base na experiência e na ciência. E consiste em:

Restauração do Equilíbrio Hídrico: O objetivo principal é aumentar a infiltração da água da chuva no solo e diminuir a evapotranspiração, reabastecendo os lençóis freáticos que alimentam as nascentes. 

Proteção e Conservação: A prática busca proteger os corpos das nascentes de fatores externos como o assoreamento, a contaminação e o pisoteio de animais, garantindo a continuidade da qualidade e quantidade da água. 

Melhora do Microclima: A vegetação criada no entorno das nascentes ajuda a manter a umidade do solo, aumenta a capacidade de retenção de água e diminui as perdas por evaporação, favorecendo o surgimento ou a revitalização das fontes.

O conceito das cidades esponjas

O arquiteto chinês Kongjian Yu, criador do conceito de “cidade-esponja”, faleceu em 24 de setembro de 2025. Ele foi vítima de um acidente aéreo no Pantanal, no Mato Grosso do Sul, enquanto gravava um documentário sobre o tema. Ele foi o criador desse conceito, de incentivar a criação de parques alagáveis, telhados verdes e calçamentos permeáveis, tudo isso faz parte de um modelo urbanístico conhecido como “cidade-esponja”. A proposta busca reter a água da chuva no próprio espaço urbano, reduzindo alagamentos e assegurando reservas de água para períodos de estiagem. O interessante é que ele comprovou na prática, que é possível aumentar o recurso hídrico disponível e o índice pluviométrico local, parece incrível, mas já é realidade.

Cidade-Esponja é um conceito de cidade sensível à água, remetendo à situação na qual a mesma possui a capacidade de deter, limpar e infiltrar águas usando soluções baseadas na natureza. Pode parecer um conceito distante da realidade, mas não é. É preciso reconhecer que ao menos uma boa iniciativa do poder público de Garça já foi adotada nessa direção. O Bosque Municipal de Garça passou por reforma para a substituição do piso asfáltico por pavimentos drenantes, que são mais adequados para uma área natural. Esse novo piso contribui para a melhor drenagem da água, evitando o acúmulo de água e favorecendo a conservação ambiental. Porém, essa iniciativa apesar de louvável, é só uma gota em um oceano cada vez mais seco. Por isso, existe a necessidade de outras tantas mudanças arquitetônicas e urbanísticas para que a cidade possa encontrar soluções que ajudem a absorver as águas de chuva – seja em áreas livres ou construídas, como:

1. Parques e Áreas Verdes: parques e áreas verdes desempenham um papel crucial na absorção e retenção da água da chuva.

2. Jardins de Chuva : Jardins de chuva são pequenas depressões ajardinadas que coletam e infiltram a água da chuva, filtrando poluentes e promovendo a recarga dos aquíferos.

3. Lagos e Pântanos Artificiais: são criados para armazenar grandes volumes de água da chuva e fornecer habitats para a vida selvagem.

4. Telhados Verdes: são uma tecnologia essencial nas cidades-esponja. Eles consistem em camadas de vegetação instaladas sobre telhados convencionais, que ajudam a reter a água da chuva, melhorar o isolamento térmico dos edifícios e reduzir a emissão de carbono.

5. Pavimentos Permeáveis: são uma solução prática para reduzir o escoamento superficial e aumentar a infiltração de água no solo. Esses pavimentos são feitos de materiais porosos que permitem a passagem da água, como concreto permeável e blocos intertravados. Eles são utilizados em calçadas, estacionamentos e ruas para mitigar o impacto da impermeabilização do solo.

6. Canais de Drenagem Natural: Canais de drenagem natural, ou swales, são valas rasas e vegetadas que canalizam a água da chuva de maneira controlada, promovendo sua infiltração e filtragem. Esses canais são projetados para capturar a água da chuva de telhados, ruas e calçadas, reduzindo a carga sobre os sistemas de drenagem tradicionais e melhorando a qualidade da água.

7. Sistemas de Biorretenção e Biofiltração: são áreas especialmente projetadas para capturar e tratar a água da chuva.

O Recurso Hídrico cada vez é mais escasso e valioso

Primeiro de tudo, é preciso ter em mente que a água é um recurso renovável sim, mas isso não quer dizer que é infinito. Para que a fonte de água seja renovável, é preciso cuidar dela e de seu entorno.

Á água limpa natural ou potável cada vez mais se torna um item mais raro e logo, com maior valor econômico. Muitas cidades são afetadas por pela falta de água, e isso tem consequências sociais, pois afeta as famílias em suas necessidades básicas, assim como também prejudica a economia. Por isso, é preciso entender que cuidar das nascentes e ter acesso à água a disposição, já é considerado um item de luxo no mundo de hoje e pode valer muito dinheiro, assim como sua ausência pode gerar gasto financeiro significativo. A falta de água em Garça, pode ser só questão de tempo. Só ver o exemplo de Bauru-SP em que o Rio Batalha já não consegue prover a água necessária para a população do município que frequentemente sofre com a sua escassez.

Assim como Bonito-MS virou referencia de turismo e preservação ambiental, é possível que Garça invista na preservação do meio ambiente e na recuperação de nascentes, pois o benefício será coletivo. É mais água disponível para a população da cidade e para os agricultores da área rural, é o fortalecimento do turismo rural, e com isso toda a atividade econômica do município também poderia se beneficiar. Atrativos naturais, cachoeiras e vales que guardam não só belezas incríveis, mas também podem virar um ativo financeiro relevante para todos. Inclusive para a arrecadação fiscal do próprio município.

A voz da experiência: Piramba e a observação do tempo

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Leito de rio em Garça quase seco

Os integrantes do Piramba são testemunhas oculares da história recente do meio ambiente em Garça. Não se trata apenas de estudos técnicos ou alertas de especialistas. O Piramba, grupo que há mais de quinze anos percorre as cachoeiras e represas da zona rural de Garça, tem percebido de forma clara a redução do volume de água nesses locais. Quem visita os mesmos pontos ano após ano enxerga o problema a olho nu: quedas d’água que antes eram caudalosas agora se resumem a filetes; represas que já transbordaram hoje apresentam margens secas e fendas expostas. Essa vivência é a prova concreta de que a crise hídrica da região não é uma possibilidade futura, mas uma realidade presente.

O Córrego do Barreiro e o Aquífero Guarani

Grande parte dessas nascentes deságua no Córrego do Barreiro, que historicamente foi a principal fonte de captação de água para o consumo da população de Garça. Hoje, porém, o córrego encontra-se totalmente assoreado, resultado direto do desmatamento e da ausência de proteção de suas margens. Diante da degradação, o poder público precisou recorrer a uma solução emergencial: perfurar um poço profundo no Aquífero Guarani, uma das maiores reservas de água doce subterrânea do planeta, para evitar que a cidade ficasse sem água potável. E já existe a previsão de perfurar ao menos outros dois poços a mais de 200 metros de profundidade para tentar solucionar problemas de falta de água que já afeta a população garcense.

A necessidade de usar o aquífero é sintomático da atual situação hídrica do município, pois trata-se de ter que recorrer a última alternativa, a de procurar pelas águas subterrâneas profundas, já que a abundância de água superficial de outrora, hoje parece um passado distante e sem volta.

É uma medida que resolveu a urgência, mas que não ataca a raiz do problema. Pior: se as nascentes e córregos continuarem abandonados, dependeremos cada vez mais de soluções emergenciais e iremos consumir uma reserva que era para ser das gerações futuras, ao invés de preservar o que já tínhamos à disposição.

Ainda assim, é preciso reconhecer: em comparação com cidades vizinhas, Garça não sofre com falta de água para beber. Isso não é mérito da gestão, mas da condição privilegiada da região, que ainda resiste graças ao Aquífero Guarani. Contudo, transformar a abundância em escassez não é difícil e tudo pode ser apenas uma questão de tempo.

A gestão pública que fecha os olhos

Não importa se é poder público federal, estadual ou municipal, a realidade é que sempre existiu uma tolerância as infrações ambientais, é a famosa vista grossa, como se fosse um problema de menor importância. No entanto, tem consequências reais que afetam a vida das pessoas e trazem maior responsabilidade para os gestores públicos

É impossível tratar desse tema sem apontar a responsabilidade dos governantes. A canalização de nascentes, a ausência de políticas sérias de recuperação de matas ciliares e a permissividade com ocupações irregulares próximas a cursos d’água demonstram que o meio ambiente raramente entra como prioridade. Prefere-se investir em obras de impacto visual imediato a pensar em sustentabilidade.

A redução da água no Lago Artificial, o assoreamento do Córrego do Barreiro e a necessidade de recorrer ao Aquífero Guarani não são obras do acaso: são consequências diretas da gestão pública que em geral despreza a ciência, ignora o ciclo da água e deixa de proteger o que deveria ser mais sagrado.

Um alento: existe uma lei municipal que vai na direção correta

A lei nº 5.525/2023 instituiu o programa de recuperação de áreas degradadas e alteradas “Adote uma Nascente” para preservar e conservar as nascentes e matas ciliares que mantém suas características naturais. O Poder Público tem suas limitações também, pode muito, mas pode muito mais com a colaboração da sociedade civil organizada. A lei instituiu duas categorias de voluntários do Programa:

1) – bem como atividades de educação a adotantes: voluntários responsáveis pelas ações de preservação e recuperação da nascente; um adotante ou associação de voluntários para cada nascente ou olho d`água, que será o responsável pela manutenção da área promovendo ações de preservação, recuperação ou conservação ambiental.

2) – padrinhos ou madrinhas: voluntários responsáveis por colaborar com as ações de adoção, um ou mais padrinhos ou madrinhas, para o financiamento e apoio às ações de proteção e conservação de cada nascente ou olho d`água objeto do Programa.

Entretanto, o programa de recuperação de áreas degradadas e alteradas “Adote uma Nascente” deve ser estruturado e implementado pelo Conselho Gestor previsto na Lei. Até o momento, do que foi noticiado, houve um caso de adoção de nascente. Trata-se de área localizada no Jardim Paineiras, onde está localizado o Córrego do Barreiro.

A área foi adotada pelo SAAE e apadrinhada pela Faculdade de Engenharia Florestal – FAEF, onde foram plantadas 1.700 árvores. Nesse formato, o SAAE fica responsável pela manutenção das mudas e preservação da área, enquanto a FAEF fica responsável pela orientação técnica, projetos e fornecimento de mudas.

Entretanto, a iniciativa parece que não ganhou escala, além disso, não basta apenas cuidar da nascente, é preciso também cuidar do restante do curso d´àgua. Do que adianta uma nascente revitalizada que depois vira um córrego sem mata ciliar e que sofre assoreamento?

Necessário saber se o Conselho Gestor previsto em na Lei está exercendo as suas atribuições e se o programa está em funcionamento e logrando êxito, pois até o momento não há sinais de melhora na preservação das nascentes e córregos da região. A lei é louvável e pode ser até um alento, mas é preciso que vá muito além do papel e possa ser uma ferramenta efetiva para a transformação da realidade.

Muito além do Lago Artificial

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Cachoeira quase seca

A situação do Lago Artificial é um alerta, mas não o único. Se nada for feito, outras nascentes seguirão o mesmo destino, o que compromete não apenas a paisagem, mas o futuro da cidade e da região. O problema não é apenas ambiental, mas também social e econômico: sem água, não há agricultura, não há saúde pública e não há qualidade de vida. São inúmeras as cenas na região de Garça de represas secando, córregos cada vez com menor volume de água e cachoeiras e seus poços cada vez com menos água. Realidade triste e cruel que pudemos acompanhar como uma série da TV, mas que não é nada legal de assistir.

O Dilema: aceitar a derrota ambiental ou tentar revitalizar a nascente?’

Diante do que se tornou o Lago Artificial de Garçae todo o seu entorno, de todo o investimento público realizado e uma vez que virou um local para eventos, lazer e turismo, não tem como reverter tudo e fazer voltar a área de várzea que existia ali. A expansão urbana foi cruel com este ecossistema local. Mas existem sim providências que podem ser adotadas para ajudar na revitalização e aumentar a umidade do lugar. Naturalmente é um local para abrigar e reter água, mas hoje respira por aparelhos nessa questão. O mesmo homem que causa a seca da nascente, pode sim adotar medidas para mitigar o prejuízo.

As mudanças Climáticas e outras ações antropogênicas que afetam o Lago Artificial

A ação humana de fazer o aterramento da nascente, de impermeabilizar boa parte do entorno em que havia vegetação, acabou por dar lugar a casas e outras edificações, fruto da pressão e especulação imobiliária.

Uma grande parte do que seria um ecossistema a ser preservado no coração da cidade, acabou sendo todo aterrado e transformado uma grande parte em um extenso gramado, um grande descampado, quase sem nenhuma árvore, que virou uma grande área de laser para famílias de várias formas. Jogar bola, soltar pipa, andar de bicicleta, entre outras atividades e recriações. Porém, na falta de árvores, o sol bate forte em um lugar em que antes era quase tudo água. A ausência de árvores no local, também colabora para que a nascente do lago tenha secado e ter que furar um poço para que o cartão-postal do município não vire mais uma história triste, entre outras tantas da nossa história de catástrofes ambientais.

Houve diminuição do regime de chuvas em Garça, o que fez com que o índice pluviométrico anual médio esteja em declínio. O município vem sofrendo com uma precipitação cada vez com menor volume de água e também as chuvas têm ficado menos frequentes na região. Trata-se de um problema bem mais abrangente, e que depende não só da ação de um governo local, regional ou nacional, mas sim de providências da governança global como um todo. Essa é uma luta da humanidade contra o tempo e até agora não temos sido bem-sucedidos nessa batalha.

Conclusão: responsabilidade coletiva

Todo cidadão garcense valoriza o Lago, pois realmente o lugar é uma joia do município, e hoje podemos estar em choque com o fato de a nascente do lago ter secado. Mas infelizmente, esta nascente é só uma entre outras centenas, senão milhares de nascentes que brotam em nossa região e que estão pedindo socorro. Uma andorinha só não faz o verão, assim como uma nascente só não nos assegura a segurança hídrica que o município necessita. O lago é sim o local mais conhecido de Garça, mas não é mais importante do que o córrego do barreiro que fornece a água para a sua população. Assim, como também não é mais relevante do que outras diversas nascentes que são de suma importância para o microclima local. Mas é preciso que cada área de competência faça sua parte na medida de suas atribuições.

Nem os gestores públicos, e nem a sociedade cível cuidaram ou cuidam hoje das nascentes como deveriam, é um descaso de décadas. Mas o poder público tem, sim, a obrigação de agir. A experiência mostra que esperar somente por ele não resolve. Cabe também à população se mexer, se conscientizar e cobrar mudanças, bem como adotar práticas de preservação no dia a dia, seja na direção de respeitar as áreas de nascente, evitar o desperdício de água, apoiar projetos ambientais ou denunciar irregularidades ambientais. A defesa da água não pode mais ser vista como tarefa de terceiros: é uma responsabilidade coletiva, e quanto mais cedo entendermos isso, maiores as chances de garantir um futuro em que Garça continue sendo sinônimo de fartura de água e não de escassez.

O imediatismo do homem cobra um preço no futuro, é preciso pensar hoje nas próximas gerações, estamos em uma luta contra o relógio nessa questão. É de suma importância ter consciência de que é preciso cuidar das nascentes hoje, pois amanhã poderá ser irreversível, ou então o gasto e trabalho necessário pode tornar a tarefa inviável. Para que a questão hídrica do município seja melhor no futuro, é indispensável que haja a colaboração da população com um uso da água de forma mais consciente, os proprietários rurais devem envidar esforços na recuperação e manutenção das matas ciliares e o mais importante, os gestores públicos devem ser atuantes na área do que lhe compete, que se dê o devido valor ao que realmente tem valor.

Por tudo isso, é preciso para ontem que cada cidadão ou gestor público comece a mudar de mentalidade e também hábitos e costumes, para que possamos todos nós adotarmos providências diferentes do que fizemos no passado. As escolhas de hoje precisam levar em conta não só o futuro, mas as ações e omissões do passado que já afetam o nosso hoje de forma impiedosa. Existe um ditado que diz que “o dinheiro não aceita desaforo”, mas é por que damos mais importância a ele. Entretanto, na realidade, é a natureza que não aceita desaforo, e quem paga boleto somos todos nós. Mas a esperança não pode morrer, nossa terra é gentil e generosa, se voltarmos a tratá-la bem, o que antes era cinza e seco, pode voltar a ser um lugar verdejante e úmido, assim como já foi um dia. Tudo dependente, infelizmente ou felizmente, da ação humana.

Autores: Vicente Aranha Conessa e Rudi Ribeiro Arena, fundadores do Piramba, entidade sem fins lucrativos e marca registrada que promove e divulga os patrimônios naturais, culturais e históricos da região de Garça-SP.

Fontes:

https://www.garca.sp.gov.br/portal/noticias/0/3/10058/indice-de-chuvas-em-garca-mostra-queda-significativa-em-2024

https://marilianoticia.com.br/garca-registra-reducao-de-2138-de-chuvas-em-2023/

https://www.garca.sp.gov.br/portal/noticias/0/3/8767/adote-uma-nascente-saae-e-faef-sao-os-primeiros-adotantes-do-projeto

https://leismunicipais.com.br/a/sp/g/garca/lei-ordinaria/2023/553/5525/lei-ordinaria-n-5525-2023-institui-o-programa-de-recuperacao-de-areas-degradadas-e-alteradas-adote-uma-nascente-no-municipio-de-garca-e-da-outras-providencias?q=3

Livro: Exploração do Rio do Peixe – São Paulo 1913 – publicado pela Comissão Geográfica e Geológica do Estado de São Paulo

Livro: Exploração dos Rios Feio e Aguapehy : (extremo sertão do estado) : 1905, publicado pela Comissão Geográfica e Geológica do Estado de São Paulo.

https://www.bbc.com/portuguese/brasil-59269706

https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2021/11/16/ernst-gotsch-o-agricultor-suico-que-ensina-a-plantar-agua-na-bahia.ghtml

https://www.nationalgeographicbrasil.com/meio-ambiente/2025/09/realmente-e-verdade-que-a-camada-de-ozonio-da-terra-esta-se-recuperando

https://redejuntos.org.br/cidades-esponja-inovacao-urbana-sustentavel/

https://repositorio.unesp.br/server/api/core/bitstreams/a50dbe4e-7bc8-458a-a560-d3e977beffcd/content

https://www.garca.sp.gov.br/portal/turismo/0/9/4704/bosque-das-cerejeiras

https://www.garcaemfoco.com.br/noticia/20301/prefeitura-vai-perfurar-poco-para-garantir-nivel-de-agua-do-lago

https://www.garca.sp.gov.br/portal/noticias/0/3/9592/agua–abastecimento-esta-garantido-em-garca-devido-ao-poco-tubular-profundo-do-aquifero-guarani#:~:text=O%20abastecimento%20de%20%C3%A1gua%20em%20Gar%C3%A7a%20est%C3%A1,SAAE%2C%20tem%20uma%20vaz%C3%A3o%20de%20200%20mil

https://g1.globo.com/sp/bauru-marilia/noticia/2025/04/28/alvaro-de-carvalho-e-garca-estao-entre-os-municipios-de-sp-que-mais-destruiram-vegetacao-nativa-em-2024.ghtml

https://pirambamtb.com/2023/02/16/o-flagrante-do-bote-que-o-jacare-deu-em-cima-de-uma-cobra-no-pantanal/

https://www.ecooar.com/selo-verde/280/desafio-piramba-jetflex-2024

https://www.ecooar.com/perfil/438/piramba-mtb

https://www.ecooar.com/selo-verde/280/desafio-piramba-jetflex-2024

https://pirambamtb.com/2017/10/24/cachoeira-da-constroli-antes-e-depois/

Fotos:

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Antes (Cachoeira da Constroli)
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Depois (Cachoeira da Constroli)
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Antes (Poço do Porco)
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Depois (Poço do Porco)
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Antes (Cachoeira da União)
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Depois (Cachoeira da União)
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Antes (Cachoeira da Geladeira)
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Depois (Cachoeira da Geladeira)
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Antes (Cachoeira da Coruja)
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Depois (Cachoeira da Coruja)

Abertas as inscrições do Piramba Jetflex 2025.

Chegou a hora tão aguardada: estão abertas as inscrições do Desafio Piramba Jetflex 2025.

Clique aqui para se inscrever

Link para as Fotos e Resultados do Piramba Jetflex 2024

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Link da Fotos:

https://www.focoradical.com.br/prova/20240915-piramba-mtb-2024-garca-garca

Link dos Resultados:

https://incentivoesporte.com.br/#/resultados/evento/4-desafio-piramba-jetflex-de-mountain-bike-2024

Outros Vídeos e Fotos: https://www.flickr.com/photos/pirambamtb/albums/72177720319032117

Vem aí o Piramba JetFlex 2024 em Garça com Muito Esporte, Música, Guloseimas e Solidariedade

Estão abertas as inscrições para o 4º Desafio Piramba Jetflex 2024 com as categorias Mountain Bike

Inscreva-se aqui !

Objetivos Gerais do Evento

O PIRAMBA®️ é pessoa jurídica sem fins lucrativos e irá realizar o 4º Desafio Piramba JetFlex 2024 que é um evento totalmente beneficente e com objetivo de não só reunir ciclistas, mas também apreciadores de esporte e famílias em geral, para compartilharmos momentos únicos de um evento que não é apenas esportivo. É uma festa voltada para todos sem exceção, uma verdadeira confraternização, com apresentação de bandas formidáveis e as mais variadas opções na praça de alimentação.

O Piramba JetFlex 2024

A prova de bicicleta está em sua 4ª edição e já entrou na agenda de eventos do Município de Garça. O Piramba Jetflex 2024 promete agitar bastante o final de semana nos dias 14 e 15 de setembro/2024. A programação está sensacional e irá proporcionar entretenimento, diversão e cultura. Por outro lado, fomenta a economia local, incentiva a consciência ambiental e a solidariedade social.

Confira a seguir o que o PIRAMBA®️ preparou para o evento:

  • Dia 14/09 (sábado) – Haverá um treino de trail run em um percurso 7km cuja saída ocorrerá no Lago JK Williams as 16h, será gratuito e organizado pela Equipe Caveiras, contará com frutas e hidratação, recomendado para quem quer ir apenas andar ou até mesmo fazer o percurso correndo. Também haverá a apresentação de bandas e praça de alimentação. O reconhecimento da pista (MTB) será no período da manhã.
  • Dia 15/09 (domingo) – DESAFIO de MTB + entretenimento + premiações – acontecerá noLago JK Williams a partir da largada que se dará as 07:30h da manhã, o desafio acontece em uma pista preparada especialmente para o evento e para atender desde dos ciclistas menos experientes até os profissionais.

São incontáveis os objetivos que um evento dessa proporção pode trazer, certamente um deles é estimular os ciclistas da região, mas também a população em geral à prática de atividade física, seja como competição, treino, lazer ou mesmo para fins de mobilidade urbana.

Segurança:

Além de tudo isso, a organização do evento se preocupa com a segurança das pessoas, por isso os inscritos contarão com seguro acidente incluso e também haverá uma ambulância de prontidão.


Estrutura:

O cenário é o cartão postal de Garça, o Lago JK Williams e terá ampla estrutura para receber não apenas os atletas e os amantes do MTB, mas também a população em geral, inclusive é voltado para todas as famílias, e para isso contará com banheiros, bar, brinquedos infláveis, trenzinho e praça de alimentação com tendas de entidades filantrópicas locais.

Praça de Alimentação:

Serão várias as opções de alimentação que estarão à disposição de todos durante o Piramba Jetflex 2024, grande parte são das entidades beneficentes de Garça e cuja a arrecadação será destinada a ações filantrópicas.

Apresentação de Bandas

SABADO – 14/09
• 16hs – Dr. Caverna
• 18hs – Faroeste Clandestino
• 20hs – Phoma

DOMINGO – 15/09
• 12hs – Camorra
• 14hs – Crossover
• 16hs – General Pimenta

Reconhecimento da Pista (MTB)

Dia 14 de setembro, além de apresentação de bandas haverá reconhecimento da pista no horário das 09h até as 12h para quem quiser conhecer e acostumar-se com o trajeto antes do desafio.

O Circuito:

É sem dúvida um dos pontos altos do evento, a pista é muito elogiada pelos atletas que já participaram do evento em anos anteriores. O percurso tem tudo para agradar aos amantes do MTB e será disputado em um circuito técnico e desafiador de aproximadamente 7 km que passará por trilhas incríveis em meio a cafezais, represa e belas paisagens. Tem ainda trechos estreitos (single track), assim como boas descidas e subidas. E ainda, os participantes terão a raríssima experiência de pedalar dentro da mata do bosque municipal de Garça repleta de animais.

Categorias:

O Piramba Jetflex 2024 terá a prova de MTB (Mountain Bike) e contará com as categorias: Pro, Sport, PCD e E-Bike.

Local, Premiação E Kit Atleta:

O ponto de largada e chegada será o lago JK Williams em Garça-SP. O Piramba Jetflex 2024 premiará na prova de MTB, graças à colaboração de nossos bravos patrocinadores, uma total de 12 MIL REAIS EM DINHEIRO! E todos os inscritos receberão, uma medalha, um Kit Atleta e ainda por cima fará uma criança sorrir ajudar o Piramba Clube a realizar a sua campanha de Natal Solidário nas comunidades rurais da região de Garça/SP e região.

Selo Verde:

Importante destacar que é um evento que o Selo Verde Floresta Ecooar, isto indica que o evento realiza ações sustentáveis, faz a compensação da emissão de carbono e ajuda na preservação de florestas (Certificação nº 864-280).

Realização Piramba Clube®️

O PIRAMBA®️ é uma marca devidamente registrada, e uma entidade sem fins lucrativos. Toda a renda arrecadada com as inscrições será revertida em ações sociais e ambientais desenvolvidas no município de Garça-SP e região.

INFORMAÇÕES IMPORTANTES DO DESAFIO PIRAMBA JETFLEX :


DATA DO TREINO DE TRAIL RUN (CORRIDA) 14/09/2023

HORÁRIO:

7 km LARGADA as 16H

DATA DA REALIZAÇÃO DO DESAFIO DE MTB: 15/09/2023

HORÁRIOS:

CATEGORIA SPORT – 25 KM Horário da largada: 07:30hs

CATEGORIA PRÓ – 38 KM Largada: 9:30hs

Premiações e Troféus:

A Premiação da 4ª Edição do Piramba Jetflex 2024 de MTB

Categoria Pro: Os atletas com colocação entre 1º a 5º lugares, na categoria PRO, tanto do masculino e feminino serão premiados com troféus e têm o direito a uma bonificação de incentivo por objetivo atingido, conforme abaixo:

Masculino e Feminino.

1º R$ 2.000,00

2º R$ 1.000,00

3º R$ 600,00

4º R$ 500,00

5º R$ 400,00

Troféus do MTB: Os atletas classificados na 1ª a 5ª posições nas categorias da PRÓ, SPORT, PCD e E-Bike (pedal assistido) da prova serão premiados com troféus.
Medalha: Todos os participantes receberão uma medalha exclusiva do evento.

Link: https://incentivoesporte.com.br/#/evento/4-desafio-piramba-jetflex-de-mountain-bike-2024

Patrocínio:

@ppa_brasil
@bebidasgarca
@garseg
@segluzseguranca
@onexuniformes
@diattchocolates
@gidadesivosindustriais
@macrocontabilconessa
@oliveiracorreainfra
@maissaudegarca
@competdistribuidora
@dauns.marilia
@fulltime.brasil
@cafegranchelli
Maripav Pavimentação e Construção
Forwal Patrimonial

Apoio:

Big Mart, Ecooar, W Suplementos, RB Alimentos, Deusa e Henlau.

Inscrições abertas! 4º Desafio Piramba Jetflex 2024!

pro FINAL sem pref 1080x1350
Sport Final 1080x1350 7_30
ebike FINAL sem pref 1080x1350

Estão abertas as inscrições para o 4º Desafio Piramba Jetflex 2024 com as categorias Mountain Bike

Inscreva-se aqui !

SE LIGA QUE AGORA É PRA VALER!!!🏆🚵‍♀️👊🏻💪🏻
As inscrições para o 4° PIRAMBA JETFLEX 2024 nas modalidades MTB já estão oficialmente abertas.
As provas acontecerão no dia 15 DE SETEMBRO (Domingo), no Lago J.K. Williams em Garça – SP.
Confira a programação👇🏻

🚵‍♀️MTB SPORT E PCD
23 KM (3 VOLTAS DE 7,6 KM)
LARGADA AS 7:30 H

🚵‍♀️MTB PRO
38 KM (5 VOLTAS DE 7,6 KM)
LARGADA AS 9:30 H

🚵‍♀️MTB E-BIKE
38 KM (5 VOLTAS DE 7,6 KM)
LARGADA AS 9:40 H

🏆 Troféu para os 5 primeiros por categoria
🥇Medalha para todos os finishers
💰9 Mil reais em premiação para os 5 primeiros da Geral PRO

😋Praça de alimentação com shows de bandas durante os dias do evento (14 e 15 de Setembro)🎸

💛Vale lembrar que todas as ações do Piramba Clube são sem fins lucrativos e o evento é em prol da beneficência.🙌🏻

Aproveite e garanta a sua inscrição no primeiro lote promocional a R$ 40,00 + 1 Kg de alimento a ser entregue no dia do evento.


Link: https://incentivoesporte.com.br/#/evento/4-desafio-piramba-jetflex-de-mountain-bike-2024

BORA SE SUPERAR NO PIRAMBA!!!🏆👊🏻💪🏻🙌🏻

Patrocínio:

@ppa_brasil
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Forwal Patrimonial

As cachoeiras e suas classificações, seus encantos, sua importância para a humanidade e sua natureza jurídica. E por que fazem macumba nesses locais?

Por Rudi Arena

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Oferenda na Cachoeira do Pico do Carcará em Garça-SP.

Com Certeza

Com certeza, você já se banhou na queda de uma cachoeira,

Sentindo a sensação da sua alma sendo purificada por inteira”

Trecho da música “Com Certeza” da banda Planta e Raiz.

“Águas de Cachoeira”*

“Lá na pedreira
Rola da cachoeira
Uma água forte
Pra me banhar
Uma água forte
Pra me banhar

Ela me enche de fé
Me dando um banho de paz

Bebo dela no coité
E vejo o bem que me faz
Água de beber
Água de molhar
Água de benzer
Água de rezar

Na boca da mata
tem chave de ouro
Tem pedras de prata
E aves de agouro
Tem um doce mistério
Que eu não sei contar
Eu só sei dizer pra você
Que meu pai mora lá”


* Composição de Labre e Carlito Cavalcante / Jovelina Pérola Negra, mas também conhecida na interpretação de Maria Bethânia

Introdução:

Desde a adolescência, quando me lembro dos meus primeiros banhos de cachoeira, essa experiência sempre me despertou bons sentimentos e me impactou de forma positiva. É claro que uma cachoeira é uma espécie de atrativo natural ótimo para de se banhar e se refrescar nos dias de calor, mas entendo hoje que as cachoeiras não são simples queda d’água.

Depois que formei na faculdade e voltei para minha cidade natal em Garça-SP em 2003, progressivamente passei a andar de bicicleta e pegar umas estradas de terra, mas só alguns poucos quilômetros, que me pareciam muito naquela época. Pouco tempo depois já havia encontrado boa companhia e a intenção era procurar chegar mais perto de vales e paredões muito comuns na região. Para isso era preciso sair da estrada e da zona de conforto, enfrentar algumas dificuldades pelo caminho e um terreno mais hostil. Ali estava o embrião do Piramba MTB. Com um pouco mais de tempo a turma foi aumentando e a busca passou a ser por cachoeiras. Esse caldeirão formou a identidade do grupo, cuja imagem hoje está indissociável das cachoeiras.

Cada cachoeira nova conhecida era um momento de grande contemplação e deslumbramento, e por isso mesmo, cada vez mais a gente queria ir de bike e buscar novas cachoeiras. Nesse intento, conseguimos chegar a algumas cachoeiras por indicação de pessoas, mais em muitas outras a tarefa era exploratória com base na intuição e mais recentemente com o google maps com suas imagens por satélite, que ajudam muito.

Desde o início por essa busca incessante por cachoeiras, quase todas as semanas desde então vou de bike até uma das tantas que há em Garça-SP, ainda que o tempo esteja frio. Só de estar próximo da cachoeira a sensação é sempre muito boa. O engraçado é que sinto falta de cachoeira se fico um tempo sem ir até uma delas. Ao longo do tempo passei a reconhecer que ao menos pessoalmente e de forma empírica com base na causa e efeito, o banho de cachoeira sempre pareceu revitalizar o corpo e a alma.

Antes de entrar, a água parece estar sempre muito gelada e é preciso uma certa coragem, pois realmente a temperatura é fria, mas ao adentrar em baixo da queda d’água parece que um turbilhão de sensações toma conta do corpo e da mente, o frio parece não ser mais um problema, e depois é normal ser tomado por uma ótima sensação de bem estar.

Por tudo isso, virei um grande apaixonado por cachoeiras e um assíduo frequentador delas. O interesse é tanto que resolvi pesquisar e escrever sobre o tema. Na minha concepção, embora não seja possível comprovar os benefícios dela para saúde física e mental pela ciência da atualidade, ninguém pode negar os encantos desses lugares, a plasticidade de sua beleza natural, que funciona como um lugar de lazer e como, ainda que de forma marginal, a gente se depara com ela no dia-dia sem querer, seja na tela de um quadro ou nos filmes, novelas e desenhos, já que é sempre um cenário fascinante para as artes visuais.

Além disso tudo, é inegável também a importância das cachoeiras para algumas etnias ou denominações religiosas, como a cena clássica com que já nos deparamos muitas vezes, que é a oferenda.

Também é muito interessante a classificação das cachoeiras. Sim, existem nomes diferentes de acordo com as características da queda d’água. Geralmente usamos cachoeira para todas as quedas d’água, mas todos já ouvimos falar em salto, cascata ou cataratas, não é? Tudo isso será mais explorado ao longo desse artigo. Observo que, ainda que seja um assunto muito interessante, me deparei com poucas fontes para estudo, mas garimpando bastante ali e aqui foi possível conectar um pouco de tudo o que já foi estudado sobre cachoeira para consolidar este texto que vem colocar um pouco de luz sobre assunto, as cachoeiras, seus encantos e sua importância para a humanidade.

A Cachoeira em amplo e estrito sentido (lato sensu e stricto sensu)

Normalmente, quando falamos em cachoeira, usamos a palavra em seu sentido amplo, extensivo para se referir às diversas formas de queda d´água existentes nos rios mundo afora. No entanto existem diferenças e para cada uma delas também existe um nome específico conforme alguns critérios e características. Podem ser classificadas assim:

QUEDA D’ÁGUA

Este é um termo que pode ser usado para qualquer tipo que será citado abaixo, independente das tipificações de cada uma, porque um termo bem genérico.

CACHOEIRA

Este termo é usado quando a queda d’água possui mais de 2 metros de altura, independente das descrições que serão citadas abaixo. A única coisa que difere de uma queda d’água é sua altura mínima, se encaixando, portanto, na categoria acima, porém o termo queda d’água quando se fala sobre uma cachoeira não está errado. É apenas um termo genérico. Portanto, tudo e qualquer curso d’água que despenca a mais de 2 metros é considerado uma cachoeira.

A cachoeira é muito semelhante à Cascata (e para muitos, a mesma coisa), que recebe este nome quando a queda não tem interrupção, quando a água desce diretamente ou com poucos obstáculos.

Cachoeira das Andorinhas – Cânion Itaimbezinho – Cambará do Sul

SALTO

Aqui começa a divergência entre pessoas, porque, sem conhecimento técnico, nomeiam uma cachoeira sem saber se ela pode ter os requisitos para levar o título de salto. Para uma queda d’água levar o título de salto, ela tem que possuir uma forma de esguicho, ou melhor dizendo, não ter contato com a pedra, caindo sem obstáculos. Existe a queda mista que entra também neste ponto, porque cachoeiras que tenham mais de 70% da sua queda, sem interrupção ou contato com as pedras, já é considerada salto.

Exemplo: Salto Ventoso, Salto Angel (Venezuela), Salto São Francisco.

Imagem: Foto: Antonio Hitcher

Para entender como estas definições são tênues, basta verificar que a maior cachoeira do mundo se chama Salto Angel (imagem acima), com seus 979 metros de altura.


CASCATA

Tendo a grande maioria das cachoeiras com esse estilo cascata, nada mais é do que o inverso do salto, fazendo com que a água deslize sobre as pedras no declive, independentemente de sua extensão. Existindo uma variedade delas e todas abrangendo o termo cascata, então pode–se aplicar os termos genéricos de queda d’água ou cachoeira, mas o especificado é cascata.

Cascata Rasga Diabo

Apenas quando há declives com pedras e ondulações é que leva o nome de cascata.

Um exemplo equivocado é da famosa Cascata Caracol, porque se trata de um salto, como se pode ver na imagem abaixo.

Cachoeira Caracol (Aqui temos um exemplo equivocado. Trata-se de um salto que foi chamado de cascata. Notem que a sua maior parte é queda livre, por isso é um salto)


CATARATA

O auge que uma queda d’água pode chegar é ser uma catarata, diferenciada das outras porque tem um volume de água absurdo. Possui uma formação semelhante a salto, mas existe uma extensão mínima necessária para ser nomeada. Pode ter até interrupções por igual com algumas quedas próximas.

Cataratas do Iguaçu (Foz do Iguaçu/PR)

As Corredeiras

Corredeiras, Fluxo, Agua, Natureza, Panorama, Floresta

Embora não seja propriamente uma cachoeira, muitos a confundem com ela, mas, na realidade, trata-se de uma corredeira, mas não é por acaso, porque elas têm suas semelhanças. Mas esta é a parte do rio em que as águas, devido à diferença de nível, correm ligeiras e fazem muita espuma. A água em uma corredeira não cai, ela corre, por isso o nome, e corre rápido, em contraposição à calmaria aparente dos rios em terreno plano. Por isso mesmo, uma corredeira de água limpa é um ótimo lugar praticar esportes como rafting com caiaques, mas também para se lavar roupas e utensílios, e por isso as corredeiras pela força de suas águas foram locais historicamente utilizados por indígenas, ribeirinhos e quilombolas para esses fins.

O interessante que é lavar roupas nos rios é até hoje uma profissão no Brasil. O ofício de lavar roupa à beira do rio ainda é praticado por centenas de senhoras nas regiões ribeirinhas do rio São Francisco. Elas acordam cedo, com o raiar do “sol do Chico”, e partem com as roupas para a beira do rio.

*Antigamente, as lavadeiras passavam pelas ruas da cidade carregando o filho menor no colo, vestidas com saias de retalhos coloridos e equilibrando pesadas trouxas de roupas na cabeça. Hoje em dia, usam o carrinho de mão para o transporte das roupas e já não cantam os lamentos da profissão. As ladainhas entoadas pelas lavadeiras de antigamente ficaram nos livros. Agora, a canção sertaneja, de axé, arrocha e brega ganham voz na boca dessas ribeirinhas guerreiras.

Em Propriá, distante 99 km de Aracaju, na divisa entre os estados de Sergipe e Alagoas, as lavadeiras ainda mantêm a tradição de bater a roupa nas pedras para retirar o excesso do sabão, da água e da sujeira. Depois da lavagem primitiva, espalham as roupas na beira do rio.

** Uma corredeira ou rápido[1] é a seção de um rio ou curso de água onde o leito do rio tem o gradiente relativamente alto, aumentando a velocidade da água e a turbulência. Uma corredeira é uma característica hidrológica entre uma leve correnteza e uma cascata. Caracteriza-se pelo rio tornar-se mais raso e com algumas rochas expostas acima de sua superfície. Como a água corrente salpica, chapinha e respinga violentamente sobre e em torno das rochas, bolhas de ar se misturam e em partes da superfície adquirem uma cor branca. Corredeiras ocorrem onde o material do leito é altamente resistente ao poder erosivo do fluxo em comparação com o leito a jusante (corrente abaixo) das corredeiras. Córregos e rios muito jovens fluindo, cruzando seu caminho através da rocha sólida, podem ser corredeiras por muito do seu comprimento.

Corredeiras são categorizadas em classes, geralmente indo do nível I ao VI. Uma corredeira 5 ou V pode ser categorizada como classe 5,1-5,9. Corredeiras classe I são fáceis de atravessar e não necessitam de manobras, enquanto as corredeiras da classe VI representam uma ameaça à vida.

*https://virecarranca.com.br/2020/07/13/lavadeira-do-rio-uma-profissao-que-resiste-ao-tempo/

**https://pt.wikipedia.org/wiki/Corredeira

As cachoeiras nos filmes, novelas e desenhos

No clássico desenho do Pica-Pau, a ave tenta descer a qualquer custo pelas cataratas

As cachoeiras povoam o imaginário popular e cultura pop, além de estarem presentes nas atividades econômicas ligadas ao turismo, à religião, à cultura e à história dos povos. Está também na música popular brasileira em canções como“Com Certeza” da Banda de Reggae Planta e Raiz e “Águas de Cachoeira” de Jovelina PérolaNegra. É cenário de filmes de Hollywood como o Blockbuster, a saga “Crepúsculo – Amanhecer Parte 1, ou em filmes nacionais como o indicado ao prêmio do Oscar de 1996, o longa metragem “O Quatrilho. A beleza das quedas d´água é muito comum nas populares novelas nacionais como a Cachoeira Santa Maria em Pirenópolis da novela “Estrela Guia” com a cantora Sandy como protagonista. O cenário de Carrancas-MG de vegetação e montanhas também já serviu de pano de fundo para novelas como “Império” (2014), “Orgulho e paixão” (2018) e “Espelho da vida” (2018). Muitos são os documentários que bebem de sua fonte.

E ainda está presente em desenhos animados, como no icônico episódio do Pica Pau até um pouco polêmico com o Barril descendo a Catarata de Niágara de 1956. Foi objeto até de reprodução da cena nas Cataratas do Iguaçu no Brasil e de um filme.

Uma Cachoeira e seus encantos mil

Não é só a beleza da água a cair, ou o forte som que dela emana que nos fascinam. Em geral, ela está envolta a um exuberante meio ambiente. São os pássaros a cantar ao redor, as belas e altas árvores a nos deixar com a sensação de sermos pequenos perante uma cachoeira em sua plenitude, o leito do rio cavado pela água corrente contínua tem suas cores particulares realçadas em contraposição ao verde da mata, as rochas sempre brutas revelam um passado longínquo na terra, o relevo singular completa geralmente as belezas desses lugares.

Nenhuma cachoeira é igual a outra, umas são mais altas, outras mais baixas, umas mais remotas, outras mais acessíveis, umas com água cristalina, outras nem tanto, as cachoeiras estão presentes nos mais diversos biomas do brasil dos mais variados pontos do Brasil. Temos as cachoeiras incríveis dos Cânions do Sul, os mais profundos vales do Brasil e de beleza ímpar, muitas desconhecidas e inexploradas. Em Garça-SP, há mais de uma centena de cachoeiras e o acesso nem sempre é difícil, mas a algumas nunca conseguimos achar um bom local para descer até o fundo do vale para chegar até a queda d´água. Em geral, a natureza impõe um pedágio para se chegar até ela, algumas sai bem barato, mas outras cobram caro, por isso é preciso ter muita força de vontade porque muito é o esforço despendido.

Mas sua importância é inesgotável. É um local relevante para a práticas de rituais religiosos considerados sagrados para os povos nativos e praticantes de religiões de matriz africana que, apesar das dificuldades, conseguiram fincar raízes em todo território brasileiro. É nessa seara que optei por aprofundar o presente artigo, mas é interessante também lembrar da importância das cachoeiras para os primeiros habitantes do Brasil, os povos originários do Brasil, dizimados ao longo dos séculos pelos homens brancos, católicos, civilizados e de bem. Até hoje os algozes dos indígenas gozam da reverência de suas macabras façanhas, são tratados como heróis, ganham estátuas, nome de ruas e condecorações.

As cachoeiras sempre atraíram os homens, os animais, porque são fonte de água pura para se beber. Na antiguidade são locais usados para lavar o corpo e também alguns utensílios se necessário. Até hoje as cachoeiras tem uma força de água corrente ótima para limpeza só com a força d´água. Ao longo do tempo se transformaram também em atrativos turísticos para se banhar, para diversão, para aliviar o calor, na falta de praia no interior do Brasil. Nosso país é repleto de cachoeiras cristalinas e deslumbrantes, por isso muitas delas são locais utilizados para a prática de rituais religiosos dos mais sagrados.

Não é por acaso que elas se tornaram provas vivas do que existe de mais belo na natureza. São claras evidências da natureza divina do criador e têm uma força espiritual inexplicável. Em uma cachoeira podemos nos conectar com natureza e com seu criador, com as vibrações benfeitoras que emanam do local, que geralmente guardam muita história. As cachoeiras ao longo do tempo sempre foram locais de referência, de parada no caminho percorrido, de banho, de limpeza em geral, e para muitos um lugar místico e de muito valor espiritual. No Brasil as cachoeiras também sempre foram consideradas lugares sagrados para os povos indígenas muito antes da invasão dos europeus. Deveríamos procurar aprender um pouco com a sabedoria dos indígenas que conhecem e mantêm um laço muito mais estreito com a natureza do que nós pobres homens brancos, cada vez mais distantes do mundo natural em suas bolhas artificiais. Deixam, assim, de ter a oportunidade de se conectar com o meio ambiente, e de deixar florescer toda carga de ancestralidade e os instintos atávicos mais puros que um bom contato com a natureza proporciona.

As cachoeiras saltam aos olhos, mas ultrapassam a visão. Outros sentidos são ainda mais ativados, a audição talvez seja o mais é acionado, porque de longe pode ser ouvida. Perto delas tudo o que é som exterior parece ficar em volume baixo, sua sinfonia é soberana na mata. Quem tiver ouvidos para ouvir pode perceber que ela se impõe soberana, perto dela todos os barulhos outros da vida cotidiana e urbana são abafados pela força do som da água corrente iluminada que percorre as rochas para cair e, nesse processo, cria uma melodia singular. Cada cachoeira tem suas notas, timbres distintos. Mas também o tato pode ser o mais importante sentido em um banho de cachoeira, a sensação de sentir a água limpa e corrente passar por cada poro da pele, muitas com tamanha força da gravidade cujas águas chacoalham todo o corpo físico, mas parece que também mexe com a mente e o espírito. E não é só.

Cada cachoeira tem seus muitos atrativos e importância tanto para o homem como para os animais e o meio ambiente, por isso preservá-las é mais do que necessário, e não se restringe a isso, pois ali existe todos os elementos que proporcionam uma ótima conexão com a natureza e por consequência ao seu criador. Quanto mais pura estiver sua água, mais força de purificação tem a cachoeira, cascata, salto ou corredeira, e essa força da natureza divina é também responsável pela maior parte da energia elétrica que usamos para o nosso dia a dia, é o sistema de queda d´água como de uma cachoeira que faz ligar nossas máquinas, computadores e celulares. É pura energia em todos os sentidos.

As cachoeiras parecem ter um mil encantos, trazem paz, tranquilidade, conexão com a natureza. Há uma espécie de magia, e um ar um tanto romântico no seu mais amplo sentido, de apreciar as cintilantes águas a cair ou o som estrondoso que dela emana. É claro que também existe uma alusão de ser um ótimo lugar para os apaixonados. Existe também algo meio místico ou esotérico para alguns, e até mesmo sagrado para algumas das muitas religiões indígenas, os povos nativos de nossa terra. Mesmo para os cristãos os rios e cachoeiras são considerados locais de um de seus mais relevantes rituais ao longo da história, e tem Jesus como exemplo máximo no ritual de João Batista no Rio Jordão.

O Contato com a Natureza e a Cachoeira como fonte de vitalidade para terapia holística

Para muitos adeptos de práticas tidas como orientais se utilizam do contato com a floresta e as cachoeiras para promoção de curas físicas e emocionais (Reiki, Hinduísmo, Ayurveda, Yoga).

Já ouvir falar em banho de floresta? Pode parecer algo estranho, mas ele tá virando uma prática cada vez mais comum e incentivada em um dos países mais desenvolvidos e que possuem uma das populações mais longevas do mundo, o Japão. E ouso dizer que os efeitos de uma banho de cachoeira é ainda mais intenso, pois além do banho de florestam já que a cachoeira sempre está no meio de uma, há também a força poderosa da água corrente em queda impactando o corpo.

Os banhos de floresta no Japão*

O shinrin-yoku, ou banho de floresta, é a prática japonesa de passar um tempo em uma floresta como forma terapêutica para minimizar o estresse e incentivar o contato com a natureza.

A prática consiste em ir a uma floresta e passear entre as árvores, ou apenas sentar-se e aproveitar o momento para apreciar o ambiente, ouvindo os sons da natureza, o canto dos pássaros, o vento batendo nas folhas das árvores, o som das águas dos riachos, respirar o ar puro e naturalmente perfumado ou se deixar levar pela tranquilidade através de uma experiência totalmente sensorial.

O bem-estar físico e mental gerado pela prática do banho de floresta traz um momento relaxante, levando as pessoas ao esquecimento da agitação dos centros urbanos, proporcionando momentos de paz pelo contato com a natureza.

Os benefícios do shinrin-yoku

O banho de floresta tornou-se uma parte essencial dos cuidados preventivos com a saúde no Japão. Estudos japoneses comprovam que este banho melhora a qualidade do sono, do humor, da capacidade de foco e reduz os níveis de estresse.

Passar um tempo na natureza, longe da tecnologia moderna e dos grandes centros urbanos pode melhorar a saúde física e mental e criar um estilo de vida mais saudável para pessoas de todas as idades.

Imagem de uma floresta com árvores altas.
O banho de floresta deixa as pessoas mais felizes. Nagano | ©JNTO

*https://www.japanhousesp.com.br/artigo/os-banhos-de-floresta-no-japao/

Projeto de cooperação técnica para desenvolver banho de floresta no Brasil poderá ganhar reforço japonês* 

Muitos podem ver a questão do banho de floresta como uma prática meramente esotérica sem qualquer respaldo na ciência, mas o assunto é bem mais complexo.

Desde 2021, a Fiocruz e o Instituto Brasileiro de Ecopsicologia (IBE) realizam uma cooperação técnica e científica para desenvolver o banho de floresta no Brasil. No debate, Guilherme e Marco apresentaram o desenvolvimento do projeto de cooperação para a prática desse banho em nosso país. 

A iniciativa brasileira chamou a atenção de um pesquisador japonês que se dispôs para contribuir com a Fiocruz e o IBE com o projeto de implementação deste tipo de banho em florestas brasileiras. Yoshifumi é reconhecido como o responsável pelos principais estudos sobre o shinrin yoku, ao provar cientificamente os benefícios desta prática em centenas de pessoas. 

Em 1990, este pesquisador realizou a primeira prática de medição fisiológica dos efeitos do banho de floresta, a partir do nível do cortisol nas pessoas. Ao longo desses anos, a pesquisa passou por 63 lugares e analisou 756 participantes, tornando-se a maior base de dados já levantada sobre o tema no mundo.  Yoshifumi explica que a base da pesquisa está na compreensão da relação do homem com a natureza e a interação entre ambos. 

O Homem Evoluiu Dentro da Natureza e Tem uma Capacidade Inerente de Adaptar-se a Ela

O barulho das águas caindo da pedra, o cheiro da terra e do verde em
volta, o frescor na pele e a translucidez em frente aos olhos formam um
conjunto de sensações que acalmam. A pedra bem no centro da cachoeira
torna-se o ambiente perfeito para relaxar e repor a
energia do corpo. Assim é que Vera, conhecida como Vera Holística,
realiza suas sessões de Reiki.

O Reiki é um sistema de reposição energética, um tratamento terapêutico
usado para diversos problemas, físicos e emocionais. Vera conheceu as
terapias holísticas em 1996, quando estava enfrentando um câncer. Depois
de passar por diversos médicos e ficar internada por muito tempo, ela
tomou um chá preparado por sua mãe, em um dia que estava passando muito
mal, e melhorou. Descobriu que água é transmissora de energia. Tudo que
colocamos na água se transforma, e por isso que ela atende em
cachoeira, como anuncia.

Reiki a energia universal. A ideia é canalizar a energia, que
chamamos de prana, a energia da cura, explica Vera. O site oficial da
terapia define Reiki como uma técnica japonesa para reduzir
estresse e promover relaxamento, que leva à cura. Ele é feito a
partir da imposição de mãos, baseado na ideia de que uma energia
vital invisível nos deixa vivos.

A cachoeira – uma benção para a saúde!Se um banho de floresta faz bem, imagine um banho de cachoeira

O ar que respiramos

Devido à poluição e ao desmatamento sistemático das últimas décadas, o ar que hoje respiramos contém muito menos oxigênio do que há 20 anos. Estudos realizados com o ar retido em fósseis demonstraram que a proporção de oxigênio (O2) no ar respirado por nossos ancestrais chegava a 38%. Após a II Guerra Mundial, esse índice já havia caído para 22% e, segundo cientistas suíços, que desde então vêm monitorando criteriosamente a atmosfera, o nível atual de O2 não passa de 19,6%, despencando para 12% em cidades muito poluídas. Assim, todo cuidado é pouco! 

Ionização do ar

Mas há também uma outra poluição, menos conhecida, que também nos atinge: a poluição elétrica do ar pela concentração muito elevada de íons positivos.

Digamos, de maneira esquemática, que o ar contém íons com polaridades elétricas opostas: íons positivos, nocivos quando em excesso, e íons negativos que, contrariamente a seu nome, são benéficos para o nosso organismo. São até chamados de ‘vitaminas do ar’. O equilíbrio desses íons no ar que respiramos influi de maneira determinante em nossa saúde em geral e na nossa vitalidade em particular. De fato, o oxigênio assegura as funções vitais básicas, mas ele só passa dos pulmões para o sangue em presença de íons negativos.

As más condições da vida moderna provocam o rompimento do equilíbrio iônico e nos privam de muitos desses íons negativos tão benéficos para nossa oxigenação e nossa saúde. Essa carência de íons negativos é uma das causas das doenças da civilização: cansaço, nervosismo, dores de cabeça, depressão.

Fatores que influem na concentração de íons negativos no ar

O ar é ionizado naturalmente de maneira contínua. Os íons negativos se formam sob a influência de causas naturais: a radioatividade natural do solo, a fotossíntese das plantas, os raios cósmicos e ultravioletas do sol, as tempestades e os raios, a chama de uma vela ou de uma lareira, o impacto da água em movimento (chuva, chu­veiro, mar, fonte), o atrito do ar nas plantas pontudas. Se temos a sensação de res­pirar melhor ao pé de uma cachoeira, depois de uma tempestade, na montanha, à beira-mar, na floresta, no sol, isso ocorre pela riqueza do ar em íons negativos.

Por outro lado, certos fatores naturais favorecem a redução de íons negativos e um excesso de íons positivos, tais como o ar antes de uma tempestade, a chegada de ventos quentes e secos, o nevoeiro, etc.

Diversos fatores artificiais também diminuem a concentração de íons negativos no ar: poluição, ar confinado (residência, carro, escola, escritório, transportes coletivos), ar condicionado, proximidade de um aparelho elétrico (aquecedor, aparelho de televisão, computador, forno de microondas), tecidos sintéticos (carpetes e roupas sintéticas), fumaças industriais, gás de escapamento dos carros, poeira, tabaco, aquecimento elétrico e até o ar que expelimos de nossos pulmões.

É por isso que, nesses diferentes locais e condições, podemos sentir fraqueza, cansaço, irritabilidade, dor de cabeça, insônia, vertigem. Mas, cuidado para não lançarem a culpa de todos os males e do nosso mau humor sobre a qualidade do ar!

Vivemos em locais bem isolados, em ambientes fechados, onde a quantidade de íons negativos do ar é insuficiente. Portanto, é necessário reavivá-lo, purificá-lo e revita­lizá-lo por ionização.

Energize-se , a fonte mora ao lado.

Benefícios dos íons negativos

 Talvez você não saiba o que são os íons negativos, mas são eles que dão aquela sensação gostosa quando pisamos descalços na terra, respiramos ar puro, tomamos um banho de cachoeira, enfim interagimos com a natureza. Sabe por quê? Porque somos parte integrante dela e dependemos desse contato para manter a saúde física e mental, como apontam estudos realizados em vários países, que já comprovaram essa teoria. Logo, como um ser urbano, se realmente quiser se cuidar e ter mais saúde, mesmo que esporadicamente, aparte-se da cidade para obter mais benefícios para i mesmo.

Saiba mais sobre os íons

Os íons, pequenas partículas existentes na natureza, resultam do processo de perda ou ganho de elétrons, por meio de reações eletricamente carregadas. Por isso, eles se dividem em negativos (os ânions) e positivos (os cátions). Os negativos que se formam próximos a cachoeiras, à beira do mar, nas florestas e nos campos, são responsáveis por fazer a gente se sentir bem em contato com a natureza, principalmente, porque facilitam a absorção de oxigênio pelas células. Já os positivos, presentes nas grandes cidades, na água poluída, em dias nublados, em ambientes com ar condicionado e em equipamentos eletrônicos, atrapalham o raciocínio; afetam o sistema imunológico; aumentam o estresse e o mau humor; geram ansiedade; provocam dor de cabeça; e contribuem para depressão.

Nada como a natureza 

É importante viver rodeados de ionização natural (fontes, árvores e plantas) ou de irmos respirar e caminhar regularmente na natureza.

Além disso, será necessário impor normas rigorosas para a fumaça das fábricas, os gases de escapamentos dos carros, os aparelhos elétricos, o tabagismo e privilegiar as fon­tes naturais de íons negativos benéficos — as florestas, os jardins públicos, as fon­tes e os chafarizes.

Para se beneficiar com a natureza

Se você vive em apartamento, trabalha em escritório, respira ar condicionado e costuma se deslocar de carro, locais onde a presença dos íons negativos é mínima ou inexistente, adeque sua viagem à quantidade de íons disponível por centímetro cúbico em ambientes naturais. Observe:

  • Cachoeira – 25 mil íons negativos.
  • Beira mar – 5 mil íons negativos.
  • Campo – 1.200 íons negativos.
  • Cidade grande – apenas 100 íons negativos.
  • Apartamento e escritório – somente 20 íons negativos.
  • No carro – apenas 15 íons negativos.
  • Ambientes com ar condicionado – nenhum íon negativo.

Fontes: https://www.olharconceito.com.br/noticias/exibir.asp?id=9969&noticia=terapias-holisticas-realizadas-em-cachoeira-promovem-curas-fisicas-e-emocionais

https://clubedaviagem.com/2020/05/10/energize-se-a-fonte-mora-ao-lado/

https://www.docelimao.com.br/site/menu-do-assinante/videodicas-assinantes/86-terapias/1264-a-cachoeira-uma-bencao-para-a-saude.html

As cachoeiras como bolsões de histórias dos grupos indígenas das terras baixas sul-americanas *

É possível considerar as cachoeiras não só como elementos físicos e ambientais, mas como lugares significativos para os povos indígenas – constituídos por componentes ideológicos, históricos, econômicos e territoriais. Certamente a formação de ecótonos, áreas abundantes em alimento, com fartura de peixes e outras importantes fontes proteicas, como animais aquáticos de maior porte, faz das cachoeiras áreas de interesse econômico. Marcos físicos e estratégicos tornam-se, para quem sobe ou desce um rio, pontos de parada, entrepostos para comércio e para troca de dádivas, espaços de política, de disputa e de tomadas de decisão.


No entanto, não é somente por essa chave interpretativa que se dota de significância uma cachoeira; o caráter ideológico e o simbólico precisam ser levados em consideração. Diversos mitos indígenas, em diferentes áreas das terras baixas sul-americanas, compreendem as cachoeiras como locais sagrados, de nascimento do mundo. Parte importante da cosmologia e dos mitos de origem, as cachoeiras desempenham papel central para se pensar o ordenamento do mundo, do território e da própria vida. Para povos do alto rio Negro, como os Tariano, Tukano, Desana, Pira-Tapuia, Wanano e Tuyuka, a cachoeira de Iauaretê, no alto rio Negro, no noroeste da Amazônia, tem significância ímpar na conformação de sua identidade e territorialidade, pois foi “um dos pontos de parada da cobra-canoa que trouxe ao Uaupés seus ancestrais”. Da mesma forma, muitos coletivos indígenas, como os Jívaro da Amazônia Oriental, utilizam áreas de cachoeiras para a realização de atividades de iniciação dos rapazes. Por fim, a arqueologia demonstra que, além de berço da humanidade e local de passagem entre os períodos da vida ou entre lugares de viver, as cachoeiras também serviam para os momentos de transição ao mundo dos mortos, já que é comum se encontrar cemitérios nesses locais.


Vista como um lugar ancestral ou mítico, em virtude dessa dimensão simbólica, uma cachoeira pode integrar o imaginário de uma população. As cachoeiras são bolsões de histórias dos grupos indígenas das terras baixas sul-americanas, mesmo que sejam esporadicamente – ou mesmo nunca – visitadas. Assim, os vestígios antigos que se acumulam sedimentados no entorno das cachoeiras, os quais permitem caracterizá-la como paisagem histórica e arqueológica, acabam por propiciar o substrato às narrativas históricas elaboradas por esses grupos e por nós mesmos.


Se nesses casos o componente ideológico não exclui o viés material, e vice–versa, eles se integram formando a base física, geográfica, histórica e mental de uma sociedade. Sujeitas a variações e fluidez, essas paisagens constituem-se no território como espaços de identificação, o que implica construção, controle, engajamento e modificação. Dentro de fronteiras fluidas, como eram as indígenas, imersas em variadas territorialidades, as cachoeiras podem ser vistas como áreas centrais, nas quais se sobrepõem distintos territórios; são os “nós” e entroncamentos nessas redes; marcadores geográficos e simbólicos; ponto de encontro para grupos ou ainda espaços rituais e de peregrinação. Podendo conter simultaneamente essas diferentes funções, inclusive algumas divergentes, são formadas ao longo e pelo acúmulo dos resquícios das diferentes intervenções humanas durante a história.

*Autores: Fernando Ozorio de Almeida e Thiago Kater

As cachoeiras para a cultura afro, e o preconceito que sofrem os devotos das religiões Afro-Brasileiras.

As cachoeiras também são locaisespeciais para a Umbanda e o Candomblé que herdaram dos escravos, trazidos em seus tristes navios, elementos da cultura africana importantíssimos para essas religiões, presentes nos grandes centros metropolitanos e nas mais pequenas cidades do nosso extenso país. Infelizmente, ainda hoje é possível encontrar nos quatro cantos do país, após 136 anos do fim da escravização, as suas consequências, vistas nas mais diversas favelas, nas prisões brasileiras, nas desigualdades sociais que continuam como uma ferida ainda não cicatrizada. Apesar da propalada cordialidade do brasileiro por ser fruto de uma mistura de raças, o Brasil não é um país cordial. Não tivemos aqui umApartheid como na África do Sul ou uma legislação segregacionista como nos Estados Unidos, entretanto, o racismo continuou e permanece bastante presente aqui no Brasil. Não por acaso, fomos o último país a abolir a escravização, e isso foi muito bem retratado na letra da música “Todo camburão tem um pouco de navio negreiro” do grupo O Rappa. Essa realidade precisa mudar. Nos EUA ainda o racismo é muito grande apesar dos avanços ao longo da história. Em 1964 Martin Luther King Jr. foi premiado com o Nobel da Paz por sua luta pacifista contra o racismo. Também nesse ano foi promulgada a Lei de Direitos Civis, que baniu todas as formas de segregação racial. No ano seguinte, 1965, os negros sulistas conquistaram o direito ao voto.

A segregação racial vigorou como lei em muitos estados norte-americanos, restos e sequelas do final da escravidão a que chegaram por meio de guerra civil. O regime segregacionista estabelecia que houvesse escolas para crianças brancas e escolas para crianças negras, rigidamente separadas, sem qualquer exceção. Sucede que para algumas crianças negras, estudar na escola que lhe era permitido pela segregação, significava viajar para outra cidade, independentemente de sua idade ou condição física. A Europa colonizadora de países africanos também tem uma dívida histórica, consequência de sua atuação marcada por exploração, escravagismo, atrocidades, genocídios e maus tratos. Os casos dos belgas no Congo e dos alemães na Namíbiailustram muitos bem a crueldade a que os africanos foram submetidos pelo brancos que se julgavam superiores moralmente.

As sequelas do passado escravocrata ainda se encontra muito presente no mundo atual nos mais diversos pontos do planeta. É evidente e existem muitas provas de casos registrados na história de preconceito e o racismo estrutural. O povo negro encontrou na religião uma forma de resistência, de preservação de sua cultura e costumes, e aí entra a religião herdada como um instrumento vital para não apenas resistir fisicamente, e sobreviver após a alforria que os jogaram na rua sem beira nem eira, mas para resistir filosoficamente, culturalmente e espiritualmente também. É inaceitável que ainda nos dias de hoje exista preconceito contra os religiosos da Umbanda e do Candomblé. Ele ainda está muito vivo na sociedade e o auge desses desajustes estão registrados nos vários boletins de ocorrências Brasil a fora, com ofensas, preconceitos, ameaças e até mesmo destruição de templos. Por tudo isso, o mais importante é que se tenha informação, porque a falta dela, a falta de educação no sentido amplo da palavra, faz com que existam estas lamentáveis ocorrências.

Sintoma de tudo isso é a famosa expressão “chuta que é macumba”. Muitos a utilizam de forma irreverente e sem malícia. A frase é um deboche, falada pelas pessoas em tom de brincadeira sem atentar para o fato de que estão sendo extremamente preconceituosas e intolerantes com as religiões de origem africana, em especial o Candomblé e a Umbanda.

Muitos não tem noção e consciência da importância da cultura e da gastronomia que herdamos dos povos africanos e que formou nosso povo, moldou nossa identidade como nação. Aprendemos a apreciar o feijão preto e sua famosa feijoada, acarajé, vatapá, caruru, mungunzá, angu, pamonha, quiabo e chuchu. Temperos também foram trazidos da África, como pimentas, o leite de coco e o azeite de dendê e muito mais pratos que se incorporaram na vida de muitos brasileiros. Mas não tal influencia não se limita ao o que comemos. A nossa cultura é formada pelo que há de mais enraizado também de origem afro, o samba, a capoeira, o maracatu, bem como em instrumentos musicais como tambor, atabaque, cuíca, alguns tipos de flauta, marimba e o berimbau, todos heranças africanas que constituem parte da cultura brasileira. Essa influência africana também está presente nanossa língua, como exemplo as palavras dengo, cafuné, caçula, moleque, quitute, farofa, bambambã, borocoxô, bunda, caçamba, capanga, cochilar, moleque, muvuca, quitanda, tanga, zumbi e fubá, todas incorporadas ao nosso cotidiano.


Macumba na Cachoeira

Foram inúmeras as vezes que fomos a uma cachoeira e nos deparamos com um conjunto de objetos próximos a uma cachoeira, à qual chamamos, sem conhecimento, macumba. Eu, em respeito a qualquer religião, não toco em nada, como muitos assim o fazem também, mas por medo. Nas cachoeiras de difícil acesso nunca encontramos uma oferenda, pois geralmente o fato de se ter de levar muitas coisas dificulta o ritual. É comum se encontrar velas, bebidas alcoólicas das mais diferentes, comida diversas como peixe, frango, farofa, legumes e frutas.

Em geral a Cachoeira da Igurê e na Cachoeira do Pico do Carcará são lugares em que frequentemente aparecem o trabalho espiritual, ambas em Garça-SP, que por serem mais acessíveis facilitam a prática desses rituais religiosos. Para entender melhor tudo isso, resolvi pesquisar um pouco sobre esse assunto misterioso, cujos praticantes sofrem muito preconceito. O assunto tem uma aura meio sobrenatural ou então que está ligado a coisas ruins, mas a verdade é que é um assunto intrigante, cercado de mitos, medos e muito pouca informação.

O que é Macumba?

Macumba é uma árvore Sagrada na cultura africana, onde os praticantes da religião se encontravam para rezar e realizar os rituais em nome de seu Orixá de devoção.  Mas também macumba é um antigo instrumento de percussão. Macumbeiro, originalmente, era o músico que tocava tal instrumento. Porém, normalmente se usa este termo de modo pejorativo desde o Brasil-colônia, embora seja também comum até mesmo entre os religiosos da umbanda e candomblé, mas quem não é praticante deve tomar cuidado para não usar o termo de forma depreciativa. O respeito a religião do outro deve existir acima de tudo. Não podemos reforçar estereótipos e preconceitos que, infelizmente, existem na sociedade e que devem ser combatidos, já que é um direito constitucional dos mais importantes. O artigo 5º, VI, estipula ser inviolável a liberdade de consciência e de crença, assegurando o livre exercício dos cultos religiosos e garantindo, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias.

É muito comum ir-se em uma cachoeira, bastante frequentada, e encontrar-se no local uma oferenda. São muitos os nomes que se dão popularmente a esta prática de cunho religioso associadas as religiões de matriz africana: trabalho, despacho ou macumba. São práticas enraizadas culturalmente e com abrangência em todo território brasileiro. Em especial são praticantes da Umbanda e do Candomblé os que costumam levar uma oferenda a determinadas entidades em cachoeiras, mas qual a razão disto? Estas oferendas podem conter uma gama bem variável de coisas, desde velas, frutas, comidas diversas e até sacrifício animal, com a distinção de que ao menos, teoricamente, os adeptos da Umbanda não são adeptos desta última prática.

O despacho de macumba

Esse nome passou a ser utilizado para nomear as oferendas feitas aos Orixás, e por muitos é considerada como magia negra. A macumba ou oferenda, nada mais é do que um presente a uma energia Divina para que ela auxilie a pessoa no direcionamento de uma causa. Assim como qualquer outra religião ou cultura pode usar de seus dons para realizar ações contra terceiros, a macumba também pode ser usada para isso, porém nenhum centro de Umbanda ou Candomblé de respeito verá bons olhos, ou aceitará esse serviço.

Para os praticantes das religiões de matriz africana, a macumba nada mais é do que demonstração de respeito e fé de quem segue a religião afro, é uma atitude de amor e devoção ao Orixá, é agradecimento pela vida, é fonte de proteção e sabedoria por quem busca o bem e a paz espiritual.

A força espiritual das cachoeiras na visão das religiões de matriz africana

Nesta seara, parece que as religiões herdadas pelo bravo e sofrido povo de origem africana no país tem muito a contribuir a respeito da força espiritual das cachoeiras.

Os banhos de cachoeira descarregam e purificam nosso lado material e espiritual, sendo capaz de eliminar cargas de feitiçarias, feridas que não podem ser vistas e médico algum consegue curar, e assim por diante.

As cachoeiras são a representação da própria divindade Oxum, expressando a pureza, a renovação, a abundância e fluidez da vida. Pelas águas se nasce, na sacralização do batismo, pelas águas se rega a terra e faz brotar a vida. E essa mesma água, indispensável ao nosso corpo, alimenta e limpa. Esse é o poder das cachoeiras, fonte inesgotável de nascimento e vida espiritual. São elas que fertilizam o solo, se espalham pelo planeta através dos regatos, ribeirões e rios e se unem ao mar, conectando-se com a imensidão da vida.

A cachoeira está geralmente em um ponto afastado do barulho, e em sua maioria não possui um movimento intenso de pessoas, recebendo seus visitantes de forma espaçada.

Em volta da cachoeira existe um ecossistema com plantas, rochas, animais, insetos, etc. É como se fosse um pequeno mundo!

A água da cachoeira, em sua grande maioria, é limpa, pura e cristalina. A corrente garante que essa água esteja sempre circulando, passando por pedras, sendo banhada pelo sol, entrando em contato com inúmeros elementos da Natureza e carregando-os consigo, porque como vimos anteriormente, a água é um ótimo condutor.

Aqueles que são um pouco mais sensíveis ou que se esforçam em concentração perto de uma cachoeira podem sentir que existe uma vida que rege todo o ecossistema da cachoeira. Alguns ouvem uma melodia, outros veem miríades de luz, outros somente sentem uma paz intraduzível quando se aproximam desse ambiente.

Toda cachoeira tem um ser angélico responsável por toda essa paz que a envolve. Eu a chamarei de Senhora da Cachoeira (os irmãos da Umbanda chamam de Mamãe Oxum), somente dando esse rótulo para facilitar o entendimento. Isso me lembra a bela canção “Mamãe Oxum”, composição de Chico César e também muito conhecida na voz de Zeca Baleiro:

“Eu vi mamãe oxum na cachoeira
Sentada na beira do rio
Colhendo lírio lirulê
Colhendo lírio lirulá
Colhendo lírio
Pra enfeitar o seu gongá”

Ao se banhar em uma queda de água ou ao mergulhar no poço formado por uma cachoeira é impossível não se sentir impactado no corpo e na alma, a água geralmente gelada e o banho fazem a pessoa se sentir mais leve. Esse anjo transforma as poderosas energias que veem do alto para manutenção da vida e a condução dessa vida pelo rio que se forma com a cachoeira.

A pedra parece viva, as plantas parecem mais brilhantes, o ar é impregnado por alguma substância X, de aroma agradável, as aves parecem brincar de forma angelical.

Assim é o ambiente de uma cachoeira. Ao se banhar em uma cachoeira, uma torrente de energias positivas envolve o ser, imantando e limpando sua aura de forma espetacular.

Cada cachoeira é um espetáculo diferente. Por isso, pare e se concentre em cada uma para você conseguirá sentir a diferença. Todas são diferentes e magníficas obras primas desses anjos de luz.

As cachoeiras também são domínios de Xangô e são em conjunto consagradas a Oxum.

As vibrações das cachoeiras são de características vibratórias limpas e puras. Essas vibrações servem para o nosso reajustamento vibratório, o que nos auxilia no desenvolvimento da mediunidade e na afirmação de nossos Orixás de cabeça. Os banhos de cachoeira descarregam e nos purificam espiritual e materialmente, lavando desta forma nosso corpo físico e astral, eliminando larvas, miasmas e cascões astrais.

O banho de cachoeira descarregará qualquer carga de feitiçaria, tais como as famosas feridas que não curam com a medicina do homem, desde que, é claro, se tenha em conjunto a assistência do plano espiritual. Os banhos de cachoeira devem ser feitos em cachoeiras previamente preparadas para tal, ou seja, devem estar limpas de despachos e oferendas sem sentido, lá depositadas por incautos ou ignorantes em relação ao local. Tudo deverá ser recolhido com as mãos envoltas em sacos plásticos pretos (por ser a cor isolante), amontoado e queimado, ou ainda, enterrado. Somente após tome o banho, mediante uma evocação séria das forças reinantes no local.

Acender velas em cachoeiras é algo desnecessário, já que somente sujam o local. A maioria das pessoas as acende a esmo, sem compreender o funcionamento das velas, que não iluminam e não dão luz a ninguém no mundo espiritual, como muitos pregam. Devido às condições naturais onde estão localizadas as pedreiras e as cachoeiras, já que venta muito no local, dificilmente as velas permanecerão acesas até o final, interrompendo as ondas por ela emitidas e em seguida deixando mais um pouco de sujeira e de lixo no local.

 “A gente vai até a cachoeira para poder descarregar, pegar novas energias e leva o balaio, que é o presente à Oxum”, explica a Yalorisa D’ ÓSUN, Abadia Rodrigues Nogueira, de 49 anos.  

Ao passar pela cachoeira, estamos limpos e renovados. “A água é energia, é Oxum. Tudo o que chega de ruim, de energia negativa, ela tira de você, porque a água não tem obstáculo, ela contorna e segue adiante”, explica Abadia. 

Normalmente este trabalho ocorre próximo das datas nas quais que o terreiro celebra o dia de Oxum, mas, para alguns, a determinação do trabalho se dá em datas diversas estipuladas pelo Guia chefe de cada terreiro.

Diferente do trabalho da praia que tem função de descarregar o médium e principalmente as cargas do terreiro, a finalidade maior do trabalho de cachoeira é de energizar o médium, regulando-o como um instrumento de cordas, cada campo energético de seu corpo.

A Cachoeira como Fonte de Lazer, Esportes e Exploração Econômica

De acordo com as características da queda d’água, existe um conjunto de atividades que podem ser práticas como por exemplo:

  • Trekking: é a famosa caminhada por trilhas até chegar na cachoeira. Existem diferentes níveis de trilhas; iniciante, médio e avançado. Para prática deste último nível, é indicado a companhia de um guia local.
  • Observação: a beleza cênica, a fauna e a flora podem ser a grande motivação para visita.
  • Canyoningou canionismo: utiliza a mesma técnica do rapel, porém a descida é feita pelo meio de uma queda d´água ou ao lado dela e segue na exploração do rio abaixo, podendo utilizar também outras manobras, como saltos e tirolesas.
  • Banho de cachoeira: diminui o estresse, a água fria acalma e alivia os sintomas de depressão, incentiva a circulação, fazendo o corpo relaxar; é uma ótima opção para toda a família.
  • Acampamento: as pessoas podem passar dias junto à natureza dormindo em barracas.

As possibilidades de atividades nelas e nos seus arredores são muitas, mas em todos os casos, os empreendedores devem compreender que não basta colocar uma plaquinha com o nome do empreendimento e cobrar alguns reais na entrada.

A Natureza Jurídica das Cachoeiras no Brasil e Projetos de lei sobre o Assunto

Este é um tema aparentemente controverso e que a maioria reproduz conceitos e opiniões que não estão em harmonia com o nosso ordenamento jurídico vigente. Como a maioria absoluta das cachoeiras de Garça, assim como Brasil a fora, encontram-se localizadas em território pertencente a uma propriedade privada, logo, a cachoeira também pertence ao dono desta propriedade, correto?

Não, o entendimento acima não encontra guarida em nossa legislação, apesar de popularmente ser propagado o contrário. É que na realidade, as nascentes, córregos e rios que cortam uma propriedade privada são de natureza jurídica pública, são considerados bens naturais do estado e por isso, embora estejam permeados de território privado, sua natureza continua pública. E se um bem é público, não deveria haver restrição absoluta de acesso, a não ser que que exista algum dispositivo legal que vete o acesso ao público, como por exemplo o acesso público as cachoeiras encravadas em Parques Ecológicos, cuja visitação pública é proibida, com exceção de atividades educacionais, conforme Lei 9.985, de 18/07/2000.

O princípio da legalidade, é a pedra basilar do nosso estado democrático de direito e encontra-se expressamente disposto em nossa Constituição Federal nos seguintes artigos:

“Art. 5º – Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;”

Assim, ninguém pode ser proibido do seu direito de ir e vir, inclusive de visitar de bens públicos naturais se não for por imposição de Lei. Portanto, uma vez que a cachoeira é um espaço público e que não existe legislação que proíbe o acesso a população, mesmo que seja propriedade privada seus arredores, nenhum proprietário de terra pode proibir o acesso da população a uma determinada cachoeira, o que pode acontecer é negar que utilizem sua propriedade para acessar a cachoeira. Mas se a pessoa acessou o curso do rio em algum lugar e seguiu pelo seu leito até chegar a cachoeira, o proprietário rural não poderá fazer nada nesse caso.

Popularmente falando, temos um conceito de que a propriedade é privada e que com ela seus donos podem fazer o que bem entendem, não é assim, não mesmo. Primeiro, que toda propriedade, mesmo que urbana, deve cumprir sua função social, caso contrário, é passível de desapropriação pelo Estado. Nas propriedades rurais, existem ainda mais restrições, é o caso da obrigatoriedade de manter-se um percentual do território para reservas legais, ou seja, conservar parte da mata nativa, o percentual varia de acordo com o bioma em que a propriedade está inserido. E também existe a obrigação de manter intactas as áreas de preservação permanentes (APPs), como as matas as margens de qualquer curso d´água, topo de morros e em encostas íngremes.

Assim, o proprietário rural está sujeito a legislação vigente e não tem o direito de dispor como bem entende, e isto inclui o acesso da população as cachoeiras. Como não há dúvida de que a Lei determina que os rios e nascentes tem natureza pública, e como não existe proibição legal para seu acesso, logo, deve ser permito o acesso normalmente, pois o bem é de toda a população, nada mais justo que toda ela tenha acesso se assim quiser. E como chegar até a cachoeira se é preciso passar por propriedade privada antes? Este é um problema permeado de muita controvérsia, mas se essa passagem fosse proibida em absoluto, equivaleria a negação na natureza do bem público, que na prática faria da cachoeira um bem exclusivamente privado, o que não poderia ser. Mas por outro lado, não existe legislação que obrigue o proprietário rural a fornecer a servidão de passagem necessária.

Mas em muitos casos reconhece-se a aplicação do Instituto da Servidão de passagem, que nada mais é do que a necessidade de que o proprietário do imóvel ceda uma passagem para acesso a um lugar público ou privado, que não possui nenhuma outra forma de acesso.

Embora seja sempre conveniente a autorização do proprietário rural para visitar a cachoeira que está localizada dentro de seu imóvel, não é necessariamente imprescindível, pois não se pode proibir o acesso a um bem público, e assim, o cidadão que assim quiser, pode procurar uma passagem para chegar no bem comum almejado, a cachoeira, sem é claro causar danos materiais, ambientais ou atentar a privacidade dos proprietários rurais e seus funcionário . É importante agir com bom senso e serenidade, a passagem deve ser realizada de modo a não resultar em nenhum tipo de dano material ou ambiental ao imóvel rural, bem como deve-se passar o mais longe possível de possíveis residências ou prédios rurais, para fins de evitar a invasão de privacidade, perturbação ao sossego ou mesmo que o dono da propriedade sinta-se ameaçado com receio de furtos ou roubos.

Abaixo, segue um excelente e interessantíssimo artigo escrito por um Desembargador de Direito Aposentado e Ex-presidente do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região, Dr. Vladimir Passos de Freitas, sobre a natureza jurídica das cachoeiras e sua exploração econômica. O texto  é de uma clareza solar e construiu uma tese muito bem alicerçada sob o amparo do ordenamento jurídico vigente, por isso, recomendo muito a sua leitura, ainda que destoa em alguns pontos do entendimento aqui esposado.

É esclarecedor o artigo acadêmico “CACHOEIRAS, EXPLORAÇÃO ECONÔMICA E PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE” de Vladimir Passos de Freitas, afirma sobre a natureza jurídica das cachoeiras :

O uso e gozo do lazer nas cachoeiras e a exploração comercial na área de entorno são matérias pouco discutidas na doutrina. Da parte da população, pode ser invocado o direito ao lazer e a condição de bem público das águas, conforme arts. 6.º, caput, 20, III e 26, II, da Carta Magna. Do ponto de vista do proprietário, é possível invocar ser dono da área terrestre e seu dever de manter protegido o meio ambiente local.

Adiante o autor vai além e aborda o acesso às cachoeiras e a servidão de passagem: “A busca de acesso a uma cachoeira pode dar-se para lazer ou para a simples busca da água do rio, para uso próprio. A servidão de passagem para consumo de água encontra previsão no Código de Cachoeiras, Águas, Dec. 24.643, de 10.07.1934, que no art. 34, I, afirma que “é assegurado o uso gratuito de qualquer corrente ou nascente de águas, para as primeiras necessidades da vida, se houver caminho público que a torne acessível”. Aqui, evidentemente, se trata de uso da água para consumo próprio. Para a busca das águas da cachoeira com fins lúdicos, como já afirmado, não há qualquer previsão no Código de 1934, época em que a população brasileira era pequena e os recursos ambientais mais disponíveis a todos.

Coisa diversa é prevista no art.1.385 do mesmo Código que, na lição de Arnold Wald, “é o direito de passagem forçada, estudado nos direitos de vizinhança. Emana da lei, e sem ele, seria impossível ao proprietário do prédio encravado entrar e sair livremente do seu terreno”. Portanto, a passagem forçada destina-se ao dono do prédio que não tem acesso à via pública, nascente ou porto, e que pode exigir do vizinho seu direito de acesso. Este permissivo da lei civil, evidentemente, não se ajusta à utilização de cachoeira como forma de lazer. Resumindo, não têm os vizinhos ou terceiros direito de exigir passagem para que possam utilizar cachoeira como parte de seu entretenimento.


Outrossim, registre-se que a Lei 6.938, de 30.08.1981, viu introduzido o art. 9.º-A no seu texto, por força da redação que lhe deu a Lei 12.651/2012. Nele se fala em servidão ambiental, servidão esta que nada tem a ver com a que serve de acesso a bens ambientais como os rios e cachoeiras. Com clareza ÉdisMilaré registra que “a servidão ambiental é um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente e envolve, basicamente, a renúncia voluntária do proprietário rural ao direito de uso, exploração ou supressão dos recursos naturais existentes em determinado prédio particular”.


Finalizando, resta repetir antiga mas atual lição de Washington de Barros Monteiro, quando afirma: “De tudo quanto ficou exposto, extrai-se a conclusão de que as servidões se acham efetivamente impregnadas daquela ideia de submissão de um prédio a outro, de sujeição permanente de uma propriedade a outra, como de início se acentuou. Nelas se descobre, portanto, certa analogia com a servidão humana, o que justifica o vocábulo sugestivamente empregado pelo legislador”

E o jurista Vladimir Passos de Freitas conclui: “Apesar de que muito já se falou na literatura sobre a propriedade e suas limitações, entre elas aquelas de caráter ambiental, o tema da exploração turística das cachoeiras ainda é pouco discutido nos Tribunais. De qualquer forma, é possível chegar-se a algumas conclusões:


a) As águas das cachoeiras são bens públicos, pertencem à União ou ao Estado em que se situem, tudo a depender das características do rio em que elas se encontrem.


b) O acesso às cachoeiras, situem-se em locais públicos (por exemplo, parque nacional) ou em propriedades particulares, não pode ser exigido, incondicionalmente, por terceiros.


c) É, em princípio, admissível, a exploração econômica na área de entorno das cachoeiras, com comércio, vestiários e vigilância, desde que autorizada pelo Poder Público e avaliado, em procedimento próprio, o impacto ambiental.


d) O Poder Público, caso queira possibilitar o acesso da população a cachoeiras que se situem no interior de propriedades particulares, poderá desapropriar área de acesso necessária a tal finalidade.

Projetos de Lei em Tramitação para Regulamentar Visitas as Cachoeiras e Atrativos Naturais

Projeto de Lei (PL) 1562/2015 Inteiro teor


Situação: Aguardando Apreciação pelo Senado Federal

O acesso de pessoas para locais de grande beleza cênica, como praias e cachoeiras, que exija a travessia por propriedades privadas poderá ser cobrado. É o que determina o Projeto de Lei 1562/15, do deputado Celso Jacob (PMDB-RJ), aprovado na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados.

Valtenir Pereira: é fundamental assegurar as condições necessárias para o desenvolvimento do ecoturismo

Como tramita em caráter conclusivo, a proposta será enviada agora para o Senado, a menos que haja recurso aprovado para que seja analisada antes pelo Plenário da Câmara.

O texto original regulamentava o trânsito por propriedades privadas que leve a locais de beleza cênica ou interesse para a visitação pública, mas não previa a cobrança de entrada por parte do proprietário. Isso foi incluído na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, onde a proposta tramitou, e mantido pelo relator na CCJ, deputado Valtenir Pereira (PMDB-MT).

Quantia módica
Conforme o substitutivo aprovado na CCJ, o dono do terreno poderá cobrar uma quantia módica em dinheiro, que seja justificada por obras e serviços de conservação e manutenção de caminhos, trilhas, travessias e escaladas necessários para o acesso a sítios naturais públicos.

A versão aprovada determina ainda que o trânsito pela propriedade até o destino poderá ser feito sem guia turístico, desde que a pessoa interessada contrate seguro por dano pessoal ou para o resgate em caso de acidente; declare capacidade técnica e equipamentos para realizar a travessia; e respeite o plano de manejo e conservação do local (se existente).

O relator elogiou a proposta de Celso Jacob. Pereira destacou que a Constituição estabelece que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, considerado “bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida”.

“É de grande importância assegurar as condições necessárias para que a visitação de tais sítios e os esportes de natureza possam acontecer e crescer no País”, disse Valtenir Pereira.

Acesso livre
O texto aprovado assegura o livre trânsito por caminhos, trilhas, travessias e escaladas que levem a locais de beleza cênica. O acesso livre aplica-se tanto aos caminhos já existentes, utilizados tradicionalmente por praticantes de esportes ao ar livre, como os que forem constituídos em locais ainda não explorados.

Neste último caso, a delimitação das vias de acesso poderá ser estabelecida pelos proprietários privados, de acordo com boas práticas que assegurem mínimo impacto, assegurada a participação da sociedade civil.

Como contrapartida pelo uso, o projeto prevê que as pessoas que transitarem pelas vias privadas devem zelar pela conservação dos ecossistemas locais e respeitar os limites e regras definidos pelos proprietários e órgãos ambientais.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Projeto de Lei (PL ) 7486/2017 Inteiro teor

Situação: Aguardando Designação de Relator na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC)

O Projeto de Lei 7486/17 torna direito do cidadão o livre trânsito nas propriedades privadas, por trilhas e escaladas que conduzam a montanhas, paredes rochosas, praias, rios, cachoeiras, cavernas e outros locais de beleza cênica e interesse para a visitação pública. A proposta tramita na Câmara dos Deputados.

O texto apresentado estabelece que o livre trânsito se aplica aos caminhos já existentes, tradicionalmente utilizados por praticantes de esportes ao ar livre, e aos que necessitarem ser constituídos.

A delimitação de novos acessos será feita por órgão ambiental municipal ou, quando inexistente, pelo órgão estadual. A proposta assegura a participação dos proprietários das terras na definição.

Para evitar danos às propriedades, o projeto determina que as pessoas que transitarem pelas trilhas deverão zelar pela conservação dos ecossistemas locais, com adoção de práticas de mínimo impacto e sem sair dos limites estabelecidos.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Conclusão

Em geral, as cachoeiras despertam atenção e os sentidos das pessoas, independente de credo religioso, a plasticidade de sua beleza agrada a todos, até céticos, ateus e agnósticos, atrai os animais também por outras razões, e sobretudo são locais de muita história, verdadeiros sítios arqueológicos, são considerados ecossistemas lóticos, ambiente de água corrente, em movimento, como rios, riachos, córregos que guardam uma riqueza inestimável. E ainda, são locais sagrados para liturgias e rituais de natureza religiosa.

O Brasil como um país continental que tem possui as mais belas e diversas cachoeiras que podem ser encontradas em todos os seus estados, de norte a sul, em todos os biomas e com um potencial incrível e inexplorado para o ecoturismo na maioria das vezes.

E, cada vez mais as cachoeiras são exploradas mundo afora para fins de turismo e tendo também um papel importante na atividade econômica. Por tudo isso, mais do que nunca é necessário tomar consciência, tanto proprietários rurais, poder público, iniciativa privada e entidades civis em geral de que ter a verdadeira dimensão de sua importância e necessidade de preservação. Assim, é possível haver atitudes proativas que possam ser realizadas para que a gente não perca a riqueza das cachoeiras para a ação impensada do homem, para a poluição dos rios ou para a expansão urbana desordenada. Podemos estar aterrando ou poluindo parte importante também de nossa história.

A preservação implica em uma importante ferramenta de manutenção e recuperação do meio ambiente, da cultura, de suas religiões, da história mundial, do turismo, até mesmo de renda para muitos brasileiros que vivem do turismo em cidades do interior do país e também é fonte de água potável para muitas pessoas em nosso esquecido Brasil profundo. Suas águas são de suma importância para diversos indígenas, ribeirinhos e sertanejos guerreiros que resistem para sobreviver com a ajuda providencial da natureza que estende seus longos e generosos braços até que onde nosso civilizado homem contemporâneo ainda permite.

Por  Rudi Ribeiro Arena *

*Bacharel em Direito pela PUC-Campinas, Servidor Público Federal, Ciclista, um dos fundadores do Grupo Piramba e apaixonado por cachoeiras.

Fontes:

https://www.iquilibrio.com/blog/espiritualidade/umbanda-candomble/macumba/

http://www.nuss.com.br/locais-sagrados/as-cachoeiras.html

http://www.grupopas.com.br

https://portal.fiocruz.br/noticia/projeto-de-cooperacao-tecnica-para-desenvolver-banho-de-floresta-no-brasil-podera-ganhar

https://pt.wikipedia.org/wiki/Corredeira

https://umbandanuss.com.br/as-cachoeiras-umbanda/

https://virecarranca.com.br/2020/07/13/lavadeira-do-rio-uma-profissao-que-resiste-ao-tempo/

https://www.campograndenews.com.br/lado-b/comportamento-23-08-2011-08/descarrego-e-oferenda-em-rito-do-candomble-o-desejo-e-para-um-2017-abundante

https://santuariodeumbanda.com.br/site/locais-para-oferendas/vale-dos-orixas/oxum/

https://www.olharconceito.com.br/noticias/exibir.asp?id=9969&noticia=terapias-holisticas-realizadas-em-cachoeira-promovem-curas-fisicas-e-emocionais

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https://portal.fiocruz.br/noticia/projeto-de-cooperacao-tecnica-para-desenvolver-banho-de-floresta-no-brasil-podera-ganhar

https://www.japanhousesp.com.br/artigo/os-banhos-de-floresta-no-japao/

http://www.domhelder.edu.br/revista/index.php/veredas/article/view/453/446

https://www.camara.leg.br/noticias/513811-CAMARA-REGULAMENTA-TRAVESSIA-POR-PROPRIEDADE-PRIVADA-PARA-CHEGAR-A-PRAIAShttps://www.camara.leg.br/noticias/513811-CAMARA-REGULAMENTA-TRAVESSIA-POR-PROPRIEDADE-PRIVADA-PARA-CHEGAR-A-PRAIAS

https://www.camara.leg.br/noticias/611456-projeto-torna-direito-do-cidadao-transitar-por-trilha-turistica-localizada-em-area-privada

https://www.camara.leg.br/noticias/513811-CAMARA-REGULAMENTA-TRAVESSIA-POR-PROPRIEDADE-PRIVADA-PARA-CHEGAR-A-PRAIAS

https://sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/cachoeiras-um-encontro-com-a-forca-e-a-beleza-da-natureza,1a2e4174326c5810VgnVCM1000001b00320aRCRD

https://clubedaviagem.com/2020/05/10/energize-se-a-fonte-mora-ao-lado/

https://www.docelimao.com.br/site/menu-do-assinante/videodicas-assinantes/86-terapias/1264-a-cachoeira-uma-bencao-para-a-saude.html

Lontra no Lago Artificial de Garça-SP

Em um flagrante raro, conseguimos registrar imagens de uma lontra devorando um peixe no Lago Artificial Prof. J. K. Williams, depois de se fartar, submerge na água e se vai. ela Já havia sido vista no lago na semana passada a esse registro e tudo leva a crer que ela adotou o lago de Garça como morada. O interessante é que a presença dela demonstra que há uma fauna relevante e rica nessa região.

A lontra-neotropical (nome científico: Lontra longicaudis), também conhecida como lobinho-de-rio e lontrinha, é uma espécie de mamífero da família dos mustelídeos (Mustelidae). Ocorre na América Central e América do Sul, do noroeste do México até o Uruguai. Habita em rios, lagos e lagoas em vários ecossistemas, como pantanais, florestas tropicais e cerrados. A lontra-neotropical prefere viver em águas claras, onde alimenta-se principalmente de crustáceos e de peixes. Esta lontra possui tanto hábitos noturnos quanto diurnos. Está localizada na classe mais alta da cadeia alimentar como um animal importante para todo o ecossistema aquático, sendo, portanto, um indicador de boa qualidade biológica para o ambiente. As lontras são cativantes e atrativas, sendo utilizadas como formas de sensibilização do público tanto para a conservação da espécie como para a importância das áreas úmidas em geral.

Com mais de um metro de comprimento a lontra é um mamífero semiaquático, parente da irara e da ariranha, que se distribui por quase todo o território brasileiro. Mas apesar de ser popularmente conhecida pela grande maioria das pessoas ela é considerada espécie cheia de “mistérios”.

Isso porque não é fácil encontrar uma lontra na natureza. O animal que tem hábito solitário é arisco e dificilmente se mostra ao homem. Mas alguns vestígios como fezes, pegadas e tocas podem entregar a presença dela em determinada localidade. Quer saber mais sobre esse bicho curioso? Confira algumas curiosidades!

Na água e na terra

Considerada um mamífero semiaquático a lontra é ativa tanto em terra quanto na água. Em terra ela se reproduz, encontra abrigo que são conhecidos como toca, descansa e cuida dos filhotes. Porém na água ela encontra a principal fonte de alimento. É considerada uma excelente nadadora e mergulhadora, tem membranas nas patas adaptadas ao ambiente aquático. É mais ágil dentro d’água do que fora.

Dieta balanceada

A lontra se alimenta principalmente de peixes e crustáceos que encontra no ambiente aquático, mas também pode adquirir ao cardápio, pequenos mamíferos, répteis e até aves. Geralmente na hora de fazer uma boquinha a espécie sobe em pedras ou se desloca às margens dos rios e lagos.

Lontras dormem e cuidam dos filhotes em tocas próximo aos rios e lagos — Foto: Giselda Person

Lontras dormem e cuidam dos filhotes em tocas próximo aos rios e lagos — Foto: Giselda Person

Esconderijo e abrigo

Apesar de adorar água, a lontra encontra refúgio em terra, mais precisamente em barrancos onde constrói tocas ou aproveita de cavidades naturais para descansar. Na maioria das vezes escolhe locais altos com subidas íngremes para dificultar o acesso de algum possível predador. As tocas são próximas à água, onde ela se desloca rapidamente se houver qualquer sinal de perigo.

Fezes são feitas em pedras e ambientes visíveis para marcar território — Foto: Giselda Person

Fezes são feitas em pedras e ambientes visíveis para marcar território — Foto: Giselda Person

Fezes poderosas

A lontra usa as fezes para marcar território. Geralmente são feitas em lugares visíveis como em cima de pedras e troncos, onde outros indivíduos possam ver e logo identificar que o aquele espaço já tem dono. Pesquisas apontam também que as fezes servem também como uma manifestação de dominância hierárquica. Uma curiosidade é que as fezes são geralmente escamadas e possuem um cheiro doce almiscarado.

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Lontra-neotropical

https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/noticia/2020/08/14/arisca-e-solitaria-voce-conhece-a-lontra.ghtml

As Cachoeiras da Vigilância e Seus Encantos

O Piramba teve a honra de ser convidado pela proprietária do imóvel rural para conhecer as Cachoeiras da Vigilância e ajudar em fixar cordas para facilitar o acesso a elas, já que existem trechos com forte declive e risco de quedas. E agradecemos demais por essa oportunidade única.

É sempre fascinante constatar como são vastas as cachoeiras de Garça e que o município ainda possui uma infinidade de lugares incríveis de natureza exuberante a ser conhecido e explorado. Prova disso, é o complexo de cachoeiras próximo a Fazenda Vigilância que o Piramba desconhecida e que possui diversas cachoeiras de diferente alturas e todas encantadoras. E o mais legal é ver o cuidado com as matas ciliares, a restauração e o plantio de árvores nativas que acabou por criar uma grande área verde no entorno das cachoeiras e cursos d’água.

O acesso não é fácil, além de que exige uma boa caminhada e está longe até mesmo de qualquer estrada de terra ou mesmo de sede de fazenda. Por isso mesmo, parece até um local intocado, sem qualquer sujeira ou vestígio humano.

O dia escolhido foi um sábado a tarde de sol escaldante em meio a terceira onda de calor que abateu boa parte do Brasil em dezembro de 2023. Com temperatura de pouco mais de 35º graus centígrados e munidos de muita água e bastante ânimo, iniciamos a nossa caminhada.

Logo no começo da caminhada no meio do leito do rio chamou a atenção os escombros de um moinho de pedra muito grande assim como antigo que respira história, resquícios de uma realidade hoje distante.

Mal começamos a andar, ouvimos um barulho no meio do mato e pensei, parece algum animal grande e logo apareceu uma cachorra do nada, e o estranho é que não tem casa ali perto. E não deu outra, ele seguiu a gente até chegar na beira do rio, depois continuou conosco rio abaixo e transpassou os mais difíceis obstáculos pelo caminho, embora a gente tinha receio de ele se machucar, mas que nada ele foi até o final e foi em todas as cachoeiras com a maior destreza, mostrou um ótimo parceiro de pirambeira.

Em outro momento, quem aparece do nada no meio da mata é uma espécie de lontra, um animal lindo e raro de se ver, ali já havia ganhado o dia. Nunca nenhum de nós havíamos avistado esse animal na região, motivo de grande alegria ao saber que a fauna aqui é ao mesmo tempo resiliente e vibrante.

Com facões em mãos abrimos uma trilha que já encontrava-se bastante fechada e após caminhar bastante rio abaixo, enfim chegamos na primeira cachoeira que tem um poço que é um verdadeiro convite para banho e foi isso que fizemos. Foi como se gente tivesse encontrado um oásis em meio a um calor sufocante. Em que alguns pontos o poço não dá pé, é muito fundo mesmo.

Logo mais, ao seguir o rio a baixo somos contemplados com o encontro de dois cursos d’água que se encontram, a cena é belíssima, é agua caindo de todos os lados, são várias quedas e muito boa para tomar aquele banho de cachoeira. E por mais que tentamos registrar isso com fotos e vídeos, só mesmo presencialmente no lugar é possível ter a noção real de sua exata beleza. 

Se subir alguns poucos metros acima do outro córrego, a gente logo da de cara com uma cachoeira de água de nascente cristalina que se esparrama pela rocha de forma esplêndida e faz um pequeno poço que até parece um pequeno ofurô natural.

Voltando ao rio principal, ao descer um pouco o seu leito logo a gente ficou no alto de uma cachoeira muito alta e por ter as encostas bem íngremes, não conseguimos achar um de acesso para chegar até em baixo. Teria que contornar por um outro ponto da mata e não pelo curso do rio, ou então fazer uma longa caminhada chegar em baixo da cachoeira rio acima.

Assim, resta ainda mais uma cachoeira que temos que chegar por baixo para poder conhecê-la melhor, tomar um banho e descobrir se existe poço ou não. Mas uma leve garoa havia começado e trovões reverberavam na mata, resolvemos voltar e combinamos explorar ainda mais o local um outro dia.

Na volta, nos deparamos com uma armadilha de iscas de mangas, não entendemos ao certo como funcionava a arapuca, mas era claro que alguém fez uma engenhosidade para capturar animais silvestres. Então desmontamos toda a armadilha, levamos os arames e jogamos as mangas na mata para alegria na fauna local. E a cachorra? Ah ela é tão companheira que o nosso amigo Vicente precisou ir embora um pouco antes e então ela se propôs a fazer companhia para ele na volta.

Rudi Arena

A Natureza Sempre Supreende! A Desconhecida Cachoeira Quase Sem Querer em Jafa (Inédita)

Como um bom pirambeiro e amante das cachoeiras um dos sentimentos mais gostoso que existe é o de sair para fazer trilha de bike e se deparar com uma cachoeira em Garça-SP desconhecida. Mas essa sensação é cada vez mais rara já que percorremos dezenas de cachoeiras e conhecer uma nova vai ficando cada vez mais difícil.

Agora imagina conhecer uma bela e nova cachoeira meio que sem querer, por acaso, pois na realidade o objetivo era chegar na Cachoeira São Matheus em Jafa. Só que o acesso estava difícil, resolvemos tentar chegar até o rio acima da cachoeira e descer o corpo d´água até chegar nela.

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Só que o destino não queria que atingíssemos o objetivo planejado naquele dia, e realmente não chegamos até a Cachoeira São Mathues. Mas por outro lado demos de cara uma uma cachoeira que desconhecíamos totalmente e que nunca ouvimos falar dela. O acaso nos premiou com mais uma cachoeira e ainda com um poço muito bom para banho. É incrível a capacidade dessa região do centro oeste paulista de nos surpreender com suas belezas naturais inexploradas.

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O jeito então foi se banhar no poço e curtir esse lugar que é centenário por natureza, mas que para nós era novo. Foi realmente muito bom conhecer uma nova cachoeira quase sem querer. Ah, o quase só faz sentido porque a gente assumiu o risco de achar uma cachoeira pelo caminho sempre quando exploramos os rios de Garça e região. E quando a gente encontra uma cachoeira que é desconhecida e não tem um nome ainda, é preciso batizá-la e ali mesmo nas águas da Cachoeira Quase Sem Querer que foi sacramentado o seu batismo.

By Rudi Arena

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A Aranha Mais Estranha do Mundo. Ela usa a máscara do Jason ou será uma Bolacha Maria!!!

Essa Aranha Tecedeira foi encontrada no meio da trilha e sua aparência peculiar chamou a atenção.

É muito comum a gente se deparar com aranhas no meio das trilhas de bike ou no caminho das cachoeiras. Já vimos aranhas das mais variadas espécies, caranguejeira, armadeira, entre muitas outras. Porém, foi a primeira vez que vimos e registramos essa aranha cuja espécie não conseguimos identificar naquele momento, mas a sua aparência exótica chamou muita a atenção.

O corpo da aranha tinha uma linda cor dourada e com aparência de um emoji de um rosto. Ou seria mais semelhante a uma bolacha maria ou então a uma vestia a máscara do Jason, protagonista dos filmes de terror Sexta Feira 13. De qualquer maneira, é preciso reconhecer que trata-se de uma aranha bem diferentona.

Tecedeira-de-cruz-cosmopolita (Araneus)

Outros Nomes Comuns: aranha-de-cruz, aranha-dos-jardins, aranha-diadema, epeira-dos-jardins, epeira-de-cruz

Após pesquisas, foi possível identificar a espécie, deve ser uma aranha tecedeira da família Araneidae, a Araneus sp. (Araneinae). Como uma boa tecedeira, não se dá muito bem dentro de casa e se alimenta de tudo o que se mover e for capturado em sua teia.

Apesar do seu tamanho, é geralmente uma aranha pacífica e algo tolerante, fugindo para o esconderijo quando perturbada, no entanto, por vezes, pode tomar uma atitude defensiva e picar se se sentir muito incomodada. O veneno desta espécie parece muito eficiente em alguns insetos e muito pouco em outros. No Homem, provoca alguma dor local sem qualquer efeito secundário ou marcas e por isso, é considerada uma espécie inofensiva.

Máscara do Jason
Bolacha Maria

Pico da Queda e o pedal das 3 cachoeiras.

O Pico da Queda é uma cachoeira localizada em Garça e sua nascente fica também dentro dessa propriedade produtora de café e, suas águas formam uma belíssima represa – local que faz parte do trajeto do Desafio Piramba Jetflex.

Depois essas águas desaguam nessa linda cachoeira que já foi objeto de exploração do Piramba ainda em 2011 – oportunidade que fomos por baixo – clique no link para conferir: https://pirambamtb.com/2011/06/06/pico-da-queda/

Na verdade, são duas quedas enormes (talvez mais de 30 metros de altura). Dessa vez foi possível observá-la com mais atenção através das lentes do Pirambacopter.

É simplesmente inacreditável que esse local tão belo esteja tão perto do perímetro urbano da cidade. Essa região agrupa diversas cachoeiras em um espaço bastante reduzido sendo possível observar pelas imagens do drone, inclusive, a Cachoeira do Pneu (stand) que é formada pela água do Lago Artificial JK Willians além da Cachoeira da União. Todas elas desaguam no Ribeirão do Barreiro e, posteriormente suas águas captadas na Estação B1 do SAAE de Garça para tratamento e consumo da população. Uma verdadeira preciosidade.

Lembrando que trata-se de propriedade particular sendo necessário sempre a autorização do proprietário para ingresso no local.

Confira abaixo o vídeo de um pedal de apenas 10 quilômetros com essas 3 belíssimas cachoeiras.

Links para os Resultados e Fotos do Piramba Jetflex 2023

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Resultados do Trail Run

Trail Run 05 KM Feminino: https://incentivoesporte.com.br/#/resultados/evento/2-desafio-piramba-jetflex-de-trail-run-2023/05-km-fem

Trail Run 05 KM Masculino: https://incentivoesporte.com.br/#/resultados/evento/2-desafio-piramba-jetflex-de-trail-run-2023/05-km-masc

Trail Run 10 KM Feminino: https://incentivoesporte.com.br/#/resultados/evento/2-desafio-piramba-jetflex-de-trail-run-2023/10-km-fem

Trail Run 10 KM Masculino: https://incentivoesporte.com.br/#/resultados/evento/2-desafio-piramba-jetflex-de-trail-run-2023/10-km-masc

Resultados do MOUNTAIN BIKE

MTB – Categoria PRO Feminino: https://incentivoesporte.com.br/#/resultados/evento/3-desafio-piramba-jetflex-de-mountain-bike-2023/pro-fem

MTB – Categoria PRO Masculino: chttps://incentivoesporte.com.br/#/resultados/evento/3-desafio-piramba-jetflex-de-mountain-bike-2023/pro-masc

MTB – Categoria SPORT Feminino: https://incentivoesporte.com.br/#/resultados/evento/3-desafio-piramba-jetflex-de-mountain-bike-2023/sport-fem

MTB- Categoria SPORT Masculino: https://incentivoesporte.com.br/#/resultados/evento/3-desafio-piramba-jetflex-de-mountain-bike-2023/sport-masc

MTB – Categoria PCD: https://incentivoesporte.com.br/#/resultados/evento/3-desafio-piramba-jetflex-de-mountain-bike-2023/pcd

Fotos do 3º Piramba Jetflex 2023(Foco Radical)

Fotos Trail Run: https://www.focoradical.com.br/prova/20230916-trail-run-piramba-2023-garca-garca

Fotos MTB 2023: https://www.focoradical.com.br/prova/20230917-piramba-mtb-2023-garca-garca

Fotos Reconhecimento da Pista de MTB: https://www.focoradical.com.br/prova/20230916-treino-piramba-mtb-garca

Fotos do 3º Piramba Jetflex 2023(Piramba)

Fotos e vídeos do Piramba Jetflex 2023 do FLICKR: https://www.flickr.com/photos/pirambamtb/albums/72177720311294942

Inscrições abertas! Desafio Piramba Jetflex 2023!

Estão abertas as inscrições para o Desafio Piramba Jetflex 2023 com as categorias Mountain Bike – Sport e Pro e Trail Run 5 e 10 k!

Inscreva-se aqui para o Mountain Bike!

Inscreva-se aqui para o Trail Running!

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O evento que vem se tornando tradicional na região em sua terceira edição acontece nos dias 16 e 17 de setembro de 2023 e promete repetir as doses de adrenalina com as provas de MTB e Trail Running, mas, também com o rapel suspenso do Piramba Vertical. Além de atrações musicais que serão divulgadas em breve e ampla praça de alimentação tocadas pelas entidades assistenciais de Garça.

O Desafio Piramba Jetflex é um evento que transborda o esporte e têm objetivo de caráter primordialmente filantrópico pois, conjuga responsabilidade social (Campanha do Natal Solidário), ambiental (Plantio de árvores e compensação de carbono), cultural (Apresentação das bandas) e turístico (Visitação de atletas e turistas).

Desafie-se!

Vem aí Desafio Piramba Jetflex 2023!

A terceira edição do tradicional evento do Piramba será realizado nos dias 16 e 17 de setembro, nos mesmos moldes dos anos anteriores. Duas modalidades: Trail Run e Mountain Bike.

Ampla praça de alimentação com atrações musicais, além de expositores e principalmente Rapel Suspenso com o Piramba Vertical.

Evento filantrópico com o objetivo de custear a Campanha de Natal Solidário na Zona Rural da região.

Em breve as inscrições serão abertas no http://www.incentivoesporte.com.br

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Veja como foi a ultima edição nos vídeos abaixo

As Lindas Imagens Aéreas da Cachoeira das Araras

Essa foi a primeira e única vez que o PirambaCopter entrou em ação na Cachoeira das Araras em Garça-SP. As imagens captadas mostram o lindo cânion que fica relativamente próximo do bairro rural Adrianita, e também a grande queda da Cachoeira das Araras com suas águas límpidas. Este é mais um lugar mágico e pouco conhecido dessa região, e que possui encantos mil e paisagens deslumbrantes tanto por cima como por baixo da queda d´água.

A desapropriação e tombamento da Igreja da CIA Inglesa em Gália-SP

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Essa semana fizemos um pedal noturno e nos deparamos com uma placa de desapropriação e tombamento ao redor de 10 mil metros da Igreja da antiga CIA Inglesa que foi colocada pela Prefeitura de Gália-SP. Esse pode ser um importante passo do poder público para a sua restauração.

Agora vamos aguardar ver se serão adotadas medidas para a proteção e restauração desse patrimônio histórico incrível de nossa região ou se permanecerá a contagem regressiva para o seu desabamento sem que nenhuma providência a mais seja tomada.

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Infelizmente, nesse caso, o tempo está jogando contra. É rezar para que as estruturas em frangalhos da Igreja aguente esperar todos os trâmites burocráticos e a destinação dos recursos necessária para que o local possa ser recuperado e voltar a receber visitas com segurança. Se assim for, o local poderá continuar a ser um grande atrativo turístico da região.

Após a postagem desse texto no Instagram do @piramamtb, recebemos com satisfação o seguinte comentário do perfil no Instagram da Prefeitura Municipal de Gália-SP:

Agradecemos a preocupação e o carinho que vcs tem com a Igreja da Cia. Inglesa. Bom mas vamos lá, a placa que vcs instalaram, não sabemos o que aconteceu, não foi a prefeitura que removeu pois sabemos que a Igreja recebe grande número de visitantes toda semana, só instalamos nossa placa como está na foto. A respeito do Tombamento, como já foi divulgado em nossas redes sociais já criamos a lei que tombou esta Igreja como patrimônio histórico e cultural do município, o próximo passo foi fazer a desapropriação para tornar a Igreja do município e recentemente recebemos a imissão de posse, possibilitando que fizéssemos algo para assegurar a integridade das pessoas que por ali passam. Porém como é de se saber o município é pequeno e dispõe de poucos recursos; A prefeitura precisa angariar emendas na esfera estadual e federal para iniciarmos um processo de restauração (que não vai ficar barato). Esclarecemos ainda que em breve estaremos dando início a este longo processo, mas estamos abertos a receber todo e qualquer tipo de doação para auxiliar nisto, a momento estamos a passos lentos, mas não estamos parados e tão logo teremos o nosso e o vosso sonho realizado.”

O Piramba entende que se existe um objetivo comum, e por isso, seria interessante que o Poder Público, a Sociedade Civil e a Iniciativa Privada pudessem se unir por essa nobre causa em benefício a toda região que compreende não só Gália, mas Garça, Marília, bem como todo o Centro Oeste Paulista como o Interior de São Paulo. Quem sabe assim seja possível acelerar a preservação desse lindo patrimônio histórico que ao mesmo tempo contempla tanta história, e também é um grande atrativo turístico, já reconhecido pela população e muito visitado. Merece com muita razão toda a atenção e esforços conjuntos para que a merecida e almejada restauração da igreja da CIA Inglesa torne-se finalmente uma realidade que ajudará inclusive a economia dessa região do Estado de São Paulo.

Rudi Arena

Fugindo do gado no meio do pasto! Que susto!!!

Não foi a primeira vez que passei apuros correndo de boi seja a pé ou bike. Para a gente que anda pelas pirambeiras da região de Garça é comum deparar-se com os bovinos. É preciso respeitá-los muitos, primeiro por ser um animal, também pelo seu tamanho, por ser a base de alimentação dos brasileiros e também não deixa de ter um valor como mercadoria para os proprietários rurais. Por isso tudo, todo o respeito a eles é necessário.

E existem uns momentos em que estamos muito próximos aos bois, salta aos olhos e sentimento de medo também, o tamanho deles se comparado a nós, pobres humanos, parecem gigantes, fortes e até mesmo perigosos. As touradas presentes na memória, ainda que longe da cultura brasileira, colocam um ingrediente a mais no momento em que estamos defronte um grande e chifrudo touro.

Por mais que tenhamos experiência e conhecimento de que os bovinos não são agressivos por natureza, quando estamos ali a poucos metros deles, uma tensão se instala, não tem jeito. Se um touro quiser, mas nunca querem, ele pode sim matar, dar chifrada e o medo que parece sempre premente quando estamos em fugindo deles, é a de sermos pisoteados pelo efeito descontrolado da manada. Outra situação que merece muita atenção é quando tem bezerros pequenos, aí todo cuidado é pouco, as vacas nessas ocasiões alteram o seu comportamento para proteger o seu rebento, e podem ser bem mais agressivas.

E é sempre acontece a mesma coisa, basta virar as costas que os bois como bons curiosos que são, se ajuntam em um grupo coeso, e partem a seguir passos dos forasteiros. Porém, essa aproximação não é muito bem vinda por nós ciclistas. Pior ainda quando estamos a pé em meio a uma trilha para chegar em uma cachoeira, por exemplo. Se de de bike já sentir medo ao lado do gado é super normal, mas quando estamos a pé, nos sentimos ainda mais vulneráveis em relação aos bois e também não temos a velocidade de mobilidade que uma bike pode oferecer.

O mais importante nesses momentos é manter-se calmo, evitar movimentos bruscos, buscar não dividir o gado em dois ou mais grupos e ficar próximo a cerca, pois aí é possível sair do local em que eles estão com a maior segurança possível se for necessário. Melhor mesmo, é tentar evitar o contato, se isso for possível.

Rudi Arena

O flagrante do bote que o jacaré deu em cima de uma cobra no pantanal!

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A foto e seus antecedentes

Em Garça, em 1993, um grupo de amantes da natureza fundou uma organização chamada Nascentes Vivas com o objetivo de promover proteção aos ambientes naturais, como a Nascente do Lago, a Mata do Bosque, as encostas abertas construção de praia artificial e as vertentes do Barreiro, entre outros. Norma Baracat, Bosquezão, Professora Lula, Vitor Mafud, Marcelo de Resende Barbosa, Herédia, professora Maria Alda, Faneco, e outros tantos, entre os quais me incluo, promoveram ações de plantio e de formação de consciência ecológica.

Embora afastado de Garça a partir de 2005, continuei acompanhado o nascimento e crescimento do Piramba por informações de meu filho Rudi, um de seus membros, e pelas postagens em redes sociais. Os ideais do Nascentes Vivas e os do Piramba têm me acompanhado em viagens em visita a parques naturais do Brasil e de outros países.

Dessas andanças resultaram experiências e milhares de fotos. Uma delas me impressionou e me impressionada ainda, mas nunca dei a ela publicidade. Ela me encanta pelo flagrante obtido pelo zoom de minha câmera Cannon. Em 2017, trepei em um caminhão para turistas na Fazenda São Francisco no Pantanal em Miranda, no Mato Grosso do Sul para um passeio típico: o de observar a fauna de cima da carroceria, em um passeio chamado Safári Fotográfico. Aves que esparramavam suas asas sobre as águas, emas que desfilavam com dezenas de filhotes e um cervo-do-pantanal solitário deitado entre moitas e água posavam para os cliques.

De repente, o guia apontou o dedo para um braço de rio, aos gritos. Olhei e vi um jacaré com uma volumosa cobra na boca. Dei imediatamente um zoom para flagrar, entre os galhos de uma árvore já morta, a boca e os olhos do predador. De quatro ou cinco fotos, algumas sem qualidade, uma delas respondeu à minha intenção. Eu vi ali dois animais em final de luta. O jacaré vencedor nos olhava com olhos vitoriosos. Quais espécies eram, nunca soube.

Eu vi e vejo sempre nessa foto a beleza de uma natureza invisível que por instantes se tornou visível diante de meus afoitos olhos. Esse instante eu o guardei na memória e o eternizei na imagem que ofereço ao Piramba para publicação. É uma imagem-homenagem que o espírito velho do Nascentes Vivas presta ao espírito jovem do Piramba.

Dagoberto Buim Arena

dagobertobuim@gmail.com

O Fabuloso Pico da Cachoeira da Preguiça e o Visual Acachapante por Cima da Queda !

O visual fantástico da beira do precipício da Cachoeira da Preguiça por cima feita com celular.

Toda a cachoeira que é alta tem ao menos dois atrativos, o banho na cachoeira em baixo de sua queda e a vista do alto dela que geralmente é garantia de colírio para os olhos, lugar para contemplação do horizonte que parece infinito e nos transporta para um lugar diferente do que estamos acostumados. O Piramba já percorreu e registrou mais de 60 cachoeiras na região de Garça-SP, mas em algumas não fomos no pico da cachoeira, e o alto da queda sempre reserva joias preciosas e com visual acachapante.

O município de Garça é uma terra para lá de fecunda em picos incríveis e com um visual da paisagem ao redor de cair o queixo. E, vê-las diante dos olhos é um momento mágico, por melhor que seja a foto ou vídeo, sempre há uma limitação, diferente de viver a experiência real de ver esses lugares divinos por natureza ao vivo a cores. O bom é que no caso das imagens captadas pelo PirambaCopter, os nossos olhos puderam chegar em lugares em que a lente humana não consegue alcançar.

No caso da Cachoeira da Preguiça, foi a primeira vez que chegamos nela por cima e que foram feitas imagens do alto do alto da cachoeira. E ainda, o drone alçou voo e capturou imagens belíssimas não só da cachoeira como também do profundo, inóspito e verde vale que existe em seu entorno.

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O Piramba chegou apenas uma vez em baixo da Cachoeira da Preguiça e a tarefa não foi nada fácil, exige muito esforço e também muito tempo. Mas tanto em baixo da queda como o pico da cachoeira são presentes de Deus para Garça, assim como muitos outros lugares, e totalmente desconhecidos. É muito empolgante verificar a extensão absurda de lugares do Município de Garça/SP ainda a ser explorada ante as ignoradas e fabulosas belezas naturais que existem aqui e nos municípios limítrofes. No caso da Cachoeira da Preguiça, ela encontra-se entre Garça/SP e Álvaro de Carvalho/SP.

E ainda mais motivador é saber que tudo o que já foi registrado a respeito de cachoeiras na região apenas é a ponta do iceberg, vai uma vida toda e não tem como conhecer toda fartura do meio ambiente que existe nessa região do centro oeste paulista, e que pouquíssima gente aposta em seu potencial turístico. Isso não é a toa, pois suas pérolas da natureza permanecem relegadas ao desconhecimento e reconhecer suas riquezas parece distante da população, das autoridades públicas ou mesmo da academia. Nem mesmo os proprietários das terras em que existem as Cachoeiras dão o real valor ou se dão, não enxergam ou não tem interesse no potencial turístico do lugar.

Isso me lembra a passagem bíblica que pode ser aplicada tanto as pessoas como aos lugares e patrimônios naturais, históricos e culturais que existem em uma determinada comunidade. Pois muitas vezes, por certo bairrismo ou por miopia mesmo faz com que a própria comunidade local não consiga enxergar o real valor que existe ao seu redor e que muitas vezes parecem irrelevantes, comum, trivial.

Jesus, porém, disse: ‘Um profeta só não é estimado em sua própria pátria e em sua família!’” (Mateus 13, 57). E assim parece ser também com o que natureza nos deu de mais nobre e que não é estimado por quem está acostumado a ela ou não consegue enxergar a valorosa beleza natural que infelizmente não ressalta tanto aos olhos.

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A Cachoeira da Preguiça por baixo, ela é de difícil acesso.

Cada vez que exploramos essa mina de natureza bela e bruta que é essa região do Estado de São Paulo, encontramos lindas e reluzentes pepitas, verdadeiras dádivas naturais divinas e que não parecem ter fim. Tais lugares dão a sensação de nos aproximar do criador, quando avistamos onde o homem ainda não conseguiu alterar a criação original da terra (pela dificuldade da topografia local), e vemos a exuberância da natureza quase intocada e que desnuda um mundo que parece distante do nosso dia-dia. Isso nos ajuda juntamente com sinfonia da mata e o som estrondoso da cachoeira, que a nossa alma possa se ligar ao criador quase que inconscientemente por força da inescapável da natureza.

Rudi Arena

Imagens incríveis e inéditas da Cachoeira da Preguiça captadas por drone.