Kirongozi, O Mestre caçador! Vida e Obra da lenda Jorge Alves de Lima.*

Biografia

Nascido em 1926 em uma família brasileira influente, Jorge Alves de Lima fez sua primeira viagem à África Equatorial Francesa aos 22 anos de idade, munido de uma máquina fotográfica Kodak Medalist e um rifle de dois canos Holland & Holland. 

Durante grande parte dos 20 anos seguintes, Jorge percorreu o continente africano e estabeleceu grande reputação como caçador profissional e empresário, administrando companhias de safari em Angola e Moçambique, mais notavelmente sua Kirongozi Angola Safaris. Jorge também caçou onça-pintada na região do Pantanal, no Brasil. 

Jorge faleceu em 4 de maio de 2024, no conforto de sua casa em São Paulo. Sua partida deixa um legado vivo composto por cinco filhos, nove netos, uma bisneta e a Fundação Kirongozi, sediada em sua fazenda em Álvaro de Carvalho, no interior de São Paulo. 

Kirongozi, como Jorge Alves de Lima era conhecido na época em que atuava como caçador profissional, significa “mestre caçador” em kiswahili, idioma falado no leste da África. Esse apelido foi solidificado em 1957 com o documentário Kirongozi, Mestre Caçador, estrelado por Jorge.

Em 1960, Jorge fundou a Kirongozi Angola Safaris Limitada, sua companhia de safaris em Angola. Além da Kirongozi Angola, Jorge também era sócio em outras duas companhias de safari: Tanganika (com Stanley Lawrence-Brown) e Mozambique Safariland (com o barão Werner von Alvensleben e Mario de Abreu). Entre os clientes que caçaram nas companhias de safari de Jorge estão o Rei Juan Carlos da Espanha, o magnata grego Stavros Niarchos, o escritor Robert Ruark, o então produtor e diretor da Warner Bros. Na Europa, Óscar Brooks, o escritor e renomado caçador Tony Sanchez-Ariño, entre outros. 

Hoje, Kirongozi dá nome à fazenda que Jorge considera seu “pedaço da África” no Brasil. Na Fazenda Kirongozi, localizada no interior de São Paulo, Jorge já teve leões, mas hoje o lugar conta com 5 tigres siberianos em jaulas espaçosas maiores que muitas casas e cada uma com direito a mini piscinas que demonstram que os felinos são muito bem cuidados.

Ele era formado em ciências políticas pela Universidade de Bradley, no final dos anos 40, e partiu para a África, sem as bênçãos do pai que tentou evitar que o filho seguisse o sonho de caçador profissional. Inicialmente, residiu em uma choupana por dois anos.

Sobreviveu por décadas na África em lugares distantes das facilidades comuns em cidades. Era uma época em que safaris poderiam demorar 30 dias ou até um ano. Hoje, dizia o caçador, as pessoas vivem muito compromissadas e, portanto, dispõem de menos tempo para si mesmas. Por isso, há expedições de caça com duração de apenas 10 dias.

Parte de suas histórias vividas ao ar livre, caçando, matando e se arriscando a ser morto, convivendo com povos, que na época usavam pouca vestimenta e até nenhuma, organizando safaris, está registrada em um livro ainda numa versão na língua inglesa. “Era uma África perigosa, com tribos selvagens, animais e doenças”, relembrava empolgado.

A tradução do livro foi um dos projetos que o caçador se envolveu. Formado em uma universidade norte-americana, ele tinha muitas alternativas. Escolheu um caminho menos convencional ao partir para a África com disposição para enfrentar o inimaginável. Ele conta que, bem no início, usou um rifle calibre 30.06 norte-americano numa região inóspita.

Matou elefantes para tirar as presas de marfim e vendê-las. Com uma personalidade complexa, o caçador frisa que a carne era doada para os nativos que jamais conseguiriam abater um gigante de seis toneladas e que só dispunham de lanças e flechas.

Rinocerontes, leões, elefantes, búfalos e leopardo mortos em suas aventuras integram uma coleção de fotos emolduradas e fixadas lado a lado num salão no casarão da fazenda Kirongozi. As imagens foram captadas por uma câmera Kodak modelo Medalist II, hoje exposta no canto do salão em um tripé. Ele viveu por cerca de 20 anos, a partir de 1948, na região compreendida na época como África Equatorial Francesa.

“Se eu pudesse voltava, mas agora está tudo civilizado. Abomino tudo que é tecnológico ”, falava o ex-caçador em uma de suas reflexões sobre os males que atingem as sociedades modernas. Lima fez questão de estampar na porta da caminhonete em que circulava na África a bandeira do Brasil. Ao todo, fundou três companhias de safaris.

A última, com base em Angola, deixou marcas negativas no caçador. Lima estava em viagem para captar clientes europeus e norte-americanos e, ao chegar a São Paulo, recebeu uma péssima notícia do governo português. Um telegrama anunciava que seu acampamento em Angola tinha sido atacado por guerrilheiros que, além de saquear o lugar, mataram de sete a oito funcionários. “Tive perdas materiais. Mas as perdas sentimentais foram enormes. Fiquei desgastado”, explica.

Depois desse lamentável episódio, o caçador tentou montar companhias na Índia para caçar tigres, porém o projeto não vingou. Daí se estabeleceu no Brasil, inicialmente no município de Eldorado. na região do Vale do Ribeira, e depois em Álvaro de Carvalho, onde passou a criar nelores, que lhe renderam vários prêmios no setor da pecuária. O conhecimento desenvolvido enquanto caçador na época da África foi reproduzido no paraíso natural com tigres e leões na região de Garça-SP no centro oeste paulista.

O Grande Kirongozi – Jorge Alves de Lima Filho, foi pioneiro da indústria de safaris em Moçambique e Angola, na década de 60 do século passado. O seu nome ficou perpetuado na memória das populações rurais das áreas onde atuou, dado o excelente relacionamento e apoio que lhes deu, quer dando-lhes a carne dos animais que abatia, quer assistindo-as com medicamentos e tratamentos de doenças. Sua obra literária (6 livros publicados) focada nas suas memórias é uma verdadeira dádiva para as gerações vindouras conhecerem a história da África desses tempos e uma lição para todos os amantes da caça de como um caçador pode ser, como ele foi, um grande conservador da vida bravia.

Entrevista com Ernesto Paglia

Na década de noventa houve um chamado na rede Globo para uma reportagem sobre um parque da África. O repórter Ernesto Paglia tinha feito uma reportagem sobre o parque Tsavo de animais no Quênia e também entrevistou  o nosso famoso Jorge Alves, por ter sido  caçador africano   mundialmente famoso.

Essa gravação mostra um homem alto forte calvo, com marcante entonação de voz, de finíssima educação, mostrando aqueles troféus de patas de elefantes, chifres de rinocerontes. 

Um caçador profissional como este brasileiro que caçou mais de 20 anos na África acha que se a matança indiscriminada continuar a vida selvagem africana estará condenada a desaparecer.

Jorge Alves de Lima Jr havia saído da África há muito tempo, e depois passou a viver da lembrança dos grandes safáris que comandou. O caçador não se achava culpado pela destruição da fauna africana e garantia que profissionais como ele ajudaram a preservar os animais selvagens.

Na sala de troféus do Sr. Jorge,  Ernesto observa presas de elefantes, patas e chifres de rinoceronte, um pé de elefante que na época foi um recorde mundial. Diz Jorge que de todos os elefantes que abateu na África um que merece menção, embora não tivesse grandes presas era enorme e pesava cerca de sete toneladas, um elefante desses com a tromba erguida conseguia apanhar um galho a 7 metros de altura.

Ernesto:- – O Sr. caçava por quê?

Jorge:- – Caçava porque era um profissional, vivi minha vida toda na África. Primeiro pratiquei a caça profissional ao marfim e quando se restringiu o numero que podia se abater, então passei a fazer a caça de turismo cinegético, como” White Hunter”, aonde participavam clientes do Brasil, da Europa e Estados Unidos , eu ganhava como empreendedor desses safáris.

O safári Kirongozi ficou famoso virou segundo nome de Jorge Alves de Lima, Kirongozi guiou centenas de caçadores do mundo todo como o milionário texano Bill Necley que mandou fazer um arco recurvo especial de alta potencia para provar que poderia matar um elefante com uma flechada. Com ajuda de Kirongozi comprovou a tese mostrada num filme. Apesar de kirongozi ter ajudado a matar inúmeros animais como este, ele acha que a verdadeira ameaça é a matança clandestina feita hoje na África.

Jorge:- –Eu como guia de caça, nunca permiti que nenhum caçador abatesse fêmea de qualquer espécie de animal e que não fosse um animal absolutamente adulto.

Ernesto:- –Como é que o Sr. define hoje o que faz um destes caçadores ilegais que dizimam animais como elefantes, rinocerontes,etc. onde é proibida a caça como no Quênia?

Jorge:- –O que ocorre hoje em dia na África é que os” poachers” caçadores clandestinos, eles não matam dizimam, usam até bazuca e metralhadoras e pegam esses animais que estão geralmente nos santuários, nos parques, são animais que estão acostumados com o contato humano, sendo assim uma presa fácil. A única maneira de se preservar a fauna seja da África da Índia, Tailândia ou mesmo no Brasil é que precisamos conscientizar a sua preservação, senão no futuro serão figuras de revistas.

Ernesto:- –Qual a memória, a lembrança, o registro que ficou desses 20 anos que passou na África?

Jorge:- –Meu coração ficou na África, se meus filhos cumprirem quando morrer quero que minhas cinzas sejam jogadas na África, não que seja mal brasileiro, mas sou mais africano que brasileiro, passei a parte mais importante da vida que é a mocidade e a vida adulta na África.

Documentário no Youtube sobre o lendário caçador JORGE ALVES DE LIMA e suas aventuras na África:

Existe um ótimo documentário no youtube que bene direito na fonte do lendário caçador e que é imperdível. Assim, podemos conhecer um pouco melhor da história desse caçador pioneiro na África, mas também com experiência no continente asiático, momentos únicos que se passaram entre os anos de 1950 a 1969:

Frases:

“É embaixo da janela do meu quarto e à noite os leões urram. Até estremece um pouco as janelas porque o volume é uma coisa. É a melhor música do mundo. Nem Beethoven, nem Roberto Carlos e nem Frank Sinatra”

“Já tive tigres e leões dentro de casa, bem criados, já com 100 kg passeando aqui. Não tinha problema nenhum, mas claro que os animais, assim como os seres humanos, são imprevisíveis. Qualquer hora você pode ter uma surpresa”, conta o criador, que já viveu no habitat natural dessas feras.

Matérias na Imprensa:

https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/08/20/primeiro-cacador-brasileiro-na-africa-hoje-vive-na-selva-de-pedra.htm

https://memoria.bn.gov.br/docreader/DocReader.aspx?bib=089842_06&pagfis=105120

https://sampi.net.br/bauru/noticias/2509858/regional/2008/03/cacador-quer-instituicao-ligada-a-reproducao-da-vida-selvagem

https://www.garcaonline.com.br/2024/05/morre-o-lendario-cacador-e-criador-de-leoes-da-fazenda-kirongozi

https://conteudo.solutudo.com.br/garca/5-tigres-e-3-leoes-conheca-o-corajoso-garcense-que-tem-esses-animais-no-quintal

https://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/28227-o-maior-cacador-brasileiro-na-frica

https://m.folha.uol.com.br/ilustrada/2014/08/1505265-paulistano-famoso-por-cacar-animais-na-africa-narra-memorias-em-livro.shtml

Cinema:

Filme: Kirongozi, Mestre Caçador

11 de dezembro de 1957 No cinema | 1h 16min | Documentário
Direção: Geraldo Junqueira de Oliveira

Detalhes técnicos:

DIREÇÃO: Oliveira, Geraldo Junqueira de

Nacionalidade: Brasil

Ano de produção: 1957

COMPANHIA PRODUTORA: Alves de Lima e Junqueira Ltda.; Atlas Filme

Tipo de filme: longa-metragem

Idioma: Português

Cor: Colorido

No Quênia, Tanganica e outros territórios, tornou-se célebre um caçador brasileiro domiciliado há vários anos na África Oriental Britânica, Jorge de Alves Lima. Este nome, aliás, não significa nada para os nativos que só conhecem nosso patrício pelo apelido que lhe deram de “Kirongozi” o que significa “mestre caçador”.

O documentário retrata a vida do caçador profissional Jorge Alves de Lima, que exercia sua ocupação na África. O filme foi rodado em 1957, em uma época onde a caça ainda não era tão mal vista como no século 21. Infelizmente, não sabe ao certo se restaram registros do filme para poder hoje assistir a obra. O que se diz é que este filme foi vendido por uma boa soma de dólares para os EUA e sumiu do mercado, nem mesmo cópias podemos encontrar, só ficou um cartaz do filme que é possível ver na internet. (http://media.bcc.org.br/imagem/cartaz/jpg/CN_0067.jpg)

Livros:

https://www.kirongozi.com/livros

No Encalço de Novos Horizontes (2017)
438 páginas – Impresso no Brasil

​Em seu livro mais recente, Jorge Alves de Lima relata suas andanças e caçadas por Tanganica, Índia e Pantanal, em tempos em que as viagens destinadas à caça eram planejadas com grande antecipação e duravam entre 60 e 120 dias, ou até mais. Por fim, o autor conta um pouco mais de sua vida na Fazenda Kirongozi, no interior de São Paulo, onde mantém tigres e leões. No Encalço de Novos Horizontes inclui contribuições de Brian Herne, Anton Allen, Derrick Dunn e Richard Dupont.
Visões da África – Angola e Moçambique (2015)
​612 páginas – Impresso no Brasil

Neste livro, dividido em dois volumes –um dedicado a Moçambique e o outro a Angola–, Jorge Alves de Lima relembra suas aventuras pelos solos africanos e alguns dos safaris mais emocionantes na companhia de seus clientes.

Kirongozi, como Alves de Lima fez fama em seus tempos de caçador, conta a história da implantação das coutadas de caça, relata seus encontros noturnos com alguns dos animais selvagens mais perigosos do mundo e fala sobre os primeiros boatos sobre os leões comedores de gente.

O autor faz ainda uma homenagem a importantes figuras da vida selvagem moçambicana e conta com a contribuição de histórias escritas por outros caçadores de renome, como Hugo Seia, Tony Sanchez-Ariño e Richard Mason.

A coleção Visões da África tem um total de 612 páginas e 602 fotos. Os volumes não são vendidos separadamente.

O Chamado da África (2014)​
225 páginas – Impresso no Brasil

Após três dias voando de DC-3, o autor deste livro chegou às ruas empoeiradas de Fort Archambault, hoje Sarh, no Chade. Nos 21 anos seguintes, ele viveria da caça, e exclusivamente dela, no continente africano. Em Fort Archambault, fez bicos para um comerciante português, conheceu alguns white hunters e, mais importante, aprendeu o sango – a língua franca da região. Chegou a caminhar 1.200 quilômetros em busca de elefantes, varejando as florestas e savanas de Bogangolo e Bossangoa, ao sul.
   
O Chamado da África é um livro que não pode ser lido fora de seu contexto histórico: a África Equatorial durante os anos de 1940 e 1950 vista pelos olhos de um caçador profissional. Uma obra que, sem fazer a menor concessão ao politicamente correto, a exemplo de seu autor, expressa caráter e opiniões fortes. 
Nesta fascinante coleção de histórias de caça, Alves de Lima descreve em detalhes suas inúmeras viagens pelo coração da África e pelo Brasil em busca dos animais mais bonitos – e perigosos – do planeta.
 
Diante dos perigos da vida selvagem, além de conflitos locais e situações envolvendo política internacional, a vida de caçador foi sempre um desafio – que Alves de Lima sempre esteve disposto a encarar. Ilustrado com centenas de fotografias deslumbrantes e com histórias exclusivas contadas por seus amigos caçadores, entre eles Bill Negley, Hugo Seia, Tony Sanchez-Ariño, Óscar Aníbal Piçarra de Castro Cardoso, Alberto de Castilho, Rubens Ribeiro Marx Junior e Richard Mason, este livro leva o leitor ao seu próprio safari, que inclui todos os desafios e glórias da caça. É uma interessante jornada de uma vida bem-vivida e cheia de ousadia: a vida de um verdadeiro aventureiro.
Chasing the Horizon: Hunting in East Africa and India (2010) – Trophy Room Books
278 páginas – Impresso nos Estados Unidos
 Disponível apenas em inglês

Na década de 1950, em Tanganica, Jorge Alves de Lima destacou-se como um caçador incomparável, conhecido por sua dedicação à caça. Chegando à África em 1948, passou uma década caçando, principalmente em busca de marfim. Com as mudanças políticas na década de 50, adotou um estilo de vida mais estruturado, envolvendo-se em safaris organizados.

Ao longo de sua carreira até quase 1970, Jorge liderou expedições de caça em Tanganica, Quênia, Moçambique e Angola. Sua empresa, Kirongozi Safari, ganhou renome internacional na comunidade de caçadores. Mesmo tendo explorado toda a África, considerava Tanganica como o “paraíso dos caçadores”, um refúgio remoto para espíritos aventureiros. Na época, perseguir leões, búfalos ou elefantes era uma experiência ousada, conduzida sem recursos modernos como telefone, GPS ou asfalto.

In the Company of Adventure
2006 – Trophy Room Books
335 páginas – Impresso nos Estados Unidos
Disponível apenas em inglês

Em 1948, ele se casou com a África e nunca mais olhou para trás.

Nascido em uma família abastada, quase aristocrática, Jorge Alves de Lima poderia ter sido, ou tido, qualquer coisa que ele queria. Então, em 1948, depois de se formar na faculdade, ele partiu para a África, especificamente à vasta extensão que era a então África Equatorial Francesa. Durante os vinte anos seguintes ele viajaria a não menos de oito países como caçador, um caçador profissional, um caçador de marfim, um explorador, o fundador de não uma, mas duas companhias de safaris em dois países diferentes, e, acima de tudo, como um aventureiro. 

* Artigo organizado por Rudi Arena.

Lontra no Lago Artificial de Garça-SP

Em um flagrante raro, conseguimos registrar imagens de uma lontra devorando um peixe no Lago Artificial Prof. J. K. Williams, depois de se fartar, submerge na água e se vai. ela Já havia sido vista no lago na semana passada a esse registro e tudo leva a crer que ela adotou o lago de Garça como morada. O interessante é que a presença dela demonstra que há uma fauna relevante e rica nessa região.

A lontra-neotropical (nome científico: Lontra longicaudis), também conhecida como lobinho-de-rio e lontrinha, é uma espécie de mamífero da família dos mustelídeos (Mustelidae). Ocorre na América Central e América do Sul, do noroeste do México até o Uruguai. Habita em rios, lagos e lagoas em vários ecossistemas, como pantanais, florestas tropicais e cerrados. A lontra-neotropical prefere viver em águas claras, onde alimenta-se principalmente de crustáceos e de peixes. Esta lontra possui tanto hábitos noturnos quanto diurnos. Está localizada na classe mais alta da cadeia alimentar como um animal importante para todo o ecossistema aquático, sendo, portanto, um indicador de boa qualidade biológica para o ambiente. As lontras são cativantes e atrativas, sendo utilizadas como formas de sensibilização do público tanto para a conservação da espécie como para a importância das áreas úmidas em geral.

Com mais de um metro de comprimento a lontra é um mamífero semiaquático, parente da irara e da ariranha, que se distribui por quase todo o território brasileiro. Mas apesar de ser popularmente conhecida pela grande maioria das pessoas ela é considerada espécie cheia de “mistérios”.

Isso porque não é fácil encontrar uma lontra na natureza. O animal que tem hábito solitário é arisco e dificilmente se mostra ao homem. Mas alguns vestígios como fezes, pegadas e tocas podem entregar a presença dela em determinada localidade. Quer saber mais sobre esse bicho curioso? Confira algumas curiosidades!

Na água e na terra

Considerada um mamífero semiaquático a lontra é ativa tanto em terra quanto na água. Em terra ela se reproduz, encontra abrigo que são conhecidos como toca, descansa e cuida dos filhotes. Porém na água ela encontra a principal fonte de alimento. É considerada uma excelente nadadora e mergulhadora, tem membranas nas patas adaptadas ao ambiente aquático. É mais ágil dentro d’água do que fora.

Dieta balanceada

A lontra se alimenta principalmente de peixes e crustáceos que encontra no ambiente aquático, mas também pode adquirir ao cardápio, pequenos mamíferos, répteis e até aves. Geralmente na hora de fazer uma boquinha a espécie sobe em pedras ou se desloca às margens dos rios e lagos.

Lontras dormem e cuidam dos filhotes em tocas próximo aos rios e lagos — Foto: Giselda Person

Lontras dormem e cuidam dos filhotes em tocas próximo aos rios e lagos — Foto: Giselda Person

Esconderijo e abrigo

Apesar de adorar água, a lontra encontra refúgio em terra, mais precisamente em barrancos onde constrói tocas ou aproveita de cavidades naturais para descansar. Na maioria das vezes escolhe locais altos com subidas íngremes para dificultar o acesso de algum possível predador. As tocas são próximas à água, onde ela se desloca rapidamente se houver qualquer sinal de perigo.

Fezes são feitas em pedras e ambientes visíveis para marcar território — Foto: Giselda Person

Fezes são feitas em pedras e ambientes visíveis para marcar território — Foto: Giselda Person

Fezes poderosas

A lontra usa as fezes para marcar território. Geralmente são feitas em lugares visíveis como em cima de pedras e troncos, onde outros indivíduos possam ver e logo identificar que o aquele espaço já tem dono. Pesquisas apontam também que as fezes servem também como uma manifestação de dominância hierárquica. Uma curiosidade é que as fezes são geralmente escamadas e possuem um cheiro doce almiscarado.

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Lontra-neotropical

https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/noticia/2020/08/14/arisca-e-solitaria-voce-conhece-a-lontra.ghtml

Pedal Bosque Municipal e Cachoeira da União. Piramba Kids com imagens aéreas incríveis do PirambaCopter!

Chegou o dia de apresentar a piramba para o meu filho

Chegou o dia que eu tinha prometido para o Ravi, o meu filho de 08 anos, que era leva-lo de bike até uma cachoeira, ou seja, apresentar de bike a pirambeira, e assim aumentar o nível de dificuldade dos nossos pedais. Já tínhamos ensaiado para este dia, fomos até Jafa algumas vezes que tem lá suas subidas e descidas, outro dia chegamos até próximo da Cachoeira do Gaia e percorremos 23 km de estrada de chão. No entanto, eu sabia que os pouco mais de 10 km da Cachoeira da União seria um desafio diferente para ele e não era possível saber como ele iria reagir as dificuldades inerentes a esta mudança, o que causava uma certa apreensão.

Estradão x Pirambeira

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Quando se sai do estradão e vai encarar a piramba e ir em cachoeira, alguns novos elementos se apresentam. Para começar muda-se o terreno, de uma estrada batida, passa para uma terra acidentada ou grama/capim que exige maior esforço do ciclista. Outra coisa, também é regra que antes de se chegar a uma cachoeira exista uma descida de inclinação severa ou extrema, também é comum que em alguns momentos é preciso carregar a bike no braço pois é impossível percorrer todo o trecho em cima dela, as vezes também é tem que fazer um pouco de trekking e percorrer a pé o leito do rio até chegar no destino. Essas são só algumas das dificuldades que passam a existir para ilustrar um pouco a respeito dessa mudança, que é de pedalar no estradão e passar a pedalar na piramba, o que ela traz de novo para o ciclista, e no caso de um ciclista mirim essa mudança é ainda maior, pois ainda está aprendendo as técnicas do esporte e explorando novas experiências sobre duas rodas.

Amigos é tudo de bom

O bom que para essa empreitada eu pude contar com meus grandes amigos Vicente Conessa e o Fabiano Ogawa que foram muito importante nesse dia e ajudou bastante neste dia. Ajudaram muito para dar mais confiança e segurança para esse pedal com cachoeira, ajudaram diversas vezes e fizeram toda a diferenças. Obrigado pela força!!!

O Bosque Municipal

O passeio começou com uma volta pelas trilhas do Bosque Municipal de Garça que possui 18,50 hectares de Mata Atlântica preservada dentro da cidade. Ali já foi o primeiro teste para a criança, pois havia obstáculos, trilhas single track e lugares com mata fechada. Foi muito bom curtir esse patrimônio da cidade e o acabou sendo o esquenta para o que viria adiante. Sem contar que meu filho deu de cara com um lagarto Teiu enorme cuja cena ele não irá esquecer tão cedo.

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A descida até chegar na cachoeira

Como já diz o ditado, para descer todo santo ajuda, até 100 metros antes de chegar no rio estava tudo muito bem. A partir do momento em que foi preciso pular para andar no pasto e percorrer os trios de boi, aí então o Ravi começou a sentir de fato que pedalar na pirambeira exige muito mais do que se estivesse na estrada de terra.

Ao andar o trecho final de pasto meu filho conheceu a dificuldade que é de manter os pneus dentro dos limites dos estreitos dos trios de boi, alias, é comum isso mesmo com os ciclistas adultos e experimentados, mas que não estão acostumados a andar nesse tipo de terreno. Porém, tudo é questão de tempo para pegar o macete da coisa. Por isso, o Ravi acabou empurrando a bicicleta em alguns momentos, ainda que fosse uma descida.

Ao chegar até o leito do rio chegamos no momento em que é precisava de muita atenção, principalmente com criança e estando com as mão ocupadas, pois é preciso carregar a bike no braço. Nessa hora a ajuda dos amigos foi fundamental para dar mais segurança e chegar enfim debaixo da cachoeira com tranquilidade.

Pena que a cachoeira ainda não se recuperou muito bem do período de estiagem e estava com um volume de água menor do que normal. A água estava aparentemente limpa e um pouco gelada. Meu filho ficou a princípio ficou um pouco reticente de entrar debaixo da queda, mas o encorajei a colocar a cabeça na água e sentir a temperatura, a força e a energia que só uma cachoeira proporciona. A reação é imediata, ninguém fica indiferente a um banho de cachoeira.

A Cachoeira como nunca vista (PirambaCopter)

Essa cachoeira é uma velha conhecida do Piramba e uma das mais próximas da zona urbana e uma das que mais visitamos, embora a gente tenha vários registros do local, ainda não tinha nenhuma imagem aérea do PirambaCopter.

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Na beira do precipício o drone foi lançado ao ar e captou belíssimas imagens e pudemos conhecer a 2ª Cachoeira da União como nunca vimos antes, as cenas falam por si e vale a pena conferir o registro desse lugar incrível e do lado da cidade.

A volta e a subida bruta para uma criança

Como já era previsto, a volta é que guardava as maiores dificuldades e que seria um intenso teste de resistência ainda que o percurso não fosse longo em termos de quilometragem. Se para descer o pasto já foi um tanto complicado, subir então seria mais ainda e assim foi. Geralmente a gente já precisa mesmo carregar a bicicleta em alguns trechos, mas o Ravi não conseguiu pedalar os 100 m de subida íngreme no pasto e nem subir a pé carregando a bike nos braços. Tive então que ir a pé carregando a minha bicicleta e a do meu filho, foi um pouco tenso e o esforço foi muito grande, mas ainda bem que foi por pouco tempo e sorte que pude contar a ajuda providencial dos meus amigos.

Deu tudo certo no final

Depois de chegar até a cerca e encontrar um terreno menos hostil, foi possível voltar pedalando, mas ainda tinha muita subida bruta até voltar para a cidade, tive que ajudar o Ravi a pedalar empurrando suas costas até chegar próximo da mata do bosque. Foi até que rápido, mas muito intenso tanto para mim como para meu filho cujo cansaço em seu semblante era visto a olho nu. Mas chegando de volta a civilização, tudo ficou mais tranquilo e o Ravi voltou pedalando para casa e nem parecia mais o menino esbaforido de minutos atrás. Valeu muito a pena e para o meu pequeno foi como se fosse uma grande aventura e tivesse alcançado um grande feito. Ainda bem que tudo correu muito bem, e ficaram momentos felizes na recordação, e é claro que um pouco de cansaço temporário, o que é normal. Sem suor e desafios a evolução fica mais distante. E estreitar os laços de amizade e de pai e filho foi apenas uma ótima consequência de um pedal como deste dia.

Quanto menor o aro, maior é o obstáculo proporcionalmente que o ciclista precisa transpor

Um problema foi verificado com o uso de bicicleta infantil de aro pequeno como a que o Ravi utilizou para chegar na Cachoeira da União. É que os obstáculos e desnível do terreno ganha um contorno bem maior quando se está com uma bike de aro 16, por exemplo. Obstáculo que parece ser pequeno para nós que estamos em uma de aro 29, para quem está com aro pequeno o obstáculo parece gigante proporcionalmente, o que faz o ciclista mirim ser obrigado a fazer um esforço muito grande ou mesmo fica inviável transpor empecilhos que existentes no caminho. Este problema só pude observar ao pedalar com meu filho na pirambeira, pois é algo que não ocorre quando ele pedala pelas estradas de terra.

By Rudi Arena

Piramba MTB no Roots Bike Park

A Localização

No primeiro dia de pedal da Expedição à Campos do Jordão do Piramba MTB em maio/2021 resolvemos conhecer o Roots Bike Park que fica localizado próximo a 1700 m de altitude e fica a 800 metros do Portal da cidade e a 50 metros do Centro de Lazer Tarundu e ao lado do Hotel São Cristóvão. No dia anterior havia chovido bem, no caminho havia uma ou outra poça d´água e um pouco de barro ainda restava na pista, logo, a atenção tinha que ser maior ainda nas partes mais técnicas.

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Um Anjo Salvador

Porém, a minha bike e a de um outro amigo quebraram logo no começo. Que azar!!! O problema da minha bike foi o frehub ou roda-livre que é um tipo de cubo de bicicleta que incorpora um mecanismo de catraca, e para ajudar o meu pedal soltou e caiu no chão, frustrante, logo no primeiro dia, e ainda por cima iria ficar sem bike para pedalar os próximos dias. Por outro lado, o meu amigo quebrou a gancheira, mas no caso dele, o mais que gente boa Anderson Castro emprestou uma bike que tinha no Roots Bike Park destinada para aluguel.

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Já o meu caso estava mais complicado de resolver, mas como existe uma oficina para pequenos reparados, o Anderson tentou arrumar o meu frehub, mas ele estava em estado deplorável e conserto não dava certo, mas ele não desistiu, pegou umas peças usadas que tinha e arrumou o freehub com sucesso, também me arrumou um novo pedal e instalou na hora. Agora sim, a bike estava pronta para percorrer as tilhas iradas do bike park. E ainda por cima, o incrível Anderson Castro não cobrou nada pelo serviço e nem pelas peças do freehub, acabei pagando um valor módico pelo pedal e o agradeci muito. Ele salvou não só o o meu pedal naquele dia, mas também para os próximos dois dias de mountain bike. Ele merece todos os agradecimentos.

Dificuldades das Trilhas

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As trilhas no Roots são divididas por cores, Amarelo, Verde, Laranja, Azul, Vermelho e Preto, em ordem crescente de dificuldade. Embora tenha algumas trilhas com nível de dificuldade baixo, em geral, o Roots Bike Park possui trilhas bem técnicas e obstáculos similares ao que se encontra na natureza bruta das trilhas de MTB, também tem um circuito de XCO bem legal. A pista muitas vezes exige bastante técnica do ciclista, são necessárias mudanças rápidas de marchas, frenagens precisas, são muitas as curvas fechadas ou inclinadas, degraus, trechos de trilha bem estreitos e trechos de terreno com muitas raízes que exige atenção. Também é necessário muita força na perna, tem subidas pesadas, muitas vezes é necessário frear tudo para em seguida subir.

São muitos os desafios, obstáculos e estruturas de madeira para exercitar variadas técnicas, até mesmo para treinar jumps e equilíbrio. A pista possui algumas pontes de madeira, e uma em especial é muito legal e simula uma WallRide, mas em um ângulo menor que 90º. Talvez, o maior desafio e a cereja do bolo seja os Rock Gardens, que em tradução literal seria Jardim de Pedras. Tem um com pedras bem grandes e um desafio e tanto para passar ileso. É claro que um tombo ali seria normal, e é óbvio que isso aconteceu com um pirambeiro nosso, mas nada demais, todo desafio tem lá seus riscos, não é?

O Visual

O visual é o bike park é muito bonito, com vegetação típica daquela região, muitas araucárias, a trilha também passa por uma bela lagoa com patos, e encontrei lá muitos pássaros e também um cogumelo muito conhecido mundialmente, mas raro no Brasil. Ele é comum nas regiões frias do hemisfério norte, mas tem ocorrência natural no outono, em regiões montanhosas da Serra da Bocaina e da Mantiqueira, entre São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, bem como em algumas localidades dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul de clima frio.

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A Amanita Muscaria, é aquele cogumelo de de desenho animado de chapéu vermelho e bolinhas brancas, e que aparece em clássicos como Alice no País das Maravilhas ou o filme Fantasia (Disney) e no game do Super Mário Bross. Porém, muito cuidado, sua ingestão pode desencadear distúrbios digestivos, taquicardia ou alucinações.

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Zoom Bike Park X Roots Bike Park

É natural a comparação entre os dois Bike Park de Campos do Jordão, já que o Piramba MTB em outra ocasião também conheceu o Zoom Bike Park. Para começar percebi uma diferença de propósito da cada bike park, e também de preço, o valor no Roots é mais barato e o seu estilo é raiz mesmo. Porém, é preciso reconhecer que O Zoom este tem uma maior estrutura , o terreno do Park é maior e as trilhas são mais bem organizadas e separadas umas das outras. O Roots Bike Park faz jus ao nome, as trilhas são mais truncada e bem técnicas, já no Zoom as trilhas são mais limpas, abertas e fluem mais.

Porém, no quesito atendimento e oficina de reparos, o Roots Bike Park se diferenciou pela qualidade e acolhimento. Fomos muito bem atendidos pelo Anderson Castro, diferente da experiência que tivemos no Zoom Bike Park. E ainda por cima, no entorno do Roots Bike Park existe uma pequena capela e também uma pequena Igreja que em tive o privilégio de primeira vez ter a sensação de tocar o sino do templo. A experiência como um todo muito legal.

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Sobre o Anderson e Drika do Roots Bike Park

E também é muito bacana a história dele no mountain bike. Ele foi campeão Brasileiro em 1996, e já esteve no pódio em muitas das mais duras provas de mountain bike, como Iron Biker, Canastra Ride, Mundial na Austrália, Panamericano na Argentina, as famosas provas de 24 horas, tendo sido um dos brasileiros classificados para o Mundial dessa modalidade. O Roots também conta com a Drika, “Mountain biker desde 1996, correu perto de 40 provas de aventura, algumas provas de mountain bike, e atravessou a América do Sul em 2008, num total de 24 dias, sendo 21 dias pedaladas! Trilheira rústica!”

Ao final, o Anderson ainda compartilhou todo o seu conhecimento histórico e nos serviu como um excelente de guia para uma viagem ao passado de Campos do Jordão com curiosidades fascinantes, que com certeza vale a um postagem em separado sobre o assunto.

By Rudi Arena

O ROOTS BIKE PARK é a mais nova opção para os Mountain Bikers se divertirem em Campos do Jordão-SP. Em meio a muito verde e com um visual lindo demais, a quase 1800m de altitude, há varias trilhas de diferentes níveis, e também um circuito XCO (7,0km) incrível, com acumulado de 230m. Temos trilhas para vários níveis de aventureiros, do iniciante ao profissional. O biker tem a opção de repetir o trecho que mais gosta quantas vezes quiser, fazendo trilhas e voltas diferentes cada vez.

Adrenalina, diversão e superação de limites na certa!

A Dois Passos do Paraíso!

Um cenário paradisíaco nunca está tão distante de você que não vale a pena trilhar. Essa frase, que eu inventei agora, é quase sempre verdadeira, ainda mais se tratando da região de Garça-SP, o recanto dos PIRAMBEIROS.

A cerca de 3km da cidade, uma sequência de três quedas d’água formam as lindas cachoeiras da união. Ao mesmo tempo em que a primeira das quedas é de fácil acesso, para alcançar a terceira não espere estradas ou mesmo trilhas formadas. O caminho quem faz somos nós. Selo PIRAMBA! A segunda é a maior, mais bonita e reservada das cachoeiras e está escondida através de uma complicada escalada a partir da terceira queda.

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E estamos mesmo a dois passos do paraíso? Diria que sim, mas não estamos falando de uma música, e esses passos não são literais. A figura do primeiro passo é unir grande quantidade de coragem com bastante curiosidade. O segundo passo, e esse sim o mais importante, é ter um enorme espírito PIRAMBEIRO.

Foi então que no segundo domingo deste mês, resolvemos dar os dois passos adiante e visitar, em uma única manhã, as três cachoeiras. Após percorrer o cruel e desgastante caminho, a recompensa foi a mesma de sempre. Novamente as imagens falam mais do que eu conseguiria descrever e muito menos do que pudemos ver (e sentir). Sensação de paz e os pequenos problemas do dia a dia desaparecem. Esse é espetáculo de estar vivenciando a natureza com o seu poder de fortalecer a alma de quem mais se aproxima.

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É uma trégua para a apreensão e uma arma contra o desânimo dessa nova rotina que não acaba nunca. E quem não precisa disso em meio a esse período tão complicado? Então fica a dica: Existe um espírito PIRAMBEIRO dentro de todos nós, engrandeça o seu!

Fausto Fujikawa

E Lá Fomos Nós Para Mais Uma Aventura

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Segunda-feira começara, primeiro dia do mês de fevereiro deste ano. Logo pela manhã a vontade de pedalar se acumulava mesmo depois de um final de semana insano, de muita pirambeira, as pernas já pediam descanso, mas a cabeça não descansava um só momento, e a memória das trilhas de sábado e domingo, alimentavam ainda mais vontade de um role diferente para aquela semana.

Já há algum tempo, vinha pensando em fazer uma trilha diferente, entre um afazer e outro, diversos trajetos passavam por minha cabeça mas nenhum deles completava a vontade incontrolável que estava de pedalar para algum lugar diferente por aqueles dias. Pois é, não é que depois descobri que não era somente eu que estava buscando pedalar para novos destinos, mas também o Pirambeiro Henrique Volponi, que no decorrer daquela segunda despretensiosa, entre uma proza e outra no Whatsapp acabara me indagando se eu não toparia pedalar com ele no dia seguinte. Era o convite que eu precisava.

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Prontamente aceito o convite, acabamos recorremos na mesma dúvida, qual seria nosso destino. Não demorou muito para que esse role logo fosse promovido, ambos bastantes entusiasmados por uma aventura, de um pedal comum de aprox. 50km, logo já falávamos em fazer um longão, e a partir daí, a coisa começava a mudar de figura e esse longão começava a criar forma.

Já que iriamos fazer um pedal maior, um longão, sair bem cedo é uma estratégia usada por muitos ciclistas, com isso evita-se desidratações precoces e o castigo que sofremos quando ficamos expostos ao Sol, além de podermos contemplar o Sol nascer, que diga-se de passagem, é lindo. Cinco e meia da manha na padoca foi o horário e o local combinado, selado o compromisso de ir, o destino naquele momento deixara de ser o mais importante e apenas pedalar e se divertir já protagonizavam o sentimento de ambos.

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Seguido de um dia normal a noite veio, o trajeto ainda era incerto, a única certeza era que ia rolar um pedal irado. Durante a noite, pensando ainda em qual trajeto poderíamos seguir, o destino de Ubirajara por Lucianópolis figurou entre os que passaram por minha cabeça, confesso ate que com certo apreço belas belezas visuais que o vales do caminho proporcionam, mas logo dormi e nada estava certo ainda.

Quatro e meia e o celular desperta, alguns minutos de preguiça e logo já estou em pé, trocado e equipado para nos encontrarmos no local marcado, a fraterna padaria Santa Antônio, que diariamente doa café e pão acolhendo e dignificando um pouco os morados de rua de nossa cidade.

Durante o café, percebi que estávamos sintonizados quanto ao trajeto a ser percorrido, entre um gole no café e uma mordida no pão, certa a pergunta veio;

-vamos para onde? Pergunta Henrique.

-pensei em Ubirajara, respondo eu.

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Nesse momento não tive dúvidas, o Henrique estava disposto a fazer o percurso que pensará durante a noite e enquanto me preparava para sair de casa, partir para Ubirajara já era certo. Não muito antiga, a cidade hoje tem aproximadamente 71 anos, Ubirajara é uma pequena e aconchegante cidade que ao longo dos tempos, além de abrigar em uma humilde moega, o conhecidíssimo Sr Alcindo Petenucci, tradicional e famoso fabricante de botas e botinas artesanais, hoje também se consolida como uma importante região citricultora. Muito ocupada pelos pomares de laranja que ao longo do tempo migraram de regiões em regiões buscando terras novas, com menores pressões de doenças, Ubirajara hoje se destaca também pelo cultivo de mandioca e amendoim além do tradicional café ainda muito cultivado.

Café da manhã tomado chega a hora de partimos e esse dia de pedal, já mostrava que seria fantástico, pois o dia que se começara a nascer ja se mostrava lindo com os primeiros raios de sol que iluminavam o horizonte.

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Seguimos sentido venda seca, e ali teríamos que tomar uma a primeira decisão do dia. Iriamos para Ubirajara por Lucianópolis ou pelo Bar Azul (uma conhecida venda localizada no início de uma estrada municipal, que dá acesso por terra para Ubirajara). Próximo de chegarmos na bifurcação, decidimos ir por Lucianópolis, afinal a estrada é muito linda, percorre todo o espigão do vale que além de deixar o caminho um pouco mais longo, enche nossos olhos com belezas imensuráveis, detalhe que nos agradaria muito naquele dia que havíamos tirado para pedalar.

Entramos fazendo o trajeto da Cia Inglesa no sentido horário e logo após uns 9 km saímos pelo acesso que liga aquela estrada municipal a Fernão, Lucianópolis e também a Ubirajara, seguimos reto e mais alguns quilômetros já avistamos a aconchegante Lucianópolis. Chegamos e já partimos para a padaria, afinal como diz nosso querido amigo @broubrutodrews , o cavalo come, o cavalo anda, afinal , se alimentar e se hidratar fazem parte de todo pedal porque #nqsf . (ninguém quer ser feio mais não, todo mundo esta treinando, bora treinar também ). Já reabastecidos seguimos para Ubirajara. O acesso seria por asfalto, piso que não agrada Pirambeiro algum que se prese. Então decidimos pegar um acesso por terra e passar pela ponte do rio vermelho, um lugar que não fazemos questão de não passar, água corrente e uma bela mata ciliar fazem parte do cenário que encontraríamos nesse local.

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Entre um girar e outro do pé de vela, o caminho ia seguindo, para qualquer lado o horizonte nos mostrava incríveis paisagens naturais, vales imensos, grandes plantações florestais além das tradicionais propriedades rurais que compõem a beleza desse trajeto e a belíssima e capela a beira da estrada, sempre abençoa e protege os que ali passam. Muita proza, sempre boa por sinal tocamos no assunto da cachoeira de Ubirajara, uma visita que já arquitetávamos a tempos e que começava agora a ser um forte possibilidade de incluí-la no trajeto visto a proximidade com que passaríamos dela em nosso retorno.

Chegando em Ubirajara, mais uma parada para nos alimentarmos e nos hidratarmos para em seguida nos prepararmos para iniciar a voltar para nosso ponto de partida, Garça-SP. A parada escolhida, foi o posto de gasolina que nos abrigou no último Pedal Corujão dos PirambaMTB, um pedal que marcou na história do grupo em um dia que fomos testados ao limite pela mãe natureza. Respeitá-la foi nosso maior ensinamento nesse dia, fortes chuvas, raios e trovoes nos obrigaram a interromper o pedal e esse posto naquele dia, foi nosso abrigo ate o resgate chegar pelo amanhecer.

Prontos para a volta, partimos retornando, a estrada muito boa nos beneficiava, pois o sol nesse momento já judiava um pouco de nossos corpos, e passar pela Cachoeira de Ubirajara já começava a ser uma boa opção para o momento. Chegando ao primeiro entroncamento, ponto crucial para decidirmos se iriamos ou não a cachoeira, o clima deu o veredicto, e nós nem pestanejamos, saímos à esquerda, diretamente sentido Alvinlândia rumo a cachoeira que há tempos não visitávamos.

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O trajeto a partir dali seria quase todo de subida, e as placas sinalizavam o caminho da cachoeira que possui um acesso muito fácil, estando localizada a 80 metros da estrada municipal. Chegando no próximo entroncamento, saímos a esquerda novamente, indicados por uma placa que ali não deixava que errássemos o caminho. Descemos por uma estrada de paralelepípedo e mais uns metros após seu final, já chegaríamos ao ponto de acesso para a cachoeira.

Muito ansiosos em rever mais essa cachoeira, logo já estávamos chegando nela, o acesso permite que cheguemos andando em nossas bicicletas ate aproximadamente 4 metros de sua queda, e isso fez com que ficássemos mais tranquilos, em estar próximos de nossas bikes, permitindo que aproveitássemos aquele momento com muito mais tranquilidade. Normalmente algumas cachoeiras possuem um acesso mais difícil, nos obrigando a deixar nossas bikes acorrentadas em árvores pela mata, o que nos deixa sempre um tanto quanto preocupados, mas que nesse dia não seria o caso.

Uma queda linda e um poço profundo fazem dessa cachoeira um lugar de muita visitação por parte dos moradores daquela região, nota-se algumas instalações de alvenaria, antigas por sinal, mas que mostravam que um dia, esse local abrigou algum projeto agrícola de irrigação ou energético visto o formato das ruínas que ali ainda se mantinham em partes de pé. A manutenção do lugar é feita pela prefeitura de Ubirajara e pelo que nos foi informado é a responsável legal por esse local.

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Após nos refrescarmos por algumas horas, não poderíamos evitar o momento de partida, felizmente estávamos de energia renovadas, prontos para os aproximadamente 50km que nos faltavam para o retorno aos nossos lares, mas com nossas almas regadas e inundadas por uma sensação incrível de bem estar. O contato com a natureza sempre nos alimentou e esse, é um vicio que nos dos Piramba MTB não queremos perder nunca. Desbravar novos destinos, novos trajetos e novas quedas de água, fazem parte de nosso DNA e o arrepiar da pele a cada momento que nos deparamos com impactantes cenários de beleza natural, rega nosso espírito aventureiro, alimentando nosso sentimento insano de desbravadores naturais. O retorno foi tranquilo e abençoado não só pela proteção no caminho mas também pelo dia maravilhoso que tivemos.

João Daniel

Cachoeira do Travessão 11 no Distrito de União do Norte – Peixoto Azevedo (MT)

Quem visitou essa cachoeira fenomenal foi o nosso amigo e pirambeiro José Marcelo Gantus que é da terrinha (Garça-SP) mas que anda radicado já faz algum tempo em Marcelândia no Mato Grosso e nos brindou com essas belas imagens. Ele pegou a magrela e padalou muito até chegar na Cachoeira do Travessão 11 que fica no distrito de União do Norte no município de Peixoto Azevedo. Não tem como negar que o esforço não foi em vão, boa Marcelinho!!!

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O Distrito de União do Norte do Município de Peixoto de Azevedo e sua principal Atração Turística

O Distrito União do Norte teve origem devido a explosão populacional ocorrida no início de Peixoto em busca da riqueza do ouro descoberto. No ano de 1991, o senso populacional apurou mais de 37.000 habitantes no município. No mesmo ano, tudo foi ao caos por motivo da instalação do Plano Collor, que levou a falência a principal atividade econômica de Peixoto de Azevedo, a exploração do ouro. Mesmo assim, o êxodo populacional se tornava cada vez maior.

Ao se deparar com este quadro caótico que se agravava dia a dia, o novo chefe do executivo local Leonísio Lemos, que em sua juventude no ano de 1977 foi Professor de Geografia e História em Juara na Escola Estadual Oscar Soares, resolveu então, levar os renascentes do garimpo, e fixa-los no campo, onde com o apoio da prefeitura, com lotes doados de 21 alqueires cada, ali pudessem trabalhar e consequentemente tirar o sustento próprio para si e suas famílias. Pois imensas áreas de terras sem produzir, estavam nas mãos de latifundiários de outras regiões.

Cachoeira do Travessão 11, localizada no Distrito União do Norte. É uma das principais atrações turísticas de Peixoto de Azevedo. Foto por: James Dean A. Bráz

Começava então, no ano de 1993, a ocupação do latifúndio pertencente à Agropecuária do Cachimbo, em que envolveu milhares de moradores de Peixoto de Azevedo. O prefeito, junto com o maquinário da prefeitura à frente, deu início ao processo de assentamento rural em uma gleba de terras, até então, completamente improdutiva. Desta forma, a cidade se desafogou e foi criado um centro de produção e de absorção de mão de obra no interior, o distrito tem como principal ponto Turístico a Cachoeira da Onze com uma queda d’água de 25 metros. (livro “NA TRILHA DO OURO” do Escritor e Jornalista Vargas D. Pontes).

Hoje o Distrito União do Norte já conta com um crescimento que acontece acima da média de outras localidades e sua sede localizada às margens da rodovia MT 322, se iguala a uma cidade. É o maior assentamento da América Latina, já foi encapado pelo INCRA, sendo também considerado modelo de reforma agrária. Estima-se que já ultrapassou aos 12.000 habitantes desde 2010, e contando com uma infra estrutura razoável, pensa-se em emancipar, e os primeiros passos para isto já tramita na Assembleia Legislativa de Mato Grosso. Entre 2013 e 2014 estava na lista do projeto de lei sobre a criação de novos municípios, aonde foi aprovado pelo senado, mas por enquanto, vetado por duas vezes seguidas pela Presidente Dilma Rousseff.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Peixoto_de_Azevedo

Sábado de Sol e o PirambaCop em Ação na Cachoeira da Enseada e Cachoeira Estrela. TOP!!!

Sábado de sol, ao invés de pegarmos o caminhão, pegamos nossas magrelas e amadas bicicletas de MTB e partimos rumo as cachoeiras de nossa abençoada região. Os bikers do Piramba-MTB entrando pela rodovia SP 331 em direção a Venda Seca ou Granja de Galia fizeram um pequeno trecho de 10Km, por asfalto e depois por terra pra chegar na cachoeira da Enseada, passando por um Horto Florestal da Fazenda Enseada numa trilha com um corredor com sombras da plantação de mognos africanos.

Honrando o nome e a marca Piramba, descemos pirambeira abaixo, com bikes sendo tranportadas ao invés de nos transportar em alguns momentos, devido ao terreno de muito declive e no meio do mato, até um pouco de técnica de alpinismo sendo usada pra descer pela rocha que dá acesso ao primeiro e segundo níveis da cachoeira da Enseada.

Recompensados pela água límpida e gelada, muito bem-vinda num escaldante sol de sábado, com aquele banho pra lavar a alma.
Como ainda havia sol presente, os Indianas Jones do interior partiram para mais uma aventura, não em busca do cálice sagrado, mas sim da Cachoeira da Estrela.

Acessando a estrada de terra conhecida como Nove de Julho, poucos Kms percorridos, várias cercas puladas e pedal adentro do pasto, com trilhas bem técnicas chegamos a mais uma cachoeira, da Fazenda Estrela, com uma grande pedra encravada ao lado, deixando a visão da natureza ainda mais impressionante.

O drone Piramba-Cop captou todas as imagens aéreas da vegetação em volta das cachoeiras, sendo vigiado em alguns momentos por uma bela borboleta azul.

Alexandre Dantas

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Cachoeira Duas Quedas, O Espetacular Encontro de dois Rios.

Sabe aquelas cachoeiras que a gente só vê em filmes ou fotos? Aquelas que seriam capazes de despertar tanto o seu espírito sereno como aventureiro?
Pois bem, no ultimo final de semana tivemos a satisfação e o enorme prazer de estar mais uma vez aos pés da cachoeira das duas quedas, talvez uma das mais belas paisagens da região.

Ao nome citado caberia, quem sabe, uma pequena correção: Não se trata de uma cachoeira com duas quedas (como o nome poderia induzir), mas sim duas belas cachoeiras lado a lado, contemplando assim, duas lindas e imponentes quedas d’Água.


Como nada é de graça nessa vida, para alcançar esse espetáculo natural foi preciso percorrer um longo e árduo caminho no melhor estilo trekking, mas o final valeria muito a pena.

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O acesso foi realizado por dentro de uma fazenda as margens da estrada 9 de Julho, já na região da cidade de Vera Cruz.


Com a permissão de acesso concedida pelo proprietário da fazenda, iniciamos a nossa jornada PIRAMBA abaixo. O primeiro trecho é uma descida extremamente íngreme e, como se não bastasse, forrada de folhas secas ao chão o que dificultou ainda mais o controle de quem buscava algum ponto de apoio.

O jeito foi tentar descer segurando em galhos, apoiando os pés lateralmente à descida ou da forma que cada um se sentiu mais seguro.

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Ao final da descida, hora de se recompor, respirar fundo e se preparar para iniciar o trecho de caminhada pelo curso da água, contra o fluxo da correnteza, mas no sentido certo das cachoeiras.


Esse novo percurso é de aproximadamente 1000 metros e oferece bastantes obstáculos e desafios. A maior parte da caminhada foi feita sobre pedras soltas e cobertas com grande volume de água. Nesta etapa, os espaços de chão firme começam a ficar escassos, cada pisada deve ser calculada e com a atenção máxima.


Em meio às dificuldades de locomoção, uma breve pausa para contemplar o curso d´Água. Quanta abundancia de água cristalina corre por entre pedras e troncos. Que lugar fantástico!

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Mais alguns minutos de caminhada e já estávamos nos aproximando das grandes quedas. A essa altura já era possível ouvir o som das cachoeiras e a ansiedade começou a aumentar.


O ultimo trecho a ser percorrido é uma escalada sobre grandes pedras, que amontoadas e enfileiradas lhe conduz aos pés das cachoeiras. É uma escalada de aproximadamente 10 minutos, mas todo cuidado é pouco, pois existem pedras soltas, escorregadias e também frágeis no percurso.


Procuramos o caminho mais seguro e seguimos a escalada. Ao pisar sobre a ultima grande pedra amontoada, uma visão que agrada a alma e o coração. É impossível não sorrir diante daquela paisagem.
As duas quedas d´Água, cristalinas, gigantes e com muita vazão aparecem lado a lado acompanhando um lindo paredão.


Por alguns minutos ficamos ali, apenas admirando e agradecendo a oportunidade. A energia positiva estava evidente naquele lugar.
O banho em ambas as cachoeiras foi merecido. A água estava gelada, o caminho de volta prometia ser ainda mais complicado, mas quem se importa? A felicidade era contagiante!

Fausto Fujikawa

Cachoeira nº 2 do Vale da Graça em Vera Cruz-SP

No complexo de cachoeiras do sítio Vale da Graça no Município de Vera Cruz-SP fica a cachoeira Dedo de Deus ou nº 2, pois ali existe outras 5 quedas d´água. Um lugar incrível com tirolesa, mirante, piscina e muito mais. É um lugar que o Piramba MTB ainda não conhecia e por isso mesmo não poderia deixar de  conferir. O valor da entrada para passar o  todo o dia é de apenas R$10,00, compensa muito  conhecer este lugar. É possível ir de carro ou de bike. Vera Cruz-SP fica localizada entre os municípios de Marília-SP e Garça-SP.

O interessante é que o local é estruturado para receber visitantes, é um empreendimento que vem bem a calhar, pois a demanda de pessoas interessadas por eco-turismo na região é grande e o potencial turístico é enorme, o que falta são mais lugares como este na região.

O sitio Vale da Graça e seu entorno  é muito bonito, assim como a estrada no meio de uma serra que é preciso percorrer para chegar até lá. O acesso é através do trevo da cidade de Vera Cruz, tem que pegar a saída para a Escola Agrícola, mas logo no início já é preciso virar a direita e seguir por um caminho de terra paralelo a rodovia SP-294 em direção a Marília-SP, logo depois existe uma placa que indica que é a esquerda o cainho para o sítio Vale da Graça.

É uma estrada de cerca de uns 5 km até o destino final, mas não se pode dizer que é de fácil acesso, em alguns trechos o terreno  é um pouco ruim, começa tranquilo no meio de um cafezal, do lado oposto da cidade, mas em seguida a pirambeira dá as caras, é praticamente só descida e tem ao menos duas curvas bem perigosas. Após chegar na propriedade rural, é preciso ainda seguir por trilhas até as cachoeiras. Para quem gosta de natureza é um prato cheio para se fartar a vontade e a um bom preço em relação ao benefício que proporciona.

Rudi Arena

 

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Cachoeira Duas Quedas

Surgiu um abençoado convite para conhecer um lugar em que há duas cachoeiras uma ao lado da outra, impossível resistir. Após anos a procura cachoeiras na região para catalogar, ainda não conhecia e nem ao menos sabia de sua existência. Apesar das dezenas de cachoeiras já registradas, ainda não chegamos nem próximo da metade delas, por isso, sempre existe em um lugar meio escondido, alguma cachoeira ainda inexplorada para se conhecer. Mas está não é uma cachoeira qualquer, para começar são duas, ambas belas e altas e uma próxima da outra, o que diferencia de todas as outras que o Piramba já foi, pois não há um outro lugar em que dois afluentes distintos se encontram através de duas grandes cachoeiras e após a confluência de ambas, passam a ser um único curso d´água.

 

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A cachoeira está localizada na Fazenda Santa Julia, Estrada da 09 de Julho, no trecho entre o distrito de  Jafa (Garça-SP) e Vera Cruz-SP, é um pouco distante da cidade de Garça. O caminho para se chegar lá também não foi dos mais simples, é preciso seguir por um bom tempo andando em meio a água e pedras do leito do riacho, até enfim chegar na tão esperada cachoeira, ou melhor, nas cachoeiras. O pequeno esforço foi mínimo, se comparado a recompensa que recebemos depois,  pois é um lugar muito especial,  diferente, único na região, e incrivelmente belo.

 

 

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E  essa grande oportunidade de conhecer mais essa belíssima cachoeira foi graças ao “Cumpadi” Marinho Zapata,ele que sabia o caminho e nos levou até esse fascinante local, por isso fica registrado meu sincero agradecimento a ele, que conhece muitas cachoeiras e picos da região por causa das muitas trilhas de motos que já fez por aí.

Rudi Arena