Em um flagrante raro, conseguimos registrar imagens de uma lontra devorando um peixe no Lago Artificial Prof. J. K. Williams, depois de se fartar, submerge na água e se vai. ela Já havia sido vista no lago na semana passada a esse registro e tudo leva a crer que ela adotou o lago de Garça como morada. O interessante é que a presença dela demonstra que há uma fauna relevante e rica nessa região.
A lontra-neotropical (nome científico: Lontra longicaudis), também conhecida como lobinho-de-rio e lontrinha, é uma espécie de mamífero da família dos mustelídeos (Mustelidae). Ocorre na América Central e América do Sul, do noroeste do México até o Uruguai. Habita em rios, lagos e lagoas em vários ecossistemas, como pantanais, florestas tropicais e cerrados. A lontra-neotropical prefere viver em águas claras, onde alimenta-se principalmente de crustáceos e de peixes. Esta lontra possui tanto hábitos noturnos quanto diurnos. Está localizada na classe mais alta da cadeia alimentar como um animal importante para todo o ecossistema aquático, sendo, portanto, um indicador de boa qualidade biológica para o ambiente. As lontras são cativantes e atrativas, sendo utilizadas como formas de sensibilização do público tanto para a conservação da espécie como para a importância das áreas úmidas em geral.
Com mais de um metro de comprimento a lontra é um mamífero semiaquático, parente da irara e da ariranha, que se distribui por quase todo o território brasileiro. Mas apesar de ser popularmente conhecida pela grande maioria das pessoas ela é considerada espécie cheia de “mistérios”.
Isso porque não é fácil encontrar uma lontra na natureza. O animal que tem hábito solitário é arisco e dificilmente se mostra ao homem. Mas alguns vestígios como fezes, pegadas e tocas podem entregar a presença dela em determinada localidade. Quer saber mais sobre esse bicho curioso? Confira algumas curiosidades!
Na água e na terra
Considerada um mamífero semiaquático a lontra é ativa tanto em terra quanto na água. Em terra ela se reproduz, encontra abrigo que são conhecidos como toca, descansa e cuida dos filhotes. Porém na água ela encontra a principal fonte de alimento. É considerada uma excelente nadadora e mergulhadora, tem membranas nas patas adaptadas ao ambiente aquático. É mais ágil dentro d’água do que fora.
Dieta balanceada
A lontra se alimenta principalmente de peixes e crustáceos que encontra no ambiente aquático, mas também pode adquirir ao cardápio, pequenos mamíferos, répteis e até aves. Geralmente na hora de fazer uma boquinha a espécie sobe em pedras ou se desloca às margens dos rios e lagos.
Lontras dormem e cuidam dos filhotes em tocas próximo aos rios e lagos — Foto: Giselda Person
Esconderijo e abrigo
Apesar de adorar água, a lontra encontra refúgio em terra, mais precisamente em barrancos onde constrói tocas ou aproveita de cavidades naturais para descansar. Na maioria das vezes escolhe locais altos com subidas íngremes para dificultar o acesso de algum possível predador. As tocas são próximas à água, onde ela se desloca rapidamente se houver qualquer sinal de perigo.
Fezes são feitas em pedras e ambientes visíveis para marcar território — Foto: Giselda Person
Fezes poderosas
A lontra usa as fezes para marcar território. Geralmente são feitas em lugares visíveis como em cima de pedras e troncos, onde outros indivíduos possam ver e logo identificar que o aquele espaço já tem dono. Pesquisas apontam também que as fezes servem também como uma manifestação de dominância hierárquica. Uma curiosidade é que as fezes são geralmente escamadas e possuem um cheiro doce almiscarado.
O Piramba teve a honra de ser convidado pela proprietária do imóvel rural para conhecer as Cachoeiras da Vigilância e ajudar em fixar cordas para facilitar o acesso a elas, já que existem trechos com forte declive e risco de quedas. E agradecemos demais por essa oportunidade única.
É sempre fascinante constatar como são vastas as cachoeiras de Garça e que o município ainda possui uma infinidade de lugares incríveis de natureza exuberante a ser conhecido e explorado. Prova disso, é o complexo de cachoeiras próximo a Fazenda Vigilância que o Piramba desconhecida e que possui diversas cachoeiras de diferente alturas e todas encantadoras. E o mais legal é ver o cuidado com as matas ciliares, a restauração e o plantio de árvores nativas que acabou por criar uma grande área verde no entorno das cachoeiras e cursos d’água.
O acesso não é fácil, além de que exige uma boa caminhada e está longe até mesmo de qualquer estrada de terra ou mesmo de sede de fazenda. Por isso mesmo, parece até um local intocado, sem qualquer sujeira ou vestígio humano.
O dia escolhido foi um sábado a tarde de sol escaldante em meio a terceira onda de calor que abateu boa parte do Brasil em dezembro de 2023. Com temperatura de pouco mais de 35º graus centígrados e munidos de muita água e bastante ânimo, iniciamos a nossa caminhada.
Logo no começo da caminhada no meio do leito do rio chamou a atenção os escombros de um moinho de pedra muito grande assim como antigo que respira história, resquícios de uma realidade hoje distante.
Mal começamos a andar, ouvimos um barulho no meio do mato e pensei, parece algum animal grande e logo apareceu uma cachorra do nada, e o estranho é que não tem casa ali perto. E não deu outra, ele seguiu a gente até chegar na beira do rio, depois continuou conosco rio abaixo e transpassou os mais difíceis obstáculos pelo caminho, embora a gente tinha receio de ele se machucar, mas que nada ele foi até o final e foi em todas as cachoeiras com a maior destreza, mostrou um ótimo parceiro de pirambeira.
Em outro momento, quem aparece do nada no meio da mata é uma espécie de lontra, um animal lindo e raro de se ver, ali já havia ganhado o dia. Nunca nenhum de nós havíamos avistado esse animal na região, motivo de grande alegria ao saber que a fauna aqui é ao mesmo tempo resiliente e vibrante.
Com facões em mãos abrimos uma trilha que já encontrava-se bastante fechada e após caminhar bastante rio abaixo, enfim chegamos na primeira cachoeira que tem um poço que é um verdadeiro convite para banho e foi isso que fizemos. Foi como se gente tivesse encontrado um oásis em meio a um calor sufocante. Em que alguns pontos o poço não dá pé, é muito fundo mesmo.
Logo mais, ao seguir o rio a baixo somos contemplados com o encontro de dois cursos d’água que se encontram, a cena é belíssima, é agua caindo de todos os lados, são várias quedas e muito boa para tomar aquele banho de cachoeira. E por mais que tentamos registrar isso com fotos e vídeos, só mesmo presencialmente no lugar é possível ter a noção real de sua exata beleza.
Se subir alguns poucos metros acima do outro córrego, a gente logo da de cara com uma cachoeira de água de nascente cristalina que se esparrama pela rocha de forma esplêndida e faz um pequeno poço que até parece um pequeno ofurô natural.
Voltando ao rio principal, ao descer um pouco o seu leito logo a gente ficou no alto de uma cachoeira muito alta e por ter as encostas bem íngremes, não conseguimos achar um de acesso para chegar até em baixo. Teria que contornar por um outro ponto da mata e não pelo curso do rio, ou então fazer uma longa caminhada chegar em baixo da cachoeira rio acima.
Assim, resta ainda mais uma cachoeira que temos que chegar por baixo para poder conhecê-la melhor, tomar um banho e descobrir se existe poço ou não. Mas uma leve garoa havia começado e trovões reverberavam na mata, resolvemos voltar e combinamos explorar ainda mais o local um outro dia.
Na volta, nos deparamos com uma armadilha de iscas de mangas, não entendemos ao certo como funcionava a arapuca, mas era claro que alguém fez uma engenhosidade para capturar animais silvestres. Então desmontamos toda a armadilha, levamos os arames e jogamos as mangas na mata para alegria na fauna local. E a cachorra? Ah ela é tão companheira que o nosso amigo Vicente precisou ir embora um pouco antes e então ela se propôs a fazer companhia para ele na volta.
Depois de muitos meses de planejamento e preparação, chegou dia para a tão esperada viagem, até uma linda camisa de ciclismo com o tema do Caminho da Fé foi encomendada para a ocasião e para isso contamos com a gentileza e o apoio da EALOG GROUP a quem agradecemos muito. Inicialmente a ideia era fazer o percurso do ramal principal do Caminho da Fé que é entre Águas da Prata-SP e Aparecida-SP em 04 dias, mas resolvemos depois fazer em 05 dias de pedal tendo em vista os assustadores 8.000 m de ganho de elevação acumulado nos aproximadamente 300km de pedal, que no nosso caso acabou sendo de 308 km, pois quilometragem pode variar um pouco conforme o lugar escolhido para a estadia ao longo do Caminho da Fé.
No entanto, esse roteiro inicial acabou que foi alterado, até poderia sim ser feito em 4 dias, mas seria bem mais desgastante dado a alta altimetria pesada, demoraria mais e teria menos tempo para parar e apreciar os lugares fantásticos que existem pelo caminho, desde as paisagens acachapantes das montanhas até as belas capelas que a gente se depara no trajeto. Então aumentar de 4 dias para 5 dias de pedal foi a melhor coisa a se fazer mesmo no nosso caso. Entretanto, isso varia muito tanto do propósito como do preparo físico do ciclista.
O recomendado é percorrer 60 km por dia, o normal é que se faça em 4, 5 ou 6 dias de pedal. Já os peregrinos que fazem o mesmo percurso a pé varia de 11 a 17 dias para terminá-lo. O Caminho da Fé além do ramal principal que é o mais conhecido e frequentado, também tem outros ramais. Todos os ramais encontram-se no ramal principal que inicia-se em Águas da Prata. A partir daí o Caminho da Fé segue por apenas uma trilha até Aparecida.
Prestes a completar 20 anos, Caminho da Fé vem crescendo 32% ao ano e ciclistas já são maioria
Roteiros de peregrinação e demonstração de fé são populares no mundo todo. No Brasil e na América Latina, o Caminho da Fé é uma das maiores referências como rota estruturada e há quase 20 anos vem amparando mais de 15 mil fiéis que viajam anualmente rumo a Aparecida (SP). Destes, 60% são cicloturistas.
Para entender a trajetória do Caminho da Fé, a Aliança Bike conversou com Camila Bassi Teixeira, gestora executiva do percurso, que explicou como uma administração profissional pôde capacitar os mais de 202 meios de hospedagem e 146 pontos de apoio distribuídos ao longo do trajeto.
Inspirado nos Caminhos de Santiago de Compostela (na Espanha), o Caminho da Fé já totaliza 2.500 km sinalizados em 19 ramais. São 72 municípios envolvidos, dos quais 51 estão localizados no Estado de SP e 21 em Minas Gerais. Desde 2015, o Caminho da Fé segue se expandindo e cresce a uma média de 32% ao ano no número de visitantes.
O percurso faz parte da Rede Brasileira de Trilhas de Longo Curso e, nestes 20 anos, tem sido responsável por uma transformação da região. “O Caminho da Fé trouxe desenvolvimento econômico para muitas comunidades. Mas é preciso ter muita atenção, pois temos períodos de baixa estação. E aí é importante ter um modelo sólido para que empreendedores possam se manter”, nos contou Camila Bassi. Confira detalhes dessa conversa no site.
Se for com carro de apoio, ele tem que ter tração 4×4?
O veículo ser 4×4 não é condição indispensável para ser o carro de apoio no Caminho da Fé, mas é recomendável sim para que possa percorrer todos os trechos junto com os ciclistas e também para não passar apertado. Existem vários trechos difíceis para passar com carro de passeio, muitas serras e até cruzar riachos. Na época de chuvas então a coisa pode complicar ainda mais, por isso, é bom tomar os devidos cuidados.
Tem trechos que tem muitas erosões e pedras. O carro 4×4 dá muito mais segurança e confiança, também é recomendável que seja um carro mais alto. A maior parte são trechos de terra que qualquer carro de passeio anda bem, mas o piso muda muito, principalmente nessa época agora de chuvas. É bom deixar claro que sempre tem rotas alternativas para ir de carro, é só pesquisar e depois combinar um ponto de encontro. O problema é se o ciclista tiver algum problema nessa parte do trajeto e precisar do carro de apoio, mas são poucos os trechos em que isso é necessário.
Os pontos que mais exigem do carro é na serra de Luminosa, após Paraisópolis e descendo a serra de pedrinhas, após Campos do Jordão.
Durante o Percurso
Ao longo do percurso, o ciclista peregrino dispõe de pontos de apoio de uma rede de pousadas e modestos hotéis selecionados pela Associação do Caminho da Fé, com preços diferenciados, onde são carimbadas as credenciais, que permitirão ao final, receber o Certificado de Peregrino Mariano. Também existem alguns estabelecimentos ao longo do caminho para fazer uma parada, comprar água ou comer alguma coisa.
Remendado uma parada no Café no Caminho, antes de de chegar em Apaecida/SP
Desde sua criação, mais de 30 mil peregrinos percorreram a rota. Cada viagem, cada participante tem um objetivo diferente: religioso, turístico ou esportivo. O principal é aproveitar cada dia de viagem, em nosso caso, curtir bastante cada dia de pedalada e a paisagem do caminho que é maravilhosa.
Ramal Principal de Águas da Prata-SP até Aparecida-SP ( 295 km *)
O Caminho de Fé foi inspirado no Caminho de Santiago de Compostela e é indicado para aqueles que buscam um caminho de peregrinação de longa distância e vivenciar uma experiência de caminhar todos os dias.
A trajetória começa em Águas da Prata, Andradas, Serra dos Limas, Crisólia, Ouro Fino, Inconfidentes, Borda da Mata,Tocos do Moji, Estiva, Consolação, Paraisópolis, Canta Galo, Luminosa, Campista, Campos do Jordão, Gomeral, Potim e Aparecida.
Total até Aparecida ⇒ 295 km
* O percurso escolhido pelo Piramba MTB de Campos do Jordão até Aparecida foi o mais tradicional que é pela Serra de Gomeral e famosa Descida de Pedrinhas. Assim, a quilometragem total do ramal principal é de 295 Km, no entanto, pode sofrer pequenas variações conforme as pousadas escolhidas para a estadia.
A Criação do Caminho da Fé
Em 2003, após retornar da segunda peregrinação na Espanha, o paulista Almiro Grings, com o apoio de amigos, decidiu criar algo semelhante por aqui, tendo como destino final o Santuário Nacional de Aparecida, em São Paulo. Juntos, apoiados ainda por outros voluntários, deram início aos primeiros contatos com prefeituras e paróquias das cidades por onde passaria a trilha. Com ajuda de um mapa e partindo de Águas da Prata (SP), foi imaginado um caminho que chegasse até Aparecida privilegiando a rota mais lógica e que atendesse ao perfil peregrino. Estradas vicinais, trilhas, bosques e vias asfaltadas compõem o ramal original do Caminho da Fé, que compreende 320 quilômetros autoguiados, onde o caminhante ou ciclista só precisa seguir as setas amarelas e as placas para, a cada curva dobrada ou morro vencido, se surpreender com belezas naturais que inspiram a seguir sempre adiante.
Como se preparar para fazer o caminho da fé de bike?
É preciso de um bom preparo para encarar o Caminho da Fé de bike. Afinal, além do desgaste físico, há também um grande desafio mental. Por conta do nível de subidas acumuladas ao longo do trajeto.
Ou seja, quando o assunto é uma cicloviagem, esse Caminho da Fé vai ao limite do que você pode esperar.
Além desses motivos de dificuldade de percurso, o Caminho da Fé de bike não é uma aventura para iniciantes no cicloturismo. Ele exige boa experiência nessa modalidade do mountain bike.
O primeiro passo para planejar a sua cicloviagem para o Caminho da Fé é avaliar a quantidade de dias que você tem disponível e pensar em qual quilometragem e roteiro é ideal, considerando os diferentes pontos de partida.
Para isso, indicamos que você baixe o mapa do Caminho da Fé em Águas da Prata no site oficial e faça o planejamento no campo indicado. O site oferece várias informações importantes como quilometragem, altimetria, trechos urbanos e outros.
Outras dicas importantes para os ciclistas são:
se planejar corretamente antes, calculando o tempo médio para percorrer cada trecho, sua capacidade física, as condições climáticas e tudo o que é necessário para chegar em segurança até o próximo ponto de apoio.
evitar transitar à noite pelo Caminho;
evitar saídas tardias dos meios de hospedagem;
Uma dica fundamental é preparar o seu físico. Isso porque o Caminho da Fé conta com vários trechos de subida intensa, principalmente a famosa subida da Luminosa, que está entre as 10 mais difíceis do país. São 10 km de subida, com quase 1000 m de altimetria. No final dela, fica-se próximo aos 2.000 m de altitude.
Com qual bike posso fazer o caminho da fé?
A bicicleta para fazer o Caminho da Fé deve ter uma configuração mínima para encarar o grande desafio. E quanto mais preparada para a modalidade ela estiver, melhor será a peregrinação sob duas rodas.
Se você tem uma MTB aro 26, pode ir sem problemas, desde que ela tenha no mínimo 21 marchas. Elas serão exigidas ao limite nas subidas, portanto, pense nisso.
Outro ponto essencial são bons freios. Podem ser V-brakes, mas, se forem a disco mecânico ou hidráulicos, eles darão conta melhor ainda. Pense que você precisará ter segurança para brecar o seu peso e o da bagagem.
No mais, furações para bagageiros e para suporte de caramanhola são essenciais. Eles darão a garantia para você instalar essas peças e levar água e bagageiros, numa boa.
E, claro, seja com um modelo simples ou com um mais avançado de bike para viagem, leve-a para uma manutenção, para deixa-la “zerada” para o Caminho da Fé.
Qual o trajeto do caminho da fé em águas de prata?
Como você viu, o trajeto do Caminho da Fé poderá se alterar, dependendo do seu ponto de partida, assim como a quilometragem também é variável. Isso permite que o ciclista pense em um trajeto que seja mais adequado aos dias disponíveis para a cicloviagem e ao seu condicionamento físico.
De modo geral, você encontrará a sinalização de setas amarelas a cada 2 km, com placas que indicam a distância restante até a Basílica. As setas estarão presentes em postes, mourões e árvores.
Melhor época do ano
Como o Caminho da Fé em Águas da Prata é autoguiado, não existe uma época mais indicada para fazer o percurso. Tudo dependerá da sua agenda e disponibilidade.
De forma geral, os meses de junho e de julho são os que registram maior número de peregrinos, por ser período de férias, bem como o mês de outubro, devido ao aniversário de Nossa Senhora Aparecida.
Se a ideia é evitar as chuvas, o ideal é pedalar na época de seca, que é no inverno, ou seja, entre os meses de maio a agosto. Nesse período, as chuvas são raras e as temperaturas ficam mais amenas durante o dia e mais baixas à noite, especialmente nas cidades montanhosas.
A partir de setembro até abril é a época de verão e costuma chover mais, principalmente em novembro, dezembro, janeiro e fevereiro.
Todos os ramais do caminho da fé
A nossa sugestão de Caminhos de Peregrinos é percorrer um dos ramais do Caminho da Fé, que tem como destino até a Padroeira do Brasil, a Nossa Senhora Aparecida em Aparecida (SP);
O Caminho da fé é composta por cerca de 970 km, dos quais aproximadamente 500 km atravessam a Serra da Mantiqueira por estradas vicinais, trilhas, bosques e asfalto, proporcionando momentos de reflexão e fé, saúde física e psicológica e integração do homem com a natureza.
O Caminho conta com 12 ramais, Aguaí, Caconde, Centro Paulista, Dom Inácio João dal Monte, Franca, Mococa, Padre Donizetti, Ribeirão Preto, São Carlos Borromeu, Santa Rita de Caldas, Santa Luzia e Tambaú.
Todos os ramais encontram-se no ramal principal que inicia-se em Águas da Prata. A partir daí o Caminho da Fé segue por apenas uma trilha até Aparecida.
Para conhecer todos os ramais do Caminho da Fé clique aqui.
É muita subida, conheça os nomes das serras do Caminho da Fé
Ao todo são 8.000 m de ganho de altimetria, por isso, o Caminho de Santiago pode ser considerado um “passeio” comprado ao Caminho da Fé. Apesar da distância maior entre França e Espanha, a grande quantidade de morros para se vencer – para cima ou para baixo – faz com o nosso Caminho seja muito mais exigente fisicamente. Serra dos Lima, Luminosa, Serra da Fartura, Morro do Sabão, Porteira do Céu, Pantâno dos Teodoros, Morro do Gavião, Caçador, além de dezenas de outros que “não são tão famosos”, cobram esforço máximo em praticamente todas as etapas, a pé ou de bicicleta.
A CREDENCIAL E O CERTIFICADO
Quem desejar receber o Certificado Mariano (que marca o seu trajeto pelo Caminho da Fé), precisará retirar a credencial no local onde você iniciar o seu percurso, a Credencial do Peregrino custa R$25,00.
Em Águas da prata existem algumas pousadas em que é possível adquirir a Credencial, como na tradicional Pousada do Peregrino, no entanto, recomendo a retirada do Certificado de Peregrino Mariano no Centro de Informações Turísticas, localizado na marquise do CAR- Centro de Apoio ao Romeiro.
A Associação dos Amigos do Caminho da Fé- AACF fica na Rua Gabriel Rabello de Andrade, 19 Centro. O horário de atendimento é de segunda a sexta: 09h às 17h. Sábados: 08h às 18h e domingos: 08h as 17h. No lugar é possível também adquirir souvenirs do Caminho da Fé, adesivos, camisetas, e as tradicionais fitinhas coloridas que os peregrinos usam, muitos ciclistas as amarram em suas bicicletas ou no pulso e ao longo do caminho existem pontos em que é possível ver cercas repletas dessas fitinhas, o que deixa a bela paisagem da Serra da Mantiqueira ainda mais bonita e colorida.
Quanto Custa a Credencial e o Certificado?
Quando você chegar em Aparecida, deverá entregar a sua credencial para retirar o certificado. Para conseguir o certificado, no entanto, é preciso percorrer, no mínimo, 100 km.
Assim, a última cidade em que você pode pegar a credencial é em Paraisópolis. Lembre-se que a credencial deverá ser preenchida e carimbada para ter validade na hora da chegada.
Com a credencial, você poderá conseguir preços diferenciados nas pousadas localizadas ao longo do Caminho da Fé.
A Credencial do Peregrino custa R$25,00 e O Certificado de Conclusão custa R$10,00.
A credencial é obrigatória para o Certificado de Conclusão?
Sim, é necessário adquirir a credencial de peregrino para obter o certificado de conclusão do caminho, o peregrino retira na cidade onde inicia sua trajetória. Deve ser carimbado nas pousadas ao longo do trajeto e apresentado na Secretaria da Basílica de Aparecida para recebimento do Certificado de Conclusão sob cobrança de R$ 10,00 realizada pelo Santuário.
Onde se Hospedar, quando custa?
Hospedaria Rural Calendária em Luminosa
O valor varia dependendo das pousadas que ficarão hospedados o valor médio por pessoa é de aproximadamente R$100,00/dia por pessoa com café da manhã + Credencial do Peregrino R$25,00 sem carro de apoio.
No link logo aqui abaixo você pode encontrar todas as opções e informações das hospedagem que existem em cada cidade do Caminho da Fé, bem como os restaurantes e outros pontos de apoio aos peregrinos. Esse documento é de muita valia e quem pensa em fazer o Caminho da Fé é uma referência quase obrigatória para estar melhor preparado para a jornada.
O Caminho da Fé não possui serviço de guia. É auto guiado.
Porém, possui sinalização constante ao longo do trajeto, a cada 2 km.
No site oficial é possível baixar gratuitamente um mapa turístico com todos os ramais, ou seja, cada um dos locais onde você pode começar um percurso.
A altimetria é bem variada, sendo o ponto mais baixo em Pindamonhangaba com 552,6 m. O ponto mais alto é logo imediatamente e é em Campista, no km 93, com 1820 m.
Tenha muito presente que o trajeto sobe e desce constantemente. Portanto, se espera um caminho cheio de adrenalina, o Caminho da Fé não é para você. Na maioria do tempo, você ficará pedalando em subida.
O caminho passa por várias cidades, portanto consulte o mapa e calcule bem a quantidade de água e comida que precisa para trajeto. Mas considere que poderá repor o necessário nos trechos urbanos.
Uma boa dica tanto para esse quanto para outros trajetos, e qualquer saída na natureza em geral, é dar uma olhada atenta a previsão do tempo para os dias quando você planeja pedalar.
Cidades pelo Caminho da Fé
1. Águas da Prata – SP
Nosso primeiro destino (Cidades do Caminho da Fé) se destaca com as águas esplêndidas de suas 10 fontes e 58 belíssimas cachoeiras.
No Bosque Estadual, onde fica o Fontanário Vilela, estão as águas mais radioativas da América. Aliás, é um ótimo local para rir com os macacos-prego e se deliciar com pamonha, curau, bolo e outras receitas à base de milho.
Além disso, outro ponto para visitar é o Pico do Gavião, conhecido como a “Meca do voo livre”, uma atividade bastante praticada em Águas da Prata.
2. Andradas – MG
Entrando em território mineiro, o caminho da fé passa por várias pequenas cidades do sul de Minas.
Conhecida como a terra do vinho, Andradas tem deliciosos passeios de degustação em vinícolas. Aliás, todo ano acontece uma edição da famosa festa do vinho.
Por último, a cidade tem muitos artistas e artesãos que mostram suas obras em espaços como o Boca do Leão e o Gloc.
Ademais, a cidade mineira também é produtora de biscoitos e bolachas artesanais.
Por fim, alguns outros locais para conhecer são o Teatro Municipal José Stivanin, a Igreja Matriz de São Sebastião, a Igreja de São Benedito e a Casa da Memória.
3. Ouro Fino – MG
A cidade ficou famosa devido à canção “O Menino da Porteira”.
Por isso, ao chegar em Ouro Fino, você se depara com a célebre figura de um menino: um monumento de concreto de 10 metros de altura e 10 toneladas.
Além disso, as belezas naturais também estão presentes aqui, como rios, cachoeiras e a imponente Pedra do Itaguaçu.
Outro local para conhecer é a Igreja da Matriz, onde fica o único Museu de Arte Sacra do sul de Minas.
Por fim, a cidade faz parte do circuito das malhas. Assim, também há uma boa indústria no local para quem quiser ir às compras.
É uma das maiores produtoras de crochê, malhas, fio, fibras e tapetes do sul de Minas. Também faz parte do circuito das malhas.
Alguns lugares para conhecer são: a Torre do Monjolinho, a Praça Tiradentes, a Igreja São Geraldo Magela, o Monumento do Peregrino, e as Cachoeiras do Pulo, do Galera e do Poção.
5. Borda da Mata – MG
Em Borda da Mata você conhecerá a Basílica Nossa Senhora do Carmo, uma das três basílicas encontradas por quem segue o caminho da fé.
Além disso, existem 9 praças na cidade e nas manhãs de domingo ocorre uma feira livre na Praça Nossa Senhora do Carmo.
É mais uma cidade no circuito das malhas e seus produtos são conhecidos em todo país, por isso atrai muitos turistas. O pijama é o mais famoso.
Ao chegar em estiva, você está na “Terra do Morango”, isso porque ela foi uma das primeiras a produzir a fruta em Minas Gerais. Nesse sentido, um evento tradicional da cidade é o Festival do Morango.
Dois rios cortam seu território, o rio Itaim e o rio Três irmãos, além de haver dezenas de córregos.
Além disso, alguns lugares para você explorar nesse município são: A Serra do Caçador, o Alto do Coqueirinho Solitário, a Cachoeira do Pântano dos Teodoros, as Igrejas da Matriz e de Santa Terezinha e as Capelas de São Bento e de Santa Cruz.
7. Consolação – MG
Com menos de 2 mil habitantes, essa é a menor cidade que você vai encontrar ao longo da sua trajetória.
No entanto, também tem suas atrações e dois pontos interessantes são a fábrica de polvilho que fica logo no início do Município e a paróquia Nossa Senhora da Consolação.
Ademais, a cidade está cheia de plantações de morango e possui água mineral que nunca foi explorada.
8. Paraisópolis – MG
Nossa oitava cidade da lista tem um relevo bastante acidentado.
Assim, você poderá praticar asa-delta e parapente no Pico do Machadão, um de seus atrativos turísticos.
Aliás, é nele que se encontra o Parque Ecológico do Brejo Grande, onde fica o mais alto lago artificial do Brasil.
Os maiores eventos do local são a Festa de Santo Antônio e a Olimpíada Paraisopolense de Inverno e Solidariedade.
Você também pode conhecer o Centro Educacional e Cultural Amilcar de Castro, que fica na antiga estação ferroviária.
9. São Bento do Sapucaí – SP
Saindo do sul de Minas, o Caminho da fé volta para o estado de São Paulo.
Sendo assim, chegamos a São Bento do Sapucaí. Sua topografia é montanhosa e a Pedra do Baú, com altitude de 1950 metros, é uma de suas principais atrações.
Outros lugares para visitar são as cachoeiras do Toldi, dos Amores e dos Serranos. Além disso, você também pode subir uma trilha e chegar até a base da Pedra Ana Chata.
Contudo, se você quiser passeios mais culturais, pode visitar o Bairro do Quilombo, o Museu da Viola ou o Espaço de Leitura e Arte “Eugênia Sereno”.
10. Luminosa – Distrito de Brazópolis – MG
Luminosa pertence ao município de Brazópolis. O distrito possui belíssimas paisagens da Serra da Mantiqueira e da Mata Atlântica, além das lindas nascentes d’água que formam belíssimas cachoeiras devido ao seu relevo e abundância de rochas.
Está a 60 km de Campos do Jordão/SP e possui um clima ameno e agradável, com belíssimas montanhas e um céu invejável. Para quem faz o caminho da fé é para muitos a serra mais mais famosa e temida pelos ciclistas, isso dá pelo nível alto de dificuldade em razão de sua longa e íngreme subida até chegar em Campos do Jordão. Realmente a Serra da Luminosa é muito bruta, mas não muito diferente de outras encontradas ao longo do Caminho da Fé e como pegamos ela descansados já que saímos para pedalar de lá, achei até que não é tão difícil assim como esperava dado a sua fama terrível, mas essa percepção é muito pessoal varia de pessoa para pessoa.
Neste distrito, o turista também poderá encontrar um dos observatórios de astronomia brasileiro. Luminosa possui uma maravilhosa gastronomia, com muitos atrativos naturais exuberantes como cachoeiras, picos e suas pedras propiciando um ambiente favorável para a prática de esportes ao ar livre, como caminhadas, passeios de bike, jeep e cavalgadas.
11. Campos do Jordão – SP
Primeiramente, Campos do Jordão é uma das mais famosas dessa lista. A charmosa cidade paulista é cercada de montanhas e bastante influenciada pela cultura europeia.
Recebe turistas o ano inteiro, principalmente durante o inverno.
No Parque Capivari, você pode alugar pedalinhos para andar no lago, pode visitar a estação de Campos do Jordão ou quem sabe se divertir na roda gigante e no teleférico.
Além disso, o Centro Turístico de Campos do Jordão tem muitas lojas, cafeterias e lindas construções. Inclusive, você pode tomar uma cerveja artesanal na famosa Baden Baden.
Entretanto, se o que você quer é tirar algumas fotos, o Morro do Elefante, a Vista Chinesa e até mesmo a entrada da cidade são ótimas opções.
Por último, outros pontos interessantes para você aproveitar são o Parque de Amantikir, o Museu Felícia Leiner, a Ducha de Prata, o Parque da Cerveja e o Bosque do Silêncio.
E quem ainda quiser pedalar por lá são muitas as trilhas e caminhos, além é claro do Zoom Bike Park e Roots Bike Park.
12. Aparecida do Norte – SP
Enfim, chegamos ao destino do Caminho da Fé, o lugar que abriga o Santuário Nacional de Aparecida.
A cidade é o maior centro de peregrinação religiosa da América Latina, sendo popularmente chamada de Aparecida do Norte. Por isso, você vai encontrar muitos lugares religiosos. Além do Santuário e da Passarela da Fé, você pode visitar o Presépio, o Seminário Bom Jesus, a Matriz Basílica, o Morro do Cruzeiro, o Porto de Itaguaçu e o Mirantes das Pedras.
A Expedição do Piramba no Caminho da Fé
1ª Dia: Águas da Prata-SP até Inconfidentes-MG ( 90 km e 2.300 m de Ganho de Elevação)
90 km e 2.300m de ganho de elevação. 1º dia do Piramba MTB no Caminho da Fé saímos da Pousada Recanto da Estação em Águas da Prata-SP. Primeiro passamos para pegar a credencial na Associação dos Amigos do Caminho da Fé que é o documento necessário para poder receber o certificado em Aparecida-SP. Ali também tem uma joga com vários artigos do Caminho da Fé. Nessa primeiro dia de pedal com destino até Inconfidentes-MG atravessamos rio, passamos próximo a cachoeira, por cavalos, peregrinos, capelas e paisagens lindíssimas das belas montanhas da Serra da Mantiqueira. Passamos por Ouro Fino e o famoso Menino da Porteira.
Infelizmente nesse dia um dos nossos se chocou lateralmente com um carro na descida e machucou bem o joelho. A bike ficou bem avariada, entortou a roda, entre outros danos. Um alerta e tanto para todos nós e para quem pretende faze o Caminho da Fé, tem muitos carros pelo caminho. No caso, o carro nem ao menos parou para ver o que aconteceu. Mas a saga do Piramba MTB no caminho da Fé não poderia parar. Chegamos cansados em Inconfidentes-MG e depois foi gelo no joelho que estava inchado e todos fomos dormir cedo, pois no outro dia tinha mais.
Saída da Pousada Recanto da Estação e chegada na Pousada Águas Livres
2º Dia: Inconfidentes-MG até Consolação-MG ( 81 km e 2.800m de Ganho de Elevação)
Saída da Pousada Águas Livres e chegada na Pousada São Miguel Arcanjo
81 km e 2.800 m de ganho de elevação.
Carro de Boi, porteira do Céu, terra do morango, subida insana, Nossa Senhora Aparecida gigante. Tudo muito incrível e depois no final foi um delicioso parmegiana mineiro no fogão a lenha na Pousada São Miguel Arcanjo.
3º Dia: Consolação-MG até Luminosa distrito de Brazópolis-MG ( 39 km e 1.240 m de Ganho de Elevação)
Saímos da Pousada São Miguel Arcanjo e o dia foi de muito pedal, montanhas, paisagens lindas e belas igrejas.
E quando chegamos cansados na pousada, ela era no pé da montanha, com uma vista incrível e ainda tinha uma cervejaria artesanal na Hospedaria Rural Calendária em Luminosa.
Só não pode abusar porque no dia seguinte é a famosa e temida subida da Serra da Luminosa.
4º Dia: Luminosa distrito de Brazópolis-MG até Campos do Jordão-SP ( 38 km e 1.659 m de Ganho de Elevação)
Saímos da Hospedaria Rural Candelária e fomos então encarar a temida Serra da Luminosa, considerada a mais longa subida do Caminho da Fé, foi o dia com a maior altimetria por km rodado, subida atrás de subida. Ainda bem que diante de tanto esforço fomos comtemplados no meio do percurso com um mirante com um visual incrível, que valeu cada gota de suor.
Enfim, chegamos em Campos do Jordão e ao Bike Ville MTB onde ficamos hospedados, um lugar sensacional e voltado para ciclistas, toda decoração é relacionada a bicicleta. Existe um bicicletário para guardar as bikes, tem um lugar para lavar as magrelas e fazer manutenção e encontramos ciclistas de Brasília que também estavam percorrendo o Caminho da Fé.
5º Dia: Campos do Jordão-SP até Aparecida-SP ( 64 km e 838 m de Ganho de Elevação)
Chegou o dia mais aguardado, de chegar na Basílica de Nossa Senhora de Aparecida. Saímos do Bike Ville MTB com um frio de 7º C e embora seja o dia com menos subidas, não quer dizer que tudo são flores. No começo desse último trecho foi preciso encarar boas subidas até chegar no ponto mais alto de todo o Caminho da Fé com 1.950 metros de elevação.
Logo depois também inicia a descida da Serra de Pedrinhas aí é só ladeira abaixo, as mãos chegam a doer de tanto segurar no freio. No meio da descida tem um mirante com o visual mais incrível de todo o Caminho da Fé. A chegada em Aparecida é emocionante, cada pirambeiro comprou uma vela e aí foi só rezar e agradecer.
By Rudi Arena
A Viagem de Ida
Começamos com a viagem de ida que fizemos saindo de Garça até o município de Águas da Prata-SP para iniciarmos a nossa jornada de 05 dias bike até chegar em Aparecida-SP.
Documentário do Caminho da Fé de bike feito em um só dia, um desafio e tanto!!! (Canal de Bike)
Quando a gente ouve falar em caranguejo geralmente a gente associa a praia e ao mar, mas temos no Brasil algumas espécies de Caranguejo de Água Doce no restou da mata atlântica também. E muitos não imaginam que Garça tem o privilégio de ter esse crustáceo em sua fauna.
Porém, esse dias atrás meu grande amigo César Sartori, companheiro de cachoeiras e pirambeiras fez um raro registro de um caranguejo de água doce. O bicho estava próximo a uma rocha, ele gosta de tipo de ambiente e ajuda no seu mimetismo. O flagrante aconteceu na Cachoeira dos Macacos que fica entre Garça e Álvaro de Carvalho, e a presença desse tímido crustáceo é para ser comemorada.
É uma boa notícia a presença deles nessa região, pois geralmente gostam de viver em córregos límpidos, sinal de que temos cursos d´águas que proporcionam um ambiente adequado para sua existência. Como é possível ver no vídeo, a água onde ele foi estava transparente, por isso, cuidar de nossas nascentes é indispensável para a manutenção de população dos caranguejos. Assim, essa região pode continuar sendo habitat para eles, o que contribui também para o equilíbrio da cadeia alimentar e do ecossistema local como um todo.
Junto a esse registro também existe um outro feito há um tempo atrás em uma das Cachoeira do Vale da Graça em Vera Cruz por um outro amigo meu, o Juares, mas infelizmente a foto se perdeu com o tempo e não foi possível postar aqui. Mas não deixa de ser mais uma evidência que embora raro, temos sim caranguejo em nossa região e que nossas nascentes sejam cada dia mais vigorosas e que registros como esse possam ser feitos com mais frequência.
By Rudi Arena
Conheça mais sobre o Carangueijo de Água Doce*
Nome em português: Caranguejo de água doce, Caranguejo de rio, Goiaúna, Guaiaúna. Nome científico: Trichodactylus petropolitanus (Göldi, 1886)
Origem: Sudeste da América do Sul Tamanho: carapaça com largura de 5 cm Temperatura: 20-28° C pH: indiferente
Dureza: indiferente Reprodução: especializada, todo ciclo de vida em água doce Comportamento: pacífico Dificuldade: fácil
Apresentação
Os Trichodactylus são os caranguejos dulcícolas mais comuns fora da bacia amazônica, são pequenos caranguejos totalmente aquáticos, de hábitos noturnos. Embora comuns, raramente são vistos no comércio aquarístico.
Devido à sua abundância, estes animais são importante componente da cadeia trófica de ambientes dulcícolas. Comestíveis, são também relevante fonte de alimentação para populações ribeirinhas. Etimologia:Trichodactylus vem do grego thríks(cabelo) e daktulos (dedo); petropolitanus significa habitante do município de Petrópolis (RJ).
Origem
Até a pouco considerada uma espécie exclusivamente brasileira, com ocorrência nos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, sendo que sua distribuição coincide amplamente com os domínios da quase extinta Mata Atlântica. Em 2003 foi coletada também no norte da Argentina.
Vivem em riachos límpidos, geralmente montanhosos, mas podem ser coletados também em lagoas e represas. Vive entre rochas ou vegetação aquática. Preferem substratos rochosos, que facilitam seu mimetismo. Um trabalho genético recente confirmou que os T. petropolitanus são monofiléticos. Curiosamente, este trabalho situou geneticamente a espécie entre os diversos clados que compõem o Complexo T. fluviatilis.
Distribuição geográfica de Trichodactylus petropolitanus. Imagem original Google Maps; dados de Magalhães C. In: Melo GAS. 2003 e César II et al. 2004.
Aparência
Cefalotórax de altura média, arredondado. Olhos pequenos, antenas curtas. Grandes quelípodos, assimétricos nos machos. Pernas dispostas lateralmente. Geralmente de cor marrom-escura avermelhada.
Existem duas famílias de caranguejos de água doce no Brasil: Trichodactylidae e Pseudothelphusidae. Os primeiros podem identificados por dois detalhes: dáctilos com pêlos (ao invés de espinhos, daí seu nome), e segundo maxilópode. Dentro da família, os Trichodactylus podem ser identificados baseados na forma do abdômen (segmentação de todos os somitos, sem fusão), e a escassez de dentes na margem da carapaça (até 5). O T. petropolitanus pode ser identificado por ter três dentes na borda ântero-lateral da carapaça, eqüidistantes, e carapaça irregular.
Assim como o T. fluviatilis, esta espécie têm sub-espécies com alguma variação no padrão de dentição da carapaça.
Aspecto da borda ântero-lateral da carapaça: Trichodactylus dentatus com três dentes, os dois primeiros próximos entre si e um pouco afastados do terceiro, este sempre menor e às vezes vestigial; Trichodactylus petropolitanus com três dentes equidistantes; Trichodactylus fluviatilis com borda lisa, às vezes com um a três entalhes, ou no máximo um dente. Fotos de Carlos Magno e Walther Ishikawa.
Parâmetros de Água
É uma espécie robusta, bastante tolerante quanto às condições da água, mas se desenvolve melhor entre 20 e 28° C, pH e dureza indiferentes.
Reprodução
Todo seu ciclo de vida se dá em água doce. A reprodução ocorre nos meses mais quentes e chuvosos do ano.
Produzem poucos ovos de grandes dimensões, apresentam desenvolvimento pós-embrionário direto, onde as fases larvais completam-se ainda dentro do ovo. Na eclosão são liberados indivíduos já com características semelhantes ao adulto. Por vários dias, os jovens são protegidos e carregados pelas fêmeas sob o abdome, caracterizando cuidado parental.
Comportamento
São animais totalmente aquáticos, não necessitando vir à superfície para respirar. Porém, suportam algum tempo fora d´água, principalmente se houver umidade. Fugas são bastante frequentes, o aquário deverá ser sempre mantido bem tampado.
Não são agressivos, porém possuem garras potentes, e acidentes podem ocorrer. Existem diversos relatos de sucesso na manutenção destes animais em aquários comunitários, sem agressividade com peixes e camarões. Invertebrados bentônicos fazem parte da sua dieta, assim, deve-se atentar somente à presença de caramujos ornamentais, que serão rapidamente predados. Pelo mesmo motivo, caranguejos muito pequenos (da mesma, ou outra espécie) correm riscos de predação. Plantas tenras podem ser devoradas também.
Não são animais muito ativos, têm movimentação lenta, sempre que possível preferindo ficar imóveis. Por serem escavadores, não são indicados para tanques com substrato fértil, ou com layout ornamental. Adultos têm hábitos noturnos, e costumam ficar entocados até anoitecer, jovens são mais ativos durante o dia.
Como os demais crustáceos, tornam-se vulneráveis após a ecdise, e podem ser predados por outros animais. Por este motivo, nesta época permanecem entocados, até a solidificação completa da carapaça.
Alimentação
Não são nada exigentes quanto à alimentação, comendo desde algas, animais mortos a ração dos peixes. Como mencionado, caçam ativamente caramujos e outros pequenos invertebrados, e podem se alimentar também de plantas com folhas tenras.
Sabe aquelas cachoeiras que a gente só vê em filmes ou fotos? Aquelas que seriam capazes de despertar tanto o seu espírito sereno como aventureiro? Pois bem, no ultimo final de semana tivemos a satisfação e o enorme prazer de estar mais uma vez aos pés da cachoeira das duas quedas, talvez uma das mais belas paisagens da região.
Ao nome citado caberia, quem sabe, uma pequena correção: Não se trata de uma cachoeira com duas quedas (como o nome poderia induzir), mas sim duas belas cachoeiras lado a lado, contemplando assim, duas lindas e imponentes quedas d’Água.
Como nada é de graça nessa vida, para alcançar esse espetáculo natural foi preciso percorrer um longo e árduo caminho no melhor estilo trekking, mas o final valeria muito a pena.
O acesso foi realizado por dentro de uma fazenda as margens da estrada 9 de Julho, já na região da cidade de Vera Cruz.
Com a permissão de acesso concedida pelo proprietário da fazenda, iniciamos a nossa jornada PIRAMBA abaixo. O primeiro trecho é uma descida extremamente íngreme e, como se não bastasse, forrada de folhas secas ao chão o que dificultou ainda mais o controle de quem buscava algum ponto de apoio.
O jeito foi tentar descer segurando em galhos, apoiando os pés lateralmente à descida ou da forma que cada um se sentiu mais seguro.
Ao final da descida, hora de se recompor, respirar fundo e se preparar para iniciar o trecho de caminhada pelo curso da água, contra o fluxo da correnteza, mas no sentido certo das cachoeiras.
Esse novo percurso é de aproximadamente 1000 metros e oferece bastantes obstáculos e desafios. A maior parte da caminhada foi feita sobre pedras soltas e cobertas com grande volume de água. Nesta etapa, os espaços de chão firme começam a ficar escassos, cada pisada deve ser calculada e com a atenção máxima.
Em meio às dificuldades de locomoção, uma breve pausa para contemplar o curso d´Água. Quanta abundancia de água cristalina corre por entre pedras e troncos. Que lugar fantástico!
Mais alguns minutos de caminhada e já estávamos nos aproximando das grandes quedas. A essa altura já era possível ouvir o som das cachoeiras e a ansiedade começou a aumentar.
O ultimo trecho a ser percorrido é uma escalada sobre grandes pedras, que amontoadas e enfileiradas lhe conduz aos pés das cachoeiras. É uma escalada de aproximadamente 10 minutos, mas todo cuidado é pouco, pois existem pedras soltas, escorregadias e também frágeis no percurso.
Procuramos o caminho mais seguro e seguimos a escalada. Ao pisar sobre a ultima grande pedra amontoada, uma visão que agrada a alma e o coração. É impossível não sorrir diante daquela paisagem. As duas quedas d´Água, cristalinas, gigantes e com muita vazão aparecem lado a lado acompanhando um lindo paredão.
Por alguns minutos ficamos ali, apenas admirando e agradecendo a oportunidade. A energia positiva estava evidente naquele lugar. O banho em ambas as cachoeiras foi merecido. A água estava gelada, o caminho de volta prometia ser ainda mais complicado, mas quem se importa? A felicidade era contagiante!
Mais uma vez o PirambaCop entrou em ação, desta vez ele foi ao Pico do Urubu, um lugar fabuloso no Distrito de Jafa, e captou imagens de uma beleza ímpar. Também, não é por menos, ali a natureza foi para lá de generosa com Garça.
O vídeo mostra as águas da cachoeira em queda livre e parece até que ela dança sob a batuta do vento, um espetáculo que só essas imagens aéreas inéditas feitas pelo Piramba MTB podem comprovar.
Uma super Piramba Trip, com muita praia e mata atlântica. As imagens falam mais do que mil palavras. Primeiro dia de pedal (27/08/2020). Ainda tem muito por vir.