Lontra no Lago Artificial de Garça-SP

Em um flagrante raro, conseguimos registrar imagens de uma lontra devorando um peixe no Lago Artificial Prof. J. K. Williams, depois de se fartar, submerge na água e se vai. ela Já havia sido vista no lago na semana passada a esse registro e tudo leva a crer que ela adotou o lago de Garça como morada. O interessante é que a presença dela demonstra que há uma fauna relevante e rica nessa região.

A lontra-neotropical (nome científico: Lontra longicaudis), também conhecida como lobinho-de-rio e lontrinha, é uma espécie de mamífero da família dos mustelídeos (Mustelidae). Ocorre na América Central e América do Sul, do noroeste do México até o Uruguai. Habita em rios, lagos e lagoas em vários ecossistemas, como pantanais, florestas tropicais e cerrados. A lontra-neotropical prefere viver em águas claras, onde alimenta-se principalmente de crustáceos e de peixes. Esta lontra possui tanto hábitos noturnos quanto diurnos. Está localizada na classe mais alta da cadeia alimentar como um animal importante para todo o ecossistema aquático, sendo, portanto, um indicador de boa qualidade biológica para o ambiente. As lontras são cativantes e atrativas, sendo utilizadas como formas de sensibilização do público tanto para a conservação da espécie como para a importância das áreas úmidas em geral.

Com mais de um metro de comprimento a lontra é um mamífero semiaquático, parente da irara e da ariranha, que se distribui por quase todo o território brasileiro. Mas apesar de ser popularmente conhecida pela grande maioria das pessoas ela é considerada espécie cheia de “mistérios”.

Isso porque não é fácil encontrar uma lontra na natureza. O animal que tem hábito solitário é arisco e dificilmente se mostra ao homem. Mas alguns vestígios como fezes, pegadas e tocas podem entregar a presença dela em determinada localidade. Quer saber mais sobre esse bicho curioso? Confira algumas curiosidades!

Na água e na terra

Considerada um mamífero semiaquático a lontra é ativa tanto em terra quanto na água. Em terra ela se reproduz, encontra abrigo que são conhecidos como toca, descansa e cuida dos filhotes. Porém na água ela encontra a principal fonte de alimento. É considerada uma excelente nadadora e mergulhadora, tem membranas nas patas adaptadas ao ambiente aquático. É mais ágil dentro d’água do que fora.

Dieta balanceada

A lontra se alimenta principalmente de peixes e crustáceos que encontra no ambiente aquático, mas também pode adquirir ao cardápio, pequenos mamíferos, répteis e até aves. Geralmente na hora de fazer uma boquinha a espécie sobe em pedras ou se desloca às margens dos rios e lagos.

Lontras dormem e cuidam dos filhotes em tocas próximo aos rios e lagos — Foto: Giselda Person

Lontras dormem e cuidam dos filhotes em tocas próximo aos rios e lagos — Foto: Giselda Person

Esconderijo e abrigo

Apesar de adorar água, a lontra encontra refúgio em terra, mais precisamente em barrancos onde constrói tocas ou aproveita de cavidades naturais para descansar. Na maioria das vezes escolhe locais altos com subidas íngremes para dificultar o acesso de algum possível predador. As tocas são próximas à água, onde ela se desloca rapidamente se houver qualquer sinal de perigo.

Fezes são feitas em pedras e ambientes visíveis para marcar território — Foto: Giselda Person

Fezes são feitas em pedras e ambientes visíveis para marcar território — Foto: Giselda Person

Fezes poderosas

A lontra usa as fezes para marcar território. Geralmente são feitas em lugares visíveis como em cima de pedras e troncos, onde outros indivíduos possam ver e logo identificar que o aquele espaço já tem dono. Pesquisas apontam também que as fezes servem também como uma manifestação de dominância hierárquica. Uma curiosidade é que as fezes são geralmente escamadas e possuem um cheiro doce almiscarado.

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Lontra-neotropical

https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/noticia/2020/08/14/arisca-e-solitaria-voce-conhece-a-lontra.ghtml

As Cachoeiras da Vigilância e Seus Encantos

O Piramba teve a honra de ser convidado pela proprietária do imóvel rural para conhecer as Cachoeiras da Vigilância e ajudar em fixar cordas para facilitar o acesso a elas, já que existem trechos com forte declive e risco de quedas. E agradecemos demais por essa oportunidade única.

É sempre fascinante constatar como são vastas as cachoeiras de Garça e que o município ainda possui uma infinidade de lugares incríveis de natureza exuberante a ser conhecido e explorado. Prova disso, é o complexo de cachoeiras próximo a Fazenda Vigilância que o Piramba desconhecida e que possui diversas cachoeiras de diferente alturas e todas encantadoras. E o mais legal é ver o cuidado com as matas ciliares, a restauração e o plantio de árvores nativas que acabou por criar uma grande área verde no entorno das cachoeiras e cursos d’água.

O acesso não é fácil, além de que exige uma boa caminhada e está longe até mesmo de qualquer estrada de terra ou mesmo de sede de fazenda. Por isso mesmo, parece até um local intocado, sem qualquer sujeira ou vestígio humano.

O dia escolhido foi um sábado a tarde de sol escaldante em meio a terceira onda de calor que abateu boa parte do Brasil em dezembro de 2023. Com temperatura de pouco mais de 35º graus centígrados e munidos de muita água e bastante ânimo, iniciamos a nossa caminhada.

Logo no começo da caminhada no meio do leito do rio chamou a atenção os escombros de um moinho de pedra muito grande assim como antigo que respira história, resquícios de uma realidade hoje distante.

Mal começamos a andar, ouvimos um barulho no meio do mato e pensei, parece algum animal grande e logo apareceu uma cachorra do nada, e o estranho é que não tem casa ali perto. E não deu outra, ele seguiu a gente até chegar na beira do rio, depois continuou conosco rio abaixo e transpassou os mais difíceis obstáculos pelo caminho, embora a gente tinha receio de ele se machucar, mas que nada ele foi até o final e foi em todas as cachoeiras com a maior destreza, mostrou um ótimo parceiro de pirambeira.

Em outro momento, quem aparece do nada no meio da mata é uma espécie de lontra, um animal lindo e raro de se ver, ali já havia ganhado o dia. Nunca nenhum de nós havíamos avistado esse animal na região, motivo de grande alegria ao saber que a fauna aqui é ao mesmo tempo resiliente e vibrante.

Com facões em mãos abrimos uma trilha que já encontrava-se bastante fechada e após caminhar bastante rio abaixo, enfim chegamos na primeira cachoeira que tem um poço que é um verdadeiro convite para banho e foi isso que fizemos. Foi como se gente tivesse encontrado um oásis em meio a um calor sufocante. Em que alguns pontos o poço não dá pé, é muito fundo mesmo.

Logo mais, ao seguir o rio a baixo somos contemplados com o encontro de dois cursos d’água que se encontram, a cena é belíssima, é agua caindo de todos os lados, são várias quedas e muito boa para tomar aquele banho de cachoeira. E por mais que tentamos registrar isso com fotos e vídeos, só mesmo presencialmente no lugar é possível ter a noção real de sua exata beleza. 

Se subir alguns poucos metros acima do outro córrego, a gente logo da de cara com uma cachoeira de água de nascente cristalina que se esparrama pela rocha de forma esplêndida e faz um pequeno poço que até parece um pequeno ofurô natural.

Voltando ao rio principal, ao descer um pouco o seu leito logo a gente ficou no alto de uma cachoeira muito alta e por ter as encostas bem íngremes, não conseguimos achar um de acesso para chegar até em baixo. Teria que contornar por um outro ponto da mata e não pelo curso do rio, ou então fazer uma longa caminhada chegar em baixo da cachoeira rio acima.

Assim, resta ainda mais uma cachoeira que temos que chegar por baixo para poder conhecê-la melhor, tomar um banho e descobrir se existe poço ou não. Mas uma leve garoa havia começado e trovões reverberavam na mata, resolvemos voltar e combinamos explorar ainda mais o local um outro dia.

Na volta, nos deparamos com uma armadilha de iscas de mangas, não entendemos ao certo como funcionava a arapuca, mas era claro que alguém fez uma engenhosidade para capturar animais silvestres. Então desmontamos toda a armadilha, levamos os arames e jogamos as mangas na mata para alegria na fauna local. E a cachorra? Ah ela é tão companheira que o nosso amigo Vicente precisou ir embora um pouco antes e então ela se propôs a fazer companhia para ele na volta.

Rudi Arena