O Flagrante
Em meio ao pedal do último final de semana, nos deparamos com várias capivaras que estavam a beira de uma das belas represas da Fazenda Igurê em Garça-SP. Este animal é considerado o maior roedor do mundo. Não é difícil dar de cara com uma capivara quando passar por uma das represas da Fazenda Igurê, são ao menos quatro na propriedade rural e todas possuem uma vida silvestre bastante exuberante.
Um pouco antes de começar a gravar o vídeo, uma garça cinza havia tentado pegar um peixe com seu longo bico. E já em seguida avistamos um bando de capivaras na margem da represa localizada próxima a colônia de trabalhadores da fazenda.
Me chamou a atenção na cena a desenvoltura com que esses grandes roedores nadam apesar do seu corpo rechonchudo e mais ainda, o barulho emitidos por eles, parecia uma forma de comunicação, um som muito forte que nunca tinha ouvido.
Rudi Arena
Sobre a Capivara
A capivara pertence ao mesmo grupo de roedores ao qual se classificam as pacas, cutias, os preás e o porquinho-da-índia. Ocorre por toda a América do Sul ao leste dos Andes em habitats associados a rios, lagos e pântanos, do nível do mar até 1 300 m de altitude. Extremamente adaptável, pode ocorrer em ambientes altamente alterados pelo ser humano. As fêmeas desses mamíferos herbívoros tendem a ser maiores que os machos. As capivaras encontradas no centro-oeste e sudeste do Brasil, e Argentina, tendem a ser maiores que aquelas encontradas na Venezuela.
As capivaras são regularmente caçadas como fonte de carne ao longo de sua distribuição geográfica, tanto por camponeses quanto por indígenas. A caça das capivaras pode ter prioridades diferentes dependendo da região: na Argentina, são caçadas principalmente por sua pele, enquanto que na Venezuela, principalmente pela carne. Em algumas regiões há caçadores profissionais, chamados de carpincheros que praticam a caça para fins comerciais.
Frequentemente os animais também são abatidos para uso próprio. Além de luvas, cintos e jaquetas de couro, também são feitas selas e rédeas do couro de capivara. Na porção meridional da América do Sul o óleo extraído da gordura subcutânea das capivaras é usado como remédio. A carne da capivara não é apreciada em todos os lugares, já que pode ter cheiro forte e provocar doenças de pele. É consumida principalmente na Venezuela, onde é seca e salgada e é consumida preferencialmente em dias de jejum.
Outra razão para a caça são os danos causados pelas capivaras à agricultura. Particularmente nas plantações elas podem causar estragos consideráveis e em alguns lugares são consideradas uma praga. As capivaras também são perseguidas pelos proprietários de pastagens, especialmente durante a estação seca, já que são consideradas concorrentes ao alimento do gado. Zoonose
A capivara, assim como o cavalo, é um dos hospedeiros primários do carrapato-estrela (Amblyomma cajennense), o qual transmite a bactéria intracelular Rickettsia rickettsii, agente causador da zoonose Febre Maculosa Brasileira. As capivaras hospedeiras, ao serem infectadas por carrapatos vetores, apresentam bacteremia por até três semanas, podendo evoluir ao óbito ou à cura. Durante a bacteremia, as capivaras podem disseminar o agente para outros carrapatos que as estiverem parasitando, causando a amplificação da bactéria no ambiente. Os carrapatos podem se alimentar de qualquer hospedeiro acidental, inclusive o ser humano, transmitindo assim o agente infeccioso e causando a doença.