Avistar tucanos em Garça e região não é mais algo tão raro de ocorrer como era antigamente, são várias a pessoas que compartilham dessa mesma impressão. Hoje em dia, está mais fácil ver um tucano voando por aí, coisa que não se via há 05 ou 10 anos atrás. Isso é o que é motivo alegria, pois vira e mexe acontece de avistar essa linda e colorida ave, uma das aves símbolo do continente sul americano. Tucanos são aves sem hábitos migratórios, arborícolas, e que vivem em bando.
Embora o aumento de sua ocorrência deva ser celebrada, pois indica que houve aumento da população desses animais, ainda não é tão comum de ser ver, como o Gavião Carcará ou a Garça Branca, que são aves bem mais comuns de avistar por essas bandas.
O tucano avistado, é o maior entre as espécies de Tucano existentes, trata-se do Tucano-Toco ou Tucanuçu, o único que vive também em áreas abertas, diferente das outras espécies de tucanos que vivem exclusivamente em ambientes de matas fechadas. Felizmente, esta espécie de tucano não está ameaçado de extinção. Embora o tucano seja muito procurado e capturado para fins de tráfico de animais, acredito que esta prática tenha diminuído, motivo pelo qual eles devem estar se reproduzindo com mais frequência. Por isso, já avistamos esta ave em várias regiões do município de Garça, bem como em municípios vizinhos.
No entanto, nem sempre que avistamos um tucano é possível fazer o registro desta cena, geralmente vemos eles rasgando o céu e voando para longe e dificilmente conseguimos tirar uma foto ou fazer um vídeo. Quando muito, as cenas registradas são rápidas, feitas a distância e com pouca qualidade de imagem.
Porém, no último final de semana quando fui pedalar na estrada de terra entre os municípios de Gália-SP e Presidente Alves-SP, e ao parar para tomar um pouco de água, percebi uma ave com um grane bico colorido passando pelo céu e logo pousou em uma árvore próxima de onde eu estava. Então levantei calmamente, para localizar a ave sem espantá-la, foi quando avistei o que parecia um casal de tucanos que estavam em uma árvore.
Na mesma hora, peguei o celular e comecei a registrar algumas fotos, ao perceber que eles não estavam incomodados com a minha presença, aproximei ainda mais e passei a fazer um vídeo também. Consegui registrar todas as imagens que gostaria, então voltei para o banco que tinha escolhido para sentar, tomei minha água e continuei a contemplar a beleza dessas aves e os sons que elas emitem. Pela primeira vez consegui fazer longas imagens e com qualidade, sem que os tucanos mostrassem incômodo, fiquei um bom tempo ao lado deles, até que resolvi voltar a pedalar, enquanto as aves de bico longo continuaram por ali aproveitando o sossego do lugar.
Assim, como é raro conseguir registrar tais cenas com qualidade de imagem e por tanto tempo, achei que seria interessante compartilhar tais imagens. É que ainda tem gente que duvida da existência de tucanos na região, ou quando a pessoa acredita, muitas vezes nunca chegou a ver nem em vídeo um tucano livre, leve e solto pelas redondezas. Mas eles estão por aí, e cada vez mais dando o ar da graça. Eles voltaram e com força total. Aumentou muito o avistamento deles recentemente, o que prova a grande resiliência da fauna que existe nas matas da região.
E como sonhar não custa nada, bem que também poderia voltar também as araras, estas nem sombra de retornar ao habitat que um dia elas já se fizeram presentes. Mas não duvido nada da força da natureza em recuperar o espaço perdido, só que para isto é preciso que o homem deixe seus instintos predatórios de lado, o que não é algo simples de acontecer, a evolução é lenta. No entanto, a esperança é a última que morre, como diz o ditado mais do que batido, mas nem por isso menos verdadeiro.
Rudi Arena
Conheça mais sobre o Tucano-Toco:
Também conhecido como tucano-toco, o tucanuçu é o maior dos tucanos, vivendo em todo o Brasil central e partes da Amazônia. No Cerrado e na Mata Atlântica pode-se encontrar a espécie em maior número, em rápidas visitas a pomares e árvores com frutos.
Os tucanos são, junto com as araras e papagaios, um dos símbolos mais marcantes das aves do continente sul-americano. Seu colorido, o formato e tamanho do bico chamam a atenção com facilidade, tornando-os inconfundíveis.
Mede 56 centímetros de comprimento e pode pesar 540 gramas.
Vocalização: Emite séries irregulares de grunhidos, desde “grrr” até “gruuuuuuuunkt”. Em seu repértório de sons, também se incluem “greeeeekt-eeeek” e “aaaaaaark-rk”.
Alimentação
Sua dieta consiste basicamente de frutas, insetos e artrópodes, mas também costuma saquear ninhos de outras aves e devorar ovos e filhotes. Devido a essa característica, são prontamente perseguidos pelas aves em período reprodutivo.
Reprodução
Faz seu ninho em árvores ocas, buracos em barrancos ou em cupinzeiros. Costuma botar de dois a quatro ovos, que são incubados por período de 16 a 18 dias. O macho costuma alimentar a fêmea na época da reprodução. Seus predadores são: os macacos que saqueiam o ninho e os gaviões. Vivem em casais no período reprodutivo, formando bandos após a saída dos filhotes dos ninhos.
Hábitos
Vive aos pares ou em bandos de duas dezenas de aves que voam em fila indiana. Voa com o bico reto, em linha com o pescoço, alternando curtas batidas com um planar mais demorado. Ao dormir vira a cabeça e descansa o bico nas costas.
Habitam as matas de galeria, cerrado, capões; única espécie da família Ramphastidae que não vive exclusivamente na floresta, sobrevoa freqüentemente os campos abertos e rios largos; gosta de pousar sobre árvores altaneiras.
Distribuição Geográfica
De larga distribuição em regiões campestres do interior, da Amazônia (p. ex. Manaus e foz do Amazonas) ao Paraguai, Bolívia e Argentina; não atinge o litoral nordestino.